Prévia do material em texto
ATOS DE PRECONCEITO LINGUÍSTICO Primeiramente devemos considerar como normal, as diferenças entre os povos que nascem e vivem em diversas regiões do Brasil. Nosso país é de uma grande extensão, com regiões muito distantes umas das outras, o que dificulta a comunicação, da língua oficial. Ainda conta, o povo brasileiro, com o fato de que cada região se formou e se desenvolveu sob colonização de diferentes povos com suas culturas e idiomas próprios, o que justifica, em determinada circunstância a presença de atos preconceituosos em relação à linguística, sob suas diversas formas. Numa situação em que seja necessário a utilização da linguagem formal, quase não se percebe atos de preconceito, uma vez que todos os envolvidos, geralmente têm conhecimento das regras linguísticas, justificando o entendimento das expressões faladas ou escritas. Já numa situação em que qualquer forma de expressão é informal percebe-se divergências de interpretação, comprometendo o entendimento na comunicação. Porem há de se considerar o grau instrucional e cultural entre os elementos do grupo apontado. No que tange às diversas práticas sociais da contemporaneidade, deve-se considerar o comportamento comum de determinado povo e sua cultura, valendo salientar como exemplo o aperto de mão ou um aceno, expressando cordialidade. São práticas sociais pertinentes e muitas vezes fora do contexto do convívio social no qual estamos inseridos e, por isso mesmo, nos causa estranheza. Ditas práticas estão diretamente ligadas à linguagem. Por isso, há linguagem que podemos dizer, unificadas por uma determinada regra de cunho linguístico, como por exemplo, um ato de superior hierárquico numa empresa, uma convocação de reunião numa associação, os quais seguem modelo do aviso, da advertência, etc. que, por sua vez estão restritos à linguística, enquanto meio de facilitar a comunicação entre os membros daquele grupo destinatário. Para se evitar as práticas de atos preconceituosos quanto à linguística, necessário se faz primeiramente, conhecer a diferença entre linguagem, língua e fala que, significam, a linguagem como sendo a exteriorização do pensamento e instrumento de comunicação entre quem emite e quem recebe a mensagem; Já a língua possui características próprias de cunho coletivo e social enquanto a fala está definida como sendo própria do indivíduo. Por isso diz-se que a língua é da comunidade e a fala do individuo. Há de se entender, pois, que estamos diante de uma dinâmica de comunicação. Para cada região existe uma forma escrita e falada, esta última com maior ênfase, através de gestos e tantos outros meios de exteriorização de pensamento que devem ser considerados fundamentais para o convívio social. E aqui ressalta-se uma região com falas e gestos bem peculiares, que deixam dúvidas quanto ao significado perante as demais. Um exemplo clássico é o modo de expressão do brasileiro nascido e vivendo no sul que, ao se referir a uma criança, chama-a de guri, diferentemente das demais regiões: no sudeste é chamada de pivete expressão abominável no nordeste, por significar menor infrator. A região sul tem modo próprio de fazer-se gentil ao receber uma visita, oferecendo-lhe o tradicional chimarrão (chá de ervas) que, aos olhos do nordestino não é bem aceito por entender que chá é oferecido a quem está precisando como remédio. E, no centro oeste, é oferecido como motivo para uma reunião formal, ou costume de se fazer uso do mesmo às tardes em família ou com amigos. A falta de conhecimento desse fenômeno de aplicação da linguística própria de cada região, conforme a cultura peculiar é mola propulsora da prática de atos preconceituosos, somente aceitos, dentro dos limites da ignorância de quem os pratica, mesmo assim com as devidas ressalvas. E completamente inadmissível a prática de atos de preconceito linguístico, quando constatados a partir e entre pessoas ou grupos com conhecimento das normas de comunicação e de convivência social, daqueles a quem se dirige ou são dirigidos. Caso contrário, cabe o alerta de se configurar, tais atos, em ignorância das diversas formas de comunicação, consideravelmente injustificável.