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Pneumologia – Amanda Longo Louzada 1 DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA DEFINIÇÃO: Doença previnível e tratável, caracterizada por obstrução ao fluxo aéreo, em geral progressiva, e associada a uma resposta inflamatória crônica das vias respiratórias à inalação de determinados agentes nocivos, com a fumaça do cigarro Doença inflamatória sistêmica com manifestações extra-pulmonares (perda de peso, complicações infecciosas, doenças osteomusculares, maior chance de eventos cardiovasculares) EPIDEMIOLOGIA: Acomete ambos os sexos em incidência semelhante Cigarro, poluentes, exposição a queima de biomassa (fogão a lenha) Estudo PLATINO (2013): prevalência de DPOC de 15,8% na cidade de São Paulo Projeção para os próximos 10 anos: aumento dos óbitos próximo a 30% Estima-se que, em 2030, a DPOC torne-se a terceira maior causa de morte no mundo A DPOC ocupa o 3º lugar de causa de morte no mundo A DPOC ocupa o 5º lugar de causa de morte no Brasil Custos Diretos: diagnóstico e cuidados médicos Custos Indiretos: faltas ao trabalho, morte prematura e gasto com cuidadores ETIOLOGIA E ETIOPATOGENIA: Depende da interação de fatores ambientais e do hospedeiro Fatores do hospedeiro: Alterações Genéticas: deficiência de alfa-1 antitripsina, vai condicionar DPOC em paciente antes dos 50 anos e sem uma carga tabagica expressiva. Com apresentação radiológico diferentes Presença de hiper-responsividade brônquica Desnutrição Prematuridade Redução do crescimento pulmonar durante a gestação e infância Fatores ambientais: Tabagismo: risco aumenta proporcionalmente ao consumo Outros tipos de fumo: cachimbo, narguilé, maconha, exposição passiva à fumaça de cigarro Está ligado ao efeito da fumaça nos pulmões, tendo uma relação direta entre a carga tabágica e a gravidade da obstrução do fluxo aéreo Nos pacientes fumantes a diminuição do VF1 é mais acelerada, ao interromper o tabagismo não ocorre uma recuperação do pulmão, mas a taxa volta a ser semelhantes as do paciente não fumantes Outros fatores: fatores genéticos, sexo, crescimento pulmonar e desenvolvimento, condição socioeconômica e infecções DOCUMENTO GOLD: Etiologia: Fatores do hospedeiro associados a uma história de tabagismo ou exposição a poluentes Patologia biológica: gera um acelerado declínio funcional, com um envelhecimento mais precoce do pulmão Patologia: Injúria pulmonar, inflamação pulmonar e inflamação sistêmica Resultado: alteração das pequenas vias aéreas, enfisema pulmonar e inflamação sistêmica Manifestação Clínicas: exacerbações e comorbidade, com limitação do fluxo aéreo na espirometria PATOGENIA: Inflamação crônica das vias aéreas centrais e periféricas do parênquima e dos vasos pulmonares, em resposta à inalação de partículas e gases nocivos, com acúmulo, principalmente de macrófagos, neutrófilos e linfócitos T, que quando ativados liberam mediadores (leucotrieno,B4, interleucina 8, fator de necrose tumoral alfa, entre outros), ocasionando lesão pulmonar e inflamação neutrofílica, com ciclo persistente de destruição e reparação Desbalanço entre as proteinases e antiproteinases nos pulmões e estresse oxidativo: Vias aéreas centrais: infiltração de células inflamatórias no epitélio, hipertrofia e hiperplasia de glândulas mucosas, com hipersecreção de muco e redução do número de cílios Vias Aéreas Periféricas (<2mm): ciclos repetidos de lesão e reparo levando a remodelamento, com deposição de colágeno e formação de tecido cicatricial, além de aumento da musculatura lisa, o que reduz o lúmen Vasculatura Pulmonar: espessamento da íntima, levando a uma hipertrofia da musculatura lisa e Pneumologia – Amanda Longo Louzada 2 DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA infiltração de células inflamatórias e colágeno na parede dos vasos Essas lesões normalmente iniciam nos lóbulos superiores e depois avançam para o restante do pulmão Em relação a vasculatura dos vasos pulmonares observa-se espessamento da íntima, hipertrofia da musculatura, infiltração de células inflamatórias e colágeno na parede dos vasos a medida que ocorre evolução natural da doença. Além disso ocorre destruição de leito capilar pulmonar, a medida que a doença avança Obstrução ao fluxo aéreo na DPOC são: Espessamento da parede brônquica Fibrose peribronquiolar Aumento da quantidade de muco intraluminal Alterações das pequenas vias aéreas Perda de retração elástica pulmonar Perda dos pontos de fixação das vias aéreas terminais aos alvéolos Hipersecreção de muco e disfunção ciliar, leva a tosse e a expectoração crônica Em pacientes com a doença mais avançada ocorre redução da capacidade pulmonar para trocas gasosas\ obstrução das vias aéreas periféricas\destruição do parênquima\ alterações vasculares levam a hipoxemia, hipercapnia e hipertensão pulmonar Essa série de alterações vão cursar com bronquite crônica (brônquios inflamados e hiperprodutores de muco) e enfisema (destruição dos alvéolos, devido a destruição da arquitetura alveolar com dilatação dos sacos alveolares) ANAMNESE: Pacientes oligossintomáticos, são principalmente aqueles sedentários, com limitação funcional do envelhecimento e pacientes com negação do sintomas Pacientes sintomáticos crônicos: relatam tosse, expectoração, sibilância e dispneia Caracterizar o quadro basal do paciente, para saber quando o paciente está em exacerbação da doença, com piora do quadro basal Essa exacerbação é evidenciada pela piora da tosse, dispneia ou escarro purulento Fatores de Risco: história familiar, tabagismo (idade de início, quantidade média diária de cigarros, períodos em que tentou ou conseguiu cessar o tabagismo), exposição ambiental (poeiras inorgânicas como em minas de carvão, produtos de combustão de biomassa em ambientes fechados por várias horas do dia como na exposição a fogão à lenha Alergias ou intolerância medicamentosas Diagnósticos concomitantes: rinossinusite, doença do refluxo gastroesofágico, câncer de pulmão, asma, DAC SAOS, osteoporose, transtorno depressivo e ansiedade Exacerbação Aguda: piora dos sintomas basais, diagnóstico diferencial (ICC, pneumonia e TEP) DIAGNÓSTICO: SINAIS E SINTOMAS: Sintomas: dispneia, tosse crônica (mais comuns), expectoração, sibilância, dor torácica, perda ponderal e hiporexia Tosse: pergunta quando iniciou, se é seca ou com secreção, se tem secreção qual é o tipo de secreção, se há algum fator precipitante ou fator de melhorar, se ocorre em algum horário específico Paciente hiperprodutor de muco tem que lembrar do diagnóstico de bronquiectasia Perguntar se ocorreu hemoptise para diagnóstico diferencial Perda de peso e febre Dispneia: sintoma mais importante e de maior impacto na vida do paciente Paciente pode referir como um cansaço Geralmente vai ser de intensidade progressiva, ou seja, a medida que o paciente se esforça mais ela aumenta e melhora com o repouso Avaliar o caráter da dispneia, intensidade do esforço necessário para desencadear o sintomas, tipos de atividade que deixa de fazer em função dela Escala: 0: tenho falta de ar ao realizar exercício intenso 1: tenho falta de ar quando apresso o meu passo, ou subo escadas ou ladeira 2: preciso parar algumas vezes quando ando no meu passo, ou ando mais devagar que outras pessoas da minha idade Pneumologia – Amanda Longo Louzada 3 DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA 3: preciso parar muitas vezes devido à falta de ar quando ando perto de 100 metros, ou poucos minutos de caminhada no plano 4: sinto falta de ar que não saio de casa, ou preciso de ajudar para me vestirou tomar banho sozinho História: Exposição aos fatores de risco Tosse e expectoração crônica Dispneia progressiva aos esforços Sibilância Opressão torácica EXAMES: Aumento do diâmetro ântero-posteiror do tórax Hipertimpanismo à percussão Frêmito toracovocal e murmúrio vesicular reduzidos difusamente Estertores finos inspiratórios Edema, hepatomegalia e estase jugular EXAME FÍSICO: Mais exuberante com a progressão da doença Redução da expansibilidade pulmonar, hipersonoridade à percussão, frêmito toracovocal e múrmurio vesicular diminuídos difusamente, expiração prolongada e estertores finos teleinspiratórios. Taquipneia, respiração com lábios semicerrados e utilização de musculatura acessória Cor pulmonale: turgência jugular, hepatomegalia, edema de MMII e hiperfonese de B2 Deve-se pedir gasometria arterial, para confirmar hipoxemia Suplementa oxigênio Uso de diuréticos de alça Ocorre devido a ICD causada pela DPOC Pede ecocardiograma para confirmar diagnóstico Tórax enfisematoso, com diâmetro antero- posterior aumentado ESPIROMETRIA: Diagnóstico padrão ouro Limitação ao fluxo aéreo em espirometria é fundamental: Realizada preferencialmente na fase estável da doença Relação VEF1\CVF menor que 70% após broncodilatação Prova broncovasodilatadora Marcadores prognóstico: VEF1, o estado nutricional, a intensidade da dispneia (escala do MRC) e a capacidade de realização de atividades físicas QUESTIONÁRIO CAT: Através desse questionário o paciente vai quantificar o quanto que aquele sintoma impacta na sua qualidade de vida Vai ser avaliado tosse, expectoração, dor no peito, dispneia, limitação para as atividades, segurança em sair do domicílio em relação a doença, qualidade do sono e disposição para fazer as atividades diárias Cada tópico vai ser pontuado de 0-5, e esse valor de pontuação vai ajudar a dizer até onde a doença está limitando o paciente HISTÓRIA NATURAL: Dispneia, tosse crônica, ou produção de escarro após a exposição prolongada a fatores de risco Nas fases iniciais os pacientes possuem poucos sintomas e a medidas que vai evoluindo se torna sintomas intermitentes e permanentes Durante o curso da doença ocorre exacerbações que podem ser infecciosas ou não Inicia com dispneia aos esforços e a medida que a doença evolui ela aparece no repouso Limitação funcional, piora da qualidade de vida e do prognóstico O óbito está associado principalmente a exacerbação e comorbidades PADRÕES DOS PACIENTES COM DPOC: Enfisematoso: Chamado de Pink-Puffer – PP Paciente chamado de Soprador rosado Com fenômenos destrutivos Geralmente o paciente é magro, idoso e longilíneo Sem cianose Com dispneia precoce, progressiva e grave Sem tosse Hipersonoridade difusa FTV diminuído MV reduzidos sem ruídos adventícios Bronquiticos: Blue-bolater – BB Paciente pletórico acianótico Caracterizado por fenômenos inflamatórios Geralmente pacientes brevilíneos, com tendência a ganho de peso Com cianose Com dispneia discreta intermitente Com tosse produtiva Com precussão normal Pneumologia – Amanda Longo Louzada 4 DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA Com MV diminuído, com roncos e sibilos (predominantemente inspiratórios) CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA: 1 - DPOC leve: VEF1\CVF < 70%, pós broncodilatação ≥ 80% normal previsto. Com ou sem sintomas crônicos 2 – DPOC Moderado: VEF1\CVF < 70%, pós broncodilatação ≥ 50% e < 80% normal previsto. Com ou sem sintomas crônicos 3 – DPOC Grave: VEF1\CVF < 70%, pós broncodilatação ≥ 30% e < 50% normal previsto. Com ou sem sintomas crônicos 4 – DPOC muito grave: VEF1\CVF < 70%, pós broncodilatação ≥ 30% ou VEF1 pós broncodilatação < 50% normal previsto + insuficiência respiratória crônica (PaO2 < 60 mmHg em ar ambiente e ao nível do mar) EXAMES COMPLEMENTARES: Gasometria Arterial: SpO2<90% e exacerbação, para pacientes com saturação periférica menor que 94% Radiografia de Tórax: rotina (afastar a presença de neoplasia pulmonar). Em Fase Avançada: hipertransparência dos campos pulmonares, pobreza dos campos pulmonares, pobreza da trama broncovascular que se acentua do hilo para a periferia, rebaixamento e retificação dos hemidiafragmas, alargamento dos espaços intercostais e silhueta cardíaca menor e verticalizada, aumento do espaço aéreo retroesternal (maior que 2,5 cm) e do diâmetro ântero-posterior do tórax Não é diagnóstica, mas é útil para ver sinais de DPOC Deve sempre pedir em caso de suspeita de DPOC Tomografia: para pacientes em que há uma dúvida diagnóstica ou para casos de cirurgia Também para pacientes com mais de 50 anos, com carga tabágica maior que 25 anos em que se suspeita de neoplasia Dosagem de alfa 1- antitripsina: pacientes que evoluírem com enfisema pulmonar antes dos 45 anos, quando não houver um fator de risco conhecido para DPOC, ou com predomínio basal Plestimografia e teste de difusão do monóxido de carbono (DLCO): permitem constatar aumento da CPT, do VR e da CRF e redução da DLCO. Úteis na avaliação pré-operatória e dúvida diagnóstica Se difere da espirometria por medir o volume residual ECG e ecocardiograma: são indicados em casos de suspeita de hipertensão pulmonar ESTÁGIOS DO GOLD: A: paciente com grau de dispneia entre 0-1, com questionário de qualidade vida menor que 1, e tiver uma ou nenhuma exacerbação que não precisou de internação hospitalar VEF1 ≥80 Mais leve, com pouco impacto na vida B: paciente com maior impacto na qualidade vida (maior ou igual a 10 pontos), com dispneia maior ou igual a 2 VEF1 50-79% C: dispneia entre 0 e 1, com menor impacto na qualidade de vida, é um paciente que possuiu duas ou mais exacerbações no ano ou essa exacerbação precisou de internação hospitalar VEF1 30-49% D: muito impacto na qualidade de vida, com dispneia importante, com exacerbação frequente ou com necessidade de internação hospitalar VEF1<30% TRATAMENTO: OBJETIVOS: Redução dos sintomas: Alívio dos sintomas Pneumologia – Amanda Longo Louzada 5 DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA Melhora da tolerância ao exercício Melhora na qualidade de vida Redução do Risco futuro: Prevenção da progressão da doença Prevenção e tratamento das exacerbações Redução da mortalidade MEDIDAS GERAIS: Cessação do tabagismo Evitar poluição ambiental\ exposição ocupacional\ Reabilitação Respiratória\ Atividade física Imunização: influenza e pneumocócica Ênfase na identificação e tratamento das comorbidades, por aumentarem a mortalidade nos pacientes Perda ponderal em obesos Oxigenoterapia Suporte nutricional Suporte ventilatório Cuidados paliativos FARMACOLÓGICO: Manutenção: broncodilatadores, beta2 agonistas adrenérgicos, anticolinérgicos, inibidor da fosfodiesterase, mucolítico, antibiótico e metilxantina (efeito modulador) Exacerbação: medicamentos de manutenção + corticoide sistêmico com ou sem antibiótico O antibiótico está indicado em pacientes com escarro, febre Reposição de alfa1-antitripsina: indicado em pacientes que possuem DPOC por deficiência dessa enzima Broncodilatador: As drogas de longa duração reduzem as exacerbações e as de curta duração são para as crises Beta2- agonista adrenérgicos: De curta duração: Fenoterol e Salbutamol De longa Duração: Formosterol. Salmeterol, indacaterol e olodaterol, com duração em torno de 12 horas Drogas anticolinérgicas\antimuscarínicas: podem ser associados as de longa e curta duração no mesmo dispositivo. Curta Duração: Ipratrópico, Ultra Longa Duração: glicopirronio, tiotropio e umeclidinio Corticóides inalatórios: budesonida, mometasona, beclomectasona, mometasona e fluticasona Drogas inibidoras da fosfoesterase 4: fazem ação anti-inflamatória A base do tratamento é através de dispositivos inalatórios Beta 2 agonista com anticolinérgicos de curta duração: Fenoterol\ipratrópio e Salbutamol\Ipratrópio: indicadas na exacerbação Beta2 agonistas com anticolinérgicos de longa duração: Formoterol com aclidínio Formoterol com glicopirrônio Indacaterol com glicopirrônio Vilanterol com emeclidinio Olodaterol com tiotrópico Beta2-agonitas de longa duração com corticoide inalatório Formoterol com beclomectasona Formoterol com budesonida Formoterol com mometasona Salmetarerol com fluticasona Vilanterol com fluticasona Inibidor da fosfodiesterase 4: roflumilaste Usado em paciente exacerbadores Efeito colateral frequente: diarreia Macrolídeo: azitromicina, para pacientes exacerbadores frequentes Mucolítico: N-acetilcisteína, para fluidificar secreção e tornar o pulmão menos propício a exacerbações da doença Dispositivos inalatórios devem ser ensinados ao pacientes, e pedir ao paciente para repetir a técnica de uso Estadio A: broncodilatador, preferencialmente o LABA devido ao menor custo Estádio B: broncodilatadores de longa duração Grupo C:anticolinérgicos de longa duração Grupo D: anticolinérgico, LABA e LAMA (anti- muscariníco com beta2-adrenérgico) ou corticoides inalatórios associados Pacientes com eosinofilia maior que 300 pode considerar a associação de corticoide inalatório com LABA Pacientes com gravidade leve: com dispneia de 0-1, com CAT menos que 10 pontos, com VEF1 maior ou igual a 80% Trata com monoterapia broncodilatadora, com beta 2 adrenérgico ou anticolinérgico de longa duração Pacientes com moderados e graves: com CAT maior que 10 e com espirometria entre 80 e 30% Podem ser tratados com monoterapia mas nesses pacientes já deve considerar uma dupla terapia broncodilatadora fixa Pacientes muitos Graves: com MRC 4, com CAT maior que 10 e espirometria com VEF1 menor que 30 Pneumologia – Amanda Longo Louzada 6 DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA Uso de dupla terapia Pacientes exacerbadores frequentes: mesmo que o paciente seja pouco sintomático ele vai receber uma dupla terapia LABA + LAMA LABA + Corticóide Monoterapia com LAMA Terapia Tríplice: para pacientes com quadro grave e muito grave de acordo com a dispneia e espirometria Se o paciente tiver o perfil de bronquite crônica pode ser associados com Roflumilaste e considerar macrolídeo e N-acetilcisteína CUIDADOS PALIATIVOS: Alívio do sofrimento (físico, psicossocial e espiritual) Ciência da gravidade da doença para o pacientes e familiares Posicionamento quanto eventual necessidade de suporte invasivo – diretiva antecipada de vontade Resolução do Conselho Federal de Medicina Código de ética médica, capítulo V, parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal SUPORTE NUTRICIONAL: Obesidade: deve ser incentivado a perda de peso Desnutrição: deve ser orientado o ganho de peso, pois a medida que o paciente aumenta o esforço expiratório aumenta o gasto de energia VACINAÇÃO: Vacina antipneumocócica: pneumo 13 e 23 Todos acima de 65 anos Pneumopatas e cardiopatas antes dos 65 anos Influenza OXIGENOTERAPIA: Alvo SpO2 > ou igual a 90% Reavaliação em cada 60 a 90 dias Pacientes com indicação: PaO2 < 55 mmHg ou SpO2<88% PaO2 55-60 mmHg com sinais de ICD ou policitemia (Hct>56%) MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS E COMORBIDADES ASSOCIADAS: Perda de massa muscular Câncer de pulmão Doença cardiovascular Osteoporose Anemia normocítica Diabetes melitos Síndrome metabólica Apneia obstrutiva do sono Transtorno depressivo e de ansiedade DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Asma brônquica: a boa resposta aos corticoides inalatórios sugere o diagnóstico dessa doença Bronquiectasias: deve se levantar a suspeita quando houver excessiva produção de muco O diagnóstico é feito através de tomografia Pode coexistir com a DPOC Tuberculose ICC: suspeita pela presença de estertores finos, raio-X com aumento de área cardíaca, edema pulmonar, alterações eletrocardiográficas Paciente com hemoptise e perda ponderal deve- se pensar em tuberculose e neoplasia pulmonar EXACERBAÇÕES: Agravamento agudo dos sintomas respiratórios que necessita de terapia adicional Exacerbação frequente: duas ou mais por ano Causas: infecções respiratórias, bacterianas e fatores ambientais (poluição e temperatura) Principalmente causada por infecções virais Definição: aumento da produção de expectoração ou surgimento de purulência Eosinofilia (vias aéreas, pulmão e sangue) em conjunto com neutrófilos e outras células inflamatórias durante as exacerbações Duração: 7 a 10 dias Valor prognóstico (tempo de recuperação, número e gravidade) Fator Preditor Futuro: número de exacerbações no ano anterior, aumento da artéria pulmonar, enfisema extenso, espessura de parede das vias aéreas e bronquite crônica. Outros: deficiência de vitamina D Classificação quanto a gravidade: Leve: tratada apenas com ajuste de broncodilatador de longa duração Moderada: tratada com o ajuste do broncodilatador e com corticoide ou antibiótico Grave: atendimento em setor de emergência ou hospitalização Pneumologia – Amanda Longo Louzada 7 DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA Objetivos do tratamento das exacerbações da DPOC é minimizar o impacto atual e prevenir eventos subsequentes Os beta2-agonistas inalados de curta ação, com ou sem anticolinérgicos de curta ação, são recomendados como broncodilatadores inicias para tratar uma exacerbação aguda A terapia de manutenção com broncodilatadores de ação prolongada deve ser iniciada o mais rápido possível antes da alta hospitalar CTC: melgona da função pulmonar (FVE1), oxigenação, aceleração da recuperação e redução do tempo de internação. Duração de 5-7 dias ATB: quando indicados, aceleram a recuperação, reduzem risco de recaída precoce, falha de tratamento e tempo de internação As metilxantinas não são recomendadas devido ao aumento dos perfis de efeitos colaterais VNI deve ser primeiro modo de ventilação usado em pacientes com DPOC com insuficiência respiratória aguda sem contraindicação absoluta porque melhora a troca gasosa, reduz o trabalho respiratório e necessidade de intubação, reduz tempo de hospitalização e melhora a sobrevida Exacerbadores frequentes: pacientes com mais de 2 exacerbações no ano, possuem maior morbidade PROGNÓSTICO: Variável Fatores: predisposição genética, exposições ambientais, comorbidades e exacerbações agudas Critérios: VEF1, peso\IMC, distância percorrida em 6 minutos e grau de dispneia com atividades físicas, obstrução do fluxo aéreo, dispneia, exercício, exacerbações e necessidade de IOT\VM para o tratamento de insuficiência respiratória aguda Escores: BODE, CODEX BODE: avalia o VEF1, distância caminha em 6 minutos, escala de MRC e IMC 0-2 pontos: probabilidade de estar vivo em 4 anos de 80% 3-4 pontos: probabilidade de estar vivo em 4 anos de 67% 5-6 pontos: probabilidade de estar vivo em 4 anos de 57% 7-10 pontos: probabilidade de estar vivo em 4 anos de 18% CODEX: previsão de mortalidade e readmissão hospitalar para o período de 3 meses 1 anos após a alta em pacientes hospitalizados por DPOC Leva em conta as comorbidades e a idade Melhora da Sobrevida: cessação do tabagismo e a suplementação de oxigênio TRATAMENTO: Broncodilatadores de longa ou curta duração Corticóides associados com LABA ou AMA Anti-inflamatório para pacientes mais graves Uso de macrolídeos Imunização Mucolíticos Cessação do tabagismo Cirurgia redutora de volume Reabilitação Suplementação de vitamina D DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Pneumonia: deve ser feito um Raio-x de tórax e proteína C reativa Pneumotórax e derrame pleural: ultrassom ou raio-x de tórax Embolismo Pulmonar: ECG, ecocardiograma e enzimas marcadoras de necrose miocárdica Arritmias: ECG CONSIDERAÇÕES FINAIS: DPOC: doença frequente e subdiagnosticada Diagnóstico é baseado na exposição aos fatores de risco e alterações sugestivas na espirometria Medidas não farmacológicas: cessação do tabagismo (principal fator de risco) vacinação anti-influenza e antipneumocócica Tratamento farmacológico: baseado em broncodilatadores Programa de reabilitação\ atividade física compatível com a gravidade da doença Exacerbações: morbidade e mortalidade, impacto socioeconômico e aceleração do declínio da função pulmonar
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