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1 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 PARALISIA FACIAL Semiologia Neurológica Existem dois tipos de paralisia: central e periférica. PARALISIA CENTRAL Tem uma característica de comprometer o 1º motoneurônio, que sai do giro pré-central, região que inerva os músculos da face. Ao sair de lá, vai em direção ao núcleo do nervo facial, depois que faz sinapse com o 2º, o nervo facial se forma para inervar a hemiface. Então, há o comprometimento do 1º neurônio. Etiologia: → Vascular (AVE de artéria cerebral média, hemorragia, isquêmica na região); → Tumoral; → Traumárica. Características: → Plegia ou paresia (fraqueza) do quadrante inferior contralateral da face. Isso acontece pois na lesão, o quadrante superior não é tão comprometido pois tem motoneurônio dos dois lados, suprindo a falta do neurônio de um lado. O quadrante superior é poupado, pois o outro lado compensa; → Hipertonia e hiperreflexia, contrações involuntárias, espasmos; → Presença de contrações involuntárias; PARALISIA PERIFÉRICA (paralisia de Bell) Comprometimento no 2º motoneurônio, lesão no nervo facial ou no núcleo do nervo facial. Etiologia: → Idiopática; → Alérgica; → Autoimune; → Virótica; → Choque térmico; Características: → Plegia ou paresia de toda hemiface. O comprometimento está no nervo, então compromete todo o lado da face do lado que foi comprometido, independente se a lesão for no núcleo ou no nervo, há uma plegia. → Compromete o 2º neurônio; → Homolateral à lesão; → Hipotonia, hiporreflexia; → Desordem aguda do nervo facial (de uma hora para outra), que pode começar com sintomas de dor na região da mastoide e produzir uma plegia ou paresia de uma hemiface; → A causa não é conhecida; 2 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Acredita-se que tem relação com a reativação de um tipo do vírus herpes simples tipo 1 nos gânglios do nervo craniano, que acaba levando à paralisia. Incidência: 11,5-40,2/100.000; Pico: 30-50 e 60-70 anos; Recorrência: 8,3% de chance Bom prognóstico: 71% possui recuperação completa e 25% recuperação parcial (alguma sequela) e 4% não tem recuperação (origem traumática, sem abordagem cirúrgica, distúrbios renais); Prognóstico: depende do tempo em que a recuperação começa. 1 semana: 88% de recuperação completa; 1-2 semanas: 83% de recuperação completa; 2-3 semanas: 61% de recuperação completa. Fisiopatologia: → Neuropraxia (comprometimento da bainha de mielina, lesão mais leve); → Axonotmese (degeneração do axônio e bainha de mielina, mas preserva o endoneuro que mantém o caminho do nervo); → Neurotmese (secção do nervo, mais grave, abordagem cirúrgica, prognóstico não é bom) Quadro clínico: → Instalação súbita, aguda; → Assimetria facial (desvio de Bell), ângulo da boca desvia para o lado sadio; → Plegia da hemiface; → Dor na região da mastoide; → Hipersensibilidade a sons; → Apagamento dos sulcos do lado comprometido (acentua do lado sadio, aumentando a assimetria facial); → Lagoftálmico; → Epífora – escorrimento de lágrimas, piora na salivação, alimentação (crocodile tears); → Sinal de Bell (globo ocular se desvia para fora e para cima); → Ageusia (perda da gustação nos 2/3 anteriores da língua); → Sincinesia (quando contrai o músculo do rosto, outros acabam contraindo junto); Tratamento: glicocorticoides, antiretrovirais, vitamina B12, cirúrgico é raro (traumáticos e abscessos), fisioterapia; Avaliação: solicitar a mímica facial.
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