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PSICOLOGIA APLICADA A ODONTOPEDIATRIA PSICOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO: - Trabalha com todo processo de desenvolvimento humano durante determinado período - Desenvolvimento Somático: Motricidade, fala - Desenvolvimento Emocional: Comportamento social, adaptações e personalidade COMPORTAMENTO ADAPTATIVO: Conhecimento do grau de aprendizagem e raciocínio - O profissional deve saber os limites, que tipo de palavras podem ser usadas. Ex: Bicho da cárie COMPORTAMENTO SOCIAL E PERSONALIDADE: - Relacionamento com os pais, com outros adultos (inclusive odontopediatra), colegas, parentes, professores FASE ORAL - Infância 0 a 18 meses: Boca: É o Órgão + importante do corpo nesta fase, pois a criança obtém ar e alimento e explora o corpo e o meio ambiente que a cerca através da boca e da pele - Mãe: Doador - Dá sensação de segurança e satisfação - Até os 6 meses: FATOR DE SIMBIOSE: A criança sente-se fusionada à mãe, não distingue limites, ela acha que faz parte do corpo da mãe, acha que ainda está dentro da barriga - Após os 6 meses: A criança começa a distinguir o limite entre ela e a mãe - Nesta fase, a criança pode desenvolver ansiedade por ficar longe da mãe, e pode começar a comer mais, a chorar mais, a chupar dedo, etc. - Desenvolve capacidade motora: Já consegue pegar objetos - Aumenta atividade mental: Já consegue fazer movimentos repetitivos - Fase de Individualização – separação: Ela começa a entender que ela é um indivíduo no meio de várias pessoas - Passa a tolerar insatisfações e separações SUCÇÃO: A necessidade de sucção (mamadeira) é importante para a sobrevivência física e psicológica do bebê - NECES.FISIOLÓGICA: Amamentação. Essa necessidade diminui com a introdução de alimentação sólida (mastigação); Geralmente cessa entre 9 a 12 meses - NECES.PSICOLÓGICA: Consolo, mas deve ser retirado no máximo aos 3 anos de idade. Esse hábito não deve ser incentivado pelos adultos se a criança não quiser. - Sucção para crianças maiores de 3 anos: Podem levar a problemas de oclusão e no desenvolvimento da fala FASE ANAL – OU PRIMEIRA INFÂNCIA – 18 MESES A 3 ANOS: - A criança começa a alcançar o controle da bexiga e intestinos; Começa a ter autonomia com o controle do próprio corpo - Experimenta as próprias vontades – visão clara do seu “eu”, começa a experimentar várias coisas. Ex: Terra, plantas, etc. - Idade do desafio – sentimentos fortes e contraditórios (birra) - O quanto é capaz de agir e decidir sozinha) FINAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA – 3 ANOS: - Maturidade para o tratamento: Realizar 2 atividades ao mesmo tempo: Capacidade da criança ficar sentada e manter a boca aberta durante 10/20 minutos - Compreende explicações simples: É importante FALAR- MOSTRAR- FAZER - Sempre elogiar as capacidades da criança e manter contato físico (abraços, mão no ombro) SEGUNDA INFÂNCIA (3 a 5 anos) - FASE FÁLICA (Edipiana, Fase Genital Inicial): - Começam a perceber que elas têm alguma coisa dentro do corpo (Ex: batidas do coração) e questionar diferenças entre meninos e meninas - Pais transmitem idéias de feminilidade e masculinidade - Buscam identificação com pessoas próximas para imitá- las COMPLEXO DE ÉDIPO: Período em que a criança idolatra uma pessoa do mesmo sexo e se “apaixona” pelo adulto do sexo oposto - Criança passa a ter valores morais e estilo de vida dos pais - Desejo de explorar, curiosidades, fazem muitas perguntas - É necessário impor limites, fazer regras - A criança precisa de orientação e limites bem definidos - Porém, o excesso de proibições por parte dos pais pode gerar sentimento de culpa: Pode transformar curiosidade em passividade. - Maturidade para o Tratamento: A criança senta e fica concentrada até 30 minutos - Sempre elogiar a aparência - Correções devem ter conotação POSITIVA: Sempre explicar de uma forma agradável. FASE DE LATÊNCIA (Idade Escolar – 5 a 12 anos): - Principal Foco: Criança em seu contexto social (deixa de ser o “centro” para participar do ambiente social) - Criança explora o mundo; Compara-se aos outros; Dá importância à escola, amigos, atividades recreativas, outros adultos; Estabelece diálogos e discussões abstratas - Gosta de colecionar e competir - MATURIDADE PARA TRATAMENTO: - Amadurecimento das capacidades motoras - Desenvolvimento mais realista do social - Visão mais real do tratamento odontológico - Solicita explicações para receber atendimento FASE GENITAL - ADOLESCÊNCIA (13 a 19 anos): Não é tratada pela Odontopediatria, e sim pela Odontohebiatria - Puberdade; Início da maturidade sexual; Início do mundo adulto - Mudanças físicas e psicológicas; Busca da identidade própria: Auto- estima e auto- conhecimento - Perfil: Desinteresse (não ouvem o que lhe falam); Sonhadores e “esquecidos”; Aparência pessoal e roupas; Centralizam o EGO; Ídolos, ideologias; Desejo de ser adulto com todos os privilégios; Desejo de ser criança (dependentes e protegidos); Sentem medo, solidão; Andam em grupos; Relacionamentos emocionais: Sonho distante RELAÇÃO HUMANA CIRURGIÃO DENTISTA / PAIS ANAMNESE: Fornece dados sobre desenvolvimento e conduta da criança - Relação com a família; Atitudes familiares possuem grande influência sobre o comportamento da criança; O dentista deve agir de acordo com os hábitos deles sem perder sua característica de trabalho - CIRURGIÃO – DENTISTA: - Não deve julgar ou posicionar-se de forma contrária, somente alertar, orientar - Importante ser uma pessoa equilibrada e preparada para aceitar as suas limitações e a dos outros - CONFIANÇA: Tratar da criança com competência RELAÇÃO HUMANA CIRURGIÃO DENTISTA / CRIANÇA: - O comportamento da criança está diretamente ligado à sua relação com o meio e particularmente à mãe. É importante saber se durante o dia a criança fica com a mãe, com a avó, com outras crianças na creche - Mãe ansiosa = Criança ansiosa; Mãe muito brava = Criança medrosa * Nesse momento, pode ser que seja necessário fazer com que a mãe fique esperando fora do consultório - O Odontopediatra deve observar e compreender as reações das crianças - Estar munido de autoconhecimento e segurança BOM RELACIONAMENTO COM A CRIANÇA: - Sempre reparar e elogiar a criança - Equilíbrio entre necessidades da criança e do profissional. - Entendimento e respeito à criança: Ambos se adequarão à situação - Sensibilidade e percepção: A criança pode sorrir para alguém e odiá-lo - Paciência para transformar essas situações em resolução positiva - Necessidades básicas da criança: Afeição; Aprovação; Autoridade – Ser firme e tranquilo MEDO: - Estado emocional diante do perigo, caracterizado pelo conhecimento intelectual do mesmo, provocando somente a sensação psicológica. - MEDO BIOLÓGICO: Fator biológico de defesa e proteção. Medo natural e necessário. - O medo biológico associado ao medo psicológico pode se tornar uma patologia (Fobia, pânico, pavor), geralmente é relacionado à uma situação já vivenciada no passado - EVOLUÇÃO DO MEDO: Medo biológico → Medo psicológico → → Medo Condicionado → Ansiedade → Fobia - Existem dois tipos de medo: 1) MEDO OBJETIVO: Ligado a experiências dolorosas, desagradáveis e cansativas. Situações reais vivenciadas pela criança. - Experiência profissional pregressa desagradável e consequente elaboração da própria criança, associado à interferência da ansiedade familiar 1.1) MEDO OBJETIVO DIRETO: Quando a experiência anterior dolorosa ou desagradável sofrida pela criança foi através de ações provocadas durante o tratamento odontológico. Ela passou por dor e cansaço em outro dentista, por isso ela ficou com medo de todos os dentistas. 1.2) MEDO OBJETIVO INDIRETO: Oriundo de experiências que ocorreram em ambientes semelhantes ao do consultório odontológico (médico, hospital, farmácia) e há correlação com o que passou anteriormente. Passou por medoem ambiente semelhante ao dentista (Ex: Hospital, posto de saúde, etc) - A criança prevê o que poderá acontecer no tratamento odontológico. 2) MEDO SUBJETIVO: Ocorre principalmente por informações de adultos ou crianças maiores. É o que a criança pensa, ela ouve falar de experiências desagradáveis vividas por pais, parentes ou amigos no dentista, com isso, passa a fantasiar, exagerando o quadro. - Ela fica com medo por causa da opinião dos outros e também pelo o que ela vê. Ex: Foi no dentista e viu muito sangue, agulhas, etc. “Se a mamãe que é grande e me protege sentiu medo, será que eu vou sofrer?” - Não é obrigatoriamente ligado à verbalização, às vezes ela tem medo pq viu alguma coisa Ex: Expressão facial de alguém que sentiu dor ou medo - A criança entende tão claramente como se tivessem explicado em detalhes. - O medo subjetivo é mais difícil de ser controlado pois não temos dados concretos (objetivos) para explicar porque ela tem medo. QUADROS CLÍNICOS DO MEDO: - Crianças sofrem medo psicológico geralmente quando: - Foram submetidas a tratamentos médicos ou hospitalizadas; - Tiveram contato com a morte; - Nascimento de um irmão; - Perfil: Criança tímida e retraída; Agarra-se à mãe - Dentista: Deve passar confiança e tranquilidade, deve tentar desvincular sua imagem do medo; Deve descondicionar o medo com a associação de experiências prazerosas diante de situações traumáticas - Mostrar que o choro/birra não vão mudar o que temos que fazer (tratamento). Ela não sai do consultório enquanto ela não tratar o dente. MEDO DO DESCONHECIDO E DO INESPERADO: - SITUAÇÕES INESPERADAS OU DESCONHECIDAS: Nunca assustar a criança com situações novas, sempre mostrar o que vai acontecer - Barulho do alta rotação; Luz do refletor; Jato de água / ar; Sala de consulta; Paramentação do dentista - Apresentar equipamentos e instrumentais à criança - Satisfazer a curiosidade - Mostrar e explicar o funcionamento: Subir e descer a cadeira; Luz do refletor (nunca nos olhos); Barulho do alta e baixa rotação; Espelho, pinça clínica; Sugador; Jato de água/ar ANSIEDADE: - Normal e inevitável - Ansiedade: Doença (questão de quantidade e não qualidade) - Como driblar a ansiedade: O Dentista deve usar palavras tranquilizadoras e de carinho e realizar aproximação física (toque) para conquistar o apoio e confiança da criança CHORO: Várias origens: Apreensão (tensão); Birra (choro sirene); Medo do tratamento ou do desconhecido; Cansaço; Dor (choro mais sentido, com soluço) - O dentista deve analisar a origem; Discernir qual atitude tomar; Deve saber conviver com o choro - Manter diálogo para distrair a criança (descontração) - Transmitir segurança (olhar, atitudes, palavras e contato físico) - Ser carinhoso, não se deixar envolver pelo choro - Entender as atitudes e PROSSEGUIR o trabalho - Contornar a dor com recursos técnicos BIRRA: Chora, grita, bate mãos e pés,socos e pontapés, morde, cospe, etc. - Chora alto para não permitir diálogo - Recurso para não ouvir nada (tapa os ouvidos) - Sempre costuma ganhar, é mimada, os pais se fazem as vontades da criança - Criança aprende o valor da crise e passa a usá-la para ter a sua vontade imediatamente atendida - Dentista: Deve ter atitude mais firme mas sem ser ignorante (quando não tiver medo incluso) - Ajudar a criança a encontrar o caminho para a realidade pois está envolvida pelo medo e fantasia CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O TRATAMENTO DE CRIANÇAS: - QUALIDADES BÁSICAS DO PROFISSIONAL QUE EXERCE ODONTOPEDIATRIA: 1) AMAR AS CRIANÇAS: Ter prazer no seu convívio, alegrar-se por tê-las por perto. Não adianta só o dentista gostar e nenhuma criança gostar dele. 2) FAZER- SE GOSTAR PELAS CRIANÇAS: Tornar- se amigo e envolver-se facilmente com elas. Ser aceito com naturalidade. 3) GOSTAR DE TRATAR DE CRIANÇAS: Conseguir satisfação profissional. Descobre- se a vocação e apreciação dos resultados. 4) Conhecimento de Odontologia e especificamente em Odontopediatria: - O Clínico deve estar sempre atualizado nos conhecimentos específicos. - Aperfeiçoar quanto à habilidade manual para diminuir tempo de trabalho sem perder a qualidade - Saber exatamente qual o procedimento deverá ser feito 5) Conhecimentos de Psicologia Infantil: Entender e avaliar o comportamento da criança para estabelecer o tipo de abordagem de relacionamento e de trabalho. 6) PACIÊNCIA: Qualidade imprescindível: Deve ser desenvolvida e aprimorada através do autodomínio. 7) CERTA CAPACIDADE DE PERSUADIR E CONVENCER: A criança deve ser convencida da necessidade do que nos propomos a fazer. Convencê-la que só queremos o bem dela. 8) INTUIÇÃO E BOM SENSO: - Perceber o momento de ser firme ou mais delicado no trato e na voz. - Saber discernir o momento de parar quando a criança está cansada - A consulta deve ser mais rápida quando a criança não está bem. Ex: Doente, o bichinho de estimação morreu, etc. - Porém ,deve se perceber abusos, manhas e chantagens emocionais - Demonstrar interesse pela criança 9) CERTA EXPRESSÃO DE AUTORIDADE: - Desenvolver o tratamento em clima amistoso e de carinho, deixando claro quem é a autoridade naquele momento. - Não deixar ser dominado pela criança ou pelos pais. 10) APTIDÃO PARA A ESPECIALIDADE: - A somatória dos fatores descritos tornam o profissional mais ou menos apto a trabalhar com crianças. 11) CAPACIDADE DE MANTER DIÁLOGOS: - Ajustar a conversa à idade, do nível de interesse ao grau de cultura e sexo. 12) NÍVEIS DE DIÁLOGO: Assuntos e palavras devem ser escolhidos de acordo com a idade e o desenvolvimento mental da criança. 13) TOM DE VOZ: Tranqüilo e firme.Gritar e hostilizar assusta a criança ATRIBUTOS BÁSICOS PARA TRATAR DE CRIANÇAS: 1) APARÊNCIA PROFISSIONAL:Atributo físico essencial: Dentes tratados 2) APRESENTAÇÃO FÍSICA: Cabelos, mãos, unhas e roupas bem cuidados 3) SEGURANÇA PROFISSIONAL: O profissional seguro transmite tranqüilidade que é captada pela criança que se submeterá facilmente ao tratamento. - PRESENÇA DA MÃE NA SALA DE CONSULTA: Crianças menores de 3 anos e meio: A separação física da mãe causa sofrimento: Mãe ao lado e segurando a mão - Contenção: criança no colo abraçando a mãe - A mãe é orientada a não falar muito para evitar eco no consultório - TRUQUE: Bolsa e chave do carro às vistas da criança; mamãe está lendo revista na sala ao lado TIPOS DE CRIANÇAS – CLASSIF. DE CARLOS ALBERTO COSTA: 1) Criança que coopera: Não provoca contrariedades ao tratamento e ao dentista 2) Tímida ou assustada: Esconde o rosto atrás da mãe; Olha para baixo; Não responde quando lhes falam; Difícil de conversar; Pouca cooperação 3) Medrosa: Dentista – estranho; Medos Subjetivo/ Objetivo; Horror de dentista e ambiente de consultório; Colaboração impossível 4) Mimada: Choraminga, grita, sapateia; Luta para entrar no consultório; Tenta convencer os pais a levá-las para casa; Pais “escravos” de seus desejos 5) Teimosa: Teimam em não permitir o tratamento; Não choram; Não falam muito; Ficar a sós com a criança para ela sentir quem é o “sr” da situação, sem assustar ou alterar humor 6) Rebelde: Ela se recusa a entrar no consultório; Atitudes de teimosia; Quando o dentista se impõe se torna mais dócil 7) Agressiva: Teimosa, rebelde, chora e grita; + agressão física: morde, empurra, bate, chuta, cospe, joga instrumentos no chão... 8) C/necessidades especiais: As reações são diferentes; A idade não condiz sempre com o nível intelectual; Conhecer antecedentes e causas da anormalidade; Preparar-se para o atendimento; Não ter medo e sim cuidados específicos; Ex: Diabetes, doenças cardíacas – Planejar o atendimento para poder se intervir com segurança 9) Doente: Considerar a saúde da criança;Limites: Não coopera com o tratamento; Curativos temporários p/tirar a dor; Deixar o trabalho mais demorado p/as próximasconsultas MANEJO DA CRIANÇA NO CONSULTÓRIO: - Entrevista inicial só com os pais: nome, tamanho e tipo geral de comportamento. - Recepção da criança: Cumprimentá-la primeiro e depois a mãe - Observar resposta positiva, indiferença, retrair e fugir ao cumprimento - Cuidado: Contato inicial festeiro (beijo, abraço, colo) pode assustar - Estabelecer diálogo; Preencher fichas de anamnese - Fazer a criança participar da conversa - Estabelecer AOS POUCOS (contato físico (mão no ombro, na cabeça) - Entrada no consultório: Criança caminha tranquilamente; Agarra a mãe: As 2 entrem; Criança não quer entrar: Descobrir a causa do medo (subjetivo, desconhecido, separação da mãe), Com amizade remover a causa, Birra: A mãe entra na frente, Choro: Conduzir a criança sem passar “emoção negativa” - DIÀLOGOS: Explorar o assunto que agrada a criança; Clínico falante: Importante; Clínico “tagarela”: Cansativo e irritante; CUIDADO: deslizes durante o diálogo (falar algo que provoca medo) - CONTATOS FÍSICOS: Acompanhado por palavras carinhosas; Cria vínculo, traz tranquilidade; Transmite segurança, confiança, autoridade; Segurar as mãos da criança entre as suas; Mãos sobre a cabeça; Carinho no rosto; Conduzir a criança pelas mãos ou ombros - REFORÇOS POSITIVOS: Parabéns!; Muito bem!; Cada dia você está melhor!; Elogiar roupas e acessórios; PEDIR é diferente de dar ORDEM: Você pode se sentar?; Senta aqui! - PERFIL DO DENTISTA: Dentista com medo de criança: Adia o atendimento; Paternal e quer ser simpático: Tagarela, Chato, voz “melada”; Terrorista (berra e grita): deve abster-se de tratar criança; Dentista Mudo: silêncio cria fantasias de temor na criança; Dentista que ridiculariza a criança: Faz com que a criança não nos queira bem. EDUCAÇÃO E MOTIVAÇÃO EM ODONTOLOGIA - O dentista tem papel importante na educação da criança, por exemplo, o melhor horário para comer doces, técnicas de escovação, etc TÉCNICAS DE ESCOVAÇÃO: - As escovas infantis devem ter cabeça pequena (para ir até o fundo da boca), cerdas macias (a criança ainda não sabe os limites da força na escovação), o cabo deve ter facilidade de apreensão (facilidade para segurar – melhor cabos mais grossos) DENTIFRÍCIOS: - Até 2 anos – Baixo risco de cárie (boa higienização, sem lesões de cárie) – Sem flúor - Até 2 anos – Alto risco de cárie (higienização insuficiente, com lesões de cárie) – Com flúor – 1 vez ao dia – Escovar mais vezes ao dia, porém com pasta sem flúor - 2 a 4 anos – Com flúor – 1 vez ao dia - 4 a 6 anos – Com flúor – 2 vezes ao dia - Mais de 7 anos – Com flúor – 3 vezes ao dia - Qtde. de creme dental: Colocar uma bolinha no sentido transversal da escova - TÉCNICA DE FONES (até 6 anos): Movimentos circulares nas vestibulares, linguais e palatinas; Movimentos de “varredura” nas linguais e palatinas de dentes anteriores com a escova de pé; Movimentos de “vai e vem” nas oclusais - TÉCNICA DE STILMAN (BASS MODIFICADA): Para crianças maiores, que já estejam alfabetizadas. - Vestibulares, linguais e palatinas: 45º; Oclusais: Vai e vem; Anteriores (linguais e palatinas): Varredura (escova em pé) MOTIVAÇÃO DE HIGIENE BUCAL: Permitir que a criança observe os hábitos de higiene bucal dos pais; Estimular a repetição; Brincar com a escova (tornar a escovação um hábito) ESCOVAÇÃO SUPERVISIONADA – POSIÇÃO DE STARKEY: Adulto atrás da criança; Criança com cabeça inclinada para trás LIMPADORES DE LÍNGUA: Para as crianças, usar de preferência os limpadores com cerda FIO DENTAL: Técnica convencional; Fio dental japonês: O mesmo pedaço do fio para todos os dentes - Não pode ser indicado pelo dentista; Técnica do laço IHO-S: ÍNDICE DE HIGIENE ORAL SIMPLIFICADO – GREENE E VERMILLION - Objetivo: Verificar como está a escovação da criança - Técnica: Corar com evidenciador (líquido); Faces vestibulares superiores (incisivo central superior direito, incisivo inferior direito); Faces linguais dos molares inferiores - Atribuir valores para as faces coradas - Calcular IHO-S = Somatória dos valores Nº de dentes corados - Não corar nada = 0 - Corar até o terço cervical = 1 - Cobrir toda a cervical e atingir o terço médio = 3 - Cobriu todo o terço médio e quase todo o dente = 3 Ex: 2+1+3+2+1+3 6 Resultado 0 = ótimo; De 0,1 a 1,0 = Bom; De 1,1 a 2,0 = Regular; 2,1 a 3,0 = Péssimo CARACTERÍSTICAS DA PRIMEIRA DENTIÇÃO: - Odontogênese (formação do dente) - Erupção dentária - Rizólise - Notação em odontopediatria CARACTERÍSTICAS AS DENTIÇÃO DECÍDUA: - Generalidades: - Diferenças entre os seres através da comparação - Decíduos X Permanentes - Objetivo: Conhecimento suficiente para fechar um diagnóstico, planejar e reabilitar o paciente - Criança X Adulto ODONTOGÊNESE: Origem e formação do dente - Antes de 3 semanas de vida intra uterina, o estomodeo já está estabelecido - Boca primitiva - forrada ectoderma - abaixo dele mesênquima. - Ectoderma – Epitélio Oral - Mesênquima – Conjuntivo - Fase de campânula: Papila dentária; Saco ou folículo dentário; Membrana basal; Epitélio interno; Retículo estrelado - Germe Dentário – Epitélio Oral - Órgão do esmalte - Epitélio Interno ou capa dos ameloblastos - ESMALTE - Germe dentário – Conjuntivo Subjacente – Papila Dentária – Odontoblastos/Polpa dentária – DENTINA - Germe dentário - Conjuntivo Subjacente – Saco Dentário –Cementoblastos/Fibroblastos/Osteoblastos – CEMENTO/LIGAMENTO/ALVÉOLO ERUPÇÃO DENTÁRIA: Exposição que a maioria dos leigos e profissionais usam para se referirem ao momento de irrompimento dental na cavidade bucal...o processo tem início na odontogênese e perdura por toda a vida do dente FASES DA ERUPÇÃO DENTÁRIA: a) Fase pré eruptva: Início com a diferenciação dos germes dentários e termina com a completa formação da coroa. Movimento de corpo (para a oclusal e vestibular). Movimento excêntrico (o germe dental cresce em 3D). Totalmente intra óssea. b) Fase Eruptiva: Inicia-se quando a coroa está formada e termina quando o dente chega ao plano oclusal. - Tamanho das coroas são estabelecidos - Importantes alterações de desenvolvimento (rizogênese e periodonto) - Principal movimento é excêntrico - Temos movimento do dente no sentido oclusal, rotação e horizontal (V,L,M e D) . Fase intra e extra óssea c) Pós eruptiva: Quando o dente entra em oclusão e termina com a perda fisiológica ou sua remoção. O dente mantém sua oclusão. - Movimento principal do dente é axial (mentem o dente erupcionado, enquanto os maxilares continuam a crescer) - Compensam os desgastes oclusal e proximal RIZÓLISE: Processo normal (fisiológico) da reabsorção radicular dos dentes decíduos, que decorre por um longo tempo e tem seu início por volta dos 3 anos antes do dente esfoliar. - Sequencia de reabsorção: Início; Intermediário; Final (qdo o dente já está para esfoliar) - Rizólise assimética: Reabsorção maior numa raiz do que em outra. Em anteriores, como há só uma raiz, há maior reabsorção de um lado do que no outro NOTAÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA: Decíduo – Do Latim Decidere = Cair - É tudo que irá se perder fisiologicamente no organismo - Arco temporário – Composto por dentes decíduos - Arco permanente – Composto por dentes permanentes DIFERENÇAS ENTRE O ARCO DECÍDUO X PERMENENTE: Número: Decíduo: 20 dentes - Grupos de dentes: Na decídua, não existe o grupo de pré molares nem 3ºs molares - Tamanho dos arcos: O decíduo é menor pq tem menos dentes e dentes menores Nomenclatura dos dentes decíduos: - Hemi arco: HSD (5); HSE (6); HIE (7); HID (8) - Incisivo central (1), incisivo lateral (2), canino (3), 1º molar (4), 2º molar (5) CRONOLOGIA – ARCO DECÍDUO: - Sequência da erupção superior e inferior: I = 5 a 7 meses II = 8 a 11 meses IV = 12 a 16 meses III = 16 a 20 meses V = 19 a 24 meses CRONOLOGIA – ARCO PERMANENTE:6 anos – 1o M inf; 1o M sup; IC inf; 7 anos – IC sup; IL inf; 8 anos – IL sup; 10 anos – C inf; 1o PM sup; 1o PM inf; 11 anos – 2o PM sup e inf; C sup; 12 anos – 2o M inf e sup; 17 anos – 3o M inf e sup. DESCONTINUIDADE DO ARCO: Sabe-se a soma das distâncias mesio-distal dos dentes decíduos é menor que dos seus sucessores. Esse fato faz com que o crescimento dos maxilares principalmente nos últimos anos da dentição seja estimulado, formando separações e diastemas COR: A diferença na cor entre as dentições são evidentes, isso ocorre principalmente pela presença da dentina, que na dentição permanente é mais especializada e desenvolvida, o que fornece aos elementos variações de cor que irão do branco amarelado ao acinzentado. No dente decíduo normalmente apresentam cores claras e ultra-claras com aspecto LEITOSO. *Prova: CICLO BIOLÓGICO: Tempo de vida do dente decíduo dentro da cavidade oral. O ciclo biológico é diferente da idade biológica da criança. CÁRIE DENTÁRIA: DINÂMICA DA LESÃO DE CÁRIE: A superfície do esmalte dentário apresenta comportamento altamente dinâmico com o meio bucal. - pH bucal INFERIOR a 5,5: Saliva :composição SUBSATURANTE de Cálcio e Fosfato em relação à solubilidade da HÁ. Tendência físico- química : HA do dente PERDE Cálcio e Fosfato para o meio bucal. Dissolução do esmalte – desmineralização - pH bucal SUPERIOR a 5,5: Saliva :composição SUPERSATURANTE de Cálcio e Fosfato. Tendência físico- química : HA do dente GANHA Cálcio e Fosfato do meio bucal - pH 5,5 = pH crítico: Ingestão de açúcar - Bactérias produzem ácidos - pH abaixo de 5,5 - Restabelecimento das condições supersaturantes da saliva Reposição do cálcio e fosfato perdido na desmineralização FATORES ETIOLÓGICOS : Dente e hospedeiro – Microrganismos – Substrato – Tempo HISTOPATOLOGIA DA CÁRIE: - ESMALTE DENTÁRIO: Sólido, microporoso e transluzente - CONSTITUIÇÃO do ESMALTE DENTÁRIO: 95% COMPONENTES INORGÂNICOS; 4% MATÉRIA ORGÂNICA; 1% ÁGUA (ligada às proteínas na camada de hidratação dos cristais, aprisionadas nos cristais ou livre) - Entre cristais – Espaços ou microporos – ESPAÇOS INTERCRISTALINOS - Cárie Dentária: Aumento do Espaço inter- cristalino – diminui a translucidez - Diminuição no tamanho e número de cristais - Aumento da parte orgânica modifica seu índice de refração - aumenta a porosidade do esmalte - Esmalte normal: A translucidez do esmalte ocorre pela permissão da passagem da luz em sua estrutura cristalina. CÁRIE DE ESMALTE: No sentido da superfície do esmalte para a dentina, apresenta as seguintes etapas antes de formar a cavidade: Camada Superficial Aprismática ou de Darling; Corpo da Lesão; Zona Escura e Zona Translúcida 1) Camada Superficial Aprismática ou de Darling: Permeável à entrada de produtos bacterianos ( ácidos); Microporosidades, Lamelas - Espaços intercristalinos e estrias incrementais de Retzius; Maior Resistência à formação de cavidade e à ação dos microrganismos; Alto grau de mineralização, conteúdo de flúor e maior teor de proteínas insolúveis 2) CORPO DA LESÃO: Localizada subsuperficialmente; Desmineralização ocorre mais rapidamente - Solubilização dos cristais e aumento da porosidade; Porosidade: 10% a 25% do seu volume é ocupado por espaços inter- cristalinos ou microporos; Percentual crescente da periferia da lesão, acentuado as estrias incrementais de Retzius; 75% a 90% do conteúdo mineral está intacto 3) ZONA ESCURA: Localiza- se na periferia imediata do corpo da lesão; Porosidade: Microporos representam 2% a 4% de seu volume 4) ZONA TRANSLUCIDA: Representa a parte posterior da desmineralização do esmalte; Porosidade: 1% de seu volume é constituído por espaços intercristalinos ou microporos CAVIDADE DE CÁRIE: Decorrente do aumento gradativo e considerável do corpo da lesão e da consequente porosidade; Desmoronamento da cavidade superficial; Formação da cavidade PATOGENIA DA CÁRIE DE ESMALTE: Estabelecimento da Zona Translúcida: primeira alteração morfológica específica do esmalte na cárie (microscopia óptica); Surgimento da Zona Escura; Vizualização do Corpo da Lesão; Aparece a Lesão Branca: parte orgânica está modificada e a dentina poderá ser alterada também; Estabelece-se uma superfície gredosa no esmalte (sinal radiográfico inicial de cárie); Ocorre a formação da cavidade ESTÁGIOS DA CÁRIE: 1º. ESTÁGIO: MANCHA BRANCA; LESÃO INICIAL – CÁRIE INCIPIENTE; REVERSÍVEL; ATF MANCHA BRANCA ATIVA: OPACAS, RUGOSAS, SEM BRILHO E MARGEM GENGIVAL INFLAMADA (com acúmulo de biofilme dental) MANCHA BRANCA INATIVA OU PARALIZADA: LISA E BRILHANTE AFASTADA DAS MARGENS DA GENGIVA (SADIA); LIVRE DE ACÚMULO VISÍVEL DE BIOFILME DENTAL; CICATRIZAÇÃO DA LESÃO 2º. ESTÁGIO: CAVITAÇÃO: CAVIDADE DE CÁRIE; IRREVERSÍVEL; DENTÍSTICA RESTAURADORA CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE CÁRIE DENTÁRIA: 1) CÁRIE DE ESMALTE: Características: perdas minerais sucessivas que acarretam a formação de cavitações; Aspectos clínicos: cavidades; Microrganismos:S. mutans, S. salivarius 2) CÁRIE DE DENTINA: Características: A esclerose dentinária resulta em desmineralização ácida de sua matriz e degradação (hidrólise) da porção orgânica. - Zona Infectada- Rica em microrganismos e restos celulares, consistência amolecida - Zona Afetada: Pela ação da microbiota acidogênica mostra-se desmineralizada e coloração acastanhada. - Aspectos clínicos: Presença de tecido amolecido, desorganizado, de coloração predominantemente amarelo-acastanhada; Microrganismos: Lactobacillus sp;Actinomyces naeslundii; S. mutans, Actinomyces viscosus, Bacilos filamentosos 3) CÁRIE DE CEMENTO ou CÁRIE RADICULAR: Características: Requer para seu estabelecimento a exposição deste tecido ao meio bucal; Geralmente decorrente da recessão gengival (técnica de escovação incorreta) e a manutenção de biofilme dental nesta região. Aspectos clínicos: Lesões amolecidas na superfície radicular; Áreas amarelo-acastanhadas amolecidas que circundam toda a superfície da raiz; Normalmente apresenta maior extensão que profundidade. Microrganismos: Actinomyces viscosus; Actinomyces naeslundii; S. mutans, S. sanguis, S. salivarius 4) CÁRIE DE SUPERFÍCIE LISA: Aspectos clínicos: formação de cavitações com tecido amolecido, desorganizado, de coloração predominantemente amarelo-acastanhada. Microrganismos: S. mutans; Streptococcus sobrinus, S. salivarius 5) CÁRIE DE SULCOS E FISSURAS: A difusão da desmineralização ocorre LATERALMENTE em direção à junção amelo- dentinária; Forma cônica aberta com base voltada para Dentina e ápice para a superfície esmalte (oclusal). Aspectos clínicos: Pontos isolados; Toda a extensão dos sulcos, fóssulas e fissuras da superfície; Coloração esbranquiçada, amarelada ou acastanhada; Superfícies oclusais. Microrganismos: S. mutans ; S. sobrinus; Lactobacillus sp, S. sanguis, S. mitis, Actinomyces sp CÁRIE ATIVA: Aspectos clínicos: Tecido cariado de aparência amolecida; Coloração branco-amarelada ou acastanhada; Biofilme dental visível. Microrganismos: Streptococcus mutans; Lactobacillus; Actinomyces CÁRIE CRÔNICA: Características: Lesão cariosa com baixa ou baixíssima velocidade de progressão. Aspectos clínicos: Coloração marrom escuro ou enegrecida; Superfície brilhante, relativamente lisa e dura CÁRIE INATIVA OU PARALISADA: Características: Equilíbrio momentâneo ou duradouro entre o processo de desmineralização e remineralização, podendo levar à regressão da própria cárie ou a sua paralisação no estágio em que se encontra. Aspectos clínicos: Coloração predominantemente enegrecida, superfície lisa não- retentiva CÁRIE SECUNDÁRIA OU CÁRIE RECORRENTE: Aspectos clínicos: Lesão de cárie normalmente localizada ao redor ou nas margens de restaurações pré-existentes. Principal fator desencadeante: Margens fraturadas de restaurações, restaurações inadequadas ou alteraçõesdimensionais dos materiais restauradores utilizados, em conjunto com a ação local dos fatores cariogênicos CÁRIE DE ESTABELECIMENTO PRECOCE: Aspectos clínicos: Lesão cariosa de grande velocidade de progressão. Normalmente assume coloração esbranquiçada ou amarelada, com aspecto amolecido (cárie aguda e rampante). Principal fator desencadeante: Mamadeira noturna (com ou sem açúcar) e ausência de higienização; Faixa etária: mais comum em crianças em amamentação ou que ingiram leite na mamadeira CLASSIFICAÇÃO DAS MANCHAS BRANCAS: CÁRIE INCIPIENTE; FLUOROSE; HIPOPLASIA - QUANTO À LOCALIZAÇÃO: INCIPIENTE: REGIÕES RETENTIVAS (CERVICAL, OCLUSAL, PROXIMAIS); FLUOROSE: TODA SUPERFÍCIE DO DENTE - PONTAS DE CÚSPIDES (snow cap); HIPOPLASIA: CENTRALIZADA, SUPERFÍCIES LISAS - QUANTO AO ASPECTO: INCIPIENTE: Bordas irregulares acompanham o contorno cervical; FLUOROSE: Linhas difusas acompanhando as linhas de formação dos dentes, Assemelha-se a riscos de giz; HIPOPLASIA: Lesão bem delimitada; Contornos oval ou arredondado; Dentes homólogos; Parece q sofreu trauma QUANTO AOS DENTES AFETADOS: INCIPIENTE: DENTES PERMANENTES E DECÍDUOS; FLUOROSE: DENTES HOMÓLOGOS, DENTES DE MESMO PERÍODO DE FORMAÇÃO; HIPOPLASIA: NORMALMENTE EM FACES VESTIBULARES DE UM ÚNICO DENTE OU DENTES HOMÓLOGOS QUANTO À COLORAÇÃO: INCIPIENTE: BRANCAS OPACAS, RUGOSAS OU LEVEMENTE AMARELADAS; FLUOROSE: BRANCAS - FORMAS LEVES; ACASTANHADAS- FORMAS SEVERAS; HIPOPLASIA: BRANCAS OPACAS, AMARELO- CREME, ALARANJADAS MÉTODOS SISTÊMICOS DE UTILIZAÇÃO DO FLÚOR FLÚOR: - Deve haver sua presença constante do Flúor em pequenas concentrações na cavidade bucal: - Ação Preventiva: Dificulta a desmineralização do esmalte (desequilíbrio da microbiota) - Ação Terapêutica: Atua na remineralização do esmalte desmineralizado (já há a doença, pq há mancha branca) (* quanto e que tipo de flúor se deve aplicar numa mancha branca ativa) - Incorporação do flúor nos cristais do esmalte de dentes permanentes durante a fase de maturação pós eruptiva (ou pós irrompimento – Quando o dente permanente irrompe, ele ainda está meio poroso, pq a camada superficial ainda não recebeu os benefícios do flúor, por isso está na mesma condição cristalina do restante do esmalte dentário). Essa maturação se dá após 6 meses. MÉTODOS SISTÊMICOS DE APLICAÇÃO DO FLÚOR: - A ação sistêmica do flúor pode ser obtida através de alimentos (Ex: frutos do mar, brócolis, água mineral, outras bebidas); Comprimidos de fluoreto de sódio 2,21%, e, principalmente, através da água de abastecimento - FLUORIDROXIAPATITA: Quando o flúor, sistemicamente, age na formação do germe e do esmalte do dente permanente, alguns dos cristais irão formar não hidroxiapatita, e sim cristais de fluoridroxiapatita. São cristais mais resistentes ao ataque ácido. Quanto mais cristais de fluoridroxiapatita, mais resistente será o esmalte ao ataque ácido. - Porém seu excesso no período de formação do germe dentário irá gerar fluorose - Esses cristais reduzem a solubilidade do esmalte; Incorporam íons F na época de formação dos cristais do esmalte; Provocam mudança na estrutura cristalina - Fluoretação de Águas: Compostos mais utilizados:Fluorsilicato de sódio: Na2SiF6; Ácido fluorsilícico: H2SiF6; Fluoreto de sódio: NaF; Fluoreto de cálcio: Ca2F - Fluoretação de Águas: - Vantagens: Adequado: benefício a todos; Eficiente: diminui a incidência e prevalência de cárie dental; Seguro: na proporção ideal não produz efeito tóxico; Econômico: custo per capta reduzido; Prático: não requer equipamento especial; Perene: efeito perdura por toda vida TOXICIDADE: Exposição aguda aos fluoretos. Depende da dosagem ingerida e do peso corporal. - DCL (dose certamente letal): 32 a 64 mgF/kg de peso corporal - DPT (dose provavelmente tóxica): 5 mgF/kg de peso corporal - Cuidados ao utilizarmos o fluorfosfato acidulado (gel a 1,23%) e o fluoreto de sódio 2% INTOXICAÇÃO AGUDA - SINAIS E SINTOMAS: - Gastrintestinais: Náuseas, vômito, diarréia, dores abdominais e cólicas - Neurológicos: parestesia, tetania, depressão do sistema nervoso central e coma - Cardiovasculares: pulso fraco, hipotensão, palidez, choque, irregularidade de batimentos cardíacos e falha (último estágio) - DPT de flúor para criança de 10 kg: (ver tabela) - A exposição crônica aos fluoretos pode causar FLUOROSE DENTÁRIA, a qual provoca opacidade do esmalte provocada pela ingestão prolongada de fluoretos durante a formação dentária (odontogênese) - Cuidados com a suplementação de flúor sistêmico e ingestão de dentifrícios fluoretados pelas crianças - Períodos de calcificação de dentes permanentes (ver tabela) - Tratamento de emergência para ingestão excessiva de flúor (mg de fluoreto por quilograma de peso corporal): - Abaixo de 5 mg / kg: Cálcio (leite) via oral e observar por algumas horas Induzir vômito se necessário - Acima de 5 mg/kg e abaixo de 15 mg/kg: Esvaziar o estômago induzindo o vômito com eméticos - Cálcio solúvel (gluconato de cálcio 5%, leite ) via oral Observar o paciente em ambiente hospitalar - Acima de 15 mg/kg: Induzir o vômito, levar o paciente para hospital, imediatamente. Monitoramento cardíaco e observar arritmia cardíaca. - Administrar lentamente (via intra- venosa) 10 ml de gluconato de cálcio 10%. Doses adicionais são necessárias quando os sinais de tetania persistirem. - Diuréticos podem ser administrados FLÚOR TÓPICO - AÇÃO PREVENTIVA: - Manutenção da concentração de Flúor na saliva através do uso freqüente de um método (ATF = Aplicação tópica de flúor) - Ação preventiva: Com a aplicação tópica de flúor, ocorre a formação de glóbulos de Fluoreto de Cálcio (CaF2), que irão ficar à disposição para agir contra a desmineralização do esmalte quando a saliva não der conta, com isso, há uma redução do índice de cárie de 40%. AÇÃO TERAPÊUTICA: - Ocorre basicamente na remineralização - Pode ser na forma de aplicação tópica de flúor em alta concentração (gel, verniz) feita pelo dentista - Após essa aplicação, há a formação de Hidroxiapatita Fluoretada, a qual ficará em volta do cristal, preenchendo todos os espaços, sem modificar sua estrutura molecular - Hipersensibilidade dentária: ATF < concentração e > frequência (bochechos) Fluoreto De Cálcio ATF > concentração e < frequência (verniz, gel) Fluoreto De Cálcio HIDROXIAPATITA FLUORETADA Diminui a solubilidade do esmalte F é agregado durante a Remineralização (Des- Re) aos cristais de hidroxiapatita do esmalte Reduz o transporte de Ca e Po4 para fora do esmalte em meio ácido (Desmineralização) GLÓBULOS DE FLUORETO DE CÁLCIO Pequenas esferas microscópicas formadas pela reação do fluoreto com esmalte “RESERVA “ de F que é liberado durante Desafio Cariogênico Usado para obliterar poros sensibilidade dentinária ex. raiz exposta MÉTODOS DE USO DOMICILIAR: - Uso de dentifrícios e bochechos DENTIFRÍCIOS FLUORETADOS: - Método simples e racional com máximo efeito com a associação de métodos preventivos. Provoca redução do índice de cárie entre 25 a 40% - Podem ser compostos de Fluoreto de Sódio; Monofluorfosfato (MFP) ou Fluoreto Estanhoso - Risco à fluorose= 0,07mgF/kg peso/dia - Deve haver sempre supervisão durante a escovação dentária das crianças - Colocar o mínimo de dentifrício – técnica transversal BOCHECHOS: - Uso diário: NaF 0,05%-225 ppmF - Uso semanal/quinzenal: NaF 0,2%-900 ppmF - Redução no índice de cárie= 20-50% - INDICAÇÕES: Risco/Atividade de cárie; Crianças e adultos que vivem em comunidades deficientes de flúor; Pacientes com dificuldades motoras; Portadores de aparelhos ortodônticos fixos; Função salivar reduzida - CUIDADOS: Recomendado para crianças a partir de 6 anos de idade (fazer um treino prévio) - MÉTODOS DE USO PROFISSIONAL: - ATF com Gel; Mousse; Vernizes e Materiais Dentários - Aplicação Tópicade Flúor: - Fluorfosfato Acidulado 1,23% pH 3,0-3,5 (colorido) – Indicado para prevenção de cáries. Pode ser usado na boca toda. - Fluorfosfato Neutro 2% (incolor) – Indicado para remineralização e reposição de flúor em regiões desmineralizadas; Hipersensibilidade. Utilizar somente na região sensível ou de mancha branca. - VEÍCULOS: Gel; Gel Tixotrópico; Mousse 1) Antes da aplicação de flíor, sempre fazer profilaxia 2) Selecionar e preparar as moldeiras (pré fabricadas ou feitas com cera); 3- INSERÇÃO DE FLÚOR GEL: Quantidade a ser utilizada: - Parte rasa do pote Dappen de plástico para decíduos - Parte funda para os permanentes. - Utilizadas com moldeiras de material flexível - Para melhor penetração do gel nos espaços interdentais, deve-se exercer pressão na moldeira - Devido à diluição do gel pela saliva, é imprescindível a utilização do sugador para evitar a deglutição 4- Aplicação - Paciente sentado a 90º - Secar bem os dentes das 2 arcadas - Inserção das moldeiras contendo flúor gel - Sugador presente em todo o processo - Manter em posição de 1 a 4 minutos 5- REMOÇÃO DAS MOLDEIRAS Remover as moldeiras da boca Pedir para o paciente cuspir o EXCESSO Remover excessos com gaze (se necessário) NUNCA jogar água !!!!!! NÃO pedir para paciente fazer bochecho Orientar o paciente a não beber ou comer nos próximos 40-60 minutos ATF GEL TIXOTRÓPICO: - Elevada viscosidade – não escorre (parece gelatina) - Quando não submetido a tensões – permanece na moldeira e não escoa ATF MOUSSE: - Usado na prevenção por ser acidulado - Aplicação feita através de moldeiras - Menor quantidade necessária - Menor risco de intoxicação - Mais seguro – não escorre - O custo é mais alto VERNIZES FLUORETADOS - Redução no índice de cárie = até 70% - 5% de concentração de flúor que são liberados aos poucos - É uma suspensão de fluoreto de sódio em solução alcoólica de vernizes naturais - Duraphat = 22,6 mgF/ml – pH neutro - Duraflur = 22,6 mgF/ml - Flúor Protector = 1.000 ppmF/frasco 0,4ml (dose única) ou ampolas 1,0ml – pH ácido - DOSE RECOMENDADA: Dent. Decídua= até 0,25 ml = 5,7 mgF Dent. Mista= até 0,40 ml = 9,0 mgF Dent. Permanente= até 0,75 ml = 17 mgF - INDICAÇÕES: Prevenção da cárie por impregnação profunda de flúor; Hipersensibilidade dentinária; Prevenção da cárie em dentes recém irrompidos; Prevenção da cárie secundária; Após ajustes oclusais; Remineralização de lesões iniciais de cárie APLICAÇÃO DE VERNIZES: Profilaxia (todas as vezes que se fizer a aplicação); Isolamento relativo com roletes de algodão; Secagem do esmalte com seringa tríplice; Sugador em posição; Aplicação do verniz com microbrush, de preferência nas bordas da lesão; Aguardar 3 a 4 minutos; Remover o isolamento; Pedir para o paciente cuspir e remover o excesso com gaze, nunca jogar água; Orientações sobre alimentação e escovação (não comer nem escovar os dentes após a aplicação) ORIENTAÇÕES APÓS APLICAÇÃO DE VERNIZES - O verniz propicia a liberação de flúor por cerca de até 24hs após a aplicação - Importante não ser removido! - NÃO mastigar alimentos muito consistentes (duros) - NÃO escovar o dente (s) ou faces aplicadas nas primeiras 6 hs - VANTAGENS: Fácil aplicação; Maior tempo de contato com a superfície dentária; Lenta liberação do flúor apesar da alta concentração aplicada - INDICAÇÕES: Remineralização de esmalte; Sensibilidade dentinária em raiz; Protocolo preventivo - PROTOCOLO PREVENTIVO: (22 min) Aplicações alternadas de vernizes de Clorexidina e Flúor em dentes permanentes recém irrompidos (Maturação pós eruptiva) dentes recém irrompidos incorporam íons por período 6 meses - REMINERALIZAÇÃO: - 3 a 4 aplicações em mancha branca (lesão incipiente ativa) - Até completa remineralização – aspecto liso, brilhante do esmalte (Cicatriz da lesão) - VERNIZ DE CLOREXIDINA: Lise de parede celular bacteriana; Ação antimicrobiana; Retarda a formação de biofilme dental por diminuir a adesão bacteriana à PAE MATERIAIS LIBERADORES DE FLÚOR: - Propriedades cariostáticas - Aumentar a resistência à desmineralização - Reduzem o acúmulo de biofilme dental e o crescimento de microrganismos - Ex: CIV; Selantes Oclusais (Fluroshield, Dentsply) Riscos de toxicidade aguda com o uso de flúor tópico Quando utilizado corretamente, nenhum método de utilização do flúor oferece qualquer risco ao paciente Produtos de maior risco: Fluorfosfato Gel a 1,23% e Verniz Fluoretado Demais produtos: adequadamente armazenados e utilizados DPT de flúor para crianças com 20 kg quando do uso de métodos tópicos EXAME CLÍNICO, DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO Índice de Green & Vermillion: Somam-se os valores obtidos e divide-se pelo nº de faces analisadas CLASSIFICAÇÃO DE BAUME: TIPO I : Além dos espaços primatas, apresenta diastemas generalizados entre os incisivos superiores e inferiores. Favorável a bom posicionamento dos permanentes anteriores quando da sua erupção. Com diastemas, apresentam além dos espaços primatas, espaços generalizados entre os incisivos superiores e inferiores TIPO II: Sem diastemas, apresentam apenas espaços primatas, sem espaços generalizados entre incisivos, podendo até ocorrer ausência dos espaços primatas (dentes continuamente em contato), tendência a apinhamento dos permanentes anteriores quando da sua erupção. ESPAÇO PRIMATA: Espaço entre os Caninos e Laterais decíduos superiores e Primeiros Molares e caninos decíduos inferiores RELAÇÃO TERMINAL SEGUNDOS MOLARES: - Relação distal em plano: se essa relação for mantida até a erupção dos primeiros molares, provavelmente a oclusão será topo a topo, a tendência é que pela substituição dos molares decíduos pelos pré-molares a oclusão seja em classe I de angle. - Relação distal formando degrau mesial para mandíbula: grande possibilidade dos primeiros molares permanentes erupcionarem e ocluirem em classe I. - Relação distal formando degrau distal para mandíbula: ao erupcionar os primeiros molares permanentes a oclusão será em classe II, distoclusão, prenúncio de má-oclusão. RELAÇÃO 1º MOLAR PERMANENTE – CLASSES DE ANGLE: CLASSE I: Cúspide mesio vestibular do primeiro molar superior permanente ocluindo no sulco mesio vestibular do primeiro molar inferior permanente com apinhamento na região anterior superior e/ou inferior CLASSE II: Cúspide mesio vestibular do primeiro molar superior permanente ocluindo mesialmente ao sulco mesio vestibular do primeiro molar inferior permanente CLASSE III: Cúspide mesio vestibular do primeiro molar superior permanente ocluindo distalmente ao sulco mesio vestibular do primeiro molar inferior permanente SOBRESSALÊNCIA/OVERJET: Excessivo trespasse horizontal dos incisivos, estando os superiores à frente dos inferiores ou os inferiores atrás dos superiores. Aspecto típico nas maloclusões classe II. A ponta dos incisivos superiores deve estar à frente da ponta dos inferiores em 1 a 4 mm no máximo. Se essa distância estiver maior temos um overjet. SOBREMORDIDA/OVERBITE: Quando há um excessivo trespasse dos incisivos, no sentido vertical. Pode estar presente em quaisquer das classes da classificação de ANGLE. Exame Clínico Dentário: Disciplinado, ordenado e abrangente; Avaliação de cor, forma, tamanho, número; Presença de erosão, abrasão, fraturas; Condições das restaurações presentes; Mobilidade dentária; Lesões de cárie; - Profilaxia prévia; Inspeção visual; Explorador com ponta ativa arredondada; PLANO DE TRATAMENTO: Fase sistêmica; Fase preparatória; Fase restauradora; Fase de manutenção. 1- Adequação do meio: Conjunto de manobras utilizadas para preparar a cavidade bucal para receber o tratamento reabilitador. Visa diminuir o nº de microrganismos c/a remoção de focos infecciosos, redução de doenças sistêmicas e restabelecimento das funções mastigatórias. Aumentar o ph. Orientaçãode higiene bucal e controle de dieta; Escariação das cavidades e selamento com material obturador provisório (ionômero de vidro, IRM); Protocolo de vernizes; - Cirurgia; Endodontia; Dentística; Prótese; Ortodontia; Prevenção; Controle periódico (higiene bucal, reforço da motivação, reforço das medidas preventivas). RADIOLOGIA EM ODONTOPEDIATRIA: Importante no diagnóstico cáries incipientes; Anomalias q possam alterar a oclusão (ex.supranumerarios); Alterações erupção (época e sequencia);Rizólise; Fraturas; Reabsorções; Alterações no espaço periodontal e regiões periapicais. RECOMENDAÇÕES: Familiarizar a criança c/RX; Colocar avental de chumbo; Regular angulação e tempo de exposição; Filme compatível PERIAPICAL: Paralelismo ou Bissetriz - Relações entre decíduos e permanentes; Cárie sob restaurações; Alterações pulpares; Reabsorções; Lesões e doenças ósseas. Pode dobrar o filme formando 90º, usar rolete de algodão e fita crepe INTERPROXIMAL: C/posicionador ou c/fita crepe. Cáries proximais e oclusais; Lesões coronárias em contato c/a câmara pulpar; Avaliar restaurações; Ver crista óssea alveolar ESTÁGIOS DE NOLLA: São 10 estágios de desenvolvimento dental q vai desde à ausência de coroa até a formação da raiz. LOCALIZAÇÃO DE SUPRANUMERARIOS = TECN. DE CLARK (desloca a angulação horizontal do feixe de RX) ANESTESIA EM ODONTOPEDIATRIA Anestesia: produção de estado de insensibilidade localizada, reversível, sem que haja alteração do nível de consciência. - Indicações: qualquer procedimento que pode vir a causar dor. - Contra-indicações: pacientes alérgicos a anestésicos, anomalia ou infecção local que não permita o ato, problemas de saúde geral. ASPECTOS PSICOLÓGICOS CHORO por dor ou tensão - O método para aplicar a anestesia deve ser correto. - As explicações a respeito da anestesia deverão ser dadas com linguajar que seja compreendido (respeitar idade e nível mental). - A criança já foi anestesiada? - Como se comportou? - Qual foi a técnica empregada? - Como a criança se comporta ao tomar injeções? - Orientar os pais a evitar palavras ou gestos que venham causar medo à criança. - Tranquilizar a criança. - Durante a anestesia o profissional deverá conversar com a criança, desviando sua atenção. SELEÇÃO DA TÉCNICA ANESTÉSICA Deve-se considerar alguns fatores: - Idade do paciente; - Área a ser anestesiada; - Profundidade requerida; - Duração do efeito anestésico; - Presença de infecção local. ANESTESIA TÓPICA INDICAÇÕES: - Durante moldagens; - Durante exame radiográfico; - Sempre antes de qualquer anestesia local; - Na remoção de dentes decíduos quando com raízes totalmente reabsorvidas; - Dar preferência àqueles com sabor agradável; - Gel : mais localizado; - Spray: difuso (pode anestesiar regiões que não interessam e assustar a criança). ANESTESIA TÓPICA CONTRA-INDICAÇÕES: - Regiões inflamadas ou com ulcerações; - Úlceras traumáticas ou aftosas; - Herpes simples. ANESTESIA TÓPICA - Fazer anti-sepsia da região; - Secar a mucosa para evitar a diluição do anestésico; - Colocar o anestésico sobre a mucosa com um rolete de algodão que deve ser mantido em posição por cerca de 3 minutos. ANESTESIA INFILTRATIVA Também chamada de terminal ou periférica. A injeção anestésica deverá ser depositada nas terminações nervosas da área a ser anestesiada. ANESTESIA INFILTRATIVA INDICAÇÕES: - Todos os dentes superiores (decíduos e permanentes); - Dentes anteriores inferiores ( decíduos e permanentes); - M decíduos inferiores até 5/6 anos de idade quando o 1ºM permanente erupciona (maior compactação óssea mandibular, dificultando a difusão do anestésico). ANESTESIA INFILTRATIVA - Anti-sepsia do local da puntura; - Secagem da mucosa; - Aplicação de anestésico tópico por 3’; - Estirar o lábio para que a mucosa fique bem distendida; - Aproximar a agulha da região de fundo do vestíbulo, o mais próximo do ápice do dente a ser anestesiado com o bisel da agulha voltado para o osso; - Penetrar com a agulha lentamente e ir injetando vagarosamente o anestésico e com pouca pressão para dar tempo aos tecidos de se expandirem e que o VC atue, evitando absorção rápida e efeitos tóxicos do anestésico. ANESTESIA INTERSEPTAL OU INTERPAPILAR INDICAÇÃO: - Quando for necessário realizar uma anestesia por palatal ou lingual; - Quando for necessário a colocação de grampos para isolamento absoluto que podem causar incômodo na gengiva. Após realizar a anestesia infiltrativa por vestibular, introduz-se a agulha na papila vestibular penetrando lentamente de V para L/P e depositando o anestésico lentamente durante o trajeto. ANESTESIA PALATAL OU LINGUAL INDICAÇÕES: - Quando vamos colocar o grampo ou matriz; - Exodontias de dentes superiores. ANESTESIA REGIONAL PTERIGOMANDIBULAR INDICAÇÕES: - M decíduos e PM e M permanentes; - Intervenções no lábio inferior; - Intervenções em língua; - Tecido mucoso e ósseo da mandíbula. ANESTESIA REGIONAL PTERIGOMANDIBULAR Existem diferenças anatômicas entre crianças e adultos que serão responsáveis pela necessidade de algumas variações na técnica anestésica pterigomandibular. DIFERENÇAS ANATÔMICAS: - Ramo ascendente da MD da cça é mais curto; - Na cça o diâmetro antero-posterior do ramo é menor; - Quanto mais jovem a cça, mais aberto é o ângulo goníaco; - A língula da mandíbula pode estar situada abaixo do plano oclusal dos M decíduos e a uma distância da mucosa aproximadamente igual à metade da do adulto. VARIAÇÕES NA TÉCNICA: A anestesia pterigomandibular em cças deve ser realizada com a introdução da agulha numa posição ligeiramente mais baixa e mais posterior que nos adultos. ANESTESIA REGIONAL PTERIGOMANDIBULAR - Anti-sepsia na região de puntura; - Secagem da mucosa; - Aplicação do anestésico tópico por 3’; - Apalpar com o dedo indicador a linha oblíqua externa para localizar a fossa retromolar (depressão). l - A metade da altura da unha corresponde, aproximadamente, a uma distância de 1cm da superfície oclusal dos molares.Esse é o local da puntura. - A seringa deverá ser colocada na altura entre canino e 1ºMdec. do lado oposto a ser anestesiado( téc. direta). - Introduzir a agulha mais ou menos 1cm e depositar um terço do anestésico para anestesiar o nervo lingual; - Introduz-se a agulha 2 a 2,5cm, depositamos o restante do anestésico e anestesiamos o n. dentário inferior; - O n. bucal será anestesiado pela deposição submucosa de algumas gotas na região do trígono retromolar. SINTOMAS - Percebidos após tempo médio de 5 a 10 minutos ; - Explicar à cça que ela poderá sentir calor, formigamento, inchaço e etc. e que estas sensações são passageiras; - Confirmar o efeito da anestesia tocando levemente a mucosa da região. ACIDENTES E COMPLICAÇÕES - Úlceras Traumáticas: devido mordidas voluntárias ou involuntárias no lábio inferior ou nas bochechas. Orientar o paciente a não morder a área anestesiada e aos pais para não fornecerem alimentos consistentes e quentes e ficarem atentos a qualquer tentativa de morder o lábio ou bochecha. Promover anti-sepsia local ou bochechos com água morna e sal. i - Hematomas: ocorrem por extravasamento de sangue no interior dos tecidos após ruptura dos vasos sanguíneos. Geralmente decorrentes de técnicas mal executadas. Regressão espontânea. - Edemas: geralmente ocorre quando várias punturas são feitas num mesmo local e o anestésico é depositado rapidamente. t - Dores pós anestesia: podem ocorrer devido à sucessivas punturas num mesmo local; lesões em músculos ou ligamentos causados pela agulha; injeção rápida de anestésico( distensão dos tecidos) ou agulha contaminada( infecção tecidual). - Fratura da Agulha: pode ocorrer quando houver movimento brusco do paciente ou um tapa na mão doCD; agulhas de má qualidade ou esterelizáveis; profissional continua aprofundando a agulha mesmo com resistência óssea. - Injeção Intravascular: anestésico introduzido diretamente na corrente sanguínea alcançando o coração e centros cerebrais rapidamente, causando efeitos tóxicos graves. - Trismo: ou paralisia temporária da mandíbula que pode ocorrer por trauma em um músculo durante a introdução da agulha ou por hemorragia e infecção leve no músculo. - Infecção local: falta de anti-sepsia, introdução da agulha em locais inflamados ou supurados, solução anestésica contaminada ou ainda excesso de anestésico que pode provocar isquemia exagerada. - Escaras: ocorrem quando são executadas injeções sucessivas. - Paralisia temporária: resulta de anestesia de terminações nervosas motoras. Desaparece assim que cessa o efeito anestésico. - Parestesia: devido à lesão de um nervo sensitivo e poderá ser parcial ou total. O tratamento inclui fisioterapia com calor, administração de vitaminas do complexo B e a aplicação de laser. O efeito do anestésico pode não se instalar e quando isso ocorre devemos procurar a causa: - Armazenamento inadequado dos tubetes que pode causar alteração da droga; - Prazo de validade do anestésico vencido que também pode alterar a droga; - Alterações anatômicas que podem ocorrer nos pacientes, fazendo que haja erro técnico na aplicação da anestesia. REAÇÕES ALÉRGICAS É pouco freqüente e pode se dar de forma branda, tais como reações cutânea de tipo eczematoso, até as mais severas, como o choque anafilático. Podem ser resolvidas pelo próprio CD ou até necessitar de cuidados médicos urgentes, hospitalizando o paciente se necessário. Sinais: - eritema, edema, prurido, urticária, edema de pálpebra ou de lábios, broncoconstrição, edema de glote, dispnéia, hipotensão considerável. CIRURGIA EM ODONTOPEDIATRIA PRINCÍPIOS BÁSICOS: - Decisão cirúrgica, mediante exames necessários para diagnóstico correto; - A necessidade cirúrgica deve ser avaliada cuidadosamente,e informada aos pais dando-lhes detalhes; - Momento oportuno para cirurgia: estado geral de saúde e psicológico do paciente; - Estudo e interpretação dos dados obtidos no exame anamnético, nos exames clínico e complementares; - Executar as medidas pré-operatórias; - Planejamento da técnica cirúrgica, material e instrumental necessário; - Medidas de biossegurança. MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA: - Protocolo de controle de infecções, visando controlar doenças transmissíveis; - Visam a proteção do profissional, auxiliares e pacientes; Material e Instrumental Utilizados em Cirurgia Bucal: - Devem estar dispostos e agrupados de acordo com suas funções. Exodontia de Dentes Decíduos: Indicações: - O comprometimento do dente é tão grande que não existe mais nenhuma possibilidade de mantê-lo na cavidade bucal; - Nos casos de dentes, cuja região periapical ou interradicular apresente rarefação óssea, persistente após tentativas de tratamento endodôntico; - Presença de lesão periapical com rompimento da cripta óssea do germe do sucessor permanente; - Dentes com cáries que já atingiram a bifurcação radicular; - Dentes com alveólise; - Dentes com raízes fraturadas; - Dentes anquilosados e submersos. - Há uma série de situações que podem dificultar a exodontia, tais como: reabsorção desigual das raízes, fratura da coroa, raízes de molares em estreita relação com a coroa do dente permanente, dentes anquilosados. Exodontia pelo Uso de Fórceps: Nas exodontias com fórceps sua ponta ativa é projetada para ser adaptada à raiz, na junção da coroa e da raiz do dente. Quanto mais adaptada ela estiver à raiz do dente, mais eficiente será a remoção e menores serão as possibilidades de complicações. Exodontia de Dentes Anteriores Uso de Fórceps: Os dentes posteriores decíduos devem ser luxados empregando-se pressões alternadas no sentido vestíbulo- lingual para em seguida serem retirados no sentido lingual. CONTRA INDICAÇÕES DO USO DO FÓRCEPS: Qdo não houver porção coronária suficiente para receber e transmitir o efeito mecânico do instrumento e também quando o germe do dente permanente sucessor puder ser deslocado quando do movimento das raízes do decíduo. Exodontia Pelo Uso de Extratores: Finalidades: - Luxar dentes para posterior utilização do fórceps; - Expandir o osso alveolar facilitando a exodontia; - Remover raízes fraturadas ou seccionadas cirurgicamente; - Remover dentes anteriores com reabsorção radicular extensa. ODONTOSSECÇÃO: - Reduzir a resistência à avulsão dentária; - Evitar fraturas radiculares durante a exodontia; - Eliminar a impacção de dentes retidos; - Raízes com dilaceração. Seccionamento feito com instrumento rotatório, no sentido vestíbulo-lingual e em seguida remove-se, cuidadosamente, cada raiz separadamente. itfititrtrttri,titíl-lilir-,it,rirt. DENTES ANQUILOSADOS: - Ligeiramente fora de oclusão; - Ou totalmente no interior do processo alveolar, mas mostrando evidência de já ter estado na boca; - Raízes quase totalmente reabsorvidas e não apresentam mobilidade quando pressionados manualmente ou com algum instrumento, podendo, então, estar soldado ao osso adjacente. CURETAGEM: Sempre que, após a exodontia, se constate a presença intra-alveolar de lesão patológica passível de ser removida por curetagem. Cuidado para não lesar o germe do dente permanente, nem deixar resíduos de um processo patológico que possa evoluir ou atuar nocivamente como um foco infeccioso residual. SUTURA: Pode ser usada se existir quantidade suficiente de tecido gengival que permita a passagem do fio de sutura, sem sofrer esgarçamento e sem lesar as porções mais superficiais do dente permanente. ACIDENTES NAS EXO DOS DECÍDUOS: + frequentes são: Fraturas coronárias e radiculares; Sangramento abundante; Traumatismo e mesmo a avulsão do germe do dente permanente. - Quando ocorre a avulsão do germe do dente permanente devemos colocá-lo em sua posição correta e obter sua imobilização. - Acompanha-se o reimplante podendo-se favorecê-lo com o uso de antinflamatórios e antibióticos. - Ocorrerendo reações inflamatórias exacerbadas, sépticas ou não, considerar a hipótese de insucesso e remoção do germe dentário reimplantado. DENTES NÃO IRROMPIDOS: Identificados como: - Dentes inclusos quando não existe bloqueio para o seu irrompimento; - Dentes impactados se houver obstáculo entre o dente e a superfície dos tecidos. - Sua permanência no arco deve ser periodicamente avaliada por meio de exame clínico-radiográfico. *cA exodontia é necessária quando: - Relação com a presença de um cisto ou de um tumor odontogênico; - Vinculado à manifestação de repetidas reações locais inflamatórias; - Interfere no tratamento ortodôntico; - Relacionado como causa de dano aos tecidos periodontais, ou mesmo das estruturas mineralizadas de um dente irrompido e posicionado no arco dentário; - Ser portador de cárie ou de reabsorção interna. DENTES SUPRANUMERÁRIOS: Necessidade de exodontia quando: - Impede o irrompimento de um dente permanente; - Sedia um cisto dentígero; - Participa da formação de um diastema; - Representa a causa do mal posicionamento de um dente permanente no arco dentário. - Se não for feita a exodontia deve-se avisar que poderá haver mudança de conduta com base nos achados clínico- radiográficos que deverão ser feitos periodicamente. CISTOS DE ERUPÇÃO: Cisto dentígero extra-ósseo que ocorre quando o dente tem dificuldade para vencer resistências ao seu irrompimento no arco dentário e permanece com a face oclusal da sua coroa recoberta por um capuz de mucosa gengival. - Surge um quadro inflamatório de natureza traumática e o exsudato inflamatório advindo do bloqueio à microcirculação regional ao ser coletado entre a mucosa gengivale o dente, dá origem a uma lesão bolhosa que pode conter apenas líquido (aparência translúcida- azulada) ou também pigmento hemoglobulínico (aparência de um hematoma). - O quadro clínico pode se tornar dolorido e incômodo e deve ser removido cirurgicamente: remoção dos tecidos que se superpõem à face oclusal do dente não irrompido colocando-o em contato com o meio bucal. ULECTOMIA: Remoção dos tecidos que revestem a face oclusal da coroa dentária de um dente não irrompido permitindo seu irrompimento. FRENECTOMIA: Remoção cirúrgica dos freios dos lábios, superior e inferior, bem como o da língua. - A exérese do freio labial é preconizada por razões bem diversificadas e muito polêmicas: Ordem funcional; Dificuldade na sucção de alimentos; Interferência na fonação; Favorecer os tratamentos ortodôntico e periodontal; Fechamento de diastema; Dificuldade na escovação; Tensão direta sobre a mucosa gengival. - Idade ideal: Imediatamente após o nascimento da criança; Após o irrompimento dos incisivos laterais decíduos; Após o irrompimento dos incisivos laterais permanentes; Após o irrompimento dos caninos permanentes. - Respeito ao princípio cirúrgico, quando possa ser usado anestésico local, quando o paciente colabora. Freio Lingual: Quando curto altera a fisiologia da mecânica da língua, podendo, também acarretar alterações anatômicas e funcionais em outras estruturas da boca. - No RN estende-se do ápice da língua até a base do processo alveolar da mandíbula. Com o passar do tempo, com o alongamento da língua ele passa a ocupar a porção central da porção anterior da língua. TERAPIA E CAPEAMENTO PULPAR: * Diferença entre capeamento pulpar (está próximo à polpa) e proteção do complexo dentina-polpa (finalidade de dentística restauradora) - 4 tipos: a) CAPEAMENTO PULPAR DIRETO: Geralmente contra indicado, exceto em crianças menores de 4 anos; Antes do inicio da rizólise; Onde a exposição não foi contaminada por saliva (micro exposição mecânica). Pasta Guedes Pinto + Guta em bastão + CIV ou HCa pasta + Verniz + C.de Fosf.de Zinco ou CIV ou OZE + IRM. Geralmente não se obtém sucesso e se opta pela polpotomia. b) CAPEAMENTO PULPAR INDIRETO: Mto próximo da polpa (2 mm), mas ainda não houve exposição. - Dentes sem risólise (+ ou – 2/3 da raiz p/responder ao capeamento) com cáries profundas q podem expor a polpa ou traumas. Suspende a curetagem e põe curativo sobre a dentina remanescente. Pasta Guedes Pinto + Guta em bastão + CIV ou OZE + IRM ou HCa pasta + Verniz + C.de Fosf.de Zinco ou CIV. Geralmente não se obtém sucesso e se opta pela polpotomia. - Contra indicação: Dente com PULPITE, pois há comprometimento da resposta pulpar e o ciclo biológico é incompatível - Radiografar de 30 a 45 dias após c) POLPOTOMIA: Remoção parcial da polpa. - Indicações: Problemas pulpares em dentes decíduos q devem permanecer por mais de um ano; Decíduos cariados com probabilidade de exposição pulpar; Pulpite em fase inicial. - Resposta favorável: Sangue fluido de cor vermelho vivo - Resposta desfavorável: Sangue escuro e viscoso - Remover tecido cariado e teto da câmara pulpar até a exibição da polpa coronária; Usar curetas bem afiadas, remover a polpa coronária; fazer hemostasia com algodão estéril c/anestésico ou soro fisiológico por 1 min; cobrir a polpa com pasta Guedes Pinto; fina camada de Guta; cimento; restauração PASTA GUEDES PINTO: Iodofórmio + PMCC + Ricofort em partes iguais d) PULPECTOMIA: Remoção total da polpa viva - Indicações: Pulpite aguda; Após tentativa de polpotomia o sangramento continua abundante; Dentes c/grande destruição e q necessitam de pino intraradicular; Pulpites irreversíveis ou c/dúvida da vitalidade da polpa. A técnica é igual à anterior, mas remove toda a polpa. * Tratamento em decíduos c/polpa mortificada: Remover a maior qtde possível de tecido contaminado dentro dos canais, permitindo assim q o medicamento tenha melhor ação. Esperar a resposta orgânica favorável através de RX periódicos.
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