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A2 Cultura e comtemporaneidade

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Disciplina: Cultura e Contemporaneidade 
Aluna: Bruna Carvalho da Cunha 
Matrícula: 20191302632 
Professor: Wagner Salles 
 
 
20191302632 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RIO DE JANEIRO 
2021 
 A Cultura indígena na Contemporaneidade 
 
 Cada sociedade traz consigo uma tradição cultural que pode ser reificada no tempo 
e no espaço, sobrevivendo à sociedade que se atualiza. Santaella (2010) complementa, 
afirmando que a definição de cultura inclui todos os elementos do legado humano maduro 
que foi adquirido através do seu grupo pela aprendizagem consciente, ou, num nível algo 
diferente, por processos de condicionamento – técnicas de várias espécies, sociais ou 
institucionais, crenças modos padronizados de conduta. Tais elementos diferenciam um 
grupo de outro, dando a estes uma identidade. 
O estereótipo do índio brasileiro é retratado através de algumas características 
básicas como a nudez, a pintura no corpo, a moradia feita de folhas, a rede utilizada como 
local de descanso, a pesca e a caça como atividades básicas de sobrevivência, os rituais 
de dança, a crença em deuses específicos como Tupã, dentre outros. Tais rotulações são 
definidas por Trinta (2008) como algo que se aplica à percepção do comportamento 
humano e à caracterização de identidades. Essas imagens mentais que habitam o 
imaginário coletivo são possíveis graças às tradições que um grupo desenvolve ao longo 
de sua trajetória e que se tornam conhecidas e divulgadas. 
 Desde o princípio da conquista, as relações que os europeus estabeleceram com 
os indígenas foram mediados através de condutas violentas de domínio e submissão. 
Posteriormente a este contato surgem indagações como, a desmistificação da perda de 
identidade por parte do indígena após o contato europeu e os seus reflexos na atualidade, 
além das mudanças culturais sofridas no interior das etnias indígenas. A partir do contato 
europeu com os povos indígenas o processo de troca cultural começará a existir, a visão 
eurocêntrica irá prevalecer, será autora da justificativa no processo de inúmeros 
genocídios, além de outros fatores que contribuirão para o massacre e extermínio de 
vários povos. As demais etnias indígenas que sobreviveram à tamanha brutalidade, 
sofridas com o contato do não índio, e após longas transformações da sua identidade, o 
ser índio para eles mantém a sua singularidade. 
A construção do termo identidade surge a partir de uma inquietação, e do contato 
com povos de culturas totalmente distintas, neste momento será reforçado as 
caracterizações que constituem o conjunto de um determinado povo, e isto incluem sua 
cultura, língua, crença, costumes e rituais, que mesmo sofrendo mutações não perderão 
seu significado e historicidade, marcado pela sobrevivência cultural. Segundo Cohn 
(2001 apud Graham1, 2000), em seus estudos sobre os Xavantes afirma que: 
Os Xavante têm conseguido ganhar visibilidade na mídia, a partir da 
combinação de uma ênfase na tradição e inovações na divulgação e 
na colaboração com profissionais das mais diversas áreas. Ou seja, a 
inovação na comunicação com o exterior e nas relações interétnicas 
é utilizada para mostrar sua indianidade por meio da divulgação de 
sua tradição e cultura mantidas _ ou melhor, divulgadas como 
mantidas, perpetuadas, em em resposta à expectativa de imutabilidade 
que descobriram nos brancos. 
Mesmo tendo vivenciado uma conjuntura que “modificaria” a cultura dos Xavante, 
percebe-se que ao incorporar este novo método, trará algo positivo para a continuação de 
sua história e representação da identidade desta etnia. Apesar do avanço em desmistificar 
que o indígena a partir do contato com o branco perdera toda sua identidade e cultura, é 
plausível de atentar que o contato do colonizador trouxera consequências e 
desdobramentos intermináveis, assim como se encontra Os Tapuios do Carretão, 
localizados na aldeia Carretão, nos municípios de Rubiataba e Nova América, segundo 
Chaveiro et. al. (2011) 
Fora as atividades que se baseiam apenas na sobrevivência, a sua luta 
inicial foi – e é – para compor forças na construção da identidade. 
Proveniente das políticas indigenistas que incidiram em Goiás 
mediante a prática de aldear para civilizar, domesticar, escravizar e 
pacificar, o povo Tapuia foi juntado forçadamente pela tática do 
aldeamento. Por esse tipo de tática de pressão territorial cumpria-se 
um objetivo: criar um modo rápido e sem defesa de desocupar as 
terras habitadas pelos povos indígenas 
A resistência dos povos indígenas desde o início do contato com outra cultura, e a 
sua luta em permanecer viva a identidade cultural é vivida e, revivida cotidianamente 
durante anos. As etnias indígenas vêm lutando, se readaptando a este processo cultural 
em favor da sua sobrevivência e da sua história. 
Antigamente os índios mantinham facilmente seus costumes, saíam para pescar e 
caçar e no fim da tarde voltavam para casa e para seus rituais. Hoje em dia não pode ser 
mais assim porque não temos mais mato, o índio teve que adquirir outros costumes para 
sobreviver. 
Outro aspecto fundamental das culturas dos povos indígenas é a oralidade. 
Tradicionalmente, o conhecimento, os costumes e os valores são transmitidos dos 
mais velhos para os mais novos através da fala. A escrita não era conhecida pelos 
povos indígenas quando os europeus chegaram aqui em 1500. Hoje a situação 
mudou. Os povos indígenas têm acesso à escrita, o que permite que se faça o registro 
de suas tradições, seja na língua de seus povos ou na língua portuguesa. Ainda assim, 
a oralidade se mantém como elemento essencial da cultura indígena. 
É muito comum encontrar também, em tribo indígenas atuais, índios falando 
em português, vestindo roupas, e até usando aparelhos eletrônicos. 
Atualmente, muitos povos indígenas têm se mantido, graças a criação, nos 
últimos anos, de reservas indígenas. Nestas áreas, ficam longe da presença de 
pessoas (“homens brancos”) que pretendem explorar riquezas da natureza que é 
essencial para eles. 
Podemos então perceber que a identidade étnico-cultural do indígena brasileiro foi 
preservada mesmo em face de todos os processos de globalização vigentes na 
contemporaneidade. Os índios abriram suas fronteiras para a penetração da modernidade 
e aderiram a novas formas de comunicação e vivência. No entanto, as tradições 
mantenedoras de sua identidade essencial prevalecem, preservando seus valores como 
membros de uma sociedade com características próprias. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
COHN, Clarice. Culturas em Transformação: os índios e a civilização. Cienc. Cult. 
[online]. 2001, v. 15, n. 2 p. 1-12. ISSN 1806-9452. 
CHAVEIRO, Eguimar Felício; SILVA, Lorranne Gomes da; LIMA, Sélvia Carneiro de. 
O Cerrado na perspectiva dos povos indígenas de Goiás: a arte de vida do povo Tapuia 
do Carretão-GO. Cienc. Cult. [online]. 2011, v. 63, n. 3, p. 39-41. ISSN 0009-6725. 
OLIVEIRA, 
SANTAELLA, Lúcia. Culturas e artes do pós-humano: Da cultura das mídias à 
cibercultura. São Paulo: Paulus, 2010. 
TRINTA, Aluízio Ramos. Televisão e formações identitárias no Brasil. In: LANNI, 
Cláudia Regina; PINHEIRO, Marta de Araújo (Org). Sociedade e Comunicação: 
Perspectivas Contemporâneas. Rio de Janeiro: Mauad X, 2008. Cap. 2, p.31 – 50.

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