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Giovana Nogueira Sant’Ana – 103 https://youtu.be/mjFspPY1H34 (1:36:00) Livros: Silverthorn: Capítulo 14 – páginas 447-457 Guyton: Capítulo 9 – páginas 107-111 Células musculares cardíacas Autoexcitáveis Seu objetivo é gerar uma despolarização que se mantenha e transite pelas células, até que as fibras contráteis possam realizar a contração. Assim, elas originam um potencial marca- passo, que passa por um sistema de excitação e condução elétrica do coração e irá gerar a futura contração cardíaca. Esse tipo de célula é encontrado no nó sinusal, no nó atrioventricular, no feixe de his e nas fibras de purkinje. As células miocárdicas autoexcitáveis são as únicas capazes de gerar potenciais de ação espontaneamente na ausência de um sinal do sistema nervoso por causa do seu potencial de membrana instável (potencial marca-passo ou ainda potencial de repouso), que varia de -60mV a -40mV. Em -60mV a abertura dos canais de Na+, esse influxo resulta na variação do potencial de repouso, que ao atingir -40mV, abre os canais de Ca²+ dependentes de voltagem, esse influxo causa uma despolarização lenta da célula autoexcitável. A repolarização acontece com a retirada (efluxo) do K+ da célula, o que possibilita o retorno ao potencial de repouso. As células autoexcitáveis contém canais diferentes dos canais de outros tecidos excitáveis, eles são responsáveis pela instabilidade do potencial de mebrana. Quando o potencial de membrana da célula é -60mV, os canais If (que permitem a entrada de Na+ e saída de K+ simultaneamente), estão abertos; quando os canais If se abrem em potenciais de membrana negativos, o influxo de Na+ excede o efluxo de K+, iniciando a despolarização. Durante esse aumento inicial da milivoltagem, alguns canais de Ca²+ dependentes de voltagem se abrem, enquanto os canais If se fecham. Conforme a mV vai aumentando, mais canais de Ca²+ dependentes de voltagem se abrem, até atingir o pico; quando isso acontece, eles se fecham e os canais lentos de K+ se abrem, gerando o estado de repolarização. Ao atingir -60mV novamente, os canais de K+ fecham. A partir daí reinicia o ciclo, abrindo os canis If. Ca²+ para dentro K+ para fora Ca²+ para dentro Na+ para dentro Giovana Nogueira Sant’Ana – 103 O sistema de excitação e condução elétrica do coração é realizado por células especializadas. Se inicia no nodo sinusal, localizado na parte superior do atrial direito; ele envia o impulso elétrico para o nodo atrioventricular. Eles são formados por grupos de células autoexcitáveis e se comunicam por meio de vias intermodais, que preenchem a estrutura do átrio. No nodo A-V, há um atraso na transmissão do impulso, consequentemente atrasando entre a despolarização dos átrios e a despolarização dos ventrículos. A partir daí, surge o feixe atrioventricular, que possui 2 ramos: o direito (que origina as fibras purkinje, que estão em contato com a parede ventricular direita) e o esquerdo (origina as fibras purkinje, que estão em contato com a parede ventricular esquerda). Essa comunicação intercelular é feita por meio de gap junctions. O sinal elétrico para a contração começa quando o nó sinusal dispara um potencial de ação e a despolarização se propaga para as células vizinhas através das junções comunicantes. Nó SA Nó AV Feixe de His Fibras de Purkinje Células contráteis Túbulo T Giovana Nogueira Sant’Ana – 103 Contráteis Geralmente as fibras musculares cardíacas são menores do que as fibras musculares esqueléticas e, em geral, são mononucleadas. Elas se ramificam por discos intercalares, estes que são compostos por desmossomos, conexões físicas que transferem força de célula a célula, e as junções comunicantes, conexões elétricas que permitem que os sinais elétricos passem rapidamente entre as células, permitindo contração muscular simultânea. Os túbulos T são maiores do que os do músculo esquelético e se ramificam dentro das fibras miocárdicas. Já o retículo sarcoplasmático é menor que o do músculo esquelético; consequentemente, a reserva de Ca²+ é menor, por isso, o músculo cardíaco depende, em partes, do Ca²+ extracelular para iniciar a contração (similar ao músculo liso). As mitocôndrias ocupam 1/3 do volume celular de um fibra contrátil, isso porque há uma grande demanda energética desde a vida intrauterina. Elas são consideradas importantes biomarcadores de recuperação de células que foram submetidas a danos, visto que quando apresentam um certo aumento, representa a recuperação do tecido. Consumo de energia do músculo cardíaco Ele consome de 70 a 80% do 02 levado a ele pelo sangue, isto é, 2 vezes mais que o resto do corpo. Durante exercícios físicos, o coração utiliza quase rodo o O2 trazido pelas artérias coronárias. E a única maneira de elevar a oferta de oxigênio é aumentando o fluxo sanguíneo. Quando há uma redução do fluxo sanguíneo miocárdico por estreitamento de um vaso coronariano, por um coágulo ou por depósito de gordura, por exemplo, pode causar danos ou até morte celular miocárdica (infarto agudo do miocárdio). OBS: o enchimento das coronárias acontece durante a diástole, isto é, o relaxamento do coração. Excitação-contração *A entrada do cálcio é uma característica do acoplamento excitação-contração cardíaco.* Assim como a fibra muscular estriada esquelético, a muscular estriada cardíaca depende de um sinal elétrico, um potencial de ação que chegue a partir de uma célula vizinha; geralmente as células autoexcitáveis são capazes de prover e transportar esse sinal ao longo das células musculares contáteis. Dessa forma, o sinal elétrico provocou uma despolarização da membrana. Giovana Nogueira Sant’Ana – 103 A despolarização percorre a membrana, alcançando os túbulos T, neles há canais de Ca²+ dependentes de voltagem, que se abrem com o potencial de ação, possibilitando a entrada de Ca²+ do LEC. Esse aumento de concentração de Ca²+, induz a abertura dos canais rianodínicos (RyR), que liberam o Ca²+ do retículo sarcoplasmático para o citosol, isto é o que chamamos de liberação de Cálcio/Cálcio. Consequentemente à grande concentração de Ca²+ no meio intracelular, há fagulhas de cálcio, que são um tipo de sinal do mineral. Os íons se ligam a troponina, essa interação promove a concentração muscular, visto que libera os sítios ativos da actina. *Síndrome coronariana aguda: em casos em que o indivíduo altere o ritmo cardíaco e as contrações são descontroladas, é importante fechar os canais de Ca+, a fim de diminuir a entrada para que a área afetada em um posterior infarto agudo do miocárdio seja menor. Relaxamento Para que o relaxamento ocorra é necessário que a concentração de Ca²+ diminua no citosol. Isso pode acontecer de 2 maneiras: O cálcio pode ser bombeado de volta para o retículo sarcoplasmático por meio da bomba cálcio-ATPase (SERCA); Ou realizar a troca de Ca²+ por 3 Na+ pelo canal NCX (antiporte). OBS: O gradiente de Na+ é regulado pela bomba Na+-K+-ATPase. (3 Na+ por 2 K+) Se as concentrações de Na+ estiverem desequilibradas, a eficiência da NCX pode ser prejudicada, pois não terá Na+ suficiente no LEC para realizar a troca; consequentemente o cálcio ficará mais tempo dentro da célula, mantendo a produção de sinais de cálcio, o que aumenta o tempo de contração. Assim, a próxima sístole dependerá de uma diástole, o que pode causar lentidão das contrações, diminuindo a frequência cardíaca. Giovana Nogueira Sant’Ana – 103 Graduação da contração OBS: 1. Uma única fibra muscular é capaz de executar contrações graduadas, nas quais a fibra varia a quantidade de força que gera. 2. A força gerada pelo músculo cardíacoé proporcional ao número de ligações cruzadas (interação entre actina e miosina) que estão ativas. 3. O número de ligações cruzadas é determinado pela quantidade de Ca²+ ligado à troponina. Fatores que afetam a força muscular: 1. Concentração d e Ca²+ no líquido intracelular (LIC) 2. Volume de sangue nos ventrículos – comprimento do sarcômero Giovana Nogueira Sant’Ana – 103 Potencial de ação no miocárdio O influxo de Ca²+ prolonga o potencial de ação para 200ms (previne a tetania). Prevenção do tétano Na fibra muscular cardíaca, o período refratário se mantém por quase todo o abalo muscular, ao contrário do músculo cardíaco, que, por apresentar um período refratário curto, pode ser repetidamente estimulado, o que geraria somação e tetáno. Despolarização Repolarização
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