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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 CONCEITO VISÃO GERAL DA INFLAMAÇÃO: - A inflamação é uma resposta dos tecidos vascularizados a infecções e tecidos lesados - Consiste em recrutar células e moléculas de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessárias com a finalidade de eliminar os agentes agressores - É uma resposta protetora essencial à sobrevivência - Destina-se a livrar o organismo tanto da causa inicial da lesão celular (p. ex., microrganismos, toxinas) quanto das respectivas consequências (p. ex., células e tecidos necróticos) - Os mediadores de defesa incluem leucócitos fagócitos, anticorpos e proteínas do complemento. Normalmente, a maioria circula pelo sangue, de onde podem ser rapidamente recrutados para qualquer lugar do corpo; algumas das células também residem nos tecidos - O processo de inflamação envia essas células e proteínas aos tecidos lesados ou necróticos e aos invasores estranhos, como microrganismos, e ativa as células e moléculas recrutadas, que funcionam de modo a eliminar as substâncias indesejadas ou nocivas - Além das células anti-inflamatórias, os componentes da imunidade inata incluem outras células, como, por exemplo, as células natural killer, células dendríticas e células epiteliais, além de fatores solúveis, como as proteínas do sistema complemento. Juntos, esses componentes da imunidade inata agem como a primeira barreira contra a infecção. Também têm a função de eliminar células danificadas e corpos estranhos - A reação inflamatória típica se desenvolve por meio de etapas: 1. O agente agressor, que se situa nos tecidos extravasculares, é reconhecido pelas células e moléculas hospedeiras 2. Os leucócitos e as proteínas do plasma são recrutados da circulação para o local onde o agente agressor está localizado 3. Os leucócitos e as proteínas são ativados e trabalham juntos para destruir e eliminar a substância agressora 4. A reação é controlada e concluída 5. O tecido lesado é reparado PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS: COMPONENTES DA RESPOSTA ANTI- INFLAMATÓRIA: - Os maiores participantes da reação nos tecidos são os vasos sanguíneos e leucócitos - Os vasos sanguíneos se dilatam para reduzir o fluxo sanguíneo e, ao aumentar sua permeabilidade, permitem que proteínas circulatórias selecionadas entrem no local da infecção ou do tecido lesado - As características do endotélio vascular também se alteram de tal forma que, inicialmente, os leucócitos chegam a parar, migrando, em seguida, para os tecidos. Os leucócitos, uma vez recrutados, são ativados e adquirem a habilidade de ingerir e destruir os microrganismos e as células mortas, bem como corpos estranhos e outros materiais indesejados nos tecidos NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 CONSEQUÊNCIAS NOCIVAS DA INFLAMAÇÃO: - As reações anti-inflamatórias de proteção contra infecções são, em geral, acompanhadas por lesão tecidual local e seus sinais e sintomas associados (p. ex., dor e perda funcional) - Tipicamente essas consequências nocivas são autolimitadas e se resolvem à medida que a inflamação vai se reduzindo, deixando pouco ou nenhum dano - Há muitas doenças em que a reação inflamatória é mal direcionada (p. ex., contra os próprios tecidos nas doenças autoimunes), ocorre contra substâncias ambientais normalmente inofensivas (p. ex., em alergias), ou é inadequadamente controlada. Nesses casos, a reação inflamatória normalmente protetora se torna a causa da doença, e o dano que produz é a característica dominante - As reações inflamatórias são a base das doenças crônicas comuns, como artrite reumatoide, aterosclerose e fibrose pulmonar, assim como de reações de hipersensibilidade a picadas de insetos, fármacos e toxinas com risco de morte. Por essa razão, fármacos anti-inflamatórios, idealmente, deveriam controlar as sequelas nocivas da inflamação sem interferir em seus efeitos benéficos - A inflamação contribui para uma variedade de doenças que acreditamos ser primariamente metabólicas, degenerativas ou alterações genéticas, como o diabetes tipo 2, doença de Alzheimer e câncer - Em reconhecimento às consequências prejudiciais de amplo espectro da inflamação, ela é dramaticamente referida como o “assassino silencioso” INFLAMAÇÃO LOCAL E SISTÊMICA: - A reação tecidual é uma resposta local a uma infecção ou a um dano localizado. Embora até mesmo essas reações locais possam ter manifestações sistêmicas (p. ex., febre no quadro de faringite bacteriana ou viral), a reação é confinada principalmente ao local de infecção ou dano - Em situações raras, como, por exemplo, algumas infecções bacterianas disseminadas, a reação inflamatória é sistêmica e causa anormalidades patológicas generalizadas. A essa reação, dá-se o nome de sepse, que é uma forma de síndrome de resposta inflamatória sistêmica MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO: - As reações vasculares e celulares da inflamação são deflagradas por fatores solúveis que são produzidos por várias células ou derivados de proteínas plasmáticas e são geradas ou ativadas em resposta aos estímulos inflamatórios - Microrganismos, células necróticas (qualquer que seja a causa da morte celular) e até mesmo a hipóxia podem estimular a produção de mediadores inflamatórios e provocar inflamação - Esses mediadores iniciam e amplificam a resposta inflamatória, determinando seu padrão, severidade e manifestações clínicas e patológicas INFLAMAÇÃO CRÔNICA E AGUDA: - A rápida resposta inicial a infecções e ao dano tecidual é chamada de inflamação aguda - A inflamação aguda é rápida no início (tipicamente, leva minutos) e de curta duração, persistindo por horas ou poucos dias. Suas principais características são a exsudação de fluido e proteínas plasmáticas (edema) e a emigração de leucócitos, predominantemente neutrófilos (também chamados de leucócitos polimorfonucleares) - Quando a inflamação aguda atinge o objetivo desejado de eliminar os agressores, a reação é reduzida, mas, se a resposta não for suficiente para remover o estímulo, pode progredir para uma fase prolongada chamada de inflamação crônica - O processo inflamatório crônico é de longa duração e está associado a maior destruição NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 tecidual, presença de linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos e deposição de tecido conjuntivo - A inflamação aguda é um dos tipos de reação de defesa do hospedeiro conhecido como imunidade inata, enquanto a inflamação crônica é mais proeminente nas reações de imunidade adaptativa TÉRMINO DA INFLAMAÇÃO E INÍCIO DO REPARO TECIDUAL: - A inflamação termina quando o agente agressor é eliminado - Areação se resolve porque os mediadores são esgotados e dissipados e os leucócitos têm vida curta nos tecidos. Além disso, os mecanismos anti- inflamatórios são ativados e servem para controlar a resposta e evitar que cause dano excessivo ao hospedeiro - Uma vez que a inflamação tenha atingido seu objetivo de eliminar os agentes agressores, também ativa o processo de reparo tecidual. O reparo consiste em uma série de eventos que restauram o tecido danificado. Nesse processo, o tecido lesado é substituído pela regeneração das células sobreviventes e o preenchimento de defeitos residuais por tecido conjuntivo (cicatrização) ESTÍMULOS INFLAMATÓRIOS CAUSAS DA INFLAMAÇÃO: - As reações inflamatórias agudas podem ser deflagradas por uma variedade de estímulos: INFECÇÕES: - Bacteriana, virótica, fúngica, parasitária e toxinas microbianas estão entre as causas mais comuns e clinicamente importantes da inflamação - Os diferentes patógenos infecciosos geram respostas anti-inflamatórias variadas, desde uma inflamação aguda leve que causa pouco ou nenhum dano duradouroe erradica com sucesso a infecção a reações sistêmicas severas que podem ser fatais, até reações crônicas prolongadas que causem lesão tecidual extensa - Os resultados são determinados principalmente pelo tipo de patógeno e, até certo ponto, pelas características do hospedeiro, as quais são pouco definidas NECROSE DOS TECIDOS: - Propicia a inflamação, independentemente da causa da morte celular, que pode incluir isquemia (fluxo sanguíneo reduzido, a causa do infarto do miocárdio), trauma e lesões físicas e químicas (p. ex., lesão térmica, como ocorre em queimaduras ou congelamento; irradiação; exposição a algumas substâncias químicas ambientais) - Sabe-se que várias moléculas liberadas das células necróticas causam inflamação CORPOS ESTRANHOS: - Lascas de madeira, sujeira, suturas podem deflagrar inflamação porque causam lesão tecidual traumática ou transportam microrganismos - Até mesmo algumas substâncias endógenas podem ser consideradas potencialmente nocivas se grandes quantidades forem depositadas nos tecidos; tais substâncias incluem cristais de urato (na doença da gota), cristais de colesterol (na aterosclerose) e lipídios (na síndrome metabólica associada à obesidade) REAÇÕES IMUNES: - Também chamadas de reações de hipersensibilidade - São aquelas em que o sistema imune, normalmente protetor, causa dano nos próprios tecidos do indivíduo - As respostas imunes lesivas são direcionadas contra antígenos próprios, causando as doenças autoimunes, ou são reações excessivas contra substâncias, como em alergias, ou contra microrganismos do ambiente - Devido ao fato de os estímulos para as respostas inflamatórias (p. ex., antígenos próprios e ambientais) não poderem ser eliminados, as reações autoimunes e alérgicas tendem a ser persistentes e dificultar a cura, sendo NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 frequentemente associadas à inflamação crônica, além de serem causas importantes de morbidade e mortalidade FASES/FENÔMENOS DA INFLAMAÇÃO FENÔMENOS IRRITATIVOS: - Agressão e dano de tecidos vascularizados: inflamação aguda - Toda inflamação começa com os fenômenos irritativos - Quando ocorre a agressão (de natureza biológica ou qualquer) as moléculas sinalizadoras de agressão (PAMP e alarminas) atuam em receptores celulares e induzem a liberação de mediadores que desencadeiam os demais fenômenos inflamatórios - Essa etapa inicial da inflamação é crucial para se definir o curso do processo: as moléculas sinalizadoras de agressão determinam a síntese de diferentes mediadores, pró e anti-inflamatórios, dependendo deles o início do processo e suas intensidade e evolução - Alguns passos podem ser citados nessa etapa: 1. O fenômeno irritativo inicia a liberação de mediadores da inflamação, que continua durante a evolução do processo, uma vez que um mediador induz a liberação de outros, inclusive com efeitos antagônicos (mediador pró-inflamatório induz um anti-inflamatório); 2. A inflamação se inicia e progride porque os mediadores de efeito pró-inflamatório precedem ou sobrepujam os efeitos dos mediadores anti- inflamatórios; 3. As células do exsudato são as mais importantes fontes de mediadores para a progressão da inflamação e dos que atuam na resolução do processo; 4. A mudança na expressão de receptores nos tecidos e nos leucócitos exsudados, com aumento progressivo daqueles para mediadores anti- inflamatórios, é importante na resolução da inflamação; 5. Alguns mediadores de reparo também participam do processo de resolução da inflamação. Sendo assim, o conjunto de modificações morfológicas e funcionais provocadas pelo agente flogógeno nos tecidos provoca: o Liberação de mediadores químicos, que promovem o aumento da permeabilidade vascular. o Principais grupos de mediadores químicos que atuam na inflamação são divididos em dois grupos segundo o tempo de contato dos tecidos com o agente inflamatório: Mediadores químicos de ação rápida; Mediadores químicos de ação prolongada. FENÔMENOS VASCULARES: - São representados por modificações hemodinâmicas e reológicas da microcirculação comandadas por mediadores liberados durante os fenômenos irritativos e, menos frequentemente, por ação direta do agente inflamatório - Os fenômenos vasculares são reconhecidos por modificações morfológicas induzidas pela hiperemia: a vermelhidão inicial (hiperemia ativa), que progressivamente se torna mais escura (hiperemia passiva). Objetivo: facilitar o movimento de proteínas e células sanguíneas da circulação para o local da lesão ou infecção. o Histamina, bradicinina, leucotrienos, neuropeptídios, subst. P. o Leve a chamada tríplice resposta de Lewis: isquemia, hiperemia e edema. Desencadeada por reflexos nervosos locais pelo agente inflamatório. o Vasodilatação; o Aumento da permeabilidade; o Saída de líquido da circulação; o Consequências da estase circulatória. Transudato: é formado quando há perda de fluido para fora, devido à pressão hidrostática aumentada ou de pressão osmótica diminuída. Exsudato: é formado na inflamação porque esta aumenta a permeabilidade vascular como um resultado do aumento de espaços interendoteliais NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 FENÔMENOS EXSUDATIVOS: - Saída dos elementos do sangue (plasma e células) do leito vascular para o interstício - Oriundo do aumento da permeabilidade vascular - Embora independente, em geral a exsudação plasmática precede a exsudação celular; a predominância de um ou de outra varia de acordo com os mediadores liberados. o Edema inflamatório rico em proteínas. o A exsudação celular: há abertura de fendas na parede vascular. o O principal fenômeno da exsudação celular: é a saída de leucócitos da luz vascular e sua migração para o local agredido. o Esse fenômeno da exsudação celular segue algumas fases: Pavimentação: os leucócitos posicionam- se adjacentes às células endoteliais. Migração: os leucócitos migram pelas fendas entre as células endoteliais. As células migram pelo fenômeno de quimiotaxia (transmigração ou diapedese). A célula possui em sua membrana plasmática receptores para algumas substâncias, que faz com que a célula perceba a existência dessa em locais específicos e elas migrem para o local. FENÔMENOS DEGENERATIVOS – NECRÓTICOS: - Composto por células com alterações degenerativas reversíveis ou não - São produzidos por ação direta ou indireta do agente inflamatório e podem aparecer no início ou no curso de uma inflamação - Algumas vezes, os fenômenos alterativos representam o efeito imediato da ação do agente inflamatório, e a partir deles inicia-se a irritação, com liberação de alarminas e de mediadores dos fenômenos vasculares e exsudativos (ex.: agressão por soda cáustica) - Degenerações e/ou necrose em inflamações resultam principalmente de trombose na microcirculação, da atividade de produtos das células do exsudato ou de fenômenos imunitários (ex.: tuberculose). FENÔMENOS PRODUTIVO – REPARATIVO: - Neoformação conjuntiva e vascular destinada a reparar os tecidos lesados durante o processo inflamatório - Uma agressão que induz inflamação pode provocar lesões degenerativas ou necrose, as quais devem ser reparadas por regeneração ou por cicatrização - Quimiocinas, citocinas e fatores de crescimento liberados pelos tecidos inflamados, em especial pelas células do exsudato, orquestram os fenômenos de reparação, em paralelo com os fenômenos resolutivos, de tal modo que a resolução e a reparação se processem de maneira simultânea e coordenada MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO: AMINAS VASOATIVAS, PROTEASES PLASMÁTICAS, SISTEMAS COMPLEMENTO, DAS CININAS E DA COAGULAÇÃO, METABÓLITOS DO ÁCIDO ARACDÔNICO MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO:- São as substâncias que iniciam e regulam as reações inflamatórias - Os mediadores mais importantes da inflamação aguda são as aminas vasoativas, os produtos lipídicos (prostaglandinas e leucotrienos), as citocinas (incluindo as quimiocinas) e os produtos da ativação do complemento. Esses mediadores induzem vários componentes da resposta inflamatória tipicamente através de mecanismos distintos, e é por isso que inibir cada um deles tem sido terapeuticamente benéfico - Origem dos mediadores químicos: Liberação a partir das células residentes dos tecidos conjuntivos; Liberação a partir das células circulantes; Mediadores produzidos pelas próprias células lesadas; Ativação de mediadores já presentes no plasma. AMINAS VASOATIVAS: - Histamina e Serotonina são as 2 principais aminas vasoativas - Encontradas em mastócitos, basófilos e plaquetas NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO: - Os mediadores lipídicos, prostaglandinas e leucotrienos, são produzidos a partir do ácido araquidônico (AA), presente nos fosfolipídios da membrana, estimulando as reações vasculares e celulares na inflamação aguda Prostaglandinas As prostaglandinas (PGs) são produzidas pelos mastócitos, macrófagos, células endoteliais e muitos outros tipos celulares, e estão envolvidas em reações vasculares e sistêmicas da inflamação Leucotrienos Os leucotrienos são produzidos por leucócitos e mastócitos através da ação da lipoxigenase, e são envolvidos nas reações vasculares e do músculo liso, bem como no recrutamento de leucócitos Lipoxinas As lipoxinas também são geradas a partir do AA através da via de lipoxigenase, mas, diferentemente das prostaglandinas e leucotrienos, as lipoxinas suprimem a inflamação ao inibir o recrutamento de leucócitos CITOCINAS E QUIMIOCINAS: - As citocinas são proteínas produzidas por muitos tipos celulares (principalmente linfócitos, células dendríticas e macrófagos ativados, mas também células endoteliais, epiteliais e do tecido conjuntivo) que medeiam e regulam as reações imunológicas inflamatórias - Citocinas mais importantes na inflamação aguda: TNF IL-1 IL-6 Quimiocinas IL-7 - Mais importantes na inflamação crônica: IL-12 INF-gama IL-17 SISTEMA COMPLEMENTO: - O sistema complemento é uma coleção de proteínas solúveis e de receptores de membrana que funcionam principalmente na defesa do hospedeiro contra os microrganismos e nas reações inflamatórias patológicas - A clivagem de C3 pode ocorrer por uma das 3 vias seguintes: • A via clássica, que é desencadeada pela fixação do C1 ao anticorpo (IgM ou IgG) que se combinou com o antígeno • A via alternativa, que pode ser desencadeada pelas moléculas da superfície de microrganismos (p. ex., endotoxina ou LPS), polissacarídeos complexos, veneno de cobra e outras substâncias, na ausência do anticorpo • A via da lectina, na qual a lectina ligante à manose do plasma se liga aos carboidratos nos microrganismos, ativando diretamente o C1 - Todas as 3 vias de ativação do complemento levam à formação de uma enzima ativa chamada C3 convertase, que quebra o C3 em dois fragmentos funcionalmente distintos: o C3a e o C3b - O sistema complemento tem 3 funções principais: • Inflamação C3a, C5a e, em menor grau, C4a são produtos da quebra dos componentes correspondentes do complemento que estimulam a liberação de histamina dos mastócitos e, assim, aumentam a permeabilidade vascular e causam vasodilatação. Eles são chamados de anafilatoxinas porque têm efeitos similares àqueles mediadores dos mastócitos que estão envolvidos na reação chamada de anafilaxia. O C5a também é um potente agente quimiotático para neutrófilos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Além disso, o NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 C5a ativa a via da lipoxigenase do metabolismo do AAem neutrófilos e monócitos, causando liberação de mais mediadores inflamatórios • Opsonização e fagocitose C3b e o produto de sua quebra iC3b (C3b inativado), quando fixados à parede celular bacteriana, agem como opsoninas e promovem fagocitose pelos neutrófilos e macrófagos, que têm receptores de superfície para os fragmentos do complemento • Lise celular A deposição do MAC nas células torna essas células permeáveis a água e íons, resultando em morte (lise) das células. Esse papel do complemento é importante principalmente por eliminar os microrganismos com paredes celulares finas, tais como as bactérias do gênero Neisseria. Além disso, a deficiência dos componentes terminais do complemento gera predisposição a infecções por essas bactérias FATOR DE ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA (PAF): - O PAF é outro mediador derivado de fosfolipídios, descoberto como o fator que causava agregação plaquetária, mas agora é conhecido por apresentar múltiplos efeitos inflamatórios - Uma variedade de tipos celulares, incluindo as próprias plaquetas, os basófilos, mastócitos, neutrófilos, macrófagos e as células endoteliais, pode elaborar o PAF em ambas as formas, secretada e ligada à célula - Além da agregação plaquetária, o PAF causa vasoconstrição e broncoconstrição, e, em concentrações baixas, provoca vasodilatação e aumento de permeabilidade venular PRODUTOS DA COAGULAÇÃO: - A inibição da coagulação reduz a reação inflamatória a alguns microrganismos, levando à hipótese de que a coagulação e a inflamação eram processos conectados. Esse conceito foi apoiado pela descoberta dos receptores ativados pela protease (PARs), os quais são ativados pela trombina (a protease que cliva o fibrinogênio para produzir fibrina, substância que forma o coágulo) e expressos nas plaquetas e leucócitos - É provável que o papel principal dos PARs consista na ativação das plaquetas durante o processo de coagulação - É difícil dissociar coagulação e inflamação, já que praticamente todas as formas de lesão tecidual que levam à coagulação também produzem inflamação, além do que a inflamação causa mudança nas células endoteliais, o que aumenta a probabilidade de haver coagulação anormal - O fato de os produtos da coagulação propriamente ditos desempenharem papel-chave na estimulação da inflamação ainda não foi comprovado CININAS: - As cininas são peptídeos vasoativos derivados das proteínas plasmáticas, chamadas de cininogênio, pela ação de proteases específicas denominadas calicreínas - A enzima calicreína cliva um precursor glicoproteico plasmático, o cininogênio de alto peso molecular, para produzir bradicinina - A bradicinina aumenta a permeabilidade vascular e causa contração do músculo liso, dilatação dos vasos sanguíneos e dor quando injetada na pele. Esses efeitos são similares àqueles da histamina - A ação da bradicinina é de curta duração, porque ela é rapidamente inativada por uma enzima chamada cininase - A bradicinina tem sido vista como um mediador em algumas formas de reação alérgica, como, por exemplo, a anafilaxia PRINCIPAIS EVENTOS DA INFLAMAÇÃO - Alteração no fluxo e calibre dos vasos sanguíneos: Vasoconstrição das arteríolas; Vasodilatação; Reduz a velocidade de circulação, com consequente estase; Marginação dos leucócitos; Aumento da permeabilidade vascular: o Ocorre aumento da pressão hidrostática (devido à vasodilatação) NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 e redução da pressão osmótica (devido à perda de líquido rico em proteínas para o interstício). Migração de leucócitos sanguíneos para o tecido: o Adesão: ocorre por interações entre moléculas de adesão complementares presentes nos leucócitos e no endotélio. o Migração e quimiotaxia: os leucócitos migram para o local de lesão ao longo de um gradiente químico de agentes quimiotáticos. Fagocitose:o Reconhecimento e fixação da partícula a ser englobada pelo leucócito; o Emissão de pseudópodes com formação do fagossomo e fagolisossomo. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DURAÇÃO - Aguda: é de alta intensidade e curta duração (minutos, horas ou dias); há presença de exsudato inflamatório; é a resposta imediata e precoce ao agente nocivo; promove o transporte de mediadores imunológicos e proteínas plasmáticas para o local da lesão. Seus dois principais componentes, são: Alterações vasculares: vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular; Eventos celulares: emigração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo no foco da lesão, tornando-os aptos para eliminar o agente agressor. Os neutrófilos são os principais leucócitos da inflamação aguda. Estímulos para a inflamação aguda: Infecções bacterianas, virais e parasitárias: entre as causas clinicamente importantes mais comuns. Toxinas microbianas; Trauma (corte e penetração): vários agentes químicos e físicos; toxicidade de algumas substâncias químicas lesam as células do hospedeiro e induzem as reações inflamatórias. Necrose: por qualquer causa, incluindo isquemia e lesão química ou física. Corpos estranhos: farpas, poeira, suturas e depósitos de cristais. Reações de hipersensibilidade: contra substâncias ambientais ou contra os próprios tecidos. Como esses estímulos para as respostas inflamatórias não podem ser eliminados ou evitados, as reações tendem a ser persistentes, frequentemente apresentando características de inflamação crônica. - Crônica: longa duração; destruição tecidual induzida por células inflamatórias. Substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo (cicatrização) através da angiogênese e da fibrose. Estímulo lesivo persistente e a cicatrização não se completa. CLASSIFICAÇÃO DA INFLAMAÇÃO AGUDA QUANTO AO ELEMENTO TECIDUAL PREDOMINANTE - Quanto ao tipo de elemento tecidual (padrão morfológico) predominante pode ser: Serosa: predomina a exsudação de líquido amarelo-citrino, com composição semelhante à do soro do sangue. Ex.: bolha de queimaduras. Fibrinosa: predomínio de exsudato fibrinoso que origina aliado à presença de tecido necrótico, placas esbranquiçadas principalmente sobre as mucosas e as serosas. Ex.: Pericardite fibrinosa. Hemorrágica: predomínio do componente hemorrágico no tecido inflamado. Ex.: glomerulonefrite aguda hemorrágica. Necrotizante ou ulcerativa: presente nos focos inflamatórios como indicativo da irreversibilidade das lesões nos tecidos. A ulceração se dá quando a necrose é superficial, levando à perda do revestimento epitelial. Purulenta ou supurativa: é composta pelo pus, líquido de densidade, cor e cheiro variáveis, constituído por soro, exsudato e células mortas principalmente neutrófilos e macrófagos. Ex.: Abcesso (pus está contido, ou seja, circunscrito à uma determinada região). SINAIS FLOGÍSTICOS - Temos 5 sinais flogísticos: calor, rubor, edema, dor e limitação funcional. CALOR: - O calor local é uma manifestação presente em processos inflamatórios, sendo decorrente principalmente da vasodilatação, e assim com maior fluxo sanguíneo na região, gera também esse aumento da temperatura. RUBOR: NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 - O rubor é a vermelhidão, é também decorrente da vasodilatação e com o aumento do diâmetro do vaso e consequente aumento do fluxo sanguíneo local, é gerada essa hiperemia. EDEMA: - Para que ocorra a diapedese é necessário o aumento da permeabilidade celular, e com isso podem passar substâncias - Uma dessas substâncias é o fluido, que sai do vaso e se dirige em direção ao tecido e ali se acumula provocando aumento de volume. Esse fluido pode conter substâncias como água e proteínas. DOR: - A dor – talvez um dos sintomas mais importantes, pois afeta diretamente a qualidade de vida do indivíduo - Uma das causas da dor é o edema que pode comprimir estruturas nervosas e gerar tal quadro doloroso. - Outro fator muito importante é a liberação de algumas substâncias como bradicinina e prostaglandinas, produtos da cascata do ácido araquidônico, que provocam uma hiperalgesia, ou seja, aumento da sensibilidade dolorosa, e assim ocorre a dor LIMITAÇÃO FUNCIONAL: - Se dá por uma união de fatores como a dor e o edema, principalmente, que acabam dificultando o indivíduo a realizar suas atividades - O tipo de limitação varia de acordo com a localização da dor, por exemplo, se o problema é no pé, pode haver dificuldade para andar
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