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AULA 7 - CUIDADO INTEGRAL AOS PACIENTES NAS DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS (Tuberculose)

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Cuidado integral aos 
pacientes nas doenças 
infecto-parasitarias 
AULA 7 - TUBERCULOSE 
A incidência de tuberculose é maior em áreas de 
grande concentração populacional e precárias 
condições socioeconômicas e sanitárias. 
 
A distribuição da doença é mundial, sendo a 
tuberculose considerada a doença infecciosa que 
mais mata no mundo, superando mortes causadas 
pela aids e malária. 
 
No Brasil, em 2018, foram diagnosticados 72.788 
casos novos de TB, o que corresponde a um 
coeficiente de incidência de 34,8 casos/100 mil hab. 
 
Em 2018, os dois estados com maior coeficiente de 
incidência de TB foram Amazonas (72,9 casos/100 
mil hab.) e Rio de Janeiro (66,3 casos/100 mil hab.). 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Doença infecciosa e transmissível 
 
Mycobaterium tuberculosis (bacilo de Koch) 
• afeta prioritariamente os pulmões, embora 
possa acometer outros órgãos e sistemas. 
• Sinonímia: Peste cinzenta; tísica pulmonar; 
doença do peito. 
• Pode ser causada por qualquer uma das sete 
espécies que integram o complexo 
Mycobacterium Tuberculosis: M. tuberculosis, 
M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, 
M. pinnipedi e M. caprae. Entretanto, do 
ponto de vista sanitário, a espécie mais 
importante é a M. tuberculosis. 
 
Reservatório: O principal reservatório é o homem. 
Outros possíveis reservatórios são gado bovino, 
primatas, aves e outros mamíferos. 
 
Modo de transmissão – transmissão aérea 
• A partir da inalação de aerossóis oriundos 
das vias aéreas, expelidos pela tosse, espirro 
ou fala de doentes com tuberculose 
pulmonar ou laríngea. 
• Somente pessoas com essas formas de 
tuberculose ativa transmitem a doença. 
• Os bacilos que se depositam em roupas, 
lençóis, copos e outros objetos dificilmente 
se dispersam em aerossóis e, por isso, não 
desempenham papel importante na 
transmissão da doença. 
 
Período de incubação 
• Pode entrar em estado de latência, 
multiplicando-se muito lentamente durante 
dias ou até mesmo anos. 
• Embora o risco de adoecimento seja maior 
nos primeiros 2 anos após a primo-infecção, 
uma vez infectada, a pessoa pode adoecer 
em qualquer momento da sua vida. 
 
Ambientes fechados, mal ventilados, com ausência 
de luz solar, com aglomerados de pessoas tornam 
maior a chance de transmissão. 
 
A transmissão pode ocorrer enquanto o indivíduo 
estiver eliminando bacilos no escarro. 
 
Com o início do esquema terapêutico adequado, a 
transmissão tende a diminuir gradativamente e, em 
geral, após 15 dias de tratamento, chega a níveis 
insignificantes. 
 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A forma pulmonar, além de ser mais frequente (87% 
dos casos novos de tuberculose em 2015), é também 
a mais relevante para a saúde pública, especialmente 
a positiva à baciloscopia, pois é a principal. 
Responsável pela manutenção da cadeia de 
transmissão da doença. 
 
Entretanto, não raramente (em 13% dos casos em 
2015), a tuberculose manifesta-se sob diferentes 
apresentações clínicas. 
 
Dessa forma, além da tosse, outros sinais e sintomas 
podem ocorrer, e devem ser valorizados na 
investigação diagnóstica individualizada 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS – 
TUBERCULOSE PULMONAR 
• Tosse (por 3 semanas ou mais) é o sintoma mais 
frequente da tuberculose pulmonar, geralmente 
acompanhada de expectoração (escarro) 
• Febre baixa (geralmente no final da tarde) 
• Suores noturnos 
• Emagrecimento 
• Fraqueza 
• Cansaço 
• Dores no corpo 
 
TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR 
A tuberculose extrapulmonar tem sinais e sintomas 
dependentes dos órgãos e/ou sistemas acometidos. 
 
As principais formas diagnosticadas de tuberculose 
extrapulmonar no Brasil são pleural e/ou empiema 
pleural tuberculoso, ganglionar periférica, 
meningoencefálica, miliar, laríngea, pericárdica, 
óssea, renal, ocular e peritoneal. 
 
Sua ocorrência aumenta em pessoas que vivem com 
HIV/aids (PVHA), especialmente entre aqueles com 
imunocomprometimento grave. 
 
É frequente a associação da tuberculose 
extrapulmonar à pulmonar (tuberculose mista). 
Por isso, todo caso extrapulmonar também deve 
ser investigado para tuberculose pulmonar. 
 
TUBERCULOSE PRECAUÇÃO 
 
TUBERCULOSE – DIAGNÓSTICO 
Exame Bacteriológico Direto do Escarro 
• É método fundamental para o diagnóstico. 
Esse exame, quando executado 
corretamente, permite detectar de 70 a 80% 
dos casos de tuberculose pulmonar em uma 
comunidade. 
 
A baciloscopia direta do escarro deve sempre ser 
solicitada para: 
• pacientes adultos que procurem o serviço de 
saúde por apresentarem queixas 
respiratórias ou, informarem ter tosse e 
expectoração há três semanas ou mais; 
• pacientes que apresentem alterações 
pulmonares na radiografia de tórax; 
• contatos de casos de tuberculose pulmonar 
bacilíferos que apresentem queixas 
respiratórias. 
 
 
 
 
Pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente 
(BAAR) 
• Duas amostras de escarro: uma no momento da 
identificação do sintomático respiratório (SR) e 
outra na manhã do dia seguinte. 
 
 
 
• Cultura do bacilo de Koch - Os casos suspeitos 
de tuberculose pulmonar negativos ao exame 
direto do escarro. 
• Exame radiológico do tórax - É auxiliar no 
diagnóstico da tuberculose, importante na 
investigação da doença e deve ser solicitada 
para todo paciente com suspeita clínica de 
tuberculose pulmonar. 
• Teste sorológico anti-HIV - A associação de 
tuberculose e infecção pelo HIV tem 
repercussões negativas na evolução das duas 
doenças. 
• Prova Tuberculínica - A prova tuberculínica (PT) 
consiste na inoculação intradérmica de um 
derivado proteico purificado do M. tuberculosis 
(purified protein derivative – PPD), com a 
finalidade de se medir a resposta imune celular 
a estes antígenos. 
 
 
 
No Brasil, a tuberculina usada é o PPD RT-23, 
aplicada por via intradérmica no terço médio da face 
anterior do antebraço esquerdo, na dose de 0,1mL. 
 
A leitura deve ser realizada 48 a 72 horas após a 
aplicação, podendo ser estendida para 96 horas, 
medindo-se com régua milimetrada o maior 
diâmetro transverso da área de endurecimento 
palpável. 
 
TUBERCULOSE – TRATAMENTO 
A TB é uma doença curável em praticamente todos 
os casos sensíveis aos medicamentos 
antituberculose, desde que obedecidos os princípios 
básicos da terapia medicamentosa (associação 
medicamentosa adequada, doses corretas e uso por 
tempo suficiente) e a correta operacionalização do 
tratamento. 
 
O tratamento da tuberculose sensível deve ser 
desenvolvido sob regime ambulatorial e realizado 
preferencialmente na atenção básica. 
 
A hospitalização somente está recomendada em 
casos especiais 
 
A maioria dos pacientes completa o tratamento sem 
qualquer reação adversa relevante. 
 
TUBERCULOSE – ESQUEMA DE 
TRATAMENTO 
 
 
O esquema básico pode ser administrado em 
gestantes nas doses habituais, mas, nestes casos, 
está recomendado o uso concomitante de piridoxina 
50mg/dia, dado o risco de toxicidade neurológica no 
recém-nascido (pela isoniazida). 
 
TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO 
(TOD) 
• É uma estratégia recomendada para todas as 
pessoas com diagnóstico de tuberculose. 
• Define-se como TDO a ingestão diária dos 
medicamentos antituberculose pelo paciente 
sob a observação direta de um profissional de 
saúde. 
• Para fins operacionais, o Sistema de Informação 
de Agravos de Notificação (Sinan) não considera 
TDO quando o procedimento é realizado por 
amigos ou familiares. 
• Nas situações em que o paciente não aceite o 
TDO, a equipe de saúde deve reforçar o 
monitoramento da adesão, por meio da 
utilização de todas as ferramentas disponíveis, 
visando ao sucesso do tratamento. 
 
TRATAMENTO DE INFECÇÕES LATENTES ILTB 
O tratamento da ILTB reduz o risco de adoecimento 
por TB ativa. (RIFAMPICINA E ISONIAZIDA) doses * 
manual do guia de vigilância 
 
 
 
Rifapentina 
 
TUBERCULOSENOTIFICAÇÃO 
Os casos novos (critério laboratorial ou clínico), os 
reingressos após abandono, as recidivas e os casos 
que são transferidos oficialmente ou não, para 
tratamento em outra unidade de saúde devem ser 
notificados. 
 
A notificação e a investigação epidemiológica 
devem ser registradas no Sinan, com o 
preenchimento da Ficha de Notificação/Investigação 
da Tuberculose. 
 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
• Diagnosticar precocemente todas as formas de 
tuberculose, com oferta universal de cultura e 
teste de sensibilidade, incluindo o uso de testes 
rápidos 
• Tratar de forma adequada e oportuna todos os 
casos diagnósticos de tuberculose visando à 
integralidade do cuidado 
• Intensificar as ações de prevenção 
• Intensificar as atividades colaborativas TB-HIV 
• Busca ativa de sintomáticos respiratórios (caso 
suspeito de tuberculose pulmonar) 
• Investigação de contatos 
• Visita domiciliar e busca de faltosos 
 
IMUNIZAÇÃO COM BCG 
A vacina BCG utilizada no Brasil é preparada com 
bacilos vivos atenuados, a partir de cepas do 
Mycobacterium bovis, e apresenta eficácia em torno 
de 75% contra as formas miliar e meníngea da TB, 
em indivíduos não infectados pelo Mycobacterium 
tuberculosis. 
 
 
Neste documento, a OMS aponta que a ausência de 
cicatriz de BCG após a vacinação não é indicativa de 
ausência de proteção; 
 
Vacina BCG 
• dose única de 0,05mL ou 0,1mL, a depender 
do laboratório 
• preferencialmente e logo após o nascimento 
• pode ser administrada simultaneamente 
com as demais vacinas do CNV 
• via intradérmica, na inserção do músculo 
deltoide direito 
 
Recomenda-se o adiamento da vacinação nas 
situações listadas a seguir: 
• recém-nascido contatos de indivíduos 
bacilíferos deverão ser vacinados somente após 
o tratamento da tuberculose ou 
quimioprofilaxia. 
• A vacina deverá ser adiada até 3 meses após o 
tratamento com imunodepressores ou com 
corticosteroides em dose elevada. 
• A vacinação também deve ser adiada em recém-
nascidos com peso inferior a 2kg, até que 
atinjam este peso 
• Quanto as pessoas hospitalizadas com 
comprometimento do estado geral, a vacinação 
deve ser adiada até a resolução do quadro 
clínico.

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