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Giulia Pacheco Souza Considerada uma complicação crônica microvascular comum do DM e uma das principais causas de perda visual irreversível. É resultado de uma hiperglicemia crônica sem controle que provoca espessamento da membrana basal (microangiopatia) e oclusão capilar, levando a hipóxia retiniana e aum. da permeabilidade vascular, como consequência provoca liberação de fatores de crescimento, hemorragias e edemas. Os principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento da retinopatia diabética são: tempo de evolução do DM, mau controle glicêmico e de HAS, nefropatia diabética, insulinoterapia, puberdade, gravidez e dislipidemia. O grau de retinopatia é dividido em 4 graus: não proliferativa leve, não proliferativa moderada, não proliferativa grave e proliferativa. Retinopatia diabética não proliferativa leve: presença de microaneurismas (resultante da oclusão capilar, é evidenciado por pequenos pontos vermelhos com bordas bem definidas, sendo a primeira alteração da retinopatia). Retinopatia diabética não proliferativa moderada: mais microaneurismas (M), porém inferior a grave. Retinopatia diabética não proliferativa grave: ausência de características da proliferativa, com presença de no mínimo 01 item: > 20 hemorragias intrarretinianas em cada quadrante, dilatação venosa em ≥ 02 quadrantes, anormalidade vasculares em ≥ 01 quadrante. OBS.: outros achados seriam hemorragia (lesão puntiforme em formato de chama de vela) e exsudato duro (pontos amarelos bem circunscritos e profundos, sendo depósitos de lipídios e/ou lipoproteínas, resultante do aum. da permeabilidade vascular). OBS.: outros achados seriam exsudato duro, microinfartos retinianos (manchas esbranquiçadas ou branco-acinzentadas de contorno impreciso, lembrando um algodão - EA) e anormalidades microvasculares intrarretinianas (capilares dilatados e anormais circundados por inúmeros microaneurismas). Giulia Pacheco Souza Retinopatia diabética proliferativa: neovascularização e hemorragia vítrea pré-retiniana, podendo provocar deslocamento da retina com perda da visão. O edema macular não relaciona de forma direta com o grau de retinopatia, podendo estar presente em qualquer fase. Outras manifestações oculares seriam mononeuropatias, microaneurismas da conjuntiva bulbar, deslocamento posterior do vítreo, xantelasma, ficomicose orbital e úlceras de córnea. Além de catarata (excesso de sorbitol resulta na opacificação), glaucoma (em especial, ângulo aberto) e problemas de refração (miopia, hipermetropia e presbiopia). Geralmente, os pacientes são assintomáticos, mas pode cursar com visão embaçada, manchas no campo visual (escotomas), distorção das imagens e até perda da visão (edema macular ou retinopatia proliferativa). O rastreamento é anualmente com a realização da fundoscopia, retorno varia conforme avaliação do oftalmologista. Nos pacientes com DM tipo II encaminha no momento do diagnóstico, já no DM tipo I realiza após 5 anos do diagnóstico ou no início da puberdade, qual acontecer primeiro. No DMG não há recomendação de fundoscopia. Mas se paciente grávida e previamente diabética realiza exame trimestral ou conforme critério do especialista. OBS.: imagem à esquerda representa a neovascularização apontada pelas setas. Na imagem à direita evidencia uma hemorragia vítrea decorrente da ruptura de neovasos. Giulia Pacheco Souza O tratamento envolve otimização do controle glicêmico, controle pressórico, controle da nefropatia diabética e da dislipidemia. Além da cessação do tabagismo. Em relação a terapia mais específica, realiza fotocoagulação a laser nos casos de retinopatia proliferativa e não proliferativa grave (não melhora a visão perdida, apenas evita deterioração), farmacomodulação com antiangiogênico (“aplica substância no olho”) nos casos de edema macular e retinopatia proliferativa sem descolamento, ou vitrectomia.
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