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Exame físico do aparelho respiratório

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1 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
EXAME FÍSICO do aparelho respiratório: 
• Inspeção (estática e dinâmica); 
• Palpação; 
• Percussão; 
• Ausculta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ INSPEÇÃO ESTÁTICA 
É necessário ter o acesso à região do tórax para efetuar o exame físico do tórax posterior. 
→ Higienizar as mãos preferencialmente com água corrente e sabão, em segunda opção, pode ser 
com álcool em gel; 
→ Começar desatando a bata do paciente e expondo a região do tórax posterior, efetuando uma 
leve descida da bata para fazer a inspeção do tórax posterior, lateral e a inspeção anterior do tórax; 
→ Observa, por exemplo, se apresenta cicatrizes cirúrgicas, circulação colateral visível, distribuição 
dos pelos, características do sexo e idade, simetria do tórax (entre o hemitórax esquerdo e direito); 
→ Na inspeção lateral, observar o diâmetro 
anteroposterior do tórax e o diâmetro latero-
lateral do tórax, para caracterizar se é um 
tórax plano ou chato (formato normal do tórax 
nos indivíduos que não apresentam patologias 
pulmonares crônicas), tórax em tonel, em 
barril, pectus excavatum (afundamento na 
região esternal), pectus carinatum (peito de 
pombo), escoliótico, lordótico... 
→ Na região anterior, verificar se apresenta cava superior, onde veias proeminentes vão estar visíveis 
abaixo da superfície da pele, demonstrando uma compressão venosa do sistema porta/cava. Dessa 
forma, repercutindo na formação de uma circulação colateral visível. 
→ Valorizar os achados extratorácicos, importantes de serem observados nas patologias 
pulmonares: mucosas do paciente (se existe cianose oral ou nas regiões de leitos ungueais), observar 
a mão do paciente, o formato das unhas (se existe a presença de baqueteamento ou hipocratismo 
digital) e a coloração das unhas. É importante observar também a região do pescoço/cervical pois 
nesse momento consigo definir se apresenta algumas características de desenvolvimento maior da 
musculatura acessória, que auxilia nos quadros respiratórios de esforço mais crônico – verificar se o 
paciente utiliza muito para auxiliar a respiração, podendo encontrar uma musculatura hipertrofiada, 
bastante proeminente e definir que é uma característica de paciente com patologias pulmonares 
crônicas. 
 
2 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
→ Analisa-se, também, aspectos relacionados ao desenvolvimento de patologias pulmonares 
crônicas como o DPOC ou enfisema pulmonar, em que o paciente desenvolve características 
especificas do exame físico que faz o médico pensar que o paciente tenha uma doença crônica. 
Algumas dessas características: formato das unhas (baqueteamento), formato do tórax, presença de 
cianose oral ou periférica... 
 
 
➢ INSPEÇÃO DINÂMICA 
→ Observa-se, inicialmente, o tipo respiratório do paciente e o ritmo respiratório. Importante ser 
observado enquanto o paciente faz os movimentos de inspiração e expiração. Pedir para respirar 
fundo pela boca e soltar e, dessa forma, avaliar o tipo de expansibilidade que o pulmão tem a 
capacidade de fazer. 
→ Tipo respiratório: perceber se a expansibilidade é simétrica (nos dois hemitórax avaliados é igual). 
Observa-se a parte anterior do tórax, para verificar se o tipo respiratório é predominantemente 
abdominal, costal superior ou misto. 
→ Ritmo respiratório: é importante fazer a técnica de contagem ou verificação dos movimentos 
respiratórios. Para isso, utiliza-se o relógio e conta a frequência respiratória em um minuto. Para 
distrair o paciente e fazer com que ele não mude o ritmo respiratório, pegando-se o pulso para não 
ficar influenciado pelo fato de estarmos verificando. Observar os movimentos abdominais/torácicos 
e contar em um minuto para que possamos ter a frequência respiratória nesse período. 
→ Ver se o paciente apresenta um ritmo respiratório adequado para a faixa etária ou se apresenta 
bradipneia (menor do que 12irpm, pode ser fisiológico ou patológico) ou taquipneia (mais de 20irpm, 
podendo ou não vir acompanhada de dispneia). 
→ Observar se existe batimento de asa de nariz: se apresenta utilização da musculatura acessória, 
se apresenta alguma retração supraclavicular, subcostal ou intercostal (tiragem intracostal). Paciente 
com essas características, geralmente apresenta dispneia. 
→ Sinal de Lemos-Torres – sinal patológico: observa-se que existe um abaulamento da pele entre os 
espaços intracostais, sugerindo fortemente ao médico que está se deparando a um derrame pleural 
no hemitórax. Esse sinal pode ser identificado na inspeção, sugerindo uma patologia pulmonar de 
repercussões importantes para o paciente. 
 
 
➢ PALPAÇÃO 
→ Expor o tórax anterior quando for necessário; 
→ Iniciar com a técnica de palpação identificando pontos hiperssensíveis ou dolorosos, passando 
desde a coluna cervical até a coluna lombossacral; 
→ Com o dorso da mão, verificar se há diferença de temperatura entre os hemitórax, pois há 
síndromes diagnosticadas nessa diferença de temperatura e presença de sudorese; 
→ Efetuar a manobra de expansibilidade – realizar em dois 
segmentos, posicionar a mão nos ápices pulmonares fazendo uma 
prega aproximadamente ao nível de C7, pedir para o paciente respirar 
profundamente fazendo expansão simétrica do tórax e observa-se se 
os dedos se movem de forma simétrica. Realizar também a 
expansibilidade nas bases pulmonares, continuar fazendo a técnica 
da prega na região da coluna, pedir para o paciente inspirar e expirar 
– o examinador deve abraçar com os dedos as regiões das bases 
pulmonares e verificar se os dedos se afastam e voltam a se aproximar de forma simétrica; 
 
3 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
→ Se for necessário, pode-se efetuar através da palpação no tórax anterior, evidenciando enfisemas 
subcutâneos, identificando sensação de ar represado no tecido celular subcutâneo; 
→ Depois, retorna para a parte posterior – técnica de frêmito toracovocal (FTV), 
pedir para o paciente repetir as palavras “TRINTA E TRÊS” toda vez que o 
examinador colocar as palmas das mãos nas costas do paciente. Avaliar primeiro 
os ápices pulmonares, percebendo que a vibração através da parede do tórax é 
simétrica e ir descendo, pedindo para ele falar todas as vezes, além das regiões 
axilares; 
→ Percebo que a transmissão do som através do frêmito toracovocal é mais 
intensa nas regiões intraescapulares, o som se propaga de forma mais livre, 
atingindo a mão do examinador. Ao chegar mais na base e na axila, temos uma 
menor propagação dessas ondas sonoras, mas é importante que sejam 
simétricas. Percebemos um discreto aumento da propagação do som na base 
pulmonar direita e isso é normal, porque o brônquio fonte direito é mais calibroso que o esquerdo. 
Pode-se perceber, principalmente nos pacientes magros. 
→ É preciso entender o conceito que de propagação do som – o som se transmite melhor no sólido, 
depois no parênquima pulmonar e, com menos intensidade, no ar. Tudo o que substitui o 
parênquima pulmonar normal por uma condição que é preenchido por líquido, vai aumentar o 
frêmito... tudo o que transforma o parênquima em uma superfície aerada pode e deve diminuir a 
palpação do frêmito toracovocal; 
→ É importante analisar 4 pontos na palpação de cada lado: 3 pontos na parte posterior + 1 na axilar. 
Existem examinadores que preferem examinar com uma mão, é uma técnica aceita, depende de cada 
examinador. 
 
 
➢ PERCUSSÃO 
→ A percussão da parte anterior pode ser realizada, mas não faz parte do exame físico geral do 
adulto, sendo reservada para algumas situações especiais com hipótese que direcione para uma 
patologia do sistema respiratório; 
→ No geral, faz a percussão do tórax posterior e região axilar. 
→ Serão percutidos 6 pontos de cada lado (12 ao total): inicia no ápice do pulmão, percorrendo a 
linha intraescapular até a base pulmonar e dois pontos axilares. 
→ Para obter uma melhor identificação do som da percussão, pede-se para o paciente fazer uma 
manobra facilitadora para a percussão:se abraçar, inclinar um pouco o corpo para frente e colocar 
uma almofada (opcional) para ele apoiar os braços e ficar mais confortável. O objetivo é afastar as 
escápulas para ter uma área mais livre; 
→ Utiliza-se a percussão digito-digital, onde o dedo médio da mão dominante percute a falange 
média da mão contralateral, comparando os pontos sucessivamente. No fim do pulmão, há uma 
mudança de som; 
→ Retirar a almofada e colocar uma mão atrás da cabeça, na nuca, para percutir a região axilar 
(dois pontos (um na linha axilar inferior e na linha axilar média) – fazer dos dois lados; 
→ Cabe ressaltar que o som normal da percussão é o som claro pulmonar. Se não for encontrado, 
pode ser substituído por um som timpânico ou som de hiperssonoridade, por um som submaciço ou 
maciço que identifique patologias pulmonares. 
 
 
 
 
4 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
➢ AUSCULTA 
→ Realiza-se a ausculta tradicional do tórax posterior e técnica de ausculta vocal; 
→ O estetoscópio, tradicionalmente, tem duas áreas de ausculta: diafragma – maior (utilizada para 
a ausculta do tórax) e a área de campânula – menor (mais utilizada para a ausculta de sons graves, 
como a cardíaca); 
→ Pedir para o paciente fazer inspiração e expiração com a boca entreaberta toda vez que encostar 
o estetoscópio nas costas; 
→ Ausculta-se 6 pontos de cada lado: desde o ápice pulmonar, região intraescapular, base pulmonar 
e região axilar. Sempre comparando um lado com o outro; 
→ Conversar com o paciente, falar que se ele se sentir tonto ou cansado, é para ele levantar a mão 
para dar uma pausa; 
→ Se for necessário, na ausculta da axila, posso pedir para o paciente fazer a manobra facilitadora 
(colocar a mão atrás da cabeça); 
→ Ausculta de pontos anteriores do tórax: região traqueal (usar a campanula do estetoscópio, na 
região da fúrcula esternal), volta a usar o diafragma e fazer a ausculta do som brônquico. A referência 
anatômica para o som brônquico é o 2º espaço intercostal na borda esternal direita e esquerda; 
→ Na parte posterior, realiza a ausculta do som bronco vesicular no ápice pulmonar, bronco 
vesicular entre as escápulas e murmúrio vesicular nas bases e regiões axilares do pulmão (sons 
normais à ausculta pulmonar); 
→ Como relatar que apresenta um som normal: apresenta um murmúrio vesicular, som brônquio 
vesicular e sons bronco vesiculares uniformemente distribuídos, de forma simétrica no tórax. Não 
apresenta nenhum ruído adventício detectado no exame físico, ausência de sons pulmonares 
patológicos. 
→ Técnica de ausculta vocal: corresponde aos princípios de transmissão de ondas sonoras (mais 
intensa nos sólidos e menos intensa no parênquima mais aerado). Identificam diferenças de 
síndrome de condensação no pulmão, síndromes de atelectasia, patologias onde existe uma maior 
hiper insuflação pulmonar, parênquima mais ventilado e aerado ou patologias que transmitem o som 
por uma barreira mecânica, como o derrame pleural em que os espaços são ocupados por um líquido 
(transudato ou exsudato); 
→ Pedir para o paciente falar algo que o examinador não identifique nem compreenda as sílabas 
e palavras (por exemplo, o nome completo da avó) toda vez que encostar o estetoscópio nas costas. 
O normal é o examinador não identificar nem compreender essas palavras; se o examinador 
conseguir identificar um pouco, pode estar em um caso de broncofonia – maior nitidez do som. Se 
identificar perfeitamente a palavra, chamaria de pectorilocafônica, então pediria para o paciente 
sussurrar, falar bem baixinho, examinando os pontos novamente, contemplando ápice, terço médio, 
base e região axilar dos pulmões. Se identificar os sons nitidamente compreendendo as palavras, está 
diante de uma patologia pulmonar grave representada pela ocupação do espaço pulmonar por uma 
síndrome de condensação em que a transmissão do som é facilitada.

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