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Isabela Lobo Lima 1 O traçado do ECG normal O PAPEL DE REGISTRO Quando observamos o plano horizontal › avaliar a velocidade › determina o tempo de registro • 25mm/s › padrão • 1mm › 0,04s Quando observamos o plano vertical › avaliar a voltagem • 10 mm › 10 quadradinhos › 1 mV › N (padrão normal de amplitude do ECG) PADRONIZAÇÃO DO REGISTRO • Padronização convencional: o N = 10mm = 1mV • Padronizações alternativas: o 2N = 20mm = 2mV › baixas voltagens › para visualizar melhor › ampliar registro • Exemplo: derrame pericárdico › afasta o coração da caixa torácica o N/2 = 5mm = 0,5mV › altas voltagens › reduzir o traçado no papel • Exemplo: grandes hipertrofias ventriculares › espessura da parede aumenta Marcação da amplitude: significa que ela contém 10 quadradinhos › 1mV Isabela Lobo Lima 2 ANÁLISE DO ELETROCARDIOGRAMA 1. Identificação do traçado • Nome do paciente • Idade e sexo • Data e hora do registro 2. Avaliar os 3 grandes eventos › P, QRS e T • Analisar › duração, amplitude e forma 3. Analisar › intervalo PR, segmento ST, intervalo QT 4. Cálculo da frequência • Regra 1500 = divide-se 1500 pelo número de quadradinhos contidos em 1 intervalo R- R • Regra 300 = divide-se 300 pelo número de quadrados grandes contidos em 1 intervalo R-R • A FC normal varia de 50 a 100bpm 5. Onda P: • Eixo elétrico médio › entre 0 e 90° • Onda P obrigatoriamente positiva › D1, D2 e aVF › ritmo sinusal (a partir do nó sinuasal em sentido ao nó AV). • Amplitude › até 2,5mm em D2 • Duração › até 2,5mm (0,10s) em D2 • Forma › arredondada, monofásica • V1 = difásica (plus-minus) Plus-minus Isabela Lobo Lima 3 6. Intervalo PR: tempo de condução do impulso elétrico no nó AV • Medido do início onda P até início da 1ª onda do QRS (q ou R) • Varia de 0,12s a 0,20s (até 5 quadradinhos) • Pri < 0,12s › pré-excitação • Pri > 0,20s › bloqueio AV de 1º grau – dificuldade de o impulso passar pelo nó AV. • Segmento PR (final da P e início do QRS) › nivelar com linha de base • Supradesnivelamento de segmento PR › infarto atrial 7. Complexo QRS • Eixo elétrico médio › - 30°a 90° • Brevilíneos, obesos e gestantes › desvio para esquerda • Longilíneos, coração gota (DPOC) › desvio para direita • Duração › 0,06 a 0,11s (até 2,5mm) • Amplitude › frontal: 5 a 20mm e precordiais: 10 a 30mm. Baixa voltagem = < 5mm no plano frontal • Forma › varia com a derivação avaliada Isabela Lobo Lima 4 Complexos QRS no plano frontal Complexos QRS no plano horizontal Eixo de ativação do QRS (SÂQRS) Isabela Lobo Lima 5 8. Segmento ST • Inicia-se no ponto J (ponto final do QRS) e termina no ramo ascendente da onda T • Pequenos desvios da linha de base (1 a 1,5mm) › normal • Desvio maiores › distúrbios da repolarização, hipertrofias, bloqueios de ramo, corrente de lesão • Forma: desvio com convexidade superior (abóbada) à provavelmente patológico 9. Onda T • Eixo elétrico médio › 0°a 90° • Onda T positiva › D1, D2 e aVF e com polaridade varíavel em D3 e aVL, dependendo da posição elétrica do coração • Coração horizontal › onda T negativa em D3 e positiva em aVL • Coração vertical › onda T positiva em aVL e negativa em D3 • Plano horizontal ›positiva em V5 e V6 e variável em V1 e V2 • Forma › assimétrica (ascendente lento e descendente rápido) • Amplitude e duração › não há critérios bem definidos Isabela Lobo Lima 6 10. Intervalo QT • Medido do início do QRS até o final da onda T • Deve-se avaliar o QT corrigido pela frequência cardíaca • Valores normais: • Homens › até 0,45s • Mulheres › até 0,47s • QT longo › pode estar relacionado a morte súbita • QT longo › hipocalcemia e hipocalemia • QT curto › hipercalcemia e hipercalemia • Medido do início do QRS até o final da onda T • Fórmula de Hodges (recomendado pelo AHA e Braunwald) • Relativamente insensível às variações de frequência cardíaca • Fórmula (valores em ms): QTc = QT medido + 1,75 (FC – 60) 11. Onda U • Última e menor deflexão do ECG • Inscreve-se após a onda T e de mesma polaridade • Geralmente visível apenas em frequências cardíacas baixas • Gênese atribuída: • Repolarização tardia das fibras de Purkinge • Repolarização dos músculos papilares • Potenciais tardios do septo Isabela Lobo Lima 7 SISTEMÁTICA DE ANÁLISE DO ECG • Ritmo • Frequência cardíaca • Duração, amplitude e eixo da onda P • Intervalo PR • Duração, amplitude e eixo do complexo QRS • Segmento ST • Forma, amplitude e eixo da onda T • Intervalo QTc RITMO • Ritmo sinusal – Onda P positiva em D1, D2 e aVF – Onda P precedendo cada complexo QRS AVALIAR A REGULARIDADE • Intervalos R-R regulares (discretas irregularidades são normais) CÁLCULO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA • Regra 1500 = divide-se 1500 pelo número de quadradinhos contidos em 1 intervalo R-R • Regra 300 = divide-se 300 pelo número de quadrados grandes contidos em 1 intervalo R-R AVALIAR ONDA P E PRI • Duração onda P à até 2,5mm • Amplitude onda P à até 2,5mm • Intervalo PR à até 5mm (0,20s) DETERMINAR O EIXO DO QRS • Observar as derivações clássicas (plano frontal) • Utilizar o sistema de eixos (rosa dos ventos) • - 30°a 90°à eixo do QRS normal Isabela Lobo Lima 8 AVALIAR COMPLEXOS QRS E T • No plano frontal: – não deve haver onda Q profunda (exceto aVR) – as ondas T devem ser positivas em D1, D2 e aVF • No plano frontal: – as ondas R cresce de V1 para V6 – as ondas T devem ser positivas em V5 e V6 (variam em V1 e V2) • Duração QRS: < 120ms MEDIR O QTc • Medir na derivação de maior amplitude e limites nítidos, geralmente, V2 e V3. Medir do final do QRS ao início da onda T. VARIANTES DO PADRÃO NORMAL • Persistência do padrão juvenil – Incidência 0,5 a 4,5% – Inversão de onda T de V1 a V3 ou V4 – Inversão de T pode chegar até 5mm – Em geral, diminuem com a inspiração profunda • Síndrome da repolarização precoce – Comum em jovens, vagotônicos, nas precordiais – Supradesnivelamento ST no ponto J de 1 a 4mm com concavidade superior – Empastamento ou entalhe na porção descendente de R – Onda Q profundas e estreitas nas precordiais esquerdas – Onda T simétrica e de grande amplitude – Baixa frequência cardíaca Isabela Lobo Lima 9 • Coração do Atleta – Alterações decorrentes do treinamento físico intenso – Bradicardia sinusal e arritmia sinusal – Batimentos e ritmos de escape juncional – BAV de 1°grau ou BAV 2°grau Mobitz I – Aumento da amplitude de P ou do complexo QRS
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