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MASTITE MICÓTICA


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Liliane Gomes 1 
 
 
 
01. Descrevam quais os agentes etiológicos e os sinais clínicos de cada doença. Classifique a doença 
de acordo com a localização do agente etiológico no paciente acometido 
Os agentes causadores de mastite são bactérias, fungos e algas, sendo as bactérias os agentes 
isolados com maior frequência (COSTA, 1991). Porém, cada vez mais, a literatura registra casos 
esporádicos de microrganismos de origem ambiental, entre os quais se destacam as leveduras, os fungos 
leveduriformes e os filamentosos. Apesar de os fungos filamentosos estarem amplamente distribuídos 
na natureza, eles são apenas esporadicamente isolados de casos de mastite, enquanto que as leveduras 
são os fungos que mais freqüentemente estão relacionadas às infecções da glândula mamária em 
animais produtores de leite (CHENGAPPA et al., 1984; KELLER et al., 2000). A mastite micótica 
ocorre sob a forma de surtos localizados (CHAHOTA et al., 2001) e/ou após tratamento com 
antimicrobianos (CRAWSHAW et al., 2005) e são classificadas como primária ou secundária. A mastite 
primária ocorre espontaneamente, não é precedida por infecção bacteriana e/ou de tratamento com 
antimicrobianos, e é mais diagnosticada durante as primeiras semanas de lactação. Já a mastite 
micótica secundária, que é a forma clínica mais encontrada, se desenvolve após a administração de 
antimicrobiano intramamário para tratamento ou prevenção de casos de mastite bacteriana. Como em 
todos os casos de infecção da glândula mamária, a inoculação do agente pode ocorrer por via ascendente 
(via canal do teto) ou a partir de traumatismos cutâneos no teto e/ou no úbere. A população alvo em 
potencial compreende todos os animais produtores de leite. Aspectos relativos à produção animal como 
sistema intensivo ou extensivo empregado, tipo de ordenha (mecânica ou manual), além de outros 
fatores relativos à higiene de equipamentos e instalações utilizados, influenciam o aparecimento da 
enfermidade. Os principais gêneros envolvidos na mastite micótica são Candida e Cryptococcus, além de 
outros como Geotrichum, Pichia e Trichosporon 
02. Correlacione a reposta imunológica do paciente com agente etiológico 
Animais com bom funcionamento do sistema imune são mais resistentes às doenças, 
apresentando melhores desempenhos produtivos, a sobrevivência de um animal depende do sucessona 
defesa contra a invasão microbiana, esta defesa contramicrorganismos invasores é função do 
sistemaimunológico, que é um dos sistemasmais importantes do organismo animal, pois 
 
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compreendemtodos os mecanismos pelos quais o organismo se defende de invasores externos, como 
fungos, bactérias, vírus e protozoários. 
A imunidade na glândula mamária pode ser classificada, assim como em outros sistemas, em 
inata ou inespecífica e adaptativa ou específica. 
A imunidade inata é a defesa predominante durante os estágios iniciais da infecção. As 
respostas inespecíficas estão presentes no local da infecção ou são ativadas rapidamente por 
numerosos estímulos e não aumentam pela exposição repetida ao mesmo agente etiológico. 
O primeiro obstáculo enfrentado por um patógeno para adentrar o úbere é composto pela 
barreira formada pelo esfíncter do teto e pelo tampão de queratina formado pelo epitélio 
queratinizado. Uma vez que o microrganismo tenha atravessado o canal do teto e alcançado a cisterna 
mamária, passam a atuar diversos fatores solúveis e celulares. 
Dentre os fatores solúveis, estão presentes: lactoperoxidase, sistema complemento, citocinas, 
lactoferrina, lisozima e NAGase. As defesas celulares inespecíficas na glândula mamária são 
representadas pelos neutrófilos, pelos macrófagos e pelas células natural killer. 
Na medida em que esses mecanismos funcionam adequadamente, a maioria dos patógenos será 
rapidamente eliminada antes que o sistema imune específico seja ativado, sem resultar em alterações 
na quantidade ou qualidade do leite produzido 
Assim, caso ocorra uma falha, no mecanismo de defesa do sistema imunológico das vacas em 
lactação, os microrganismos inicialmente se instalam nos ductos e nas cisternas posteriormente 
progridem para pequenos ductos e alvéolos das porções mais baixasdo úbere, onde se multiplicam, 
provocando edema e destruição das células secretoras. 
 
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Fluxograma mostrando as características essenciais das respostas imunes.
 
 
Quando ocorre a mastite, os leucócitos, especificamente os polimorfonucleados (PMN), são as 
células mais importantes no processo de eliminação da bactéria causadora de mastite; entretanto, 
estão presentes em menor número no leite de animais sadios. 
Já os macrófagos e linfócitos têm a função de reconhecer a bactéria e informar ao sistema 
imune a presença do patógeno. O sistema imune recruta um grande número de leucócitos PMN que, por 
meio da corrente sangüínea, se encaminham para a glândula mamária. Os vasos sangüíneos da glândula 
se dilatam para permitir um maior fluxo de sangue e o melhor trânsito de leucócitos até o interior da 
glândula. Isso explica porque um quarto mamário com mastite aguda tem aumento de temperatura e 
fica quente à palpação. 
Os leucócitos PMN precisam atravessar a barreira do vaso sangüíneo até o interior da 
glândula; para isso, são abertas passagens nas veias e artérias próximas à luz da glândula afetada, 
permitindo a entrada dos leucócitos, além de soro sangüíneo que também consegue atravessar e se 
misturar ao leite. A passagem crescente do soro sangüíneo é o que aumenta o inchaço da glândula 
afetada, e conseqüentemente o desconforto da vaca.Assim que atravessam da corrente sangüínea 
para o leite, os leucócitos avançam sobre as bactérias para dar início ao processo de eliminação dos 
patógenos. 
Dependendo da gravidade da infecção (o que está relacionado, em grande parte, ao tipo de 
bactéria envolvida na infecção), esse processo se estende, prolongando-se muitas vezes mesmo após a 
eliminação da bactéria.Entretanto, a bactéria pode ser rapidamente eliminada, caso o sistema imune 
 
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da vaca consiga montar uma resposta inflamatória adequada.Isso explica o fato de comumente se 
verificar um quarto mamário quente, duro e dolorido à palpação, que ao invés de leite, se observa uma 
secreção aquosa que, quando submetida ao exame microbiológico, o isolamento bacteriano é geralmente 
negativo 
Exemplo de uma resposta adequada de leucócitos PMN que pode levar à uma rápida eliminação 
da bactéria causadora de mastite (E. coli). (Adaptado de Blowey&Edmondson, 2002) 
 
 
O sistema complemento é um importante componente da imunidade inata, visto que alguns 
fatores estão intimamente envolvidos no processo de inflamação e participam na eliminação de 
microrganismos diretamente ou pela integração com células fagocíticas. 
Segundo BARRIO et al. (2003), a via clássica de ativação do complemento não é claramente 
funcional na glândula mamária e a via alternativa opera com duas consequências: deposição de 
componentes opsonizantes na bactéria e geração de fragmentos próinflamatórios, ou seja, a ativação 
desse sistema resulta na produção dos mediadores pró-inflamatórios C4a, C3a e C5a. Sua ativação 
leva ainda à deposição de fragmentos de clivagem do componente C3 (C3b e C3bi) na superfície dos 
patógenos invasores, o que promove a aderência das bactérias às células fagocíticas pela interação 
com os receptores respectivos dos fagócitos, iniciando o processo de fagocitose (RAINARD & 
POUTREL, 2000). Bactérias Gram-negativas são sensíveis à ação lítica do complemento, enquanto as 
Grampositivas são mais resistentes; embora todas sejam sensíveis à ação opsonizante de C3 e C3bi 
(OVIEDOBOYSO et al., 2007). 
C5a é o fragmento mais biologicamente ativo em recrutar células fagocíticas para o leite. 
Promove o aumento da permeabilidade vascular e atua como potente atrativo para neutrófilos, 
eosinófilos, macrófagos e subpopulaçõesde linfócitos. Possui capacidade também de induzir a resposta 
celular dessas células como modulação do receptor do fagócito a opsoninas, aumenta o metabolismo 
oxidativo, libera eicosanóides e enzimas digestivas e estimula a síntese de citocinas (IL-1 e IL-6) 
(TOMLINSON, 1993). A capacidade de produzir C5 no leite varia muito entre os animais de produção. 
A ativação do sistema complemento por bactérias invasoras depende da quantidade de C5 disponível e 
da atividade da C3/C5 convertase da via alternativa (RIOLLET et al., 2000). Nas vacas com baixa 
 
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concentração de C5, o sistema complemento é pouco eficiente no recrutamento de leucócitos (RAINARD 
& POUTREL, 2000). 
A resposta imune inata representa a primeira barreira contra a mastite, e apresenta 
características que a tornam extremamente importante na proteção da glândula mamária. Dentre 
estas características destacam-se a rapidez de ação, sem que haja um espaço de tempo necessário à 
sua estimulação como ocorre na resposta adaptativa, e a capacidade de agir sobre agentes infecciosos 
ainda desconhecidos do organismo. 
Pesquisas apontaram que alguns nutrientes, tais como vitaminas A e E, selênio, cobre e zinco, 
podem interferir positivamente na resposta da glândula mamária no controle da mastite (Fonseca & 
Santos, 2001). Segundo Andrews et al. (2008), o baixo teor de selênio em vacas de leite pode estar 
fortemente relacionado a deficiências nos mecanismos de defesa, dentre elas, a diminuição da taxa de 
migração de neutrófilos para a glândula mamária. 
Assim, com o maior conhecimento sobre a resposta inata e sobre alternativas para torná-la 
mais eficaz pode ter um grande impacto na prevenção da mastite, ao viabilizar procedimentos 
terapêuticos e demanejo nutricional correto com adequado balanceamento da dieta exerce importante 
papel no aumento da resistência imunológica das vacas contra infecções, e controle desta doença. 
 
03. Estabeleça o Diagnóstico e prognóstico. Técnicas laboratoriais 
Exame do Úbere. Exame Visual (antes da ordenha) 
 Aspectos externos importantes no exame do úbere e tetas, como diferenças no tamanho ou no 
formato das tetas e úbere, devem ser observados e avaliados, pois podem significar mastite 
aguda, crônica ou de longa duração. Em gera, o quarto com mastite aguda recente e o linfonodo 
mamário apresentam aumento de tamanho. Um quarto com infecção crônica tende à atrofia, uma 
vez que ocorre perda parcial ou total de suas funções. Esta observação deve ser realizada antes 
da ordenha, pois com o úbere cheio permitirá melhor visualização das alterações. 
Exame Manual Do Úbere e Tetas (após a ordenha) 
 Em um quarto mamário normal, tanto a cisterna da teta quanto a glândula apresentam-se 
macias e maleáveis. O tecido glandular é constituído de pequenas ondulações, arredondadas e 
uniformes em todos os quartos. 
 Para detectar alterações internas, o exame manual deve ser feito pressionando-se a cisterna da 
glândula afetada, entre os dedos e a palmas das mãos, comparando-a às outras normais. À 
palpação, verifica-se a existência de nódulos, fibrose, edema, aumento da temperatura local ou de 
outros sinais inflamatórios. A presença destes dependerá da origem e duração da infecção e da 
área afetada. 
 
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 O exame físico deve ser realizado imediatamente após a ordenha, pois o excesso de leite no úbere 
interfere no exame manual. 
Teste da Caneca De Fundo Escuro Ou Caneca Telada 
O teste da caneca permite avaliar a aparência dos primeiros jatos de leite e detectar se está 
anormal, o que é indicativo de mastite clínica. Esses jatos são melhor examinados sobre uma 
superfície cuja coloração contrasta com a do leite, daí o uso de uma caneca de fundo escuro. O teste 
é realizado da seguinte forma: 
• Antes de cada ordenha, coletam-
se os três primeiros jatos de leite 
de cada teta, separadamente, em 
uma caneca apropriada de fundo 
escuro ou telado. 
• Em seguida, observam-se 
possíveis alterações do leite, 
conforme descrito a seguir: 
 
a. Presença de grumos ou flocos – na maioria das vezes caracteriza a fase inicial da 
mastite clínica; 
b. Coloração amarelada; 
c. Aspecto aquoso, filamentoso, ligeiramente espesso ou muito espesso; 
d. Presença de pus – mais comum em casos de mastite causada por 
Actinomycespyogenes; 
e. Sangue – pode estar presente quando a mastite vem associada com 
secreção, em um processo inflamatório agudo. 
Este teste apresenta as seguintes vantagens: 
 Diminui as bactérias contaminantes do leite, que se encontram no orifício de entrada ou no canal da 
teta. Com isto, o leite total do rebanho apresentará melhor qualidade. Propicia o diagnóstico da mastite 
clínica em sua fase inicial, facilitando o tratamento e a recuperação do quarto mamário doente. Isto 
permite identificar um animal que necessita atenção especial. Reduz a contaminação do ambiente e do 
material de ordenha, com leite contaminado. 
 Em algumas propriedades este teste tem sido realizado no chão da sala da ordenha, mas este 
procedimento só deve ser adotado se houver condições adequadas de limpeza do chão, ou seja, material 
próprio e esquicho forte de água. O local deve ser lavado em seguida à realização do teste. 
Diagnóstico diferencial da mastite 
 
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 É importante saber diferenciar a mastite de outros problemas ou alterações da glândula mamária. 
Isto evita que sejam realizados tratamentos desnecessários e dispendiosos. Os mais comuns são: 
• Presença De Sangue No Leite: 
 É comum na fase de colostro, pode ser também proveniente de traumatismos repetitivos e esforço 
físico durante a ordenha ou sobreordenha. 
• Hematoma: 
 Acúmulo de sangue localizado na parede do úbere, provocado por traumatismos, sendo o leite do 
quarto afetado normal ou levemente rosado. Infecções nesse caso são raras, e o diagnóstico é feito 
por palpação, detectando--se consistência no local afetado. 
• Edema Fisiológico Do Úbere: 
 Este edema decorre de um acúmulo de líquido proveniente do sangue, simétrico em todo o úbere, 
podendo atingir o abdome e o períneo. Inicia-se no final da gestação (em torno da última semana) e se 
torna mais evidente após o parto, persistindo por alguns dias. É um problema metabólico, mais 
frequente em novilhas de alta produção e raro em vacas. O edema que ocorre em decorrência de mastite 
localiza-se somente no úbere e ocorre juntamente com outros sinais inflamatórios característicos. 
Diagnóstico da mastite subclínica 
Não é possível diagnosticar através de sinais inflamatórios no úbere ou alterações no leite, como se faz 
para os casos clínicos. É necessário de se usar algum teste para sua detecção, que envolve o exame do 
leite para identificação de elementos associados ao processo inflamatório. Em geral estes testes 
baseiam-se na quantificação de células somáticas, no isolamento e identificação de microorganismos, 
quantidade de enzimas do leite, ou na avaliação de seus componentes, tais como a porcentagem de 
caseína, lactose e gordura. 
MÉTODOS DE DETECÇÃO DAS CÉLULAS SOMÁTICAS 
CCS Através De Contadores Eletrônicos 
São examinadas amostras de leite de latão ou tanque de cada propriedade ou individualmente dos 
animais. Baseia-se no princípio de que o leite em análise precisa fluir através de um pequeno orifício, e 
como as células somáticas possuem um determinado tamanho, cada vez que uma delas atravessa o 
orifício, causa um impulso elétrico. No final da análise, o número de impulsos representa a CCS da 
amostra. Os aparelhos mais utilizados para este teste são o “CoulterCounter”, o “Dunstable” e o 
“England”. 
 
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 Outro tipo de teste mais avançado utiliza a fluorescência para realizar a CCS. As amostras de leite 
são diluídas com uma solução tampão e misturadas com um corante fluorescente, que pela microscopia 
direta, detecta o número de células. O aparelho utilizado é o “Fossomatic”,totalmente automatizado, 
que apresenta alta repetibilidade e pode processar mais de 100 amostras por hora. 
Contagem Direta Em Lâmina (CDL) 
Consiste em um esfregaço de 0,01 ml de leite numa área de 1 cm² sobre uma lâmina de vidro, a qual é 
submetida à fixação e coloração com azul de metileno. A leitura é feita por microscopia direta. Este 
método é complicado, vagaroso e sujeito a erros devido à heterogeneidade da distribuição de células na 
lâmina, sendo mais utilizado para calibração dos aparelhos eletrônicos. 
CaliforniaMastitis Test (CMT) 
É considerado o mais eficiente e prático para ser realizado durante a ordenha. A reação de CMT é 
proveniente da ação do reagente sobre as células somáticas presentes no leite, que se torna gelatinoso 
devido à liberação do DNA, presente no núcleo dessas células. Quanto maior a quantidade de células, 
mais forte a reação. 
Teste Do Viscosímetro (WMT) 
 É realizado em um aparelho denominado Viscosímetro, constituído de um suporte metálico com tubos 
individuais de acrílico ou plástico, onde consta uma escala para interpretação dos resultados. Coloca-se 
uma amostra de 2 ml de leite por tubo + 2 ml de reagente (1ml de reagente próprio para CMT, diluído 
em 1ml de água destilada), após medir com pipeta calibrada, mistura-se por 20 segundos com 
movimentos de rotação, deixa-se fluir o excesso da mistura pela extremidade de pequeno calibre dos 
tubos, por 10 segundos e retorno à posição normal e faz-se a leitura em uma escala que varia entre 1 
e 36mm. 
 Teste Para Medir A Condutividade Elétrica 
A mastite subclínica reduz a quantidade de lactose, gordura e caseína do leite e aumenta o de proteínas 
séricas, cloro e sódio. Devido à elevação do teor de Cloreto de Sódio, pelo aumento da permeabilidade da 
membrana interna do úbere aos componentes do sangue, é possível utilizar medidas de condutividade, 
para avaliar infecções de cada quarto mamário separadamente. 
• Detector De Condutividade Manual 
Coleta-se individualmente, uma amostra de leite do quarto a ser examinado, diretamente na abertura 
do detector pressiona-se o botão para fazer a leitura do teste, o resultado aparece instantaneamente 
em uma escala com leituras variando entre 0 a 9, acoplada a parte interna do aparelho, onde a leitura 
é feita. 
 
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Observação: 0- baixo, quartos sádios; entre 1 e 4- quartos considerados normais e entre 5 e 9 
resultados positivos para mastite clínica. 
• Sistema De Condutividade Acoplado À Ordenhadora Mecânica 
Faz o monitoramento diário das vacas em lactação com mastite subclínica, permitindo uma conduta 
imediata e a tempo de interromper o processo infeccioso. 
Exames Microbiológicos 
 São complementares aos realizados “ao pé’ do animal, ou em plataformas de recepção de indústrias 
ou mesmo em laboratórios. São indispensáveis em um programa de controle da mastite, pois é possível 
identificarem os microrganismos responsáveis pela infecção. 
 As amostras de leite enviadas ao laboratório devem ser coletadas assepticamente, ou seja, livres de 
sujeiras e de contaminação, para não alterar o resultado do exame. O procedimento correto na coleta 
de leite para análises microbiológicas é conter a vaca, higienizar as mãos com água e sabão antes da 
coleta e lavar as tetas com água e secar com folhas de papel toalha e desprezar os primeiros jatos de 
leite, desinfetar as tetas com algodão ou gaze em embebido em álcool e evitar o contato da teta com 
a boca do frasco esterilizado. Coletar entre 5ml a 10ml de leite, fechar imediatamente o frasco e 
identificá-lo e enviar a amostra o mais rápido possível ao laboratório, conservação sob refrigeração até 
chegar ao laboratório. 
Prognóstico 
 É favorável quando realizado o tratamento adequado. 
04. Tratamento. Caracterizando grupo farmacológico, mecanismo de ação do fármaco 
Os testes de susceptibilidade antimicrobiana in vitro são normalmente utilizados para auxiliar na 
escolha do antimicrobiano para tratamento da mastite. 
A gravidade dos casos de mastite clínica pode ser classificada em 3 diferentes escores: 1) leve, somente 
alteração do leite (grumos, coágulos); 2) moderado, alterações do leite e de sintomas no quarto afetado 
(inchaço, dor); 3) grave, além dos sintomas dos escore 2, a vaca apresenta sintomas sistêmicos (febre, 
desidratação, prostração). 
Para a definição de um protocolo adequado de tratamento, após o diagnóstico inicial, recomenda-se a 
classificação do caso de mastite com base na gravidade dos sintomas (escores 1, 2 e 3) e a coleta de 
amostra para cultura microbiológica. O protocolo de tratamento a ser utilizado deve levar em conta a 
gravidade do caso, o tipo de agente predominante no rebanho e o histórico da vaca. 
 
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Para que a terapia com antibiótico tenha bons resultados, a droga deve atingir os locais da infecção no 
quarto afetado e manter concentração mínima inibitória por um período mínimo necessário para eliminar 
o microrganismo. A via mais comum para tratamento de casos de mastite clínica em vacas leiteira é a 
intramamária. Os tratamentos dos casos clínicos leves são feitos geralmente pela infusão 
intramamária de antibiótico de amplo espectro. 
Streptococcus agalactiae é extremamente sensível a antibioticoterapia comumente usada por via 
intramamária com taxas de cura que variam entre 80 a 100%. Os princípios ativos mais recomendados 
para tratamento de Streptococcus agalactiae, são a penicilina, a cefalosporina, a cloxacilina e a 
eritromicina.