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Exercicio Patologia Neoplasias

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Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
 Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS)
 			 Setor de Parasitologia e Patologia
	Curso: Ciências Biológicas
	Ano/semestre:
2018.2
	Disciplina: Patologia
	Cód: BIOB 061/ BIOL 141
	Professor (a): Maria Danielma dos Santos Reis
	Aluno (a): Marilia Albuquerque Barbosa
ATIVIDADE COMPLEMENTAR – Neoplasias
Uma mulher de 41 anos de idade apresentou uma massa em sua mama esquerda. Inicialmente, durante o autoexame, a paciente notou um nódulo pequeno, que dobrou de tamanho durante os últimos dois meses antes da apresentação ao médico. O histórico familiar demonstra uma tia materna que morreu de câncer de mama aos 59 anos de idade; não há relato de nenhum outro familiar afetado por câncer. A paciente tem duas filhas jovens. O exame físico revelou uma massa, não fixa (móvel), em sua mama esquerda. Não havia sinais de edema ou evidência de alterações do mamilo. Um único linfonodo axilar palpável foi encontrado, o qual era também móvel. A mamografia confirmou a presença de uma massa de 2,5 cm de diâmetro. As tomografias computadorizadas do tórax e de abdome não revelaram massas nos pulmões, fígado, glândulas suprarrenais, rins, baço ou ovários. A cintilografia óssea foi também negativa. O cálcio sérico estava elevado com medida de 12,5 mg/dL, sem sinais ou sintomas específicos. A dosagem de parato-hormônio (PTH) sérico estava discretamente baixa. A paciente foi submetida a uma mastectomia radical modificada para remover o tumor, incluindo a dissecção dos linfonodos axilares. Dos 14 linfonodos axilares removidos, um estava completamente substituído por células tumorais, e três outros exibiam envolvimento microscópico. A coloração imunoistoquímica do tumor com o anticorpo anti-fator de von Willebrand é demonstrada na imagem do computador. As células tumorais se coraram intensamente para expressão HER2/neu (ERBB2) e foram positivas para receptores de estrogênio e de progesterona. Células tumorais viáveis foram desagregadas e analisadas por citometria de fluxo para avaliar o conteúdo de DNA, revelando índice proliferativo relativamente alto sem aneuploidia. Baseado no estadiamento clínico, a paciente recebeu radioterapia adjuvante na mama esquerda e na axila. A paciente apresentou queixas de dores de cabeça e turvamento de visão dez meses depois da cirurgia. O líquido cefalorraquidiano foi analisado.
Baseado no caso clínico descrito acima, considere as figuras e responda as questões abaixo:
1. Na figura 1 está mostrado a superfície de corte mostra uma massa cinza- esbranquiçada que está em meio de gordura e não pode ser facilmente delimitada. O que implica o fato de o tumor ser dificilmente delimitado? O que essa aparência nos informa sobre o possível comportamento do tumor? Qual é a implicação que esse aspecto teve em relação ao procedimento cirúrgico de tratamento dessa neoplasia?
 Figura 1: Massa na mama – Macroscópica, superfície de corte
Resposta: O fato de o tumor ser dificilmente delimitado implica na malignidade do mesmo, visto tumores malignos apresentarem característica de crescimento por meio de infiltração, invasão, destruição e penetração do tecido circundante, ao contrário das neoplasias benignas que se desenvolvem de modo encapsulado e definido não tendo capacidade de se infiltrar. Tal aparência informa que o tumor estava em desenvolvimento realizando a invasividade local típica deste tipo de câncer. Devido ao mesmo ser maligno e, portanto, apresentar um modo infiltrativo de crescimento torna se necessário a remoção de ampla margem de tecido normal circunjacente, quando se realiza excisão cirúrgica de modo a assegurar a remoção de todo conteúdo cancerígeno.
2. A figura 2 demonstra o aspecto microscópico do tumor da fig.1. As células tumorais são vistas invadindo o parênquima normal da mama. A formação extensa, anormal e irregular de glândulas pode ser vista mesmo nesse aumento. De acordo com o aspecto morfológico como pode ser classificado o tumor, quanto ao tipo e a nomenclatura?Figura 2: Mama, espécime de biópsia do tumor – Pequeno aumento
Resposta: Se trata de um tumor maligno nomeado de adenocarcinoma de mama.
3. Anticorpos utilizados para corar um corte do espécime da biópsia mostram que virtualmente todas as células tumorais expressam a proteína receptora de estrogênio (coloração marrom) (Figura 3). Como a expressão dos receptores de estrogênio pode estar envolvida na etiologia desse tumor? Baseado em seu conhecimento sobre a influência do estrogênio nas células que expressam esse receptor, como esse achado pode ser explorado terapeuticamente?
Figura 3: Mama, coloração imunoistoquímica para receptor de estrogênio – Aumentos pequeno e médio
Resposta: A total presença de proteínas receptoras de estrogênio nas células tumorais indicam que as moléculas de estrogênio são responsáveis pelo controle da multiplicação celular de células cancerígenas. Desse modo, o tratamento para o câncer deve ser pautado em terapias que ajam no impedimento da ligação das moléculas de estrogênio em seus receptores, seja reduzindo os níveis de estrogênio ou bloqueando seus receptores, impedindo assim a multiplicação de células carcinogênicas. 
4. A figura 4 mostra a detecção imunoistoquímica da expressão da proteína HER2 em um corte de tecido contendo o tumor mostra um padrão de coloração intensa da superfície celular. A proteína HER2 está incluída em qual família de receptores de superfície celular? Qual é a diferença no prognóstico dos pacientes cujos tumores apresentam superexpressão da proteína HER2?
 Figura 4: Câncer de mama, coloração imunoistoquímica
 para HER2/neu– Grande aumento
Resposta: A proteína HER2 está incluída na família de Fatores de Crescimento Epidermico - EGF de receptores de superfície celular. Pacientes os quais apresentam superexpressao da proteína HER2 possuem um pior prognostico, visto tal proteína em seu estado normal enviar sinais para a divisão celular, e em pacientes com câncer ela se torna mais abundante tanto em genes no núcleo, como em receptores, ficando portanto superexpresa desencadeando assim um crescimento descontrolado de células tumorais, ademais quando superexpressa a mesma é suficiente para induzir a conversão de uma de proto oncogenes em oncogenes gerando assim um comportamento tumoral mais agressivo.
5. Como a presença de células carcinomatosas no líquido cefalorraquidiano influencia o estadiamento do tumor?
Resposta: O estadiamento classifica a extensão do tumor de acordo com seu grau de disseminação, isso pelo sistema TNM o qual afere: as características do tumor primário, as características dos linfonodos de drenagem e a presença de metástases. Desse modo quando ocorre a presença de células carcinomatosas no liquido cefalorraquidiano se afere que houve metástase levando a sua classificação segundo o sistema TNM como estádio IV.

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