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INTRODUÇÃO À PATOLOGIA

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1 PATOLOGIA GERAL – 4° PERÍODO 
ANA LUÍZA A. PAIVA – T XXV 
PATOLOGIA 
O QUE É? 
É a investigação das causas da doença e as 
alterações associadas em nível de células, 
tecidos e órgãos, que resultam em sinais e 
sintomas presentes no paciente. 
LOGOS + PATHOS = ESTUDO + DOENÇA 
COMO? 
Alterações estruturais e funcionais ➨ Biologia 
molecular, microbiologia, imunologia, morfologia 
➨ Sinais e sintomas 
Base entre abordagem clínica e tratamento 
 
Conexão entre ciência básica e medicina clinica 
DIVISÃO PARA ESTUDO 
 
PATOLOGIA GERAL = enfoca as alterações das 
células e tecidos causados por estímulos 
patológicos 
PATOLOGIA ESPECIAL = examina as reações e 
anormalidades de diferentes órgãos 
especializados. 
TÓPICOS 
 
→ Etiologia 
→ Patogênese 
→ Alterações Morfológicas e moleculares 
→ Alterações funcionais e manifestações clínicas 
ETIOLOGIA 
FATORES ETIOLÓGICOS 
→ Intrínsecos ou genéticos (mutações genéticas) 
→ Adquirido (ex: covid-19) 
 
PATOGÊNESE 
COMO A DOENÇA SE DESENVOLVE 
EX 1: Mutação celular para câncer de mama ➨ 
multiplicação celular ocorre de maneira errônea 
e excessiva (células de padrão atípico e 
crescimento desordenado) ➨ invade tecidos 
adjacentes 
EX 2: Bactéria ➨ multiplica no parênquima 
pulmonar ➨ destruição nos alvéolos ➨ febre, dor 
ao respirar, tosse 
 
ALTERAÇÕES MORFOLOGICAS E MOLECULARES 
ALTERAÇÃO DO TECIDO 
Tecido com isquemia (não irrigação do tecido) 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PATOLOGIA 
AULA 01: 
 
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Aumento do citoplasma e núcleo na periferia 
 
Célula em vidro fosco = célula acometida por um 
vírus (herper-virus) 
 
 
ALTERAÇÕES FUNCIONAIS E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
Todas as doenças são causadas por lesão celular 
” Se entendermos como a célula responde à lesão 
➨ entenderemos como o tecido se altera” 
 
 
ADAPTAÇÃO 
 
Adaptações fisiológicas = respostas celulares à 
estimulação normal pelos hormônios ou 
mediadores químicos endógenos (p. ex., o 
aumento da mama e do útero, induzido por 
hormônio, durante a gravidez). 
Adaptações patológicas = respostas ao estresse 
que permitem às células modularem sua estrutura 
e função escapando, assim, da lesão. 
OBS: uma adaptação ao estresse pode progredir 
para lesão celular funcionalmente significativa, 
caso o estresse não seja atenuado 
HIPERTROFIA 
É um aumento do tamanho das células que resulta 
em aumento do tamanho do órgão. 
Aumento da demanda funcional ou aumento de 
estímulo = síntese proteica ou síntese de 
componentes estruturais 
HIPERTROFIA FISIOLÓGICA 
Ex: útero gravídico = durante a gravidez, o 
aumento fisiológico maciço do útero ocorre como 
consequência da hipertrofia e hiperplasia do 
músculo liso estimulado pelo estrogênio 
 
 
HIPERTROFIA PATOLÓGICA 
Ex: aumento cardíaco que ocorre devido 
hipertensão ou doença de valva aórtica 
 
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HIPERPLASIA 
É o aumento do número de células devido à 
proliferação de células diferenciadas e 
substituição por células-tronco do tecido. 
 
 
FISIOLÓGICA 
(1) hiperplasia hormonal: proliferação do epitélio 
glandular da mama feminina na puberdade e 
durante a gravidez 
(2) hiperplasia compensatória: crescimento do 
tecido residual após a remoção ou perda da 
porção de um órgão. Ex: capacidade de 
restauração do fígado após ser parcialmente 
removido 
PATOLÓGICA 
(1) hiperplasia hormonal: Mulher na menopausa 
= estimulo hormonal anormal = afeta endométrio 
= proliferação anormal do tecido = DNA fica 
vulnerável a mutações = células começam a 
sofrer mutações 
(2) hiperplasia viral: papilomaviroses causam 
verrugas na pele e lesões mucosas compostas de 
massas de epitélio hiperplásico. 
ATROFIA 
É a diminuição do tamanho da célula, pela perda 
de substância celular 
 
FISIOLÓGICA 
Glândulas mamarias se atrofiam após o período 
de amamentação 
PATOLÓGICA 
Pessoa acidentada ➨ tetraplégica ➨ atrofia dos 
membros ➨ não exerce mais as necessidades 
metabólicas 
 
 
TIPOS DE ATROFIA 
→ Diminuição de carga (atrofia por desuso) 
→ Perda de inervação (atrofia por desenervação) 
→ Diminuição do suprimento sanguíneo = 
aterosclerose 
→ Nutrição inadequada 
→ Perda de estimulo endócrino 
→ Pressão (pressão prolongada) = Ex: paciente 
acamado 
 
METAPLASIA 
 
 É uma alteração reversível na qual um tipo celular 
adulto (epitelial ou mesenquimal) é substituído por 
outro tipo celular adulto 
Colunar para escamosa: é a mais comum e 
embora o epitélio escamoso metaplásico possua 
vantagens de sobrevivência, importantes 
mecanismos de proteção são perdidos, como a 
 
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secreção de muco e a remoção pelos cílios de 
materiais particulados. 
-Consequências danosas = se esse estimulo 
persistir pode provocar mutações malignas 
 
-Geralmente, é uma alteração não desejada 
 
-Reprogramação celular! 
 
Metaplasia Colunar: no refluxo gástrico crônico, o 
epitélio pavimentoso estratificado normal da 
porção inferior do esôfago pode sofrer 
transformação metaplásica para epitélio colunar 
do tipo gástrico ou intestinal = esôfago de barret 
 
 
LESÃO CELULAR 
CAUSAS 
→ Privação de oxigênio (hipóxia) 
→ Agentes Físicos 
→ Agentes Químicos e drogas 
→ Agentes Infecciosos 
→ Reações imunológicas 
→ Defeitos Genéticos 
→ Desequilíbrios Nutricionais 
NECROSE X APOPTOSE 
Apoptose = suicídio da célula 
Necrose = homicídio da célula 
 
 
 
 
 
A função celular pode ser perdida antes que 
ocorra a morte celular, e as alterações 
morfológicas na lesão (ou morte) celular surgem 
mais tarde. 
 
 
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NECROSE 
É o tipo de morte celular que está associado à 
perda da integridade da membrana e 
extravasamento dos conteúdos celulares, 
estimulando uma inflamação. 
 
 
TUMEFAÇÃO 
É a primeira manifestação de quase todas as 
formas de lesão celular. É uma alteração 
morfológica reversível e que quando afeta muitas 
células em um órgão, causa alguma palidez 
(resultante da compressão dos capilares), 
aumento do turgor e aumento do peso do órgão. 
 
PADRÕES DE NECROSE TECIDUAL 
 
NECROSE COAGULATIVA 
A arquitetura básica dos tecidos mortos é 
preservada por, pelo menos, alguns dias. 
É característica de infartos (áreas de necrose 
isquêmica) em todos os órgãos sólidos, exceto o 
cérebro 
Ex: Necrose do Rim 
 
 
NECROSE LIQUEFATIVA 
É observada em infecções bacterianas focais ou, 
ocasionalmente, nas infecções fúngicas porque 
os micróbios estimulam o acúmulo de células 
inflamatórias e as enzimas dos leucócitos a 
digerirem (“liquefazer”) o tecido, resultando em 
transformação do tecido em uma massa viscosa 
líquida (pus). 
Ex: AVE cerebral 
 
 
NECROSE GANGRENOSA 
É comum em pacientes diabéticos, geralmente 
acometendo a perna devido a perda de 
suprimento sanguíneo, desenvolvendo uma 
 
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necrose de coagulação. Quando uma infecção 
bacteriana se superpõe, a necrose de 
coagulação é modificada pela ação liquefativa 
das bactérias e dos leucócitos atraídos 
(resultando na chamada gangrena úmida). 
É um processo mais crônico. 
 
 
NECROSE CASEOSA 
É encontrada mais frequentemente em focos de 
infecção tuberculosa 
A arquitetura do tecido é completamente 
obliterada, e os contornos celulares não podem 
ser distinguidos 
 
 
NECROSE GORDUROSA 
 
Pancreatite Aguda: As enzimas pancreáticas 
liquefazem as membranas dos adipócitos do 
peritônio, e as lipases dividem os ésteres de 
triglicerídeos contidos nessas células. Os ácidos 
graxos liberados combinam-se com o cálcio, 
produzindo áreas brancas gredosas 
macroscopicamente visíveis (saponificação da 
gordura). 
 
MECANISMOS DE LESÃO CELULAR 
 
→ A resposta celular ao estímulo nocivo depende dotipo de lesão, sua duração e sua gravidade 
 
→ As consequências de um estímulo nocivo 
dependem do tipo, estado, adaptabilidade e 
fenótipo genético da célula lesada 
 
→ A lesão celular resulta de diferentes mecanismos 
em diversos componentes celulares 
 
 
 
As mitocôndrias podem ser vistas como 
“minifábricas” que produzem energia de 
sustentação da vida, na forma de ATP, mas são 
também componentes críticos da lesão e morte 
celular 
 
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As células desenvolveram múltiplos mecanismos 
para a remoção de radicais livres e, desse modo, 
minimizar a lesão. Os radicais livres são 
inerentemente instáveis e decompõem-se 
espontaneamente. 
 
 
LESÃO ISQUÊMICA E HIPÓXICA 
→ Lesão celular por diminuição de oxigênio 
- Perda da fosforilação oxidativa 
- Diminuição de ATP 
- Perda de glicogênio 
- Diminuição da síntese de proteínas 
→ Diminuição de substratos glicolíticos; 
 
→ Acúmulo de metabólitos 
 
→ Persistência de hipóxia... 
 
- Dispersão do citoesqueleto 
 
- Formação de bolhas na superfície celular 
 
- Figuras de mielina 
 
** Essas alterações são reversíveis com a 
restauração do suprimento de oxigênio nesta fase 
 
→ Isquemia não resolvida ➨ Lesão irreversível e 
necrose 
 
- Intensa tumefação das mitocôndrias 
- Dano à membrana plasmática 
- Tumefação de lisossomos 
- Influxo maciço de cálcio (princ. após reperfusão) 
 
** Morte celular principalmente por necrose, mas 
apoptose pode acontecer. 
 
** Neste momento, há liberação de enzimas que 
indicam morte celular (CK-MB) 
 
LESÃO ISQUÊMICA POR REPERFUSÃO 
→ Novas lesões produzidas durante a reperfusão 
→ Reoxigenação dos tecidos e produção de 
radicais livres 
→ Sobrecarga de cálcio intracelular 
→ Aumento da inflamação local 
→ Ativação do sistema complemento 
LESÃO QUÍMICA 
→ Grande limitação à terapia; 
→ Fígado: principal local de metabolização; 
→ Alguns químicos lesam células diretamente: 
cianeto; 
→ Citocromo P 450, REL; 
→ Radicais livres e peroxidação lipídica 
APOPTOSE 
 
É uma via de morte celular, induzida por um 
programa de suicídio estritamente regulado no 
qual as células destinadas a morrer ativam 
enzimas que degradam seu próprio DNA e as 
proteínas nucleares e citoplasmáticas 
Obs: Não há resposta inflamatória 
FISIOLÓGICA 
→ Embriogênese 
→ Involução pós retirada de hormônio 
→ Perda celular em populações que se proliferam 
 
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→ Eliminação de células potencialmente 
autorreativas 
→ Morte de células que já cumpriram seu propósito 
PATOLÓGICA 
→ Lesão de DNA 
→ Acúmulo de proteínas mal-dobradas 
→ Morte celular em infecções 
→ Atrofia patológica 
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS 
→ Retração celular; 
→ Condensação da cromatina; 
→ Formação de bolhas citoplasmáticas e corpos 
apoptóticos; 
→ Fagocitose de células e corpos apoptóticos 
(macrófagos). 
 
MECANISMOS DA APOPTOSE 
→ A apoptose resulta da ativação de enzimas 
chamadas caspases (proteínas que são 
sintetizadas para ativar a apoptose) 
 
→ Duas vias distintas convergem para a ativação 
de caspase: via mitocondrial e via receptor de 
morte 
 
As mitocôndrias contêm uma série de proteínas 
que são capazes de induzir apoptose (citocromo 
c e outras proteínas). A escolha entre a 
sobrevivência e a morte celular é determinada 
pela permeabilidade da mitocôndria, que é 
controlada por uma família de mais de 20 
proteínas cujo protótipo é a BCL-2. 
 
→ Fase de execução 
→ Após a morte celular, as células são removidas 
por fagocitose 
→ Sistema complemento 
EXEMPLOS DE INDUÇÃO DE APOPTOSE 
 
→ Privação de fator de crescimento; 
→ Dano ao DNA; 
→ Proteínas anormalmente dobradas; 
→ Apoptose induzida pela família e receptores TNF; 
→ Apoptose mediada por linfócitos T citotóxicos. 
DISTÚRBIOS 
→ Pouca Apoptose 
 -Doenças autoimunes 
 -Lesões neoplásicas 
→ Excesso 
 -Neurodegenerativas 
 -Isquêmicas 
 -Infecções virais 
 
 
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NECROPTOSE 
→ Híbrido ➨ Necrose e apoptose 
→ Morfo e bioquimicamente ➨ Necrose 
→ Patogenicamente ➨ Transdução de sinal que 
culminam em morte 
- “Apoptose independente de caspase” 
- “Necrose programada” 
→ Situações fisiológicas e patológicas 
 
AUTOFAGIA 
 
→ Digestão do conteúdo celular pela própria 
célula 
→ Autofagia mediada por chaperonas; 
→ Microautofagia ➨ (invaginação para dentro da 
membrana lisossomal); 
→ Macrofagia ➨ sequestro de porções do 
citoplasma para dentro do vacúolo autofágico. 
** Mecanismo de sobrevivência ➨ Privação de 
nutrientes

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