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JENIFER DIAS FRANCELINO O DESAFIO DO COOPERATIVISMO FINANCEIRO NA BUSCA EM SE ESTABELECER COMO PRINCIPAL INSTITUIÇÃO FINANCEIRA DE SEUS ASSOCIADOS Telêmaco Borba - PR 2015 JENIFER DIAS FRANCELINO O DESAFIO DO COOPERATIVISMO FINANCEIRO NA BUSCA EM SE ESTABELECER COMO PRINCIPAL INSTITUIÇÃO FINANCEIRA DE SEUS ASSOCIADOS Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Administração, da Faculdade de Telêmaco Borba, como requisito parcial de conclusão de curso. Orientador: Prof. Rodrigo José Ferreira Lopes Telêmaco Borba - PR 2015 Francelino, Jenifer Dias. FRA Os desafios do cooperativismo financeiro em se estabelecer como principal instituição financeira de seus associados / Jenifer Dias Francelino – Telêmaco Borba, PR : [s.n], 2015. 50 f. Orientador: Rodrigo José Ferreira Lopes. Monografia (TCC) – Faculdade de Telêmaco Borba. 1. Cooperativismo financeiro. 2. Gestão cooperativas. 3. Associados.I Lopes, Rodrigo José Ferreira. II. Faculdade de Telêmaco Borba. CDD 658 JENIFER DIAS FRANCELINO O DESAFIO DO COOPERATIVISMO FINANCEIRO NA BUSCA EM SE ESTABELECER COMO PRINCIPAL INSTITUIÇÃO FINANCEIRA DE SEUS ASSOCIADOS COMISSÃO EXAMINADORA ______________________________________ Prof. RODRIGO JOSÉ FERREIRA LOPES Faculdade de Telêmaco Borba ______________________________________ Prof. RENAN RAMON RAMOS MENDES Faculdade de Telêmaco Borba ______________________________________ Prof. LORENA SALEM RIBEIRO Faculdade de Telêmaco Borba Telêmaco Borba, ____ de___________ de 2015 “O objetivo primordial e necessário de toda a existência deve ser a felicidade, mas a felicidade não pode ser obtida individualmente; é inútil esperar-se pela felicidade isolada; todos devem compartilhar dela ou então a maioria nunca será capaz de gozá-la. ” Robert Owen AGRADECIMENTOS Agradeço a meus pais: Por todo amor dedicado a mim, pela dedicação e esforço em garantir minha educação e estudos, coisa que a eles foi negado, em especial o meu pai, sem o qual, certamente não estaria onde estou, nem seria quem sou. Sei que para esses dois guerreiros essa conquista tem um gosto especial, e não há nada que me dê mais satisfação, que saber que trouxe orgulho a eles. Pai (Sr José reis), mãe (Dona Idelina), obrigado por ser quem são, por tudo que representam na minha vida, e por não desistirem de mim, essa conquista é de vocês. Amigos e colegas de curso, vocês tornaram a caminhada mais leve, divertida e até prazerosa. Obrigado por estarem comigo, por me apoiarem e escutarem as inúmeras reclamações, desabafos e desculpas esfarrapadas. Fernanda (preta), obrigado por não me deixar desistir, por ser minha incentivadora, acreditar na minha capacidade, e melhor, me fazer acreditar também. Sua amizade é um privilégio! Aos docentes desta instituição agradeço pelo aprendizado, paciência e compreensão que recebi ao longo destes anos. Sei que nós alunos, não somos fáceis, muitas vezes somos apenas problemas e reclamações, e ainda assim, vocês compartilham suas crenças e valores, nos melhorando como profissionais e como pessoas. Agradeço meu orientador Rodrigo Lopes, pela atenção com meu trabalho, pela paciência com essa orientada que deixa tudo para última hora. Sei das muitas responsabilidades assumidas neste ano, e do pouco tempo disponível para as correções, e ainda assim foi um ótimo orientador. Um agradecimento especial aos meus colegas de trabalho “Família Sicredi”, parte fundamental deste trabalho. Gente que coopera cresce! FRANCELINO, Jenifer Dias. O desafio do cooperativismo financeiro na busca em se estabelecer como a primeira instituição financeira de seus associados.2015. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – Faculdade de Telêmaco Borba. RESUMO O cooperativismo financeiro está em crescimento no país, apresentado números de crescimento superiores as demais instituições financeiras do SFN (Sistema Financeiro Nacional). Este sistema que já possui mais de 100 anos de existência no Brasil apresenta uma alternativa ao capitalismo financeiro, um freio as taxas abusivas, e o principal, a oportunidade de fazer parte da gestão da própria instituição financeira. Apesar disso o cooperativismo financeiro representado pelas então nominadas, cooperativas de crédito, está longe de representar o principal sistema do país, tendo como desafio urgente se estabelecer como principal instituição de seus associados. Realizou-se pesquisa bibliográfica e estudo de caso para obtenção de dados. O questionário aplicado aos associados da Cooperativa X, no município de Ortigueira revelou que a mesma tem tido êxito em fidelizar seus associados. Palavras chave: Cooperativismo Financeiro; Gestão Cooperativa; Associados. FRANCELINO, Jenifer Dias. The challenge of finanancial cooperative in seeking to establish itself as the first financial institution of its members.2015. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – Faculdade de Telêmaco Borba. ABSTRACT The financial cooperatives is in growth in the country, presenting numbers higher than other SFN (Nacional Financial System) financial institutions. This system, which already has more than 100 years of existence in Brazil has an alternative to finance capitalism , a curb on abusive fees, and the most important, the opportunity to be part of the management 's own financial institution. Nevertheless the financial cooperatives represented by the then nominated, credit unions, is far from representing the main system of the country, with the urgent challenge to establish itself as the main institution of its members. It has been applied bibliographic research and case studies to obtain data. The questionnaire applied to members of the Cooperative X, in the municipality of Ortigueira revealed that it has had success in demonstrating loyalty to its members. Key Words: Financial Cooperatives; Cooperative Management; Associates. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Símbolo do cooperativismo.........................................................................24 Figura 2: 50 maiores bancos do sistema finaceiro nacional......................................28 Figura 3: Circulo virtuoso do cooperativismo ............................................................30 Figura 4: Tabela diferenças entre bancos e instituições financeiras cooperativas..31 Figura 5: Sexo dos associados..................................................................................35 Figura 6: Idade dos associados..................................................................................36 Figura 7: Conhecimento das diferenças entre a cooperativas e os bancos..............37 Figura 8: Participação dos associados na gestão da cooperativa.............................38 Figura 9: Tem conta em outra instituição financeira...................................................39 Figura 10: Bancos em que os associados possuem conta........................................40 Figura 11: Motivos para buscarem outras Instituições...............................................41 Figura 12: Principal instituição financeira...................................................................42 Figura 13: Vantagens da cooperativa X.....................................................................43 Figura 14: Associação em outras cooperativas..........................................................44 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 2METODOLOGIA .................................................................................................... 13 3 REVISÃO TEÓRICA .............................................................................................. 14 3.1 GESTÃO EMPRESARIAL ................................................................................... 14 3.2 GESTÃO NAS COOPERATIVAS ........................................................................ 15 3.2.1Assembleia Geral ............................................................................................ 17 3.2.2 Conselho de Administração .......................................................................... 17 3.2.3Conselho Fiscal ............................................................................................... 18 3.3 COOPERATIVISMO ............................................................................................ 18 3.3.1 Ramos do Cooperativismo ............................................................................ 24 3.4 COOPERATIVISMO FINANCEIRO NO BRASIL ................................................. 26 3.5 A IMPORTÂNCIA DAS INTITUIÇÕES FINANCEIRAS COOPERATIVAS .......... 29 3.6 COOPERATIVAS DE CRÉDITOS X BANCOS ................................................... 31 3.7 OS DESAFIOS DO COOPERATIVISMO FINANCEIRO ..................................... 32 4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 34 4.1 MUNICÍPIO DE ORTIGUEIRA ............................................................................ 34 4.2 COOPERATIVA DE CRÉDITO “X” ...................................................................... 34 4.3 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS ................................................................ 35 5 CONSIDERAÇOES FINAIS ................................................................................... 46 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47 APÊNDICE A ............................................................................................................ 49 11 1 INTRODUÇÃO O cooperativismo financeiro vem ganhando destaque no cenário nacional nas últimas décadas, o mesmo, como em todos os segmentos do cooperativismo se mostra como uma alternativa verdadeiramente sustentável de crescimento econômico e uma grande ferramenta de desenvolvimento para pequenos empresários e agricultores. Este segmento do cooperativismo completa em 2015, 113 anos de criação no Brasil, e passou por muitos autos e baixos ao longo desses anos. Desacreditado e quase extinto durante a ditadura militar ganhou um novo fôlego nas últimas décadas. Mas, apesar de atualmente ser a instituição financeira que mais cresce no país, está longe de ser o principal regime financeiro, assim como em muitos países de primeiro mundo onde as cooperativas de crédito possuem a maior parte dos depósitos da população. Apesar de ser um tema bastante falado nos dias de hoje, existe uma desinformação sobre assunto, sobre as vantagens, sobre a sua gestão em si, causando assim uma sensação de que as cooperativas financeiras são apenas concessoras de crédito. Este trabalho justifica se na crença do cooperativismo como a forma mais democrática e justa de desenvolvimento econômico e social, e da observação de que mesmo diante de todas as vantagens que uma instituição financeira cooperativa oferece o Brasil ainda tem os bancos como principal instituição financeira. O Presente trabalho tem como objetivo geral: Identificar as dificuldades que as cooperativas de crédito encontram no país para se consolidar como principal instituição financeira de seus associados. E tem como objetivos específicos: 1) Realizar um levantamento bibliográfico a respeito da história e evolução do cooperativismo de crédito no país; 2) Apresentar os diferenciais do cooperativismo financeiro em relação às instituições financeiras convencionais; e 3) Coletar dados, a fim de identificar o perfil do cooperativismo financeiro no município de Ortigueira (PR). E embasado nestes objetivos e no tema proposto pretende-se responder a 12 seguinte questão: Quais os desafios das cooperativas de crédito em se estabelecer como principal instituição financeira de seus associados 13 2 METODOLOGIA Método de pesquisa utilizado para esse trabalho será o de levantamento bibliográfico, este método se utiliza de material já publicado, como revistas, jornais, artigos e outros impressos, assim como também do material disponível na internet. Esse método é utilizado com o objetivo de dar embasamento teórico para ao trabalho. (GIL, 2010). Quanto a seus fins, está pesquisa classifica-se como exploratória. De acordo com Gil (2010 p 27) “a pesquisa exploratória tem como finalidade proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista de torná-los mais explícitos ou a construir hipóteses”. A presente pesquisa se caracteriza também como uma pesquisa pura, também conhecida como básica ou teórica. “Pesquisa pura caracteriza-se pela simples obtenção do conhecimento e está voltada para a necessidade intelectual de conhecer e compreender os fenômenos, sem a intenção de aplicação imediata”. Lehfeld e Barros (2000, p.78). Está pesquisa tem caráter quantitativo. Para a coleta de dados primários foi utilizado um questionário (Apêndice A) elaborado pela autora, com perguntas abertas e fechadas, sendo um questionário semiestruturado, aplicado a um público alvo específico, no caso deste trabalho os associados da cooperativa X. O questionário foi aplicado com a autorização dos responsáveis da cooperativa em um dos dias de maior movimento. Os associados foram escolhidos aleatoriamente e lhes garantido a confidencialidade. 50 associados responderam aos questionários. 14 3 REVISÃO TEÓRICA O cooperativismo de crédito no Brasil está em franco crescimento e apresenta uma alternativa ao sistema capitalista dos bancos que visam lucro a cima do desenvolvimento humano. O referencial teórico para a presente pesquisa procura conceituar o cooperativismo de crédito, apresentar os valores e princípios da causa cooperativista, mostrar sua evolução no país, sua forma de gestão e seus diferenciais em relação as instituições financeiras convencionais. 3.1 GESTÃO EMPRESARIAL A gestão empresarial surgiu após a revolução industrial, período de grandes mudanças, conquistas marítimas que geraram a abertura de novos mercados e aumento na demanda pelos produtos, o que gerou problemas antes inexistentes e a necessidade da criação de técnicas administrativas. Assim se deu início a ciência da administração. Frederick Winslow Taylor foi uns dos precursores da administração cientifica os métodos propostos por ele buscavam basicamente o aumento da produtividade e a execução de tarefas em menos tempo. É senso comum que administração como ciência começou com Frederick Winslow Taylor em 1911. Como engenheiro, Taylor fez uso de sua experiência na linha de montagem para buscar eficiência nas tarefas, ou melhor, otimizar a utilização de recursos aumentando a produção e consequentemente o lucro. (ARAUJO, GARCIA, MARTINES, 2011, p.18) Gestão são atividades coordenadas para dirigir uma organização. De acordo com sua gestão será a política, os objetivos da empresa. A gestão também é responsável por coordenar os meios que serão usados para alcançar os objetivos. Desta forma, a gestão se torna totalmente relacionada com o fracasso ou o sucesso da organização. Pinto (2007) utiliza o termo “modelo de gestão” para classificar as práticas gerenciais que regem uma organização sendo estes definidos pelos elementos básicos que constituem: As tarefas, as estruturas, o ambiente, as pessoas e a 15 tecnologia. Ainda segundo o autor o modelo de gestão das empresas sofreu ao longo dotempo, influência da realidade externa (cenário ambiental) as chamadas ondas de transformação, representados por três fatos históricos da evolução da sociedade: Revolução Agrícola, Revolução Industrial e revolução da informação. Pinto (2007) ressalta a revolução industrial (segunda onda de transformação) como o marco para o surgimento do fenômeno empresarial e consequentemente dos modelos de gestão. 3.2 GESTÃO NAS COOPERATIVAS Para que uma empresa tenha êxito em sua gestão, é necessário que os objetivos da empresa estejam claros para seus colaboradores e que os mesmos sejam direcionados ao alcance do objetivo comum. Em uma cooperativa não é diferente, porém não existe um dono, todos são donos. E o principal desafio dos dirigentes eleitos é conscientizar e educar seu quadro social para que ajam como tal. Um plano de trabalho eficaz e uma boa administração garantem que o empreendimento se torne sólido. As cooperativas precisam ter metas, objetivos, e estratégias de trabalho que garantam o crescimento da cooperativa e consequentemente de seus cooperados. Para isso diferente das organizações convencionais é preciso que todos os donos, que no caso dessa sociedade são todos os associados, aprovem as medidas administrativas. A gestão da cooperativa de crédito assim como de todas as outras cooperativas é baseada no princípio da autogestão. Koslovski (2000), traz em seu livro “Autogestão nas cooperativas”, a definição dada a autogestão, na época Autocontrole, aplicado ao cooperativismo em 1987 período em que suas regras ainda estavam sendo formuladas pela OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Entende-se por AUTOCONTROLE: ” conjunto de ações que sistematizem o CONTROLE das atividades da cooperativa pelo próprio quadro social. Para tanto, utilizar-se-á de órgãos e instrumentos do próprio sistema, propiciando o aperfeiçoamento administrativo e controlacional, objetivando a GESTAO 16 DEMOCRATICA dos atos da sociedade e a transparência de suas operações” (KOSLOVSKI, 2000, p 35) O Serviço brasileiro de apoio a microempresas (SEBRAE,2013) em uma de suas cartilhas “Empreendimentos coletivos” reafirma a natureza autogestionária do cooperativismo financeiro: A cooperativa de crédito é uma empresa cujos donos são os associados (cooperados). Reunidos em assembleia, órgão Máximo de decisão definem pelo voto os objetivos e o funcionamento do negócio. As decisões tomadas nas assembleias atingem a todos, ainda que ausentes ou discordantes. (SEBRAE, 2014, p. 23) Ricciardini &Lemos (2000) apresentam as novas margens do cooperativismo, sendo que de um lado está o mercado exigindo resultados financeiros e do outro o bem-estar dos cooperados representados por suas sobras. Está cobrança do mercado sobre as cooperativas é um desafio a sua gestão, visto que a mesma não pode perder sua natureza cooperativa, devendo sempre zelar pelo comprimento de seus princípios, mas tem que atender as exigências do mercado em termos de eficiência. Os autores também citam como principais causas do insucesso do cooperativismo de crédito a falha de gestores e ausência da participação dos cooperados. O cooperado deve ser o principal agente da autogestão, visto que todas as decisões são tomadas de forma democrática sendo que uma boa organização de seu quadro social facilita a ação dos seus dirigentes. Kosloviski (2004) fala da importância dos associados serem organizados em comitês, conselhos, comissões e núcleos e alerta sobre a seriedade da escolha dos líderes dessas organizações visto que os mesmos serão a voz da opinião de seus liderados. A organização dos associados em núcleos e conselhos facilita a comunicação entre associados e dirigentes. Assim a região de atuação é dividida em núcleos, permitido assim maior participação dos associados na gestão da cooperativa. Os núcleos tomam uma decisão a respeito de determinado assunto e elegem um representante para assim representá-los nas Assembleias Gerais. Os conselheiros por sua vez acompanham mais de perto a administração das cooperativas, reportando aos diretores as não conformidades. 17 Instrumentos importantes e obrigatórios da gestão cooperativista são as chamadas assembleias gerais, conselhos administrativos e conselhos fiscais. 3.2.1Assembleia Geral É o órgão Máximo de decisão em uma cooperativa, nelas são tratados de assuntos de interesse coletivo. Acontecem pelo menos uma vez ao ano, devendo ser anunciadas com antecedência de pelo menos dez dias, por meio do edital de convocação onde estarão especificados os assuntos a serem tratados. Podem ser assembleia geral ordinária ou extraordinária. As Assembleias Gerais ordinárias acontecem nos quatro primeiros meses do ano, e deliberam sobre prestação de contas, sobras e eleições de cargos da cooperativa. As Assembleias Gerais extraordinárias podem acontecer a qualquer momento, havendo necessidade de decidir sobre assuntos urgentes que alterem o funcionamento da cooperativa. Segundo Meinen (2014) a efetividade desse órgão depende da participação dos associados. Um encontro para discutir e aprovar assuntos de importância para a sobrevivência e prosperidade da cooperativa, precisa da efetiva participação e interesse do seu quadro social. 3.2.2 Conselho de Administração A esse cargo é conferida a direção estratégica, os eleitos para esses cargos são responsáveis por examinar e aprovar os planos de trabalho e respectivos orçamentos, acompanhando mensalmente a sua execução, deve servir de elo entre os associados e os dirigentes executivos. Os componentes desse conselho devem fazer parte do quadro social da cooperativa. Sendo importante para uma boa representação dos associados, a eleição de um conselheiro por unidade da cooperativa, assim como, a preparação dos eleitos para cargo de tal representatividade. 18 3.2.3Conselho Fiscal O conselho fiscal, em essência, deve assegurar-se de que administração esteja cumprindo seu papel, nos limites da lei e de acordo com os padrões éticos (Meinen, 2014, p 327). Os membros desse conselho têm papel fundamental na ordem e efetivo cumprimento dos normativos impostos a essa sociedade, sendo dado a estes, autoridade para fiscalizar e exigir da administração correções de irregularidades identificadas pelo próprio colegiado, bem como de origem de auditorias internas e externas. 3.3 COOPERATIVISMO A ideia principal do cooperativismo, é que um trabalho alcança melhor resultado e em menor tempo, quando é feito em grupo. De acordo com a Aliança Cooperativa internacional (ACI) – entidade máxima do movimento cooperativismo global, apud Meinen (2014, p. 27) Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas, unidas voluntariamente, para atender as suas necessidades e aspirações econômicas, sociais e culturais comuns através de uma empresa coletiva e democraticamente controlada. (Congresso Centenário da ACI. Manchester- Inglaterra, setembro de 1995) Ou como define a organização Internacional do trabalho (OIT) apud Meinen (2014, p. 27) Cooperativa é uma associação de pessoas que se uniram voluntariamente para realizar um objetivo comum, através da formação de uma organização administrada e controlada democraticamente, realizando contribuições equitativas para o capital necessário e aceitando assumir de forma igualitária os riscos e os benefícios do empreendimento no qual os sócios participam igualitariamente. Já Segundo a OCB-GO (Organização das Cooperativas Brasileiras do estado de Goiás): 19 Cooperativismo é um sistema fundamentado na reunião de pessoas, não de capital. Visa às necessidades do grupo, acima do lucro. Busca prosperidade conjunta e não individual. Essas diferenças fazem do cooperativismo a alternativa socioeconômica que leva ao sucesso com equilíbrio e justiça entre os participantes. Associado aos valores universais, o cooperativismo se desenvolve independentementede território, língua, gênero, raça, credo ou nacionalidade. (OCB-GO 2013), O cooperativismo é uma associação humanitária onde a sustentabilidade está atrelada a sua essência. As cooperativas visam a ascensão social dos cooperados e a melhoria social econômica e ambiental na região onde está inserida. Meinen (2014) classifica o cooperativismo como a maior organização não governamental do planeta cujo objetivo é a construção de uma vida melhor para mais de um Bilhão de pessoas ao redor do mundo. São muitos os autores que decorrem sobre o cooperativismo, Ricciardi e Lemos (2000) classificam o cooperativismo como uma forte alternativa ao capitalismo, e comentam o assunto: A cooperativa não um sonho nem uma proposta mágica é uma empresa, com a outra qualquer, em que pessoas se reúnem para produzir bens ou serviços como o propósito de receber a retribuição monetária pelo seu trabalho, tanto como reposição dos gastos quanto como remuneração pelo que realizam, concorrendo ainda, ao rateio das “sobras” (o lucro na linguagem das outras empresas). (RICCIARDI & LEMOS, 2000, p 58) Para melhor entender o funcionamento de uma cooperativa é importante citar alguns conceitos que permeiam esse tipo de organização. São eles: Ato cooperativo: nome dado as transações feitas entre cooperativa e associado; Quotas parte: é uma quantia que cada associado deposita no momento em que ingressa na cooperativa; Capital social: é a soma das quotas partes, essas contribuições permitem a continuidade do negócio; Sobras: cooperativas não almejam lucro, portanto no fim do exercício de acordo com os resultados obtidos e depois de separado o valor referente a 20 reservas, a projetos sociais como exige o estatuto, os associados receberam as sobras de acordo com suas movimentações na cooperativa; Estatuto social: é a lei máxima de cada cooperativa. Nele está descrito as regras próprias de cada sociedade. A doutrina cooperativista é norteada por princípios e valores. Meinen (2014) faz menção aos seus valores de forma a elencar os mais importantes e recorrentes visto que não há valores definidos de forma absoluta. Solidariedade: que se refere a responsabilidade que todos têm com todos, a ajuda mútua o que dá sentido à razão de ser cooperativo; Liberdade: ninguém é obrigado a se associar, estando a assim livre para desligar-se da cooperativa no momento em que convir. Sendo que enquanto associado suas ações são livres desde que respeite os limites dos demais; Democracia: o associado tem direito de participar das decisões da cooperativa em que se associa através do voto e o dever de aceitar a decisão da maioria; Equidade: igualdade de direito entre todos sem distinção de classe econômica, social; Igualdade: todos terão os mesmos direitos e obrigações independentemente de seu sexo, cor, religião, ideologia política ou qualquer outra característica; Responsabilidade: pela viabilidade do empreendimento, respeito as regras do convívio coletivo; Transparência: livre acesso a informações sobre a vida da cooperativa: suas regras, sua gestão, seus números; Responsabilidade socioambiental: o empreendimento cooperativo tem caráter comunitário, tendo assim dever de zelar pela melhoria de vida da população e a preservação do meio ambiente das comunidades onde estão inseridas. 21 O cooperativismo tem 7 princípios universais com origens no estatuto de Rochdale (1844) em Manchester, princípios estes que devem seguir de orientação para cooperativas de todos os seguimentos em qualquer parte do mundo, pois representam a razão de ser do cooperativismo. No Portal do Cooperativismo Financeiros princípios são citados, conforme sua atualização mais recente feita em 1995 pela Aliança Cooperativa Internacional ACI, sendo eles: 1) ADESÃO LIVRE E VOLUNTÁRIA: Qualquer pessoa pode ingressar numa cooperativa, desde que o faça de forma livre e espontânea, atenda aos requisitos previstos no estatuto da entidade e adira aos princípios da doutrina cooperativista, é o que dispõe o art. 29 da Lei 5.764/71. Jamais um indivíduo pode ser obrigado a associar-se à cooperativa como meio de obter vantagens ou de assegurar direitos que a lei garante a todos independentemente de estarem ou não organizados em cooperativas. Por outro lado, ninguém pode ser impedido de ingressar numa cooperativa em virtude da não aceitação por parte dos associados, como ocorre, por exemplo, nas sociedades limitadas; 2) GESTÃO DEMOCRÁTICA: A cooperativa deve ser administrada por todos os cooperados através de representantes eleitos para conduzi-la, mas sobretudo, através da Assembleia Geral, órgão máximo da organização cooperativa, a quem cabe as decisões mais importantes da entidade, que são tomadas segundo o princípio da gestão democrática, isto é, cada cooperado tem direito a um voto independentemente da sua participação financeira (quota parte) na entidade. O direito a voto é decorrente do simples ingresso na sociedade, sendo igual para todos; 3) PARTICIPAÇÃO ECONÔMICA: Todos os associados participam na constituição financeira da cooperativa através da integralização e subscrição de suas quotas partes, bem como usufruem dos resultados obtidos ao final de cada exercício, seja através da distribuição das sobras entre os cooperados, seja em razão dos investimentos feitos com tais sobras em prol da empresa como um todo. Na distribuição das sobras não tem relevância o valor da quota integralizada pelo cooperado, mas a sua participação nas atividades da 22 sociedade. Não há relação de proporcionalidade entre o capital investido e a distribuição anual das sobras; esta proporção é referente às operações que o associado realiza com a cooperativa; 4) AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA: A cooperativa não pode vincular-se de forma subordinada a nenhuma entidade ou pessoa estranha ao seu quadro de cooperados. Pode firmar convênios, acordos e outros mecanismos para ampliar suas atividades ou melhorar as condições dos serviços prestados aos seus cooperados. Entretanto, estes recursos não podem resultar em desrespeito à autonomia e ao controle democrático da entidade pelos sócios; 5) EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO: Faz-se necessário que aqueles que ingressam numa entidade cooperativa tenham clareza com relação à doutrina cooperativista, bem como quanto ao funcionamento da entidade da qual passam a fazer parte; 6) INTERCOOPERAÇÃO: Este princípio foi adotado a partir de 1966, pela Aliança Cooperativa Internacional, no Congresso de Viena. Preconiza que a união e a cooperação sejam realizadas não apenas entre os membros de uma cooperativa, mas também pelas cooperativas entre si, através de estruturas locais, regionais, nacionais e até internacionais; 7) INTERESSE PELA COMUNIDADE: O principal objetivo de uma cooperativa é a melhoria das condições de vida daqueles que nela ingressam. Não se admite uma cooperativa voltada exclusivamente para o mercado, visando a obtenção de lucros, aviltando os direitos dos cooperados. A história do cooperativismo demonstra que a preocupação com a comunidade foi a fonte de onde brotou toda a construção doutrinária desta forma de sociedade. A comunidade constitui, ao mesmo tempo, o objetivo e o objeto de toda verdadeira cooperativa. As cooperativas são empreendimentos regionais, cujos membros (cooperados) são compostos pela comunidade local, tendo por objetivo a prosperidade de seus associados e consequentemente da região onde está instalada. 23 Alguns autores consideram o comprometimento com o 5° principio aqui citado “educação formação e informação” de suma importância para a sobrevivência do cooperativismo. Lemos& Ricciardi afirma que é indispensável levar informação aos associados, visto que, ninguém é motivado a participar do que não conhece. Meinen (2014) considera o 5° princípio fundamental para a prosperidadedas cooperativas visto que a falta de compreensão dos membros da sociedade cooperativa leva a falta de comprometimento com a causa cooperativista, além de dificultar a disseminação na comunidade ao que se refere as vantagens e diferenciais cooperativistas. Lago (2008) cita a falta de doutrina e educação cooperativa, como a causa de problemas como: a falta de capitalização, endividamento, não participação, falta de identidade, integração e solidarismo, sem o cuidado devido com a educação, o cooperativismo não terá êxito permanente e sua continuidade estará em constante ameaça. Vale citar também o princípio da Inter cooperação como ponto crucial na disseminação e crescimento do cooperativismo, visto que este prevê que as cooperativas de vários segmentos, ou até mesmo ditas concorrentes trabalhem em conjunto, em espírito e cooperação em prol de uma mesma causa. Fato este que muitas vezes não ocorre: “Talvez aí, no entanto, esteja uma das mais graves e recorrentes quebras de princípio no universo cooperativo. E, pior: as razões da não Inter cooperação nesse nível nem sempre têm cunho impessoal. ” Meinen (2014, p.39). O cooperativismo possui como identificação (figura 1) o símbolo do movimento cooperativista, o qual indica união do movimento, a imortalidade de seus princípios, a fecundidade de seus ideais, a vitalidade de seus adeptos. Representado pelos pinheiros que se projetam para o alto, sempre buscando crescimento. (Portal corporativo do Paraná, 2014) 24 Figura 01. Símbolo do cooperativismo FONTE: Portal cooperativo do Paraná (2012) 3.3.1 Ramos do Cooperativismo As cooperativas podem ser de diversos segmentos e natureza, unindo assim interesses comuns dos seus integrantes. O SEBRAE prevê os seguintes ramos: Cooperativas agropecuárias: Produtores rurais agropastoris e de pesca trabalham de forma coletiva na realização de várias etapas da cadeia produtiva: armazenamento industrialização até a venda no mercado da produção (SEBRAE, 2014). Segundo SEBRAE até metade do séc. XX a maioria das cooperativas estavam ligadas a agricultura; Cooperativas de consumo: Tem objetivo de diminuir custos para seus cooperados na compra de produtos por meio da compra coletiva. Comprando os produtos em maior número consegue preços melhores; Cooperativas educacionais: Surgiu da união de pais e alunos para enfrentar a falta de estrutura do ensino público, em uma época de crise nas escolas brasileiras. São interessantes, pois os pais participam da gestão da escola desde a proposta pedagógica até seus custos. Essas cooperativas podem oferecer todos os níveis de ensino. (SEBRAE, 2014); 25 Cooperativas especiais: Foram criadas para atender pessoas com deficiência física, sensorial, psíquicas mental, egressos de hospitais, prisões entre outros que cuja condição é entendida e atestada por documentação proveniente de órgão público de alguma maneira com alguma desvantagem no convívio social. Estas cooperativas procuram por meio de especialização, educação, treinamentos aumentar a independência e a produtividade dos atendidos; Cooperativas de habitação: Dedicadas a construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais para seu quadro social. Os cooperantes contribuem com uma parcela mensal muito abaixo do preço de mercado. Estas cooperativas utilizam de créditos oficiais para aquisição de terrenos e a construção dos imóveis; Cooperativas de infraestrutura: Tem objetivo de atender seus associados com serviços de infraestrutura como energia, telecomunicação e serviços, em sua maioria são formados por cooperativas de eletrificação rural; Cooperativas de mineração: Viabilizam o negócio de produtos minerais; Cooperativas de produção: Este ramo que antes pertencia ao agropecuário é um dos mais expressivos no cooperativismo é dedicado a produção de bens e mercadorias; Cooperativas de saúde: Fazem parte do quadro social desse segmento, médicos, enfermeiros, dentistas, psicólogos e de mais profissionais ligados com a saúde humana. Essas cooperativas têm como preocupação valorização do profissional da saúde, e melhoria na qualidade do atendimento aos pacientes. É importante ressaltar que as cooperativas de saúde surgiram no Brasil e hoje se espelharam pelo mundo; Cooperativas de trabalho: Tanto podem produzir bens como serviços. Seus cooperados não visam lucro individual, visto que os resultados do esforço comuns são divididos entre todos. Um exemplo desse segmento são as cooperativas de artesanato; 26 Cooperativas de crédito: São instituições financeiras autorizadas e fiscalizadas pelo banco central, podendo assim realizar todos os tipos de operações dessa modalidade. Diferem dos bancos pois não visam lucro e suas transações são denominadas ato cooperativo. Os donos são os próprios associados, cabendo a estes decidir pelo direcionamento do negócio; Cooperativas de turismo: Cooperativas que prestam ou atendem direta e prioritariamente o seu quadro social, com serviços de turismo, lazer, entretenimento, esportes, artísticos, eventos e de hotelaria; Cooperativas de transporte: Cooperativas de transporte de carga e passageiros. Atuam em várias modalidades tais como transporte individual, de carga e escolar. 3.4 COOPERATIVISMO FINANCEIRO NO BRASIL Muitos defendem as primeiras reduções jesuíticas como o primeiro vinculo histórico com o cooperativismo, mas foi em 1844 na Inglaterra que surgiu a primeira sociedade cooperativa reconhecida como tal, onde 28 tecelões fundaram “a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale” (BOESCHE, 2014) Em 1902 o padre Theodor Amstad deu início ao cooperativismo financeiro no Brasil, em nova Petrópolis (RS), atual Sicredi pioneira (RS), sendo assim, no ano de 2015, se comemora 113 anos da fundação da primeira cooperativa de crédito no Brasil. Pinho (2004) considera como fonte de origem do cooperativismo financeiro no Brasil, as Caixas Rurais Raiffeisen sendo este modelo o primeiro introduzido com sucesso no Brasil. Exemplo disso a cooperativa pioneira (RS) do padre Amstad, que até hoje está em pleno funcionamento. Ainda como referência importante do cooperativismo de crédito o autor cita os bancos populares Luzzatti, e as cooperativas de economia e crédito mútuo (1950). O cooperativismo financeiro sofreu grande retrocesso durante a ditadura militar, período em que sofreu grande hostilidade por parte do governo, obrigando muitas cooperativas tidas como estabilizadas a fecharem as portas. Com o Golpe 27 militar de março de 1964, a grande pressão dos banqueiros sobre o novo regime autoritário, o governo começou a exterminar as cooperativas de crédito. (PALHARES, 2004, p. 53). Na constituição de 1988 foi estabelecido que o governo não poderia mais intervir na organização das cooperativas. Até então, todas as cooperativas eram tuteladas e fiscalizadas rigidamente. Porém essa mudança não abrangeu as cooperativas de crédito que continuaram sob tutela do Banco Central. (PALHARES, 2004) Um marco importante para as cooperativas financeiras citado por Palhares (2004) foi a aprovação pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) da resolução n° 1914, que permitiu que as cooperativas de crédito mútuo não se restringissem ao vínculo empregatício dos sócios, podendo assim organizar-se por categoria profissional. Em 2002 a resolução de 3.058 permitiu que as cooperativas fossem constituídas sem exigência de segmentação por ramo de atividade, e finalmente em 2003 veio a conquista da livre admissão (Resolução CMN 3.106). Antes só era possível fundar uma cooperativa em grandes cidades, onde era possível reunir grande número de empresários do mesmo ramo de atividade. Essas novas regras permitiram um maior alcance do movimento, fazendo assim que as cooperativas ganhassem força nas pequenas cidades. Hoje o sistema cooperativo tem uma representaçãosignificativa no SNF (Sistema Financeiro Nacional). A figura (02) abaixo considera apenas instituições financeiras de varejo (que possuem agências de atendimento ao cliente) e bancos cooperativos: 28 Figura 02 : 50 maiores bancos do sistema financeiro nacional posição junho/2015 Fonte: Portal do cooperativismo financeiro (2015) É importante destacar que as instituições financeiras cooperativa não abocariam do mercado o montante expressivo das grandes corporações e instituições públicas, ao contrário os números acima teriam condições de ser bem maiores. De acordo com dados retirados do Portal do cooperativismo financeiro, em 2014existiam no Brasil cerca de 1.100 Cooperativas de Crédito, as mais fortes, Sicoob, Sicredi, Unicredi, e Cecred, Confesol, estão organizadas em sistemas de crédito, como estratégia para fazer frente às grandes instituições financeiras existentes no país. Sicoob, Sicredi, Unicredi, e Cecred, Confesol. Ainda segundo dados do Portal do cooperativismo financeiro, em 2014 enquanto os bancos tiveram um crescimento de 11%, o cooperativismo financeiro apresentou um crescimento de 23% no volume de ativos. Almejando para 2015 uma expansão de 22%. Meinen (2014) baseado nos artigos 5°, XVII, XX e XXI (Direitos e garantias fundamentais); 21, XXV (Competência da união); 146, III, “c” (Sistema tributário 29 nacional) 174, 2° (Princípios gerais da atividade econômica) 187, IV (Política agrícola); 192 (Sistema financeiro nacional) e 199 (singularidade social-saúde) e outros artigos da nossa constituição que demonstram total harmonia com a doutrina cooperativista, afirma que “o Brasil é uma nação cooperativista”. 3.5 A IMPORTÂNCIA DAS INTITUIÇÕES FINANCEIRAS COOPERATIVAS As cooperativas são uma importante ferramenta de geração de renda em regiões desfavorecidas, sendo a principal instituição financeira em pequenas cidades, onde os bancos não viram vantagens em se estabelecer. É próprio do cooperativismo de crédito contribuir para o desenvolvimento da economia local, ao promover a intermediação entre a poupança e as demandas por serviços financeiros de uma mesma região--diferentemente dos bancos de varejo, o que empresta ao cooperativismo de crédito importante papel na correção de desigualdades regionais de uma maneira que não depende da interferência direta do poder público. (PALHARES e PINHO 2004 p.216) Meinen (2014) considera que as instituições financeiras cooperativas contribuem indiretamente como mediadoras dos preços praticados pelas instituições convencionais, obrigando as mesmas, praticarem preços menores, e condições de créditos e investimentos mais atrativas, em uma tentativa de não perder seus maiores clientes para o sistema cooperativo. A cooperativa de crédito tem interesse no desenvolvimento local, e sua gestão é direcionada para que de fato isso aconteça. Os resultados gerados são reinvestidos nas próprias comunidades; a preferência na contratação de seus colaboradores é por moradores da região, as cooperativas incentivam o comercio local suprindo suas necessidades sempre que possível, com produtos da região (materiais de construção, mercados, bifes, etc.) Meinen representa o círculo virtuoso do cooperativismo financeiro na figura (03). 30 Figura 03: Círculo virtuoso do cooperativismo Fonte: Meinen (2014, p. 53) A figura 3 representa como os recursos das cooperativas são realocados na sua área de atuação. Nos bancos os recursos são dos donos do capital, sendo utilizados de maneira a gerar cada vez mais riqueza para poucos, ou seja, quanto mais recursos um banco administrar, mais rentabilidade os donos terão. Em uma cooperativa essa distribuição de renda também acontece, com a diferença de que todos são donos, e que cada um vai receber proporcionalmente aos serviços que utiliza. Por isso- pela adequabilidade e suficiência – é que se identifica uma agregação de renda na “contramão”. Não a perspectiva do lucro (que aliás é afastado por definição legal). Quem ganha nessa equação não é quem detém o capital (visão da empresa), mais quem se vale das soluções concebidas em formato mutualista (Meinem, 2014, p 55). 31 3.6 COOPERATIVAS DE CRÉDITOS X BANCOS São muitas as diferenças entre a cooperativa de crédito e uma instituição financeira convencional. Conhecendo estas diferenças e entendo as vantagens e importância do cooperativismo financeiro para a sociedade fica difícil não optar por utilizar os serviços da cooperativa ou ao menos ser um apoiador da causa. No quadro (01) pode-se observar os aspectos mais relevantes que diferenciam uma instituição da outra: Quadro 01: Diferenças entre bancos e instituições financeiras cooperativas. BANCOS INSTITUIÇOES FINANCEIRAS COOPERATIVAS São sociedade de capital. São sociedade de pessoas. O poder é exercido na proporção do número de ações. As decisões têm peso igual para todos uma pessoa um voto. As deliberações são concentradas As decisões são partilhadas entre muitos. O administrador é um terceiro (homem de mercado). Os administradores-líderes são do meio (associados). O usuário de operações é mero cliente. O usuário é o próprio dono (cooperado) O usuário não exerce qualquer influência na definição dos produtos e na sua precificação. Toda a política operacional é decidida pelos próprios usuários/donos (associados). Podem tratar distintamente cada usuário. Não podem distinguir: o que vale para um, vale para todos (art. 37 da lei 5764/71) Prefere o público de maior renda e maiores corporações. Não discriminam, servindo a todos os públicos Priorizam os grandes centros (embora não tenham limitações geográficas Não restringem, tendo forte atuação nas comunidades mais remotas Têm propósitos mercantilistas A atividade mercantil não é cogitada (art. 79, parágrafo único da Lei n°5.764/71) A remuneração das operações não O preço das operações e dos serviços tem como referência os custos e como parâmetro as 32 tem parâmetro/limite necessidades de reinvestimentos Atendem em massa, priorizando, ademais, o autosserviço O relacionamento é personalizado/ individual, com o apoio da informática Não têm vínculo com a comunidade e o público alvo Estão comprometidas com as comunidades e os usuários Avançam pela competição Desenvolvem-se pela cooperação Visam o lucro por excelência O lucro está fora de seu objeto, seja pela sua natureza, seja por determinação legal (art. 3 da lei n° 5.764/71) O resultado é de poucos donos (nada é dividido com o cliente) O excedente (sobras) é distribuído entre todos os usuários na proporção das operações individuais reduzindo ao máximo o preço final pago pelos cooperados e aumentando a remuneração de seus investimentos. No plano societário, são reguladas pela lei das sociedades anônimas São reguladas pela lei cooperativista e por legislação própria (especialmente pela lei complementar 130/2009) Fonte: Adaptada de Meinen (2014 p. 49) 3.7 OS DESAFIOS DO COOPERATIVISMO FINANCEIRO Ricciardi & Lemos (2000) afirma que o associado deve se comprometer social e economicamente com a cooperativa, ele deve se interessar pelo que é seu, acompanhar o andamento de seus negócios realizar suas operações, acompanhar e fazer parte das decisões para que a cooperativa tenha êxito e não acabe na mão de uns poucos. Meinen (2014) considera um dos grandes desafios desse segmento do cooperativismo a fidelização de seus associados, estes geralmente veem a cooperativa apenas como uma instituição de concessão de crédito e não adotam a postura de donos do negócio, e não se considerando como tal, deixam o seu negócio de lado, muitas vezes buscando na concorrência produtos que sua 33 instituição financeira oferece, como um dono de mercado que faz suas compras no mercado ao lado. Ainda segundo Meinen (2014) ascooperativas financeiras existentes não aproveitam totalmente seu potencial associativo, exemplo disso é que a representatividade de mulheres e jovens no quadro social das cooperativas é inexpressiva. Até mesmo pessoas de seu quadro social usam um ou dois dos produtos oferecidos pela cooperativa, as vezes por não conhecer o grande portfólio oferecido pela sua instituição. 34 4 ESTUDO DE CASO 4.1 MUNICÍPIO DE ORTIGUEIRA Fundada em 1961, Ortigueira está localizada na região dos Campos Gerais paranaense e possui segundo dados do último senso do IBGE realizado em 2010, uma população de 23.380 habitantes, dos quais 59% residem na área rural. (Prefeitura Municipal de Ortigueira,2015) Com a economia voltada à agricultura, pecuária e apicultura, detém o maior rebanho bovino do Estado, é um dos maiores produtores de mel do Paraná, e até julho de 2013 carregava o amargo título de menor ID-H (Índice de desenvolvimento humano) do Estado com o índice de 0,602 (IDH-M, 2000), e apesar de não obter, mas os piores números, no último IDH-M, divulgado em julho de 2013, seu ID-H diminuiu, passando para o índice de 0,600 (Souza,2013). O município apresenta um cenário favorável ao cooperativismo, abrigando três cooperativas de segmentos distintos: Cooperativa agropecuária, Cooperativa de produção, e cooperativa de crédito, sendo que no último mês foi anunciada a chegada de uma segunda cooperativa do segmento financeiro, segmento esse tema da presente pesquisa. 4.2 COOPERATIVA DE CRÉDITO “X” A Cooperativa “X”, está em funcionamento no município de Ortigueira desde 2002, um ano antes da resolução do CMN 3.106/03, que permitiu a livre admissão de associados às cooperativas de crédito. Na época de sua implantação a cooperativa “X” era a segunda opção em instituição financeira no município, segundo informação coletada com o gerente da mesma, e desde então veem ganhando força junto à comunidade. A cooperativa de crédito analisada desenvolve um projeto juntamente com escola da região, com o objetivo de promover práticas de educação com foco nos princípios da cooperação e da cidadania. Os alunos têm um método de ensino 35 diferenciado e já desenvolveram vários projetos sociais, junto à comunidade carente do município, com o incentivo da Cooperativa “X”. A Cooperativa X busca estar sempre junto à comunidade, contribuindo sempre com os eventos organizados pelas igrejas, Rotary e relacionados. Possui uma estrutura diferenciada em relação às outras instituições financeiras do município (água, cafezinho, banheiros acessíveis, grande número de assentos), oferecendo visivelmente mais conforto aos associados e demais usuários da estrutura. 4.3 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS A figura 5 representa o sexo dos associados. De acordo com a pesquisa realizada, dos 50 associados que responderam o questionário 62% são homens e 38% são mulheres. Estes dados demonstram um nicho a ser explorado pela cooperativa X, e um dos desafios já apresentados anteriormente, a necessidade de se investir em campanhas para atrair o público feminino para o cooperativismo financeiro. Figura 05- Sexo dos associados Fonte: Autora (2015) 62% 38% Homens Mulheres 36 A Figura 6 representa a idade dos associados. Segundo os dados os associados com mais de 40 anos representam 48% dos entrevistados e somados aos 32 % de associados com idade entre 30 e 39 anos, nota-se que o quadro de associados é formado por poucos jovens, 20% de seu quadro social. A cooperativa X já está desenvolvendo trabalhos para reverter esse quadro, atualmente oferece uma conta com taxas especiais para pessoas com até 25 anos, a fim de renovar seu quadro associativo e cativar o público jovem. Figura 6- Idade dos associados Fonte- Autora (2015) 20% 32% 48% 15 á 29 anos 30 á 39 anos Acima de 40 anos 37 Os associados foram questionados se conheciam as diferenças entre a cooperativa de crédito e as instituições financeiras convencionais: O poder de decisão do associado, as sobras, a maior preocupação com a comunidade, sociedade de pessoas e não de capital, entre outras. Um dos princípios do cooperativismo preza pela informação do associado, e formação para o cooperativismo, sendo essencial para a prosperidade do empreendimento cooperativo o cumprimento do mesmo. A figura 7 demonstra que 70% dos associados afirmam conhecer as diferenças, enquanto 30% dizem desconhecer. Figura 7- Conhecimento das diferenças entre cooperativas e bancos Fonte: autora (2015) 70% 30% SIM NÃO 38 A figura 8 representa a frequência com que os associados participaram de uma assembleia geral (Órgão Máximo de decisão em uma cooperativa). Assim, 38% dos associados participaram de 1 a 3 vezes, 36% dos associados afirmam nunca terem participado e 28% participaram mais de 3 vezes. As participações em assembleias representam o quanto o associado se envolve com a cooperativa, se ele participa das decisões, se ele está interessado em saber como vai os números. Essa informação é importante para o presente trabalho, visto que a efetiva participação dos associados na gestão das cooperativas de crédito é um dos principais desafios para o segmento, os dados abaixo refletem a pouca participação do quadro social. O ideal seria que o associado participasse de todas as reuniões, como um dono faria com sua empresa. Figura 8 – Participação dos associados na gestão da cooperativa Fonte: Autora (2015) 38% 26% 36% 1 a 3 vezes mais de 3 vezes nunca participou 39 A figura 9 representa quantos associados da cooperativa que possuem conta em outras instituições. Assim, verifica-se que 70% mantêm conta corrente em instituições bancárias, sendo assim a pesquisa revela que 30% dos associados têm a cooperativa como única opção em instituição financeira. O ideal seria que a maioria mantivesse conta apenas com a Cooperativa X, visto que estes associados matem conta em outras instituições, por vezes, ou sempre, também utilizaram produtos e serviços da concorrência. Figura 9 – tem conta em outra instituição financeira Fonte- autora (2015) 70% 30% SIM NÃO 40 Afigura 10 demonstra as demais opções financeiras dos associados. É importante destacar que, alguns associados possuem contas em mais de um banco, portanto a porcentagem é referente à frequência que as instituições foram citadas no questionário, em relação aos 70% dos associados que possuem conta corrente em outros lugares. Portanto: 47% dos associados mantêm conta corrente no Banco do Brasil, 17% no Itaú, 7% Bradesco e 3% em outras instituições. Os dados apresentados refletem a realidade do país, como já mostrado anteriormente, o B. do Brasil, ocupa o 1° lugar no ranking das instituições financeiras. Figura 10- Bancos em que os associados possuem contas Fonte: autora (2015) 47% 17% 7% 3% B. do Brasil Itaú Bradesco Outros 41 Afigura 11 refere-se aos motivos que levaram os associados a abrir contas nas instituições bancárias citadas anteriormente. Este é um fator importante, pois nos permite identificar se a Cooperativa X deixa a desejar em relação aos bancos. A pesquisa revela que 46% dos associados apenas buscavam outra opção bancária, 43% já possuíam conta em outra instituição e decidiram manter, 9% citaram outros motivos (dificuldade em achar agências em outras cidades, empresa do qual é funcionário tem convênio em outra instituição), apenas 2% dos associados acreditam que a cooperativa não atende a todos os serviços de uma instituição financeira convencional. Figura 11- Motivos para buscar outras instituições Fonte: Autora (2015) 43% 46% 2% 9% Já tinham conta antes de abrir na cooperativa queria ter outra opção bancaria acredita que a cooperativa não atende a todos os serviços de uma instituição convencional. outros 42 A figura12 representa a principal instituição financeira dos associados, ou seja, se ele realiza a maioria de suas transações na Cooperativa X. A Pesquisa demonstrou que a maioria dos associados, 76% tem a cooperativa como principal fonte de soluções financeiras, sendo que os associados que optam aos bancos para maior parte de suas movimentações, representam 24%. Esses dados são interessantes, pois demonstram a eficiência da cooperativa X na fidelização de seus associados, e que ela vem alcançando bons resultados diante do desafio que, “se estabelecer como principal instituição financeira de seus associados” representa para o cooperativismo financeiro. Figura 12- Principal instituição financeira Fonte: autora (2015) 76% 24% cooperativa X Bancos 43 A figura 13 representa a principal motivação dos associados da cooperativa X para fazer parte do quadro social, o que torna ela especial. Esse gráfico é fundamental para essa pesquisa, pois destaca os pontos fortes do cooperativismo financeiro, em especial na agência de Ortigueira-Pr. Segundo os dados obtidos 74% dos entrevistados acreditam que o atendimento diferenciado é a principal fonte de motivação para realizarem suas operações com a Cooperativa X. Figura 13- Vantagens da Cooperativa de crédito X Fonte: Autora (2015) 74% 4% 14% 8% O atendimento As taxas Ser dono da própria instituição finaceira outros 44 A figura 14 representa a importância do cooperativismo na vida do associado da cooperativa de crédito X, levando em consideração a presença de outras cooperativas no município. De acordo com a pesquisa 15% dos associados são cooperados de outras cooperativas, não necessariamente do ramo financeiro. Gráfico 14–Associação em outras cooperativas Fonte: Autora (2015) Com base na pesquisa feita na cooperativa X, localizada no município de Ortigueira-PR, através de um questionário respondido por associados, foi possível identificar o perfil das pessoas que possuem conta na cooperativa pesquisada, assim como o envolvimento dos associados com o cooperativismo financeiro. De acordo com os resultados da pesquisa observado nos gráficos a cooperativa tem poucos associados do sexo feminino e seu quadro social é constituído em sua maioria por pessoas com mais de 30 anos. Essa informação demonstra um potencial a ser explorado pela cooperativa X na região, e também uma necessidade de trazer pessoas jovens para sua base, visto que a tendência é ter um quadro social cada vez mais velho. 30% 70% SIM NÃO 45 A pesquisa nos mostra que o associado tem o hábito de participar da gestão da cooperativa, mais ainda a muito a que se trabalhar, na divulgação dos diferenciais do cooperativismo financeiro e da importância da participação de todos na gestão da cooperativa, visto que alguns associados nunca participaram de uma Assembleia Geral, e pior, não tem conhecimento das diferenças entre cooperativas financeiras e instituições bancárias. Quanto à importância da cooperativa para seus associados, apesar da pesquisa demonstrar a tendência dos associados em ter uma segunda opção, ela se destaca como principal instituição financeira de uma maioria bastante representativa do seu quadro social. Um ponto importante revelado pela pesquisa é que os associados não se sentem “Donos” da cooperativa X, vendo no atendimento diferenciado (mais pessoal), o maior motivo para fazer parte do negócio, isso de acordo com a pesquisa bibliográfica realizada nesse trabalho, representa uma fraqueza, pois é essencial para prosperidade do cooperativismo financeiro que seus associados vejam, e cuidem da sua cooperativa, como donos que são. 46 5 CONSIDERAÇOES FINAIS As cooperativas financeiras no país são vistas como instituições fortes, e a cada ano apresentam números mais expressivos, alcançando no último ano um crescimento superior às demais instituições financeiras. Muitos desses resultados é devido a seus princípios, que valorizam acima de tudo o desenvolvimento humano, e a natureza sustentável das cooperativas, que visa a melhoria de vida nas regiões onde se instalam. O cooperativismo financeiro se comparado as instituições bancárias, ainda tem pouco tempo de estrada no país, e analisando o tempo que se manteve estagnado por medidas governamentais, alcançou números impressionantes nas últimas décadas, demonstrando potencial de se tornar o principal sistema financeiro no Brasil. O presente trabalho de conclusão de curso teve por objetivo identificar os desafios do segmento financeiro do cooperativismo em se estabelecer como principal instituição financeira de seus associados. A pesquisa bibliográfica realizada evidenciou a gestão embasada nos princípios cooperativos, a efetiva participação do quadro social nas decisões sobre direcionamento dado ao empreendimento, e a educação cooperativa como pontos cruciais na solidez do cooperativismo financeiro. O estudo de caso realizado na Cooperativa X (Município de Ortigueira-Pr) reafirmou o levantamento teórico feito sobre o tema. O cooperativismo tem muito a crescer, renovar suas bases, buscar o público feminino, e atrair os jovens. A presente pesquisa também identificou a carência de informação até mesmo por parte do quadro social dessas cooperativas de crédito, sendo assim, obter o comprometimento dos associados com a causa do cooperativismo financeiro, uma educação voltada ao cooperativismo, aumentar a fidelização dos associados na busca de soluções financeiras, e uma maior participação dos membros na gestão das cooperativas, se mostram como necessidades urgentes, e um desafio para as cooperativas de crédito. 47 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Luiz César; GARCIA, Adriana Amadeu; MARTINES, Simone. Gestão de processos: Melhores resultados e excelência empresarial. São Paulo: Atlas, 2011. BOESCHE, Leonardo. O nascimento do cooperativismo. Disponível em: http://cooperativismodecredito.coop.br/historia-do-cooperativismo/acesso em 12/08/2015. CARVALHO, Cláudia. Os desafios de nascer, caminhar e crescer: Sicredi 30 anos. 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( ) B. do Brasil ( ) Itaú ( ) Bradesco ( ) outra 5. Por qual motivo buscou outra instituição financeira? a. Já tinha a conta antes de abrir na cooperativa b. Queria ter outra opção bancária c. Acredita que a cooperativa não atende a todos os serviços de um banco tradicional d. Outros motivos. Descreva _________________________________________________ 50 6. Em sua opinião, qual a principal vantagem em ser associado da Cooperativa? a. O atendimento b. As taxas c. Ser dono da instituição d. Outros. Descreva____________________________________________ 7. Você é associado de alguma outra cooperativa, não necessariamente de crédito? ( ) SIM ( ) NÃO