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Leiomioma - Mioma uterino - Louise Candiotto

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LEIOMIOMA / MIOMA UTERINO 
LIVRO CISAM + MEDCURSO + FEBRASGO 
LOUISE CANDIOTTO 1 
 
INTRODUÇÃO 
Neoplasia benigna da musculatura miometrial  
Musculatura de natureza lisa. 
Neoplasia estrógeno dependente  Desenvolvem-se 
durante os anos reprodutivos. 
Uma das neoplasias mais comum do sexo feminino. 
Mais comum dos tumores pélvicos. 
25% das mulheres apresentam leiomiomas clinicamente 
reconhecíveis. 
A maior parte dos miomas são assintomáticos. 
Apesar disso, podem determinar importante morbidade 
como sangramento genital, infertilidade, dor, sintomas 
compressivos e aumento de volume abdominal. 
Causa estrutural mais comum de sangramento uterino 
anormal. 
O diagnóstico é realizado pela associação de dados da 
história clínica, exame físico ginecológico e achados do 
exame de imagem. 
As pacientes portadores de mioma se apresentam com um 
amplo espectro de gravidade. 
Mais frequente indicação de histerectomia  1/3 das 
indicações. 
FATORES DE RISCO 
 História familiar 
 Evidente caráter hereditário 
 Herança multifatorial 
 Caso a mãe da paciente tenha realizado 
histerectomia devido ao mioma, a 
paciente possui um risco 50% maior de 
apresentar 
 Idade 
 Não costuma aparecer antes da 
puberdade 
 Tendem a regredir pós menopausa 
 Características de neoplasias estrógenos 
dependentes 
 Prevalência na 5° década de vida 
 Paridade 
 Correlação inversa entre o número de 
partos e a frequência de miomas 
 Multíparas (4/5 filhos) possuem redução 
de 70-80% na chance de terem miomas 
em relação as nulíparas 
 O risco de uma paciente vir a ter um 
mioma aumenta quanto maior o tempo 
decorrido desde a sua última gestação 
 Etnia 
 Maior prevalência dos miomas em 
mulheres afrodescendentes (2-3 vezes 
maior) 
 Menarca 
 Correlação negativa 
 Quanto mais cedo, maiores as chances  
Principalmente antes do 10 anos 
 Pode estar relacionado a maior 
exposição aos hormônios esteroides 
endógenos 
 Obesidade 
 Alguns estudos mostram relação  
Controverso 
 Postula-se que a obesidade pode 
aumentar o ritmo de crescimento dos 
miomas ou promover o aparecimento de 
sintomas ao invés de aumentar a 
incidência 
 Uso de hormônios esteróides 
 As melhores evidencias indicam redução 
da incidência ou nenhum efeito 
 O diagnóstico de mioma não é 
contraindicação para o uso de ACO 
 Fator protetor 
 A terapia de reposição hormonal na 
menopausa não está contraindicada 
 Exposição ambiental e dietética 
 Parece haver uma associação com a 
exposição disruptores endócrinos, 
principalmente durante a fase pré-
puberal 
 Algumas evidencias associam miomas a 
baixos níveis de vitamina D 
 Consumo de álcool 
 Principalmente cerveja, aumenta o risco 
 Hipertensão 
 Associada ao aumento do risco 
 Tabagismo 
 Diminui o risco de leiomiomas 
ETIOPATOGENIA 
Os leiomiomas são neoplasias clonais, o que significa que 
todas as células de um determinado mioma têm origem em 
um único miócito. 
Aparentemente não existe um único mecanismo responsável 
pelo aparecimento e crescimento dos miomas. 
 
LOUISE CANDIOTTO 2 
 
A mutação tumor-específica mais frequentemente 
encontrada nos miomas está localizada no gen MED12 
(subunidade 12 do complexo mediador), presente em 70% 
dos casos. 
Não há dúvidas da influência do estrogênio, bem como 
crescentes evidencias do papel dos progestogênios na 
indução do crescimento dos miomas. 
CLASSIFICAÇÃO 
DE ACORDO COM A PORÃO UTERINA 
Podem ser CORPORAIS ou CERVICAIS, a depender da 
PORÇÃO DO ÚTERO QUE SE LOCALIZAM. 
CORPORAIS: 
 98% dos casos 
CERVICAIS: 
 Mais raros 
 2-3% dos casos 
 A proporção das fibras musculares em relação às 
conjuntivas é menor no colo quando comparado ao 
corpo uterino 
 Apresenta-se como uma deformidade do colo, 
muitas vezes dificultando a colocação do espéculo 
e a visualização do orifício externo 
 Importante no diagnóstico diferencial dos pólipos 
cervicais 
 Geralmente assintomáticos 
 Os mais volumosos podem acompanhar-se de 
dispareunia e exteriorização pelo introito vaginal 
 Havendo obstrução do canal cervical é possível 
ocorrer dismenorreia 
 Exame especular e toque vaginal definem o 
diagnóstico 
 
POSIÇÃO DE ACORDO COM AS CAMADAS DO 
ÚTERO 
Dependendo da CAMADA DO ÚTERO ENVOLVIDA  
SUBMUCOSOS, SUBSEROSOS ou INTRAMURAIS. 
Grande parte dos miomas envolvem mais de uma camada 
uterina  Salientar qual é predominante e qual é 
minoritário. 
SUBMUCOSOS: 
 Abaúlam a cavidade endometrial 
 Forma que provoca mais hemorragia  íntima 
relação com a mucosa endometrial 
 Podem ser sésseis ou pendiculados 
 Os submucosos pendiculados podem 
ocasionalmente ser expulso da cavidade 
endometrial, recebendo o nome de mioma paridos 
SUBSEROSOS: 
 Destroem a serosa uterina 
 Localizados abaixo da serosa uterina  Sob o 
peritônio visceral uterino 
 Possui mais de 50% do seu volume projetado na 
camada serosa do útero 
 É o que provoca menos sintomas 
 Podem ser sésseis ou pendiculados 
 São chamados de intra-ligamentares quando 
crescem entre os folhetos do ligamento largo 
 Chamados de parasitas quando aderem a outros 
órgãos e deles derivam vascularização 
INTRAMURAIS / INTERSTICIAL: 
 Estão contidos na espessura miometrial  Na 
intimidade do miométrio 
 Forma intermediária entre o subseroso e o 
submucoso 
 A medida que cresce pode evoluir para subseroso 
ou submucoso 
 Menos de 50% do seu volume protrai na superfície 
serosa do útero 
 Relaciona-se com quadros de hemorragia uterina 
 
 
 
 
 
LOUISE CANDIOTTO 3 
 
CLASSIFICAÇÃO FIGO 2011 
0. Submucoso pediculado 
1. Submucoso com <50% intramural 
2. Submucoso com >50% intramural 
3. Intramural, tangencia a cavidade endometrial 
4. Intramural 
5. Subseroso com <50% intramural 
6. Subseroso com >50% intramural 
7. Subseroso pediculado 
8. Outro (cervical, parasita) 
OBS: 2-5: híbrido (submucoso e subseroso com < 50% na 
cavidade endometrial e <50% na cavidade peritoneal. 
 
ANATOMIA PATOLÓGICA 
Os leiomiomas são tumores nodulares que podem ser únicos 
ou múltiplos, pequenos ou gigantes. 
Podem causar aumento simétrico do útero ou distorcer 
significativamente o seu contorno. 
São circunscritos, bem delimitados, pseudocapsulados, 
permitindo com facilidade a sua enucleação cirúrgica da 
musculatura normal. 
O aspecto microscópico é brancacento e endurecido com 
brilho nacarado  Predomínio de tecido conjuntivo. 
Ou podem ser róseos, de consistência amolecida, cística ou 
elástica  Predomínio de tecido muscular. 
Em termos histológicos, observam-se fibras musculares lisas 
distribuídas de forma espiralar, com tecido conjuntivo de 
permeio. 
São raras as mitoses. 
Os miomas costumam ser mais celulares que o miométrio 
adjacente. 
Não é rara a ocorrência de degenerações que alteram a 
estrutura do mioma  Hialina, cística, mucoide, 
rubra/vermelha/carnosa (durante a gravidez), gordurosa, 
calcificação, necrose, sarcomatosa ( degeneração maligna 
 rara e questionável). 
 
LEIOMIOMAS BENIGNOS: 
 Baixo índice mitótico 
 Ausência de atipias citológicas ou necrose celular 
(exceto por isquemia) 
 Células fusiformes uniformes em forma e tamanho 
 Ausência de componente intravascular 
 Massas bem circunscritas 
LEIOMIOMAS MALIGNOS: 
 Mitoses abundantes (>10 por campo de grande 
aumento) 
 Atipia nuclear predominante 
 Necrose celular tumoral coagulativa em padrão 
geográfico 
QUADRO CLÍNICO 
A grande maioria dos miomas são assintomáticos. 
Muitos são descobertos por exames ecográficos de rotina. 
Os sintomas dependem do tamanho, do número e da 
localização dos leiomiomas. 
SINAIS E SINTOMAS: 
 Sangramento uterino anormal 
 Principal sintoma 
 Sintoma que mais leva as pacientes a 
intervenções cirúrgicas 
 Hipermenorreia é o distúrbio mais 
característico 
 Pode evoluir para perdas sanguíneas 
contínuasque variam de polimenorreia a 
episódios de metrorragia 
 Parece decorrer de: 
 Aumento da superfície 
endometrial sangrante 
 Compressão e congestão 
venosa no miométrio e 
endométrio 
 Dificuldade do miométrio de se 
contrair 
 Mais comum nos miomas submucosos 
 O tipo de sangramento e a magnitude 
da perda hemática variam muito em 
função da localização, do diâmetro, do 
número de miomas e de outras condições 
clínicas associadas 
 O sangramento intermenstrual não é 
característico 
 Dor pélvica e dismenorreia 
 Sintomas inespecíficos 
 Raramente são causas de dor pélvica 
 
 
LOUISE CANDIOTTO 4 
 
 Dor hipogástrica com irradiação para 
região lombar e membros inferiores, 
sintomas urinários e intestinais, e 
dispareunia 
 Outras causas de dor e sangramento 
devem ser descartadas 
 Infertilidade 
 Controverso que ele sozinho cause 
infertilidade  Geralmente há outros 
fatores associados 
 5-10% dos casais inférteis 
 Pode se associar a miomas que distorcem 
a cavidade endometria ou desviam o 
trajeto das trompas 
 Pode haver abortamentos ou 
complicações obstétricas em mulheres 
com leiomiomas, embora a maioria 
evolua com gestações e partos sem 
complicações 
 Compressões geniturinária 
 Pressão vesical ou ureteral 
 Nos volumosos ou naqueles localizados 
no istimo uterino ou nos intraligamentares 
 Pode provocar  Polaciúria, 
incontinência urinária, hidronefrose e 
incontinência urinária 
EXAME FÍSICO 
O exame clínico apresenta boa acurácia em úteros com mais 
de 300g, o que equivale à gestação de 12 semanas. 
Ao toque digital bimanual, deve-se identificar o útero, sua 
posição, volume, forma, contornos, consistência e 
mobilidade. 
Os miomas tipicamente aumentam o volume uterino, 
tornando a sua superfície irregular (nódulos), bocelada, 
endurecida, diminuindo sua mobilidade e modificando sua 
forma. 
No exame físico geral, devemos nos atentar para os sinais 
de hipovolemia e de anemia, bem como sinais sugestivos de 
fenômenos compressivos, tais como edema de membros 
inferiores. 
ACHADOS DO EXAME CLÍNICO: 
 Aumento do volume abdominal 
 Comum em miomas volumosos que saem 
da cavidade pélvica 
 Atualmente é uma queixa isolada menos 
frequente  Exames ginecológicos e 
USG periódicas 
 Crescimento rápido ou crescimento pós-
menopausa 
 Corrimento vaginal 
 Distúrbios intestinais 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico clínico é feito pela anamnese (investigando os 
sintomas) e pelo toque vaginal bimanual. 
Através da anamnese e do exame clínico cuidadoso é 
possível realizar o diagnóstico da maior parte dos casos. 
Por meio dela, além de caracterizar-se os sintomas e sua 
evolução, pode-se investigar a ocorrência dos fatores de 
risco. 
OBS: Qualquer tumor pélvico pode ser confundido com 
mioma uterino. 
Por vezes o diagnóstico é evidente quando em pacientes 
com ou sem sangramento anormal, é possível realizar a 
palpação de massas sólidas no hipogástrio através do 
exame abdominal ou toque bimanual. 
Outras vezes, o útero, mesmo intrapélvico, apresenta-se ao 
toque com aumento global do volume e/ou superfície 
bocelada habitualmente com aumento localizado da 
consistência. 
Diante de massas sólidas anexiais é importante avaliar a 
continuidade delas com o corpo uterino  Diferenciar 
miomas subserosos pediculares de tumores sólidos 
ovarianos. 
O diagnóstico pode ser confirmado também pelo exame 
especular nos miomas paridos. 
Os exames de imagem auxiliam sobremodo no diagnóstico 
dos miomas. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Os exames de imagem auxiliam sobremodo no diagnóstico 
dos miomas. 
EXAMES DE IMAGEM: 
 USG pélvica 
 Transvaginal 
 Transabdominal 
 Histerossonografia 
 Histerossalpingografia 
 TC 
 RM 
PROCEDIMENTOS VIDEOENDOSCÓPICOS: 
 Histeroscopia 
 Videolaparoscopia 
 
 
DICA 
Miomas subserosos  Tendem a causar sintomas 
compressivos e distorção da anatomia de órgãos 
subjacentes. 
Miomas intramurais  Causam sangramento e 
dismenorreia. 
Miomas submucosos  Produzem frequentemente 
sangramentos irregulares e infertilidade. 
 
 
LOUISE CANDIOTTO 5 
 
USG PÉLVICA 
É o exame de imagem mais importante e mais facilmente 
acessível. 
Evidencia nódulos hipoecoicos na parede uterina. 
Margens em geral nítidas o que permite a definição do 
número e da localização ecográfica precisa dos nódulos no 
útero. 
TRANSVAGINAL: 
 Vantagem de oferecer informações adicionais 
sobre a arquitetura interna e anatomia da massa 
tumoral 
 Informações de alterações na cavidade 
endometrial 
PÉLVICO: 
 Miomas muito volumosos ou pacientes virgens 
 
HISTEROSSONOGRAFIA 
Nos miomas submucosos pode ser utilizada com o fim de 
detalhar a posição exata do mioma em relação aos limites 
da cavidade endometrial e da serosa uterina. 
Dados importantes para a classificação e planejamento 
cirúrgico. 
HISTEROSSALPINGOGRAFIA 
Pode sugerir a presença de mioma ao revelar falhas no 
enchimento da cavidade. 
Não deve ser exame de primeira linha para pacientes com 
sangramento genital. 
Indicado para avaliação da permeabilidade tubária em 
casos de infertilidade. 
Quando acha algo deve ser complementada pela USG 
e/ou histeroscopia. 
TC 
Não é indicada de rotina como exame diagnóstico primário. 
RM 
Boa acurácia para definir o volume e a localização dos 
miomas. 
É o melhor exame para visualização e mensuração de 
leiomiomas. 
Limitação  Custo elevado. 
Ideal para a diferenciação de leiomiomas da adenomiose, 
ou para a constatação de adenomiose de forma associada. 
HISTEROSCOPIA 
Importante na avaliação do sangramento uterino anormal. 
Avalia o ângulo entre o mioma e a parede da cavidade. 
Ajuda a classificar a planejar a cirurgia. 
Permite identificar nódulos submucosos ou nóduos 
intramurais. 
Permite a diferenciação entre os miomas e os pólipos 
endometriais nos casos duvidosos. 
Os miomas geralmente aparecem como formações firmes, 
nacaradas, com superfície lisa ou bocelada, com 
revestimento endometrial normal ou atrofiando por 
compressão e eventualmente vasos dilatados em sua 
superfície. 
Os pólipos em geral são móveis, maleáveis, frequentemente 
congestos e com revestimento endometrial semelhante ao 
endométrio adjacente. 
 
VIDEOLAPAROSCOPIA 
Não é indicada apenas para fins diagnósticos. 
Indicada nos casos de infertilidade ou de outras afecções 
ginecológicas concomitantes. 
TRATAMENTO 
O tratamento dos casos assintomáticos dos leiomiomas 
uterinos não é necessário, e deve-se adotar conduta 
expectante. 
O tipo e o momento ideal de intervenção devem ser 
individualizados, com base nos seguintes fatores: 
 Tamanho do(s) mioma(s) 
 Localização do(s) mioma(s) 
 Sintomas 
 Idade da mulher 
 Aspirações reprodutivas e história obstétrica 
Pode ser: 
 Expectante 
 Clínico 
 Cirúrgico 
 
LOUISE CANDIOTTO 6 
 
O esquema do tratamento pode ser esquematizado 
conforme o gráfico a seguir: 
 
CONDUTA EXPECTANTE 
A maioria dos miomas são assintomáticos, descobertos 
acidentalmente em exames ecográficos. 
A ausência de sintomas, associada ao caráter excepcional 
de malignidade recomendam que o tratamento seja 
expectante. 
Devem ser acompanhadas clinicamente, não se justificando 
qualquer tratamento. 
Não há necessidade de seguimento ecográfico. 
Ancora-se em exames clínicos periódicos e USG seriadas 
(trimestral ou semestral). 
Objetiva assegurar se o tumor não está crescendo 
rapidamente. 
INDICAÇÕES: 
 Casos assintomáticos 
 Pacientes sintomáticas, sem comprometimento geral 
 Pacientes na perimenopausa ou na menopausa 
TRATAMENTO CLÍNICO 
Em pacientes com discreta menorragia associada ou não a 
dismenorreia. 
INDICAÇÕES DE TRATAMENTO CLÍNICO: 
 Redução tumoral 
 Controle da perda sanguínea 
 Pacientes na perimenopausa 
 Pacientes com riso cirúrgico elevado 
O tratamento medicamentoso pode ser dividido em não 
hormonale hormonal 
PODE-SE UTILIZAR: 
 Anticoncepcionais orais combinados (ACO) 
 Progestogênios isolados 
 Antifibrinolíticos  Ácido tranexâmico 
 Anti-inflamatórios não hormonais (AINHs) 
 Reposição de ferro 
 Dispositivo intrauterino liberador de 
levonorgestrel (LNG-IUS)  DIU 
 Análogos do GnRH 
ANTICONCEPCIONAIS ORAIS COMBINADOS 
(ACO) 
 Tratar o sangramento uterino provocado pela 
miomatose, embora não tenham eficácia para a 
redução de leiomiomas 
ANTIFIBRINOLÍTICOS 
 Podem ser utilizados isoladamente ou associados 
aos AINHs 
 Inibem a fibrinólise na superfície endometrial, com 
consequente redução do sangramento menstrual 
ANTI- INFLAMATÓRIOS NÃO HORMONAIS 
 Auxiliam no controle do sangramento menstrual 
 Inibem a síntese de prostaciclinas, diminuindo em 
cerca de 30% o sangramento uterino e aliviando 
muitas pacientes 
O DISPOSITIVO INTRAUTERINO LIBERADOR DE 
LEVONORGESTREL (LNG-IUS) 
 Reduz o fluxo menstrual, graças à ação do 
levonorgestrel sobre o endométrio 
 O LNG-IUS pode melhorar a qualidade de vida e 
os parâmetros hematológicos 
 Pode ter resultados limitados ou ser mal 
posicionado ou deslocado, devido à distorção da 
cavidade 
 Lembrar que o uso de progestágenos não está 
indicado com o objetico de diminuir o tamanho dos 
miomas 
ANÁLOGOS DO GNRH 
 Levam à redução dos esteroides sexuais circulantes 
 Podem causar amenorreia e reduzir 
temporariamente o volume dos nódulos e do útero 
em até 50% 
 Drogas mais efetivas no tratamento clínico do 
leiomioma 
 Via intramuscular, subcutânea ou nasal 
 Se ligam aos receptores de GnRH na hipófise, o 
que resulta em uma redução da atividade desse 
hormônio, induzindo um estágio de 
hipoestrogenismo hipogonadotrófico reversível 
 Age precariamente em miomas calcificados ou com 
muita fibrose, devido a pequena vascularização 
 
LOUISE CANDIOTTO 7 
 
 A interrupção do medicamento há um rápido 
retorno da menstruação e do volume uterino prévio 
ao tratamento 
 Possui efeitos colaterais  Hipoestrogenismo, 
perda de massa óssea, ressecamento vaginal 
 Esses medicamentes são empregados basicamente 
no preparo pré-operatório 
 Não são utilizados para os tratamentos clínicos 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
Para as pacientes com sangramento abundante ou que não 
respondem ao tratamento clínico sintomático, o tratamento 
cirúrgico costuma ser a melhor opção. 
A histerectomia é o procedimento definitivo. 
Tratamentos alternativos  Miomectomia, ablação do 
endométrio, miólise, embolização das artérias uterinas. 
A cirurgia promove a remissão dos sintomas virtualmente 
100% dos casos, evita recidivas, provê anticoncepção 
segura e definitiva, melhora qualidade de vida e facilita 
reposição hormonal, se necessária, visto que dispensa o uso 
de progestágeno. 
INDICAÇÕES DE TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
 Tratamento de sangramento uterino anormal ou 
dor pélvica 
 Avaliação quando há suspeita de malignidade 
 Tratamento de infertilidade 
 Tratamento de abortamentos recorrentes 
HISTERECTOMIA 
 A histerectomia elimina a chance de recorrências 
de sintomas causados pelos miomas 
 Para muitas mulheres com prole constituída, a 
oportunidade de liquidar definitivamente os 
sintomas torna a histerectomia uma opção atrativa 
 Representa uma alternativa para os casos muito 
sintomáticos não responsivos a outras terapias, ou 
no caso de miomas volumosos, em que não há 
interesse na preservação uterina 
 Pode ser realizada via abdominal, vaginal ou 
laparoscópica 
 Abdominal mais usada no Brasil 
 O volume uterino e a suspeita de outras lesões 
pélvicas devem ser levadas em conta para a 
escolha da via 
 A via laparoscópica resulta menor dor pós-
operatória, menor tempo de internação e mais 
rápido retorno as atividades 
 A via vaginal, quando factível, é a via de escolha 
da histerectomia 
 Melhores resultados e menores taxas de 
complicação 
 Em termos de sexualidade, embora não hajam 
diferenças marcantes, a conservação do colo 
pode preservar a lubrificação vaginal pelo muco 
cervical, por vezes comprometida na histerectomia 
total 
 
MIOMECTOMIA 
 Primeira escolha no tratamento das pacientes que 
possuem o desejo de procriar ou naquelas em que 
o mioma é a própria causa de infertilidade 
 Também é escolha naquelas que desejam manter o 
útero 
 A principal limitação da miomectomia é a 
possibilidade de recidiva 
 Metade das pacientes terá pela USG em 
5 anos 
 Algumas irão necessitar de uma segunda 
intervenção cirúrgica 
 A via pode ser histeroscópica, laparoscópica ou 
laparotômica 
 Miomectomia histeroscópica 
 Em geral, é o tratamento de escolha para 
os miomas submucosos 
 Procedimento minimamente invasivo, 
realizado no ambiente hospital-dia 
 Eficaz e seguro 
 Evita a incisão abdominal, possibilita 
rápida recuperação, promove a remoção 
completa do mioma, prove material para 
análise histopatológica e preserva a 
arquitetura uterina 
 Quando indicada por sangramento, 
promove a resolução dos sintomas em 
cerca de 85% dos casos 
 Complicações mais graves são raras 
 
 
 
 
LOUISE CANDIOTTO 8 
 
 Miomectomia laparotômica 
 Eficaz na remoção do mioma e no alívio 
dos sintomas 
 Indicações  Desejo de procriação, 
presença de múltiplos miomas, útero 
volumoso, miomas profundos intramurais 
 Miomectomia laparoscópica 
 É recomendada por alguns autores 
quando o volume uterino é inferior a 16 
semanas, miomas em número <4 e 
diâmetro <10cm, subserosos ou 
intramurais 
 Indicações  Desejo de procriação, útero 
não muito volumoso, presença de 
pequenos números de miomas 
 
 
EMBOLIZAÇÃO DAS ARTÉRIAS UTERINAS (EAU) 
 Técnica radiointervencionista endovascular para 
tratamento conservador de leiomiomas 
sintomáticos 
 Consiste na oclusão da irrigação sanguínea para 
os miomas, por meio da injeção de micropartículas 
(microesferas, álcool polivinílico ou esponjas), que 
tem como objetivo a obstrução do fluxo sanguíneo 
arterial no leito tumoral, levando à necrose e à 
redução volumétrica dos tumores 
 Apresenta resultados positivos, com alívio de 
sintomas a curto prazo em 75% a 90% dos casos, 
porém apresenta 25% de reintervenções por 
recorrência em até 10 anos, que é maior quanto 
mais nova a paciente 
 Indicações da EAU 
 Falha de tratamentos prévios 
 Recidivas 
 Pacientes sem condições para tratamentos 
cirúrgicos 
 Aquelas que optam pelo procedimento 
como primeira escolha 
 Em pacientes com desejo reprodutivo, o 
procedimento pode ser indicado quando não for 
possível a realização da miomectomia 
 São contraindicações a presença de infecção 
geniturinária ativa, a suspeita ou confirmação de 
neoplasia maligna ginecológica, imunossupressão, 
arteriopatia grave, alergia ao contraste iodado, 
doenças autoimunes ativas, nódulos pediculados 
(tipos 0 e 7), doença renal crônica, coagulopatias 
ou uso de anticoagulantes 
 Apesar de reduzir o volume tumoral, com a 
redução da vascularização uterina, a embolização 
pode, por outro lado, comprometer a irrigação 
endometrial, prejudicando a nidação e o 
desenvolvimento da gestação gravidez 
 
MIOMA E GRAVIDEZ 
Os miomas podem crescer na gravidez, sendo esse 
crescimento restrito a primeira metade da gestação na 
quase totalidade dos casos. 
A influência dos miomas na gravidez depende de sua 
localização, de sua relação com placenta e de seu volume. 
As gestações associadas aos miomas transcorrem sem 
anormalidades em 70-80% dos casos. 
Os miomas submucosos predispõem ao maior risco genital, 
particularmente quando a placenta se insere na decídua 
subjacente a ele. 
Os miomas volumosos predispõem aos fenômenos dolorosos 
por compressão de órgãos ou degenerações. 
 
LOUISE CANDIOTTO 9 
 
A incidência de abortamento e de partos prematuros se 
elevam significamente. 
Complicações hemorrágicas são as mais comuns tanto 
durante a gravidez devido ao deslocamento prematuroda 
placenta, quanto no pós-parto decorrente de acretismo 
placentário ou de hipotonia uterina. 
Parto distócico pode ocorrer por dificuldade de 
contratilidade uterina (distocia funcional), apresentações 
anômalas ou tumor prévio. 
O tratamento dos miomas não deve ser realizado durante 
a gravidez nem mesmo durante a cesárea, salvo raras 
exceções, devido ao risco de perda gestacional e de 
sangramento.

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