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Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: FISIO NEURO Organização da Função Motora (Princípios de Organização da Medula Espinhal) Introdução • Substância branca (periferia), substância cinzenta (centro) • Segmentos ( 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo) • Corno posterior: receptor das informações sensoriais (vide resumo 01) • Corno anterior: motoneurônios Motoneurônios Somáticos • Neurônio que se projeta para as células musculares • Via final comum (única via de controle do SNC) • Motoneurônios podem ser autônomos (NÃO SERÁ TRABALHADO) • Distinção com base no diâmetro axonal (alfa e gama) Motoneurônios alfa • Grandes multipolares • Saem da medula e se projetam para fibras extrafusais e outros neurônios • Placa motora ou junção neuromuscular: términal neural + fibra muscular • Fibras extrafusais: compõem o volume esquelético, geram força contrátil Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: FISIO NEURO • 1 axônio inerva 1 músculo, mas várias vibras do mesmo. Mamíferos: cada fibra é inervada por 1 motoneurônio apenas • Unidade motora: 1 motoneurônio + fibras musculares que o axônio inerva ▪ Unidade básica de movimento • Músculos de grande precisão: 1 motoneurônio pode inervar poucas fibras • Músculo proximal de extremidade: 1 motoneurônio pode inervar milhares de fibras • Unidade muscular: fibras de uma unidade motora. Apresentam o mesmo tipo histoquímico (contração lenta [I], ou rápida [IIa e IIb]) • Princípio do tamanho: o recrutamento das unidade motoras é organizado e gera diferentes níveis de força, recrutando motoneurônios em ordem de tamanho • A corrente excitatória nos pequenos é maior que a do grande (menor resistência) Motoneurônios gama • Menores • Se localizam nas mesmas regiões do corno anterior dos motoneurônios alfa que inervam o músculo • Faz sinapses nas fibras musculares intrafusais (localizadas nos fusos) • Regulam a sensibilidade desses receptores Organização topográfica dos motoneurônios do corno anterior • Núcleo motor: grupo de motoneurônios alfa que inervam 1 músculo • Um núcleo pode abranger vários níveis medulares • Existem interneurônios: recebem conexões sinápticas das fibras aferentes e axônios das vias que descem do encéfalo. • Interneurônios fazem parte tanto dos arcos reflexos espinais, como vias descendentes de controle motor • Interneurônios podem se projetar ipsilateralmente ou bilateralmente. Isso gera um controle independente das extremidades e um controle bilateral que garante a sustentação postural para tronco e pescoço Reflexos espinais • Agonista: músculo que inicia e é a causa primária do movimento • Sinergistas: músculos que atuam de modo semelhante ao agonista • Antagonistas: músculos cuja atividade se opões à ação do agonista • Estabilizadores: imobilizam articulações e cumprem papel postural Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: FISIO NEURO • Os circuitos medulares controlam essa atividade organizada do controle motor • As vias descendentes se relacionam principalmente com interneurônios • Um reflexo é uma resposta previsível, involuntária e estereotipada a um estímulo desencadeante • Arco reflexo: circuito básico que apresenta alguns componentes ▪ Alça aferente (receptores e axônios sensitivos) ▪ Componente central (interneurônios no SNC) ▪ Alça eferente (motoneurônios) • Um estímulo desencadeante (como um estiramento por exemplo) ativa receptores sensitivos. Isso causa uma excitação que será enviada à medula e ativará motoneurônios, e regularem neurônios intercalares • São úteis para avaliação clínica da função medular • 1 motoneurônio na maioria das vezes participam do arco reflexo, e podem estar ativos com um arco reflexo silenciado (já que sofre ação das vias descendentes) OBS: alguns circuitos da medula espinal que não são bem avaliados no reflexo: Segmentar: confinado a um único segmento que é repetido em muitos níveis Propriospinal: correm cranial e caudalmente pla medula conectando diferentes níveis Vias motoras descendentes: interagem com os circuitos espinais Reflexo miotático ou de Estiramento • Conjunto de respostas desencadeadas pelo estiramento de um músculo • Mantém postura e supera impedimentos durante um movimento voluntário • Alterações no reflexo estão envolvidas em ações do encéfalo Receptor responsável é o fuso muscular • Composto por fibras especializadas (intrafusais) e ricamente inervada por axônios sensitivos e motores • Causam alterações no comprimento global do músculo pela sua contração (técnica de Jadrarssik, para reflexo patelar) • Fibras em bolsa nuclear e fibras em cadeia • Inervação sensitiva; fibras aferentes do grupo Ia (grandes) e grupo II (média) Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: FISIO NEURO • Inervação motora: motoneurônios alfa (dinâmicos [bolsa] e estáticos [cadeia] • Detectam alterações no comprimento do músculo ▪ São estiradas ou encurtadas junto com as extrafusais ▪ Detectado por mecanorreceptores das fibras aferentes Ia e II ▪ No reflexo patelar, e um estiramento significativo e rápido, ativando principalmente fibras do grupo Ia de resposta dinâmica (altera pelo grau de estiramento) Motoneurônios Gama ajustam a sensibilidade do Fuso • Se houvesse contração apenas das extrafusais, pelo motoneurônio alfa a tensão do fuso seria reduzida pelo encurtamento muscular • Para isso ocorre uma estimulação simultânea dos gama, encurtando as fibras intrafusais, mantendo a tensão basal • Alfa e gama também são estimulados por comandos descendentes Reflexo miotático fásico (ou Ia) • Um estiramento rápido do músculo reto ativa fibras do grupo Ia dos fusos que transmitem à medula espinal • Fibra Ia forma sinapses excitatórias diretas nos motoneurônios alfa que inervam o próprio músculo e outros sinérgicos • Fibra Ia também forma sinapses com interneurônios (ou intercalares) ▪ Esse interneurônio é inibitório que terminam no motoneurônios alfa que inervam antagonistas • Outros ramos fazem sinapses com neurônios ascendentes que abastecem o encéfalo • Ou seja, ele estimula agonistas e inibe antagonistas. Chamamos isso de inervação recíproca • Note que nesse caso fibras Ia não inervam motoneurônios gama, para evitar uma situação de retroalimentação (rapaz, no vídeo de humberto ela está inervando ne, enfim. IRMÃO, ISSO NÃO IMPORTA) Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: FISIO NEURO Reflexo Miotático Tônico • Desencadeado quando se dobra passivamente uma articulação • Inclui fibras Ia e II dos fusos • Fibras II: conexões excitatórias com motoneurônios alfa • Esse reflexo contribui para o tônus muscular, mantendo uma taxa basal de descarga de motoneurônios alfa Considerações • Esse reflexo se opõe às alterações do comprimento do músculo a partir de um determinado ponto • Músculo alonga: descarga de fibras Ia e II, excitação de motoneurônios alfa, contração e reversão do estiramento Reflexo miotático inverso ou grupo Ib • Atua opondo-se às alterações do nível de força no músculo • Sistema que mantém os níveis de força em um músculo • Receptor deixa de ser o fuso, e passa a ser o órgão tendinoso de Golgi • São inervados pelo grupo Ib • Podem ser ativados por contração ou estiramento muscular Eles sinalizam força, enquanto os fusos sinalizam comprimento • Fibras Ib entram na medula e terminam em interneurônios ▪ Interneurônios que inibem motoneurônios alfa do músculo homônimo ▪ Interneurônios que excitam antagonistas VEI OLHA QUE VIAGEM: se você está muito tempo em pé, seus extensores começam a fadigar, o que promove um estiramento do músculo. Isso por si só ativa fibras do fuso e inibem órgão tendinoso de Golgi, pela redução da força. Ai quandovocê está cansado, e muito tempo em pé, o que você faz? Exatamente, dobra o joelho, reduzindo ainda mais a força aplicada sobre o quadríceps Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: FISIO NEURO Reflexos de Flexão e Locomoção • Inicia-se com ativação de um ou mais receptores sensoriais, incluindo nociceptores • Sinais podem ser levados à medula por fibras aferentes (grupo II e III, aferentes do reflexo de flexão/ARF) • Excitam interneurônios excitatórios que ativam motoneurônios alfa dos flexores • Excitam interneurônios inibitórios que inibem motoneurônios alfa que inervam os músculos extensores antagonistas • Provocam o padrão oposto de atividade na medula contralateral (extensão da extremidade oposta). Chamamos isso de reflexo da extensão cruzada. Ajuda a manter o equilíbrio, permitindo sustentar uma carga adicional enquanto a outra é flexionada (Vias Motoras Descendentes) Classificação das Vias Motoras Descendentes • Eram divididas em vias piramidais e extrapiramidais ▪ Rola um B.O nisso aqui ▪ Doença de trato piramidal: comprometimento corticospinal (interrompido) ▪ Muitos casos de doença piramidal, entretanto, alteram funções de outras vias ▪ Ai não é muito utilizado essa classificação dicotômica ▪ A parte do capítulo Rodou rodou, e não chegou a lugar nenhum • Classificação por local de término na medula e diferença nos papeis de controle ▪ Vias laterais ✓ Terminam nas partes laterais de substância cinzenta da medula ✓ Principal alvo são interneurônios (mas também excitam motoneurônios diretamente) Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: FISIO NEURO ✓ Influenciam arcos que controlam o movimento das partes distais, e ativam musculatura de sustentação ▪ Vias mediais ✓ Terminam na parte medial do corno anterior do grupo medial de interneurônios ✓ Conectam-se bilateralmente aos motoneurônios da musculatura axial (equilíbrio e postura) Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: FISIO NEURO O sistema lateral Tratos Corticospinal lateral e Corticonuclear • Originam-se de ampla região do córtex (área motora primária, pré- motora, suplementar, cíngulo frontal, córtex somatossensorial parietal) • Originados de células piramidais grandes e pequenas, incluindo células piramidais GIGANTES de Betz • Saem do córtex e entram na cápsula interna • atravessam mesencéfalo no pedúnculo cerebral • atravessam parte basilar da ponte • emergem para formar pirâmides na superfície anterior do bulbo • Corticonucleares: saem do trato no tronco e terminam nos núcleos motores dos nervos cranianos • Corticospinais: 90% cruzam para o lado oposto (decussação das pirâmides) ▪ Descem no funículo lateral contralateral como trato corticospinal lateral (terminam nos níveis medulares, principalmente interneurônios) ▪ O restante que não cruza continua no funículo anterior ipsilateral, ao lado do trato corticospinal anterior que pertence ao sistema medial (decussam no nível medular em que terminam) • Trato corticospinal lateral ▪ Fundamental para o controle independente e preciso dos dedos • Trato Corticonuclear ▪ Projeta-se para núcleos motores dos nervos cranianos Trato Rubrospinal • Origina-se na parte magnocelular do núcleo rubro (tegmento do mesencéfalo) • Decussam no mesencéfalo, descem pela ponte e bulbo • Assumem posição anterior ao trato corticospinal lateral • Afetam motoneurônios da musculatura distal, como fazem as fibras Corticospinais • Recebem aferencia do cerebelo e córtex motos O Sistema Medial • Corticospinal anterior e parte do Corticonuclear podem ser vistos como vias do sistema medial. • Terminam no grupo medial dos interneurônios na medula • Músculos axiais são controlados por essas vias Tratos reticulospinais pontino e bulbar Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: FISIO NEURO • Pontino ▪ Estão na formação reticular pontina medial ▪ Desce no funículo anterior ▪ termina ipsilateralmente no grupo medial de interneurônios ▪ excitar motoneurônios para extensores proximais • Bulbar ▪ Estão no bulbo medial (núcleo reticular gigantocelular) ▪ Descem bilateralmente no funículo lateral anterior ▪ Terminam nos interneurônios associados a grupos de motoneurônios mediais ▪ Via inibitória Tratos vestibulospinais lateral e medial • Lateral ▪ Origem no núcleo vestibular lateral ▪ Desce pelo funículo anterior e termina nos interneurônios associados aos motoneurônios mediais ▪ Excita extensores da parte proximal (controle postural) ▪ Inibe motoneurônios flexores ▪ A excitação dessa via vem dos órgãos otolíticos, e a inibitória das células de purkinje do verme do córtex cerebelar ▪ Ajusta postura na aceleração angular e linear • medial ▪ origina-se no núcleo vestibular medial ▪ desce no funículo anterior e termina no grupo medial dos interneurônios nos níveis cervicais e torácicos médio ▪ medeia ajustes de posição da cabeça em resposta à aceleração angular da cabeça Trato Tetospinal • origina-se nas camadas profundas do colículo superior • cruzam para o ladro contralateral abaixo da substância cinzenta periaquedutal • descem no funículo anterior e terminam no grupo medial de interneurônios da medula cervical • o trato tetospinal regula o movimento da cabeça em resposta a estímulos visuais, auditivos e somáticos Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: FISIO NEURO Vias monoaminérgicas • sistema menos específico • abrange várias vias sinápticas de monoaminas • Locus coeruleus e núcleo subcoeruleus neurônios com norepinefrina • Projeção medular pelo funículo lateral • Efeito dominante inibitório pelo estímulo de interneurônios Déficits Motores causados por lesões das vias motoras descendentes • Síndrome do trato piramidal ou doença do motoneurônio superior • Aumento dos reflexos de estiramento fásicos e tônicos • Fraqueza • reflexos patológicos (Babinski) • redução dos reflexos superficiais como o abdominal e cremastérico Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: FISIO NEURO A preparação Descerebrada • descerebrarão cirúrgica: transecção do mesencéfalo • supressão dos reflexões de flexão • aumento da atividade reticulospinal pontina (estimulação dos extensores) • redução da atividade reticulospinal bulbar (via inibitória) • cortar raiz posteriores pode aliviar situação 1. Explicar a diferença entre neurônio motor superior e inferior sendo capaz de desenhar um esquema ilustrativo ok 2. Esquematizar o conceito de unidade motora OK 3. Explicar e esquematizar os principais reflexos medulares (miotático direto, miotático inverso, flexor/retirada) OK 4. Reconhecer e diferenciar síndrome do neurônio motor superior e inferior sendo capaz de explicar do ponto de vista neurofisiológico os principais achados de cada síndrome. ok 5. Reconhecer as limitações dos termos "piramidal" e "extrapiramidal" ok 6. Reconhecer as principais vias descendentes sendo capaz de identificar quais fazem parte do sistema medial e quais fazem parte do sistema lateral da medula espinha ok Referências: • Berne e Levy 7ª edição, capítulo 9 • Vídeos humbertinho
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