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TEMA 02 - DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL

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OBJETIVOS 
 
 
 
DEFINIÇÃO 
Conceitos e definições sobre impacto 
e risco ambiental e sua relação com as 
atividades antropogênicas. 
Importância da elaboração de um 
planejamento ambiental e seus 
benefícios e análise de indicadores e 
ferramentas de sustentabilidade. 
 
PROPÓSITO 
Reconhecer que os avanços da 
Engenharia podem levar a benefícios, 
mas também a problemas nos três 
pilares da sustentabilidade (economia, 
sociedade e ambiente). Identificar o 
desenvolvimento sustentável como a 
forma mais adequada para minimizar 
os impactos ambientais e maximizar 
os benefícios para esses três pilares. 
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APRESENTAÇÃO 
O consumo dos setores público e doméstico é uma condição determinante do 
desenvolvimento sustentável e de seus componentes econômicos, ambientais e sociais. 
Ele tem repercussões importantes no nível, no modo de produção e sobre a demanda de 
recursos naturais utilizados. Embora o crescimento do consumo tenha incidências 
positivas sobre o meio ambiente, ele também provoca o aumento do uso dos transportes 
individuais, das atividades de lazer e de turismo, do consumo energético, do aumento da 
utilização de embalagens e da produção de resíduos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Agenda 21: Principal documento elaborado com a contribuição de governos e sociedade 
civil de 179 países durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992. 
 
Em primeiro lugar, serão abordados os conceitos e as definições sobre impacto e risco 
ambientais para compreender como as atividades antropogênicas podem impactar o 
meio ambiente. Na sequência, você verá como deve ser elaborado um planejamento 
ambiental e seus benefícios para enfrentar os desafios da sustentabilidade. Por fim, serão 
apresentados indicadores e ferramentas de sustentabilidade. 
 
 
 
 
 
As ações da Agenda 21* abordam a 
necessidade de modificar as práticas de 
consumo e de produção para garantir um 
desenvolvimento mais sustentável. Tais 
transformações podem ser encorajadas 
com a maior sensibilização dos 
consumidores sobre o respeito ao meio 
ambiente e o desenvolvimento de ações, 
como a análise do ciclo de vida dos 
produtos e a responsabilidade ampliada 
dos produtores. Os governos podem 
repensar o planejamento e criar uma via 
para alinhar o consumo e a produção ao 
desenvolvimento sustentável. 
Fonte: Shutterstock 
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IMPACTOS AMBIENTAIS 
Impacto significa mudança, seja ela positiva ou negativa. Existe um impacto 
ambiental quando uma ação ou atividade produz alterações no meio ambiente ou 
em algum de seus componentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ambiente consiste em tudo ao nosso redor, ou, como afirmou o físico Albert Einstein: 
(MILLER; SPOOLMAN, 2015) “Ambiente é tudo aquilo que não sou”. Logo, trata-se das 
coisas vivas e inanimadas (ar, água e energia) com as quais interagimos em uma rede 
complexa de relações que nos conectam uns aos outros e com o mundo em que vivemos. 
Segundo a resolução 001/1986 do CONAMA, impacto ambiental pode ser definido como 
“qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, 
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas” 
que afetam: 
 
Fonte: Shutterstock 
4 / 42 
 
 
 
A questão das atividades humanas é o elemento central do impacto ambiental, pois, para 
que ocorra o impacto ambiental, deve haver alteração das propriedades físicas, químicas 
e biológicas do meio em razão de atividades humanas. Essas alterações ocasionarão 
impactos na saúde da população, em atividades sociais e econômicas, na biota etc. 
Agora, pense nas suas atividades diárias. 
 
Quais estariam causando impacto ambiental? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se você acorda e escova os dentes, está adicionando compostos contidos na composição 
da sua pasta de dente ao esgoto doméstico, não é? 
Caso o esgoto da sua residência não seja tratado em uma Estação de Tratamento de 
Esgoto, chegará às águas de um rio e causará impacto ambiental. 
 
Fonte: Shutterstock 
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Os problemas de qualidade do ar nas cidades também são exemplos de impacto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outro exemplo de atividade humana com grandes impactos ambientais é o uso de meios 
de transportes movidos a combustíveis fósseis, que pioram a qualidade do ar e, 
consequentemente, causam doenças respiratórias e ataques cardíacos. 
 
 
 
Atenção 
Embora as mudanças possam ocorrer em virtude de causas 
naturais, apenas aquelas decorrentes da ação antrópica* são 
tratadas nesse contexto. Desta forma, o termo impacto diz 
respeito às alterações no meio ambiente físico, biótico e social 
em razão de atividades humanas em andamento ou em fase de 
proposta. 
 
*Ação antrópica: Ação realizada pelo homem. 
Fonte: Shutterstock 
Fonte: Shutterstock 
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A partir da definição apresentada, o impacto pode ser real* ou potencial*. 
*Real: Quando a atividade já estiver em execução. 
*Potencial: Resulta de uma atividade que ainda será praticada, que está na fase de 
proposta. 
De acordo com a definição de impacto ambiental, devemos considerar dois 
aspectos importantes: o ecológico, orientado para os estudos de impactos 
biológicos e geofísicos, e o humano, que contempla os aspectos sociais, políticos, 
econômicos e culturais. 
Analisar os impactos ambientais é qualificar e quantificar essas alterações. As análises 
avaliam a qualidade ambiental com e sem determinada ação ou empreendimento. É 
necessário realizar as avaliações antes da realização de um projeto para efetuar o 
planejamento e a formulação de propostas do ponto de vista ambiental, ou seja, 
considerar todos os fatores ambientais. Isso deve acontecer por parte do empreendedor 
da atividade ou ação e por parte das autoridades públicas, quando aprovam ou rejeitam 
uma proposta ou determinada alternativa. 
Obrigatoriamente, os seguintes agentes modificadores do meio devem ser considerados 
durante a avaliação de um possível impacto ambiental: 
 
• Poluição atmosférica e da água; 
• Uso e degradação dos solos; 
• Substâncias radioativas; 
• Ruído; 
• Alterações na biocenose (fauna e flora); 
• Uso do território e dos recursos naturais; 
• Mudanças no uso do território; 
• Expropriação do terreno e especulações 
imobiliárias; 
• Doenças; 
• Variação da população; 
• Taxa de emprego; 
• Incrementos econômicos (comércio, serviços 
etc.); 
• Locais histórico-culturais que possam ser 
afetados; 
• Moradia, infraestrutura viária e sanitária; 
• Serviços comunitários; 
• Equipamentos urbanos. 
 
 
 
 
Fonte: Shutterstock 
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Atenção 
Os estudos de impacto ambiental devem avaliar as 
consequências de determinada ação para prevenir alterações na 
qualidade do ambiente após a execução de uma ação ou um 
projeto. 
 
 
RISCOS AMBIENTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe que dois elementos determinam a extensão do risco ambiental: 
O perigo propriamente dito e a exposição ao perigo. 
 
 
 
 
 
 
 
A análise de riscos ambientais é uma atividade correlata à 
análise de impactos. As duas análises podem, inclusive, ocorrer 
em conjunto. A análise de riscos envolve a identificação, 
avaliação, o gerenciamento e a contenção de riscos ao ambiente 
e à saúde pública. Os estudos de riscos ambientais antecipam 
eventos ambientalmente maléficos, planejando ações de 
controle e de emergência. 
Um dos principais objetivos da produção e utilização comercial 
de produtos e de várias áreas de atividade humana é a redução 
do risco. 
É a fonte dos danos ou a externalidade 
negativa, como emissões venenosas de 
fábricas ou produtos químicos tóxicos 
derramados em um rio. 
Refere-se à trajetória entre a fonte dos 
danos e a população ou o recurso 
natural afetado. 
Fonte: Shutterstock 
8 / 42 
 
 
Atenção 
Embora o perigo e a exposiçãodefinam igualmente o risco 
ambiental, cada um deles pode afetar o resultado 
independentemente do outro. Isto é, alguns perigos são de menor 
impacto relativo, mas afetam grande parte da população. Outros, 
como alguns produtos químicos, são perigosos, mas a exposição 
a eles é limitada. 
 
 
Os riscos ambientais resultam de exposição a um perigo ambiental potencial. Os perigos 
ambientais podem ser compostos químicos específicos ou misturas químicas, como 
fumaça de cigarros, mesmo em fumantes passivos, e a fumaça proveniente do 
escapamento de carros. 
Eles também podem ser patogênicos (organismos vivos como bactérias e vírus, que 
podem causar doenças em outro organismo), ou resultado da destruição da camada de 
ozônio, das mudanças climáticas e da escassez de água. 
 
 
Os riscos de um composto químico podem 
envolver seus efeitos tóxicos ou o perigo 
que ele representa para os trabalhadores e 
para uma comunidade, por exemplo, por 
causar uma explosão. 
Os riscos têm sido historicamente 
gerenciados de acordo com a questão da 
exposição. 
Por exemplo, a exposição pode ser 
limitada quando os trabalhadores usam 
roupas protetoras e equipamentos de 
proteção individual (EPIs) ou quando se 
utilizam sinais de notificação para 
caminhões que transportam produtos 
químicos perigosos ou cargas infectantes. 
Podemos representar o risco como uma equação matemática da seguinte forma: 
Risco = f (perigo, exposição) 
 
 
 
Fonte: Shutterstock 
9 / 42 
 
Os riscos são produto de uma função de perigo e exposição. Se o perigo se 
aproxima do infinitamente grande, os riscos só podem ser reduzidos a quase zero 
se a exposição for reduzida a quase zero. No entanto, quando o perigo tende a 
zero, a exposição pode se aproximar do infinito sem afetar significativamente o 
risco. 
 
Atenção 
A redução do perigo é um modo muito mais garantido de diminuir 
riscos do que a diminuição da exposição. Os fatores humanos 
que desempenham um papel fundamental no sucesso da 
limitação da exposição e que exigem um esforço consciente e 
constante são muito menos cruciais em cenários de redução do 
perigo. 
 
 
Compare, por exemplo, a utilização de um solvente orgânico volátil, inflamável e um pouco 
tóxico na limpeza e para desengraxar peças de metal usinado com o uso de uma solução 
aquosa de um agente limpante atóxico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para operar com o solvente de forma segura, 
é necessária vigilância constante para evitar 
o perigo (formação de misturas explosivas 
com o ar ou a exposição excessiva dos 
trabalhadores à inalação do solvente). 
Falhas nas medidas de proteção podem 
causar um acidente grave ou lesões sérias. 
Contudo, a solução de limpeza aquosa não 
apresenta qualquer desses perigos, e 
alguma falha nas medidas de proteção não 
causariam problemas. 
Fonte: Shutterstock Fonte: Shutterstock 
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Atenção 
As relações entre riscos, perigo e exposição são extremamente 
importantes porque os métodos atuais para proteção da saúde 
humana e do ambiente estão muito ligados ao paradigma de 
riscos e dependem quase exclusivamente do controle da 
exposição. 
 
 
Os consequentes esforços da Engenharia para diminuir a probabilidade de exposição a 
uma ampla variedade de perigos, incluindo intoxicantes, substâncias reativas, inflamáveis 
e explosivos, têm sido significativos. Entretanto, essa estratégia é bastante cara. O pior de 
tudo é que essa estratégia pode, como uma função da probabilidade, falhar no final. 
Quando o controle à exposição falha, o risco é igual a uma função do perigo. Essa relação 
implica a necessidade de projetar moléculas, produtos, processos, comportamentos 
sociais e sistemas para que a saúde e a segurança não dependam de controles ou 
sistemas que possam falhar ou ser sabotados (intencionalmente ou acidentalmente), mas 
que dependam do uso de compostos químicos e materiais benignos (minimamente 
perigosos). 
 
IMPACTOS AMBIENTAIS DOS PROJETOS E DAS ATIVIDADES 
DE ENGENHARIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A visão teológica e filosófica do homem como guardião da Terra vigora outra vez, agora 
sob a ótica científica, muito mais por necessidade do que por benevolência para com a 
O homem começou a interagir de maneira diferente com os ecossistemas 
a partir do momento em que desenvolveu a agricultura e outras formas de 
alterar a dinâmica do meio ambiente a seu favor. As alterações geradas 
pelo ser humano tomaram proporções bem maiores nas últimas décadas, 
com o desenvolvimento da sociedade e a busca dos países por 
crescimento econômico. 
A busca pela prosperidade econômica, além da própria existência das 
sociedades como conhecemos, preveem a degradação ambiental e a 
utilização de seus recursos. Algumas evidências disso seriam o aumento 
de contaminantes provenientes de atividade industrial e mineração, o uso 
insustentável de recursos naturais e a disposição inadequada de 
resíduos. 
Fonte: Shutterstock 
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natureza. Assim, é de incumbência da humanidade examinar suas ações e harmonizá-las 
para que possam assegurar a viabilidade de o planeta continuar habitável. 
Os estudos de impactos e riscos ambientais são o primeiro passo racional nesse 
processo, pois representam a oportunidade de o homem considerar, na sua tomada de 
decisão, os efeitos de suas ações, o que normalmente não ocorre no mercado de troca de 
bens e serviços. Esses efeitos precisam ser discutidos contra as vantagens econômicas 
derivadas de determinada ação. 
Qualquer projeto de Engenharia, grande ou pequeno, inclui uma série de decisões 
tomadas pelos engenheiros em sua implantação. Às vezes, tais decisões revelam-se 
equivocadas. Muitas delas, no entanto, tomadas diariamente centenas de vezes por 
milhares de engenheiros, estão corretas e, assim, aprimoram o conjunto da civilização 
humana, protegem o meio ambiente e reforçam a integridade dessa profissão. 
Como raramente a tomada de decisões em Engenharia se mostra equivocada, esse 
processo é pouco conhecido e discutido. No entanto, quando uma decisão se revela 
equivocada, os resultados geralmente são catastróficos – um exemplo atual é a ciclovia 
Tim Maia. Um trecho dessa ciclovia, na Avenida Niemeyer, que liga três bairros da Zona 
Sul da cidade do Rio de Janeiro, caiu durante um temporal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como afirma Gray (VESILIND; MORGAN, 2015), médicos só podem ferir uma 
pessoa por vez, ao passo que engenheiros têm potencial para ferir milhares, 
devido a sistemas projetados incorretamente. 
 
Fonte: Shutterstock 
12 / 42 
 
 
Por exemplo, nos estágios preliminares do projeto de um 
processo de manufatura, há bastante flexibilidade no 
desenvolvimento de soluções que impeçam ou minimizem os 
riscos por meio de decisões que eliminem o uso e a produção de 
compostos químicos perigosos. Um engenheiro não projetaria 
intencionalmente um processo de manufatura se o resultado 
direto propiciasse que os trabalhadores da indústria e os 
membros da comunidade contraíssem câncer ou que os peixes 
de um rio local morressem após a exposição à descarga de água 
residuária. 
 
 
Infelizmente, contudo, os impactos adversos nos homens e nos ecossistemas são o 
resultado de muitas de nossas práticas atuais de projeto de Engenharia. Os profissionais 
estão agora adotando a “química verde” e a “engenharia verde” como meios para 
desenvolver compostos químicos, materiais, processos e serviços que reduzam ou 
eliminem o uso e a geração de substâncias perigosas, com riscos reduzidos à saúde 
humana e ao ambiente. Tome como exemplo os edifícios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos anos 1970, os cientistas Paul Ehrlich e John Holdren desenvolveram um modelo 
simples que mostrava como o tamanho populacional (P), a afluência ou o consumo de 
recursos por pessoa (A) e os efeitos ambientais benéficos e prejudiciais das tecnologias 
Reflita, por alguns minutos, sobre a variedade de materiais 
usados na construção de prédios,sobre a lista de materiais e 
revestimentos usados para decorar e mobiliar uma construção e 
sobre o número de compostos químicos usados durante a 
operação e manutenção do edifício. 
Quantos desses materiais estruturais, adesivos, selantes, 
coberturas para o chão e paredes, componentes de mobiliário e 
agentes de limpeza são selecionados com base em critérios para 
maximizar a saúde e a produtividade dos habitantes do edifício, 
com a minimização do impacto adverso potencial (os riscos) a 
humanos e ao ambiente? 
Infelizmente, a resposta a essa pergunta é a seguinte: muito 
poucos. O projeto verde de edifícios leva em consideração a 
saúde dos ocupantes e o impacto no ambiente associados a 
escolhas de materiais. Ambientes internos mal projetados e 
gerenciados têm um grande impacto econômico adverso na 
sociedade, além do aumento dos custos da saúde e a menor 
produtividade no trabalho. 
 Fonte: Shutterstock 
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(T) ajudam a determinar o impacto ambiental (I) das atividades humanas (uma estimativa 
aproximada do quanto a humanidade está degradando o capital natural de que depende). 
Podemos resumir esse modelo de forma simples: 
Impacto (I) = População (P) x Afluência (A) x Tecnologia (T) 
Algumas formas de tecnologia – fábricas poluentes, usinas de energia e carvão e veículos 
movidos a combustíveis fósseis – elevam o impacto ambiental e aumentam o fator T na 
equação. Outras tecnologias, ao reduzirem o impacto ambiental, diminuem o fator T. Os 
exemplos são: 
 
 
 
 
Em outras palavras, algumas formas de tecnologia são ambientalmente perigosas e 
outras, benéficas. 
Na maioria dos países menos desenvolvidos, os fatores principais do impacto ambiental 
total são o tamanho da população e a degradação dos recursos renováveis, como o 
número crescente de pessoas pobres. Nos países desenvolvidos, as altas taxas de uso de 
recurso per capita e o consequente alto nível de poluição e degradação ambiental são, em 
geral, os fatores utilizados para determinar o impacto ambiental total. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Controle da poluição e tecnologias de 
prevenção. 
Turbinas eólicas e células solares, que 
geram eletricidade sem poluir e carros 
com combustível eficiente. 
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VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
1. O consumo mundial de água aumentou mais de seis vezes em menos de um século, 
mais que o dobro das taxas de crescimento da população. Em nível global, os recursos 
hídricos tendem a se tornar mais escassos, devido aos processos de uso e de poluição 
crescentes, caso não haja ações enérgicas para a melhoria da gestão da oferta e da 
demanda da água. No contexto da influência das atividades antrópicas para a qualidade 
das águas, qual das opções a seguir não possui relação com a poluição das águas. 
 
a) Produção de alimentos com utilização de agrotóxicos. 
b) Produção de alimentos com utilização de fertilizantes. 
c) Operação de uma empresa, com LO, na produção de solventes. 
d) Cemitérios. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
A produção de alimentos com agrotóxicos e fertilizantes apresenta a possibilidade de 
contaminação da água, visto que, por exemplo, com a chuva, ocorre a lixiviação dos 
agrotóxicos e dos fertilizantes que podem se infiltrar e contaminar as águas subterrâneas 
ou um rio. Os agrotóxicos são compostos difíceis de serem degradados e, portanto, 
permanecerão no ambiente durante longos períodos. Já os fertilizantes contribuem para a 
eutrofização (crescimento excessivo das plantas) nos corpos hídricos, pois o objetivo da 
aplicação desses componentes é fornecer nutrientes para a plantação; porém, em 
excesso nas águas, causam desequilíbrio. Para cemitérios e lixões, há atividades que 
podem gerar o necrochorume e o chorume, líquido proveniente da decomposição da 
matéria orgânica. Assim, em um terreno sem preparação adequada, esses líquidos se 
infiltrarão no solo e contaminarão a água subterrânea. Em relação à operação de uma 
empresa de produção de solventes, como qualquer outra empresa que contenha licença 
ambiental, ainda sendo especificada a licença de operação (LO), já é previsto o tratamento 
dos efluentes gerados por essa empresa. Dessa forma, a empresa não poderá contaminar 
um rio, por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
15 / 42 
 
2. A respeito das questões ambientais e do desenvolvimento sustentável que permeiam 
as discussões da sociedade atual, assinale a opção correta: 
 
a) O conceito de desenvolvimento sustentável começou a ser elaborado no início do 
século XVI, antes mesmo da Primeira Revolução Industrial. 
b) Em 1972, em Estocolmo, na Suécia, representantes de 113 países reuniram-se para 
debater questões relativas ao meio ambiente. Esse encontro é considerado como a 
primeira mobilização em torno desse tema. 
c) Em 1992, o Rio de Janeiro abrigou a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente 
e o Desenvolvimento (Rio-92). Nesse encontro, foi assinado o Protocolo de Quioto por 
todos os países que participaram do evento. 
d) Em 2002, o Egito abrigou a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável. 
Nesse encontro foram discutidas somente questões relacionadas ao meio ambiente. Esse 
encontro recebeu a denominação de Rio + 10, pois aconteceu dez anos após a 
conferência do Rio-92. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa B está correta. 
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também conhecida 
como Conferência de Estocolmo, em 1972, foi a primeira grande reunião de chefes de 
estado organizada pelas Nações Unidas (ONU) para tratar das questões relacionadas à 
degradação do meio ambiente. As conferências internacionais posteriores, como a 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no 
Rio de Janeiro, em 1992, conhecida como ECO-92, e o Protocolo de Quioto, em 1997, 
contribuíram para que a questão ambiental ganhasse, cada vez mais, importância nas 
questões políticas nos domínios de gestão nos níveis regional, nacional e internacional. 
Dez anos após e Eco-92, a ONU realizou a Conferência das Nações Unidas sobre 
Ambiente e Desenvolvimento sustentável em Joanesburgo (África do Sul). Nos debates, 
os países revisaram as metas da Agenda 21, um dos principais resultados da Eco-92. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PLANEJAMENTO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você já realizou seu planejamento para esta semana? Quais são seus objetivos 
para o dia de hoje? De que maneira você alcançará esses objetivos? 
 
Respondendo a essas questões, você realiza etapas de um planejamento. 
O planejamento deve ser encarado como a execução de um plano norteador para o futuro, 
estabelecendo os objetivos e, na sequência, propondo os mecanismos para que eles 
sejam alcançados. Porém, é preciso ter em mente que um planejamento não segue uma 
única fórmula, pois algumas habilidades são necessárias para realizar um planejamento, 
como, por exemplo, a capacidade de inovar e perceber necessidades de mudanças. 
 
 
 
 
 
Por definição, planejar significa elaborar, em 
etapas e com bases técnicas, planos e 
programas com objetivos definidos. Todas as 
atividades humanas requerem planejamento. 
Necessitamos de organização, de controle, do 
estabelecimento de metas. 
Fonte: Shutterstock 
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 ALGUNS ELEMENTOS SÃO 
FUNDAMENTAIS EM UM 
PLANEJAMENTO, TAIS COMO: 
• Postura proativa, com a orientação do 
plano de ação para o futuro; 
• Orientação em curto, médio e longo 
prazos; 
• Apresentação de vulnerabilidade, 
riscos e potencialidades; 
• Oferecimento de diferentes 
possibilidades de ação, conforme 
circunstâncias variáveis no tempo; 
• Listagem de recursos tecnológicos e 
financeiro necessários. 
 
O planejamento ambiental* exige uma abordagem interdisciplinar e integrada por causa 
do caráter complexo das questões ambientais. Profissionais de várias formações 
acadêmicas estão envolvidos com questões de planejamento ambiental, como 
engenheiros, químicos, geógrafos, biólogos, economistas,sociólogos e profissionais de 
nível técnico. 
*Planejamento ambiental: Ordenamento e sistematização de ações e exercícios para 
conservação e proteção ambiental, bem como um estudo que propõe resoluções para 
problemas futuros na esfera ambiental. 
 
 
Saiba mais 
Geralmente, esses profissionais estão concentrados em órgãos 
públicos municipais, estaduais ou federais. Porém, o setor 
privado, por pressões sociais, políticas e econômicas, tem 
percebido a importância dos aspectos ambientais e vem 
desenvolvendo mais trabalhos com profissionais permanentes 
em seu quadro ou com consultores ambientais temporários. 
 
 
Vamos conhecer agora um exemplo na prática? 
Analisaremos uma bacia hidrográfica, onde se pretende melhorar a qualidade da água 
fluvial. 
 
 
 
Fonte: Shutterstock 
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No primeiro ciclo de planejamento 
ambiental, o objetivo principal seria 
a diminuição da turbidez, com a 
contenção de processos erosivos 
pontuais e dispersos e replantio de 
mata ciliar. 
 
Após esse ciclo ser avaliado e o 
objetivo considerado alcançado, o 
próximo ciclo poderia ter o objetivo 
de diminuir a Demanda Bioquímica 
de Oxigênio (DBO), com a eliminação 
do lançamento de efluentes não 
tratados no curso fluvial, a detecção 
das fontes lançadoras e seu 
redirecionamento para uma Estação 
de Tratamento de Esgoto. 
 
 
O principal objetivo de um planejamento ambiental é atingir o desenvolvimento 
sustentável, minimizando os impactos, preservando e conservando os recursos naturais. 
Há muitas maneiras de alcançar os objetivos de um planejamento ambiental. 
 
 
 
Fonte: Shutterstock 
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Atenção 
Como já mencionado anteriormente, não existe uma fórmula 
única. Os mecanismos, isto é, as formas de implementação do 
planejamento, dependerão do contexto político, econômico, 
institucional e cultural em que o planejamento ocorre. 
 
 
DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As reduções nos níveis de poluentes presentes nos gases de 
escape de automóveis, para diminuir a poluição do ar, exigem o 
uso de dispositivos catalisadores, que contêm metais do grupo 
platina, um recurso mineral valioso e insubstituível. Assim, 
podemos perceber que precisamos extrair um recurso não 
renovável, a platina, para diminuir a poluição do ar. 
 
 
Apesar dos nossos muitos avanços científicos e tecnológicos, somos totalmente 
dependentes do ambiente para ter ar e água limpos, além de comida, abrigo, energia e 
tudo mais de que precisamos para nos mantermos vivos e saudáveis. Como resultado, 
somos parte e não estamos à parte do restante da natureza. 
Há amplas evidências e concordâncias de que estamos degradando o nosso próprio 
sistema de suporte à vida e que, neste século, tal comportamento ameaçará a civilização 
humana e a existência de até metade das espécies do mundo. Parte do problema decorre 
da ignorância sobre como a Terra funciona, sobre como nossas ações afetam seus 
Um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade 
vem da demanda por materiais de que o homem 
necessita, ou ao menos quer para satisfazer seus 
desejos por padrões de vida mais elevados. Os materiais 
necessários às sociedades contemporâneas podem ser 
fornecidos por fontes extrativistas (não renováveis) ou 
renováveis. 
A utilização de recursos minerais tem fortes laços com a 
tecnologia, a energia e o ambiente. As perturbações em 
um desses elementos, normalmente, causam 
perturbações nas outras. Pense no seguinte exemplo: 
Fonte: Shutterstock 
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sistemas de sustentação da vida e como podemos mudar nosso comportamento em 
relação ao planeta e, portanto, em relação a nós mesmos. A correção dessa ignorância 
começa pela compreensão de três ideias importantes, que formam a base da 
conscientização ambiental: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Pegada ecológica: Metodologia que contabiliza e avalia a pressão do consumo das 
populações humanas sobre os recursos naturais. 
 
O desejo de aprimorar a qualidade de vida mediante a melhoria da qualidade ambiental e 
a maior consciência da limitação dos recursos naturais é fundamental para o 
entendimento da divergência entre a proteção do meio ambiente e o crescimento 
econômico. 
 
 
Atenção 
Fica evidente a necessidade de obter um completo 
conhecimento, dispondo de uma série de informações sobre 
implantação de realizações industriais, urbanas, turísticas, 
energéticas e de obras públicas, para que a opinião pública possa 
se pronunciar, julgar e avaliar realmente se os efeitos dessas 
realizações são ou não importantes. 
 
 
Em Engenharia, raramente há “o melhor jeito” de projetar alguma coisa. Caso houvesse, a 
Engenharia se estagnaria, a inovação cessaria, e a paralisia técnica iria se estabelecer. 
Assim como temos de reconhecer que não há uma única obra de arte perfeita, como, por 
exemplo, uma pintura, também não existe uma instalação perfeita de tratamento de água. 
Se houvesse uma pintura ou uma instalação perfeita, todas as instalações de tratamento 
do futuro se pareceriam com ela, assim como todas as pinturas seriam iguais. 
1. O capital natural 
(recursos e serviços 
naturais que mantêm o 
homem e outras espécies 
vivos e sustentam nossas 
economias, como o Sol) é 
importante porque sustenta 
a vida na Terra. 
2. Nossas pegadas 
ecológicas* são imensas e 
estão se propagando com 
rapidez. Na verdade, já 
excederam a capacidade 
ecológica da Terra. 
3. Os pontos ecológicos de 
ruptura e alterações 
climáticas são irreversíveis, o 
que significa que nunca 
devem ser ultrapassados. 
Uma vez ultrapassados, nem o 
dinheiro nem a tecnologia nos 
salvarão das consequências 
prejudiciais, que poderão 
durar milhares de anos. 
21 / 42 
 
O estudante de Engenharia costuma aprender, durante os primeiros anos do curso, que 
todas as lições de casa e questões de prova possuem uma única resposta “certa”, sendo 
todas as outras “erradas”. Porém, na prática da profissão, muitas decisões técnicas 
podem estar certas, o que faz com que um problema possa apresentar várias soluções 
técnicas igualmente corretas. 
Quando pensamos nos desafios da sustentabilidade, precisamos lembrar que, na 
crosta terrestre, existem recursos renováveis e não renováveis. 
 A energia solar é chamada de recurso 
renovável* porque seu fornecimento é 
contínuo, com a expectativa de que ele dure, 
no mínimo, seis bilhões de anos, até o 
momento em que o Sol complete o seu ciclo 
de vida. A natureza leva períodos que vão de 
vários dias a centenas de anos para se 
reconstituir. Os recursos renováveis existem 
por meio de processos naturais, o que 
significa que não podemos usá-los mais 
rápido do que a natureza pode renová-los. 
A taxa mais elevada na qual um recurso 
renovável pode ser usado indefinidamente 
sem reduzir seu suprimento disponível é 
chamada rendimento sustentável. Outros 
recursos, como ouro e ferro, por exemplo, 
existem em quantidade ou estoque fixos. Em 
uma escala de tempo muito mais curta dos 
seres humanos, de centenas a milhares de 
anos, esses recursos podem ser esgotados 
muito mais rápido do que são formados. 
 
Os estoques esgotáveis incluem recursos de: 
 
Fonte: Shutterstock 
Fonte: Shutterstock Fonte: Shutterstock Fonte: Shutterstock 
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Alguns analistas acreditam que a engenhosidade do homem encontrará substitutos 
quando os suprimentos de minerais fundamentais se tornarem muito caros ou escassos. 
Podemos tentar encontrar substitutos para os recursos escassos, reduzir o desperdício 
de recursos e reciclar e reutilizar minerais. 
 A forma mais sustentável de usar os 
recursos minerais não renováveis 
(especialmente metais escassos, como o 
ouro, ferro, cobre, alumínio e platina) é 
reciclá-los ou reutilizá-los. A reciclagem 
tem impacto ambiental muito menor do 
que a mineração e o processamento de 
metais a partir de minérios. 
A reciclagem de latas de bebidas e sucata 
de alumínio produz 95% menos poluição 
do ar, 97% menos poluição da água e usa 
95% menos energiado que a mineração e 
o processamento de minério de alumínio. 
Como no processo de limpeza e 
reutilização os itens não são fundidos nem 
reprocessados, o impacto ambiental é 
muito menor. 
 
 
Saiba mais 
O Japão tem investido fortemente na extração e reciclagem de 
ouro, platina e vários metais de terras-raras encontrados no lixo 
eletrônico, que são vistos como minas urbanas. Se pensarmos 
somente nos celulares como exemplo de lixo eletrônico, vemos 
que eles possuem 35,10% de metais, como alumínio, ferro, cobre, 
cobalto, zinco, níquel, estanho, ouro, prata, entre outros. 
Estudos indicam que, em abril de 2019, havia 230 milhões de 
celulares ativos no Brasil. Faça as contas! Se supormos que cada 
celular tem uma massa de 100 gramas, teremos 
aproximadamente 8.050 toneladas de metais. 
 
 
Por falar em metais de terras-raras, você sabe quais são eles e qual 
a sua importância? 
Os 17 elementos ou metais de terras-raras, que incluem escândio e ítrio e 15 lantanídeos, 
encontram-se perto da parte inferior da tabela periódica. Por causa da força magnética e 
de outras propriedades únicas, esses elementos e os seus minerais (sobretudo os óxidos 
que podem ser convertidos em metais de terras-raras) são muito importantes para as 
tecnologias modernas amplamente utilizadas. 
Fonte: Shutterstock 
23 / 42 
 
Esses metais são utilizados, por exemplo, em telas de cristal líquido para computadores, 
telas de TV e outros dispositivos eletrônicos, energia fluorescente, lâmpadas LED, células 
solares, chips de computadores, baterias recarregáveis, cabos de fibra óptica, telefones 
celulares, baterias e motores para carros elétricos. Metais de terras-raras também são 
vitais para as aplicações militares, tais como sistemas de orientação de mísseis, bombas 
inteligentes, lasers, radares, eletrônica de aeronaves e satélites. Também existe a 
possibilidade de encontrar substitutos para os minerais escassos por meio da 
nanotecnologia. 
Já ouviu falar em nanotecnologia? 
A nanotecnologia usa a ciência e a Engenharia para manipular e criar 
materiais a partir de átomos e moléculas em escala ultrapequena, com 
menos de 100 nanômetros. O ponto final desta frase tem cerca de um 
milhão de nanômetros de diâmetro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na escala nanométrica, os materiais convencionais têm propriedades não convencionais 
e inesperadas. Os cientistas planejam usar substâncias abundantes, como carbono, 
silício, titânio e boro, para criar medicamentos, células solares e até carrocerias de 
automóveis. 
Os nanomateriais já foram usados em mais de 1.100 produtos de consumo, e esse 
número está crescendo rapidamente. Alguns desses produtos são: revestimentos 
resistentes a manchas e livres de rugas em roupa, meias que se alimentam de odores, 
revestimentos autolimpantes em óculos de sol e para-brisas, protetores solares, produtos 
de cuidados da pele que penetram profundamente e embalagens de alimentos que 
liberam partículas de prata para matar bactérias, leveduras e fungos. 
Fonte: Shutterstock 
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Então, qual é a dificuldade? 
Idealmente, esse processo de fabricação de baixo para cima ocorreria com pouco dano 
ambiental, sem esgotamento de recursos não renováveis e com muitos potenciais 
benefícios ambientais. Porém, há preocupações relacionadas a alguns possíveis efeitos 
indesejados e prejudiciais para a saúde dos seres humanos. 
À medida que as partículas ficam menores, tornam-se mais reativas e potencialmente 
tóxicas para os seres humanos e outros animais. Estudos de laboratório mostram que as 
nanopartículas podem passar da placenta da mãe para o feto e se mover da passagem 
nasal para o cérebro. 
 
 
Saiba mais 
De acordo com muitos analistas, são necessárias duas etapas 
antes de a nanotecnologia ser expandida mais amplamente. Em 
primeiro lugar, é preciso investigar cuidadosamente os seus 
riscos potenciais. Em segundo, o desenvolvimento de diretrizes e 
regulamentos para controlar suas crescentes aplicações até que 
saibamos mais sobre os efeitos potencialmente nocivos dessa 
nova tecnologia devem ser priorizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
1. Quanto ao planejamento ambiental, assinale a alternativa correta. 
 
a) A proteção do meio ambiente e a sustentabilidade econômica e de recursos naturais 
são possíveis sem que sejam necessárias transformações nos ambientes urbanos. 
b) Qualidade de vida não está relacionada à proteção do meio ambiente. 
c) O diagnóstico é uma das etapas mais simples do planejamento ambiental. 
d) A identificação dos objetivos é uma das etapas mais importantes do planejamento 
ambiental. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
A identificação dos objetivos é uma das etapas mais importantes do planejamento 
ambiental, pois afeta as etapas seguintes do planejamento. O objetivo, ou os objetivos, 
deve indicar o ponto a que se quer chegar. Após destacar os objetivos, é preciso passar 
para a etapa de diagnóstico, em que são levantadas as informações. A informação é, 
portanto, a base para o planejamento ambiental. Na sequência, tem-se o prognóstico, o 
momento de olhar para as possíveis tendências, os cenários e as alternativas futuras. O 
planejamento levanta as informações ambientais, sociais, econômicas, políticas etc., 
sobre o passado e o presente, sempre olhando para o futuro e tentando identificar as 
tendências e cenários futuros na região estudada. 
 
 
2. Você estudou que uma das fases de um planejamento ambiental é a fase de 
prognóstico. Esta fase representa o momento de olhar para as possíveis tendências, 
cenários e alternativas futuras. 
Suponha que você trabalha em uma empresa que produz alumínio metálico, em uma 
equipe que está elaborando um planejamento ambiental. Como o alumínio não é 
encontrado diretamente em estado metálico na crosta terrestre, sua obtenção parte da 
mineração da bauxita e segue para as etapas posteriores de refinaria e redução. Grande 
quantidade de energia é gasta na obtenção do alumínio metálico, principalmente no 
processo de redução. 
Devido ao grande consumo de energia, a empresa tem sua própria usina termoelétrica, 
que utiliza como combustível carvão mineral (recurso não renovável) para gerar parte da 
energia que é consumida. O objetivo do planejamento ambiental que está sendo 
elaborado é controlar as emissões atmosféricas liberadas nos processos industriais da 
empresa. 
 
26 / 42 
 
Indique qual opção se enquadra na fase de prognóstico do planejamento ambiental 
realizado pela sua equipe, visando o desenvolvimento sustentável. 
 
a) Substituição do carvão mineral pelo carvão vegetal. 
b) Utilização de gás natural. 
c) Construção de uma usina hidrelétrica. 
d) Instalação de placas solares. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
A melhor alternativa é utilizar recursos renováveis como o Sol e a água, porém, para a 
geração de energia a partir da construção de uma usina hidrelétrica, muito impacto será 
causado na fase inicial da construção. Desta forma, a melhor alternativa seria a geração 
de energia a partir de placas solares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 MÉTRICAS E INDICADORES 
DE SUSTENTABILIDADE 
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) adotou a 
Agenda 21* para transformar o desenvolvimento 
sustentável em uma meta global aceitável. Para 
colocar os princípios da sustentabilidade em prática 
e adotar as orientações da Agenda 21, essa 
conferência criou a Comissão de Desenvolvimento 
Sustentável, cuja principal responsabilidade é 
monitorar os progressos alcançados, utilizando, por 
exemplo, indicadores* de desenvolvimento 
sustentável. 
 
*Sobre a Agenda 21 e a Rio-92: A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
e o Desenvolvimento é mais conhecida como Rio-92. A Agenda 21 foi assinada por 179 
países, criando um programa de ação baseado em um documentode 40 capítulos. 
*Indicadores: Um indicador, em geral, é algo que aponta para uma questão ou para uma 
condição. Seu propósito é mostrar se um sistema está funcionando bem. Se houver um 
problema, um indicador pode ajudar a determinar qual direção tomar para resolver a 
questão. 
Os indicadores devem ser observados a partir de suas funções (BELLEN, 2004), 
que são: 
 
 
 
 
Fonte: Rio-92 
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Um exemplo de indicador é o medidor de gasolina de um carro, 
que mostra o quanto de combustível ainda há no veículo. Se o 
medidor indicar que o tanque está quase vazio, você sabe que é 
hora de abastecer. 
Outro exemplo de indicador é um boletim de meio período 
escolar, que mostra se o aluno está se saindo suficientemente 
bem para cursar a próxima etapa ou se é necessária ajuda extra. 
Os dois indicadores fornecem informações para ajudar a prevenir 
ou a resolver problemas antes que eles se tornem graves demais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um indicador de sustentabilidade mede o 
progresso no sentido de um objetivo de 
sustentabilidade ser alcançado. O conceito 
de desenvolvimento sustentável abrange 
muitas questões e dimensões. Isso se 
reflete nos sistemas de indicadores mais 
conhecidos que atuam em diferentes 
dimensões, procurando mensurar a 
sustentabilidade do desenvolvimento. 
Desta forma, indicadores de 
sustentabilidade devem representar a 
natureza multidimensional da 
sustentabilidade, considerando as facetas 
ambiental, social e econômica. 
 
 
 
 
 
 
 
Quando se trata de indicadores 
ambientais, algumas aproximações são 
feitas utilizando o sistema de média (água, 
ar, solo, recursos), ou o sistema de metas, 
com os parâmetros legais como objetivos 
dos indicadores. 
Para a questão da água, por exemplo, 
existe o Índice de Qualidade de Água (IQA), 
desenvolvido para avaliar a qualidade da 
água para o abastecimento público. O IQA 
é calculado com base em alguns 
parâmetros, como temperatura da água, 
pH e oxigênio dissolvido. As variáveis de 
qualidade, que fazem parte do cálculo do 
IQA, refletem, principalmente, a 
contaminação dos corpos hídricos 
29 / 42 
 
ocasionada pelo lançamento de esgotos 
domésticos. Um valor baixo de IQA indica 
a má qualidade da água para 
abastecimento. 
 
 
Atualmente, a maior fonte de indicadores ambientais é a publicação regular 
da Organization for Economic Cooperation and Development* (OECD), que fornece um 
primeiro mecanismo para monitoramento do progresso ambiental para os países que 
fazem parte da instituição. 
*Organization for Economic Cooperation and Development: A Organização para a 
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico é um fórum com 36 países, fundado em 
1961, para estimular o progresso econômico e o comércio mundial. 
 
 Os indicadores ambientais da OECD são 
regularmente utilizados nos exames dos 
desempenhos ambientais. Trata-se de 
uma valiosa ferramenta para o 
acompanhamento da integração das 
decisões econômicas e ambientais, para a 
análise das políticas de meio ambiente e 
avaliação dos resultados. O sistema utiliza 
o modelo PSR (Pressure, State, 
Response*), um dos sistemas que vem 
adquirindo cada vez mais importância 
internacionalmente. 
*Pressure, State, Response: Pressão, estado, resposta. 
 
Entenda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: OECD 
30 / 42 
 
Conheça, a seguir, outros exemplos de indicadores: 
 
Outra abordagem da 
dimensão ecológica faz 
referência a indicadores 
relacionados a Transporte e 
Fluxo de Material, Consumo 
Total de Material (TMC – 
Total Material 
Consumption) e a recursos 
e energia, como o Indicador 
de Entrada Total de 
Material (TMI – Total 
Material Input). Embora o 
propósito do indicador seja 
ambiental, a metodologia 
utilizada para o cálculo é 
econômica. 
 
 
O fluxo de materiais e 
energia é importante, mas 
não é o único aspecto 
relevante no que diz 
respeito à sustentabilidade. 
Um dos aspectos mais 
importantes para manter o 
capital natural é a 
manutenção da diversidade 
biológica. Nesse campo, 
outro indicador 
parcialmente conhecido é o 
biodiversity indicators for 
policy-makers, do World 
Resources Institute (WRI)*. 
 
O Instituto de Recursos 
Mundiais foi criado em 
1982, em resposta às 
preocupações ambientais 
das décadas de 1960 e 
1970. 
 
 
Quanto à dimensão 
econômica, sistemas de 
indicadores relacionados 
ao desenvolvimento 
sustentável têm surgido 
com mais força nos últimos 
tempos. Um sistema 
interessante de indicadores 
econômicos é o Monitoring 
Environmental Progress 
(MEP)*, desenvolvido pelo 
Banco Mundial, que se 
fundamenta na ideia de que 
a sustentabilidade é 
medida por uma riqueza per 
capita não decrescente. 
*biodiversity indicators for policy-makers, do World Resources Institute (WRI): 
13 World Resources Institute 
O Instituto de Recursos Mundiais foi criado em 1982 em resposta às preocupações 
ambientais das décadas de 1960 e 1970. 
*Monitoring Environmental Progress (MEP): 
Monitoramento do Progresso Ambiental. 
Os primeiros relatórios de riqueza foram produzidos em 1995. 
 
Existem também numerosos exemplos de indicadores relacionados à dimensão social da 
sustentabilidade. Veja abaixo alguns deles: 
 
 
 
 
 
 
31 / 42 
 
 
Um dos que tem merecido maior destaque 
ultimamente é o Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH). Ele foi 
desenvolvido pelo Programa das Nações 
Unidas para o Desenvolvimento, que, em 
seu relatório, sugere que a medida do 
desenvolvimento humano deve focar três 
elementos: longevidade, conhecimento e 
padrão de vida descente. 
 
Para o item longevidade, o padrão 
considerado é a expectativa de vida ao 
nascimento, que é associada à nutrição 
adequada e a um bom sistema de saúde, 
por exemplo. O conhecimento se refere à 
capacidade de leitura ou ao grau de 
alfabetização, algo necessário para a vida 
produtiva dentro da sociedade moderna. 
Para verificar o padrão de vida, o indicador 
mais confiável e com maior facilidade de 
obtenção é a receita per capita. 
 
 
Existem várias tentativas para avaliar a 
sustentabilidade. A partir de sistemas 
mais específicos, foram elaboradas 
formas para integrar as diversas 
dimensões da sustentabilidade. O Driving 
force, State, Response (DSR)* é um dos 
métodos mais conhecidos para integrar as 
diversas dimensões do desenvolvimento 
sustentável. Esse método foi adotado pela 
Comissão de Desenvolvimento 
Sustentável das Nações Unidas, em 1995, 
como uma ferramenta capaz de organizar 
informações sobre o desenvolvimento. 
 
O sistema DSR foi desenvolvido a partir do 
sistema PSR utilizado pela OECD. No 
sistema DSR, o item pressure (P) foi 
substituído por Driving force (D), para que 
fosse possível incorporar os aspectos 
sociais, econômicos e institucionais do 
desenvolvimento sustentável. 
*Response: Indicadores do item Response mostram as opções políticas e outras 
respostas às mudanças no estado do desenvolvimento sustentável. Um exemplo desse 
tipo de indicador inclui o tratamento de água poluída e gastos na diminuição da poluição. 
 
 
Atenção 
Apesar da existência de diversos sistemas relacionados à 
medida da sustentabilidade, há elementos que ainda não foram 
devidamente estudados e desenvolvidos. Podemos recordar 
rapidamente alguns desses aspectos, como a 
multidimensionalidade do conceito de desenvolvimento 
sustentável, a complexidade que decorre da agregação de 
variáveis não relacionadas diretamente, a questão da 
transparência e sistemas de avaliação, a existência dos 
julgamentos de valor e sua ponderação nos diversos sistemas, o 
tipo de processo decisório envolvido, assim como o tipo de 
variável envolvida (qualitativa, quantitativa ou ambas). 
 
 
 
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FERRAMENTAS DE SUSTENTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção 
Concomitantemente ao incremento do planejamento ambiental e 
a gestão para um desenvolvimento sustentável, foram criados 
preceitos sobre a maneira como esses processos devem ocorrer, 
com leis especificas, normastécnicas e diretrizes de conduta. 
Esses preceitos formam um arcabouço de conhecimento e 
permitem que o processo de planejamento e gestão para o 
desenvolvimento sustentável se torne cada vez mais eficiente. 
 
 
Nesse processo, dois grupos podem ser apresentados: 
 
Conheça mais sobre esses grupos a seguir. 
 
O amplo objetivo do desenvolvimento sustentável exige mudanças 
fundamentais no modo como a sociedade toma as decisões. O desafio 
é obter prosperidade econômica, alterando a atividade do mercado, de 
modo que os recursos naturais e o meio ambiente sejam protegidos. 
Efetuar mudanças dessa magnitude exige um conceito diferente de 
política do que aquele que se apoia em regras e limites, isto é, 
instrumentos de controle que frequentemente se opõem ao incentivo 
de mercado do poluidor. Se a sociedade deve manter um 
compromisso de longo prazo para preservar a Terra, é preciso que haja 
uma motivação para fazê-lo, além da fuga das penalidades por não 
cumprir as leis. 
A motivação deve ser compatível com os incentivos econômicos. A 
premissa é que o crescimento econômico e a qualidade ambiental 
possam ser objetivos reforçadores, e não concorrentes. As percepções 
precisam ser mudadas para reconhecer que a preservação dos 
recursos e a redução da poluição podem intensificar os interesses 
privados, bem como os sociais. 
 Fonte: Shutterstock 
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INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL TERRITORIAL 
Dos instrumentos relacionados à Gestão Ambiental Territorial, um dos mais conhecidos e 
utilizados é o zoneamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ZEE é um instrumento de ordenação territorial que deve ser obrigatoriamente 
considerado durante a implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas. Ele 
tem a função de definir medidas e padrões de proteção ambiental para a manutenção da 
qualidade do ambiente, dos recursos hídricos e do solo, como também da conservação da 
biodiversidade, colocando em prática os preceitos do desenvolvimento sustentável. 
Resumindo, o zoneamento normatiza as atividades que podem ser desenvolvidas 
em cada zona e indica de que maneira ela pode ser utilizada. Cada tipo de zona 
apresenta normas específicas quanto ao funcionamento e desenvolvimento das 
atividades que podem ser desenvolvidas. 
Na elaboração do ZEE, devem ser consideradas a importância ecológica, as limitações e 
as fragilidades dos ecossistemas para o estabelecimento da distribuição espacial das 
atividades econômicas, assim como a finalidade de promoção da sustentabilidade 
ecológica, econômica e social. Dessa forma, é possível combinar o crescimento 
econômico e a proteção dos recursos naturais para as presentes e futuras gerações em 
decorrência do reconhecimento de valor intrínseco à biodiversidade e a seus 
componentes. 
 
 
 
 
O zoneamento é usado para o 
planejamento ambiental e do uso do solo. 
Vale destacar que zoneamento significa 
definir ou criar zonas com funções 
específicas. Em um ambiente urbano, 
podem ser criadas zonas residenciais, de 
circulação e de produção. Outros 
exemplos são as zonas de conservação 
ou preservação ambientais, que estão 
inseridas em um zoneamento ambiental 
ou ecológico econômico (ZEE). 
Fonte: Shutterstock 
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Atenção 
A competência para a elaboração dos ZEEs nacional e regional, 
relativos aos biomas brasileiros ou territórios considerados como 
prioritários, é do Poder Público Federal, podendo ser articulada 
em cooperação com os estados. 
 
 
Outro ambiente territorial que engloba os instrumentos de gestão é a zona costeira. 
A Constituição Federal, no artigo 225, estabelece que a zona costeira é: 
“Um patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma de lei, dentro de 
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao 
uso dos recursos naturais”. 
 O principal instrumento de gerenciamento 
ambiental costeiro é o Zoneamento 
Ambiental, em que as áreas costeiras são 
divididas em grandes compartimentos, 
conforme suas potencialidades naturais e 
perspectivas de uso, tanto das porções 
continentais como das marítimas. 
Ainda relacionado aos instrumentos de 
gestão ambiental territorial, consta a 
gestão ambiental dos recursos hídricos e 
das bacias hidrográficas. 
A gestão ambiental dos recursos hídricos 
no Brasil tem, em sua cronologia, um 
marco importante dado pela Instituição da 
Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei 
Federal nº. 9.433, de 8 de janeiro de 1997, 
que criou o Sistema Nacional de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Shutterstock 
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O Sistema Nacional de Recursos Hídricos é integrado pelos seguintes órgãos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dentro do processo de gestão dos recursos hídricos, o planejamento é representado pelo 
Plano Nacional de Recursos Hídricos, com a participação direta de diversos segmentos da 
sociedade civil, de institutos de ensino e pesquisa, do governo e de setores usuários da 
água. 
O Plano Nacional de Recursos Hídricos tem como objetivo: 
Estabelecer um pacto nacional para a definição de diretrizes e políticas públicas voltadas 
para a melhoria da oferta de água, em quantidade e qualidade, gerenciando as demandas 
e considerando ser a água um elemento estruturante para a implementação das políticas 
setoriais, sob a ótica do desenvolvimento sustentável e da inclusão social. 
 
INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL DE 
EMPREENDIMENTOS 
Esses instrumentos têm chamado a atenção do sistema produtivo e de serviços, pois 
podem propiciar ganhos financeiros e aumento da competitividade. 
Veja, a seguir, exemplos de instrumentos de Gestão Ambiental de Empreendimentos: 
Instrumentos de comando e controle 
Os instrumentos de comando e controle são fundamentados na criação de políticas 
públicas e as respectivas regulamentações legais, nos mais diversos níveis de 
administração pública, como a municipal, a estadual e a federal. Essas regulamentações 
legais são do tipo repressivo e incluem leis, decretos, portarias, resoluções e normas 
técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e definem penalizações, 
como multas, paralisação e/ou interdição, ou termos de ajustamento de conduta junto ao 
Ministério Público. 
36 / 42 
 
Por exemplo, no Brasil, um dos principais marcos legais da história ambiental foi a Política 
Nacional do Meio Ambiente, criada por meio da Lei Federal nº 6.939/1981, que define 
como seus instrumentos o zoneamento ambiental. 
Instrumentos de autocontrole e autorregulação 
Podem ser incluídos nesta categoria os instrumentos de gestão focados por excelência 
na esfera privada e de natureza voluntária, como a certificação ISO 14001. Trata-se de um 
mecanismo indireto de comando e controle, pois organizações certificadas com a ISO 
14001 são verificadas quanto ao cumprimento da legislação ambiental pertinente à 
atividade e ao local onde estão inseridas. 
A certificação ambiental surgiu da necessidade de diferenciar os produtos e serviços que 
apresentavam um desempenho ambiental adequado e sustentável. Há vários tipos de 
certificações ambientais. Alguns exemplos são: 
 
Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) 
Selo de certificação e orientação ambiental de edifícios desenvolvido pela Green 
Building Council. É o selo ecológico com maior reconhecimento internacional, sendo 
adotado nos cinco continentes. 
Procel Edifica (Eficiência energética em edificações) 
Selo desenvolvido pela Eletrobras/PROCEL, dirigido a edifícios comerciais de serviços 
públicos, além do setor da construção civil. Tem como objetivo de promover a eficiência 
energética, com incentivos a projetos que estimulem e aproveitem a iluminação e 
ventilação natural dos edifícios. 
 
WEEL 
Foi criado pelo International Well Building Istitute, em 2015, e é o primeiro selo que se 
foca na saúde e no bem-estar dos usuários, sendo um complemento e uma alternativa 
às outras certificações. Parte da premissa de que o maior custo de uma edificação 
comercialé das pessoas que as habitam. Existem diferentes níveis de certificação, 
entre a prata, o ouro e a platina. A classificação final foi calculada a partir de 102 
características descritivas, divididas em sete áreas de avaliação, como o ar, água, 
alimentação, iluminação, saúde física, conforto e mente. 
Em resumo, as certificações ambientais são formas de verificar o quanto um edifício, 
por exemplo, possui de características sustentáveis. 
 
 
Instrumentos de autocontrole e autorregulação 
Licenciamento ambiental 
Instrumento de política pública para regular as atividades com potencial de degradação 
ambiental, de acordo com a lei federal nº 6.938/1981. O licenciamento ambiental, 
segundo a Resolução CONAMA 237/1997, é definido como um procedimento 
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administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, 
ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos 
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou daquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, além das estabelecidas no Anexo 
1 da referida resolução. 
No Rio de Janeiro, o licenciamento ambiental é realizado pelo Instituto Estadual do 
Ambiente (INEA), que estabelece as seguintes categorias de licença: 
 
Licença Prévia (LP) 
Fase preliminar de planejamento da atividade, contendo requisitos básicos a serem 
atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos 
municipais, estaduais ou federais de uso do solo. É nessa fase que deve ser solicitado, 
quando for o caso, o EIA (Estudo de Impacto Ambiental.)/RIMA (Relatório de Impacto 
Ambiental.). 
 
Licença de Instalação (LI) 
Autoriza o início da implantação, de acordo com as especificações constantes do 
projeto aprovado. 
 
Licença de Operação (LO) 
Autoriza, após as verificações necessárias, o início da operação da atividade licenciada 
e o funcionamento e seus equipamentos de acordo com o estabelecido na LP e LI. 
Existem muitos outros instrumentos disseminados nos meios produtivos e de serviços, 
que consideram aspectos relacionados ao aumento da eficiência do uso de insumos, 
energia, recursos naturais e resíduos, o que leva à redução dos impactos ambientais 
dos empreendimentos e melhora o seu desempenho ambiental e econômico. 
Com uma legislação cada vez mais restritiva à degradação da Terra, vem aumentando a 
preocupação com o que acontece após o consumo dos produtos, isto é, quando eles 
não têm mais vida útil ou se tornam obsoletos. 
Esses novos conceitos levam o setor produtivo a oferecer produtos cada vez mais 
sustentáveis. Deve-se levar em consideração o ciclo completo, desde a origem dos 
materiais, como eles são processados, quais resíduos são gerados durante a cadeia 
produtiva, quais produtos são feitos a partir dos materiais, e o que acontece com esses 
produtos durante o seu uso e o fim de sua vida comercial. Esta concepção vai de 
encontro à Avaliação do Ciclo de Vida do produto (ACV), que também pode ser 
referenciada pela expressão do berço ao túmulo. A ACV é um instrumento de gestão 
ambiental que considera todos os estágios de produção. 
 
 
 
 
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VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
1. O zoneamento ambiental ou ecológico econômico (ZEE) é um importante instrumento 
de ordenação territorial, devendo ser obrigatoriamente considerado durante a implantação 
de planos, obras e atividades públicas e privadas. 
A respeito do ZEE, assinale a alternativa falsa. 
 
a) Tem a função de definir medidas e padrões de proteção ambiental para a manutenção 
da qualidade do ambiente, dos recursos hídricos e do solo, assim como a conservação da 
biodiversidade. 
b) Normatiza as atividades que podem ser desenvolvidas em cada zona e indica de que 
maneira a zona pode ser utilizada. 
c) A competência para a elaboração dos ZEEs nacional e regional, relativo aos biomas 
brasileiros ou aos territórios considerados como prioritários, é do poder público federal, 
podendo ser articulada com os estados. 
d) Na elaboração do ZEE, não devem ser consideradas a importância ecológica, as 
limitações e as fragilidades dos ecossistemas. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
Na elaboração do ZEE, devem ser consideradas a importância ecológica, as limitações e 
as fragilidades dos ecossistemas para o estabelecimento da distribuição espacial das 
atividades econômicas, como finalidade de promover a sustentabilidade ecológica, 
econômica e social. O ZEE deve possibilitar o crescimento econômico e a proteção dos 
recursos naturais em favor da presente e das futuras gerações em decorrência do 
reconhecimento de valor intrínseco à biodiversidade e a seus componentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. Existem numerosos exemplos de indicadores relacionados à dimensão social da 
sustentabilidade. Um dos que tem merecido maior destaque ultimamente é o IDH. Ele foi 
desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que, em seu 
relatório, sugere que a medida do desenvolvimento humano deve focar em três 
elementos. Quais são eles? 
 
a) Longevidade, conhecimento e riqueza per capita. 
b) Conhecimento, padrão de vida decente e riqueza per capita. 
c) Transporte e fluxo de material, longevidade e padrão de vida decente. 
d) Longevidade, conhecimento e padrão de vida decente. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
O Índice de Desenvolvimento Humano parte do pressuposto de que, para aferir o avanço 
de uma população, não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também 
outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida 
humana. O índice sugere que a medida do desenvolvimento humano deve focar em 
longevidade, conhecimento e padrão de vida decente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com todos os instrumentos de sustentabilidade exemplificados, temos uma ideia de 
como a humanidade vem evoluindo e se dando conta, a passos lentos, de que é 
necessário que todos façam a sua parte para preservar a Terra. Se quisermos preservar 
nossa existência, devemos rever nossos conceitos sobre o que é importante e, acima de 
tudo, sobre o que é necessário para que tenhamos uma vida com desenvolvimento social, 
econômico e ambiental. 
 
O amplo objetivo do desenvolvimento sustentável exige mudanças fundamentais no 
modo como a sociedade toma as decisões. Os métodos de tomada de decisões 
disponíveis aos engenheiros estendem-se dos mais objetivos (técnicos) aos mais 
subjetivos (éticos). Conforme as decisões de Engenharia passam de técnicas para éticas, 
elas se tornam cada vez menos quantitativas e cada vez mais sujeitas aos gostos 
pessoais, prejulgamentos e às preocupações do responsável pelas decisões. 
 
O desafio é obter prosperidade econômica, alterando a atividade do mercado, de modo 
que os recursos naturais e o meio ambiente sejam protegidos. Efetuar mudanças dessa 
magnitude exige um conceito diferente de política do que aquele que se apoia em regras e 
limites: instrumentos de controle que frequentemente se opõem ao incentivo de mercado 
do poluidor. Caso a sociedade deseje manter um compromisso de longo prazo para 
preservar a Terra, é preciso haver uma motivação para fazê-lo, além da fuga das 
penalidades por não cumprir as leis. 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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de avaliação. In: Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p 1-14, março, 2004. 
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Janeiro: FGV, 2006. 
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Trabalho de conclusão de curso – Engenharia Ambiental e Sanitária, Universidade Estácio 
de Sá, Niterói, 2017. 
THOMAS, J. M.; CALLAN, S. J. Economia ambiental: fundamentos, políticas e aplicações. 
São Paulo: Cengage Learning, 2015. 
VESILIND, P. A.; MORGAN, S. M. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: Cengage 
Learning, 2015. 
 
EXPLORE+ 
Pesquise no site da Agência Nacional de Águas sobre os indicadores de qualidade; 
Pesquise no site da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos sobre os 
indicadores da OECD; 
Faça uma pesquisa sobre zoneamento nos sites das seguintes instituições: Ministério do 
Meio Ambiente e Instituto Estadual do Ambiente; 
Para saber mais sobre certificações ambientais, pesquise no site do Serviço Brasileiro de 
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). 
 
CONTEUDISTA 
Rafaela Cristina Landeiro da Silva Rodrigues

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