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EXAME FÍSICO O exame físico inicia-se com a observação do paciente desde o primeiro contato e é composto por duas partes: quantitativa e qualitativa. - Exame físico quantitativo: avalia dados preciso, como medidas da altura, peso, circunferência abdominal e quadril, pressão arterial, pulso arterial, frequência respiratória e temperatura. - Exame físico qualitativo: avaliação subjetiva do médico em relação ao paciente, dependendo da sua capacidade de percepção e de sua prática. Neste exame, observa-se o tipo morfológico, o estado geral, o grau de consciência, a fácies, a atitude, a marcha, a presença de palidez, icterícia e cianose, o estado de hidratação e a presença de edema. EXAME FÍSICO GERAL QUANTITATIVO ALTURA - A altura do indivíduo vai da planta dos pés até o vértice da cabeça - Deve ser medida por uma fita métrica ou fixada na parede que acompanha as balanças, O paciente deve ficar sem sapatos e com o queixo posicionado paralelamente ao solo. - Deve ser registrada em centímetros - Qualquer crescimento em altura após os 22 anos deve ser considerado patológico. PESO - O paciente deve estar descalço e com roupas leves, se possível somente com as roupas intimas - Para a avaliação do peso, sempre deve ser perguntado ao paciente qual é o seu peso habitual e quando foi a última vez que avaliou seu peso, pois assim é possível avaliar se ele emagreceu ou engordou e em quanto tempo isso ocorreu. - O peso normal nos adultos pode ser calculado através do IMC, calculado a partir do peso, em quilogramas, pela altura, em metros, ao quadrado: IMC= P/A² (kg/m²) Exemplo: homem com 1,75 m e 75 kg: IMC = 75/1,75 × 1,75 = 24,5 kg/m2 - O IMC é um indicador para a avaliação do estado nutricional de um paciente. CIRCUNFERENCIA ABDOMINAL E QUADRIL - As medidas são importantes para avaliação da obesidade, no que diz respeito à gordura visceral e complementam dados do IMC. Valores normais para homem: 94cm e mulher: 80cm. - Já a medida do quadril é feita no nível do trocanter femoral e, é utilizada no cálculo da relação cintura-quadril (RCQ), no qual se divide o valor da cintura abdominal pelo quadril. O valor dessa relação define dois padrões de obesidade: RCQ > 0,8: OBESIDADE ANDROIDE RCQ < O,8 OBESIDADE GINECOIDE - A obesidade androide é mais comum em homens e é mais preocupante, já que está associada à gordura visceral. Nesse caso a gordura se acumula no tórax e no abdome, é fator de risco para doença isquêmica do coração, doença vascular cerebral, diabetes mellitus tipo 2, hiperlipidemia, hipertensão arterial e litíase biliar. - A obesidade ginecoide é mais comum em mulheres, a gordura se acumula mais nas coxas, nádegas e regiões próximas à pelve com deposição somente subcutânea, relacionando-se com celulite e não com comorbidades da obesidade androide. ESTADO NUTRICIONAL Deve ser analisado altura, peso, circunferência abdominal e de quadril, estado geral, aspecto de pele e fâneros, tecido subcutâneo e muscular. Desnutrição: baixo peso, musculatura hipotrófica, pele seca e cabelos quebradiços, conjuntiva seca. Obesidade: camada de gordura excessiva. SINAIS VITAIS - Os demais itens do exame físico quantitativo são o pulso arterial, a pressão arterial, a frequência respiratória e a temperatura. Atualmente considera-se a dor como um quinto sinal vital. Pulso arterial - Batimentos de uma artéria superficial que pode ser percebido pela palpação. Para a medida da frequência, ritmo, amplitude e tensão, podem ser usados alguns pulsos, como o radial e o carotídeo. - O pulso deve ser avaliado, em uma primeira consulta, em mais de um local, comparando-se os pulsos entre cada hemicorpo e entre os membros inferiores e superiores. O pulso deve ser palpado durante 1 minuto. Quanto às características observadas a partir da análise do pulso, é necessário verificar: - Frequência: 60 segundos eusfigmia: 60 a 100 BPM Taqusifigmia > 100 BPM Bradisfigmia < 60 BPM - Esses termos são utilizados pois nem sempre é possível afirmar que as pulsações correspondem aos batimentos cardíacos (taquicardia ou bradicardia). -Ritmo Ritmico: intervalos iguais de aparecimento Arrítmicos: não apresentam o mesmo intervalo - Amplitude: Cheio/amplo, mediano, fino/filiforme - Tensao: aumentada (em casos de aterosclerose ou calcificação). PRESSAO ARTERIAL É a força exercida pelo sangue sobre as paredes arteriais ocasionadas pelas contrações cardíacas. - O uso do esfigmomanômetro é o método mais utilizado para a medida da PA, porém, por ser um método indireto, tem uma probabilidade de erro para mais ou para menos em torno de 8 mmHg para as pressões sistólicas e diastólicas. - Para a aferição da pressão arterial, o paciente deve estar sentado ou deitado, com o braço na altura do coração, ou, no caso de estar deitado, com o braço apoiado. - Repouso de 5 minutos antes de fazer, lugar calmo, bexiga vazia, sem exercício físico há > 60 minutos, ingestão de álcool, alimentos, café > 30 minutos, sem fumar > 30 minutos. Material: -O manguito deve ser de tamanho adequado para o paciente e insuflado e desinsuflado de modo que este não sinta dor. - Largura do manguito = 40 % da circunferência do braço. - Comprimento = 80% do braço. - O manguito deve ser colocado 2 cm acima da fossa cubital - Palpar pulso radial (insuflar 20 a 30mmHg acima). - Pressão sistólica = 1o som encontrado. Sons de Korotkoff: turbilhonamento do sangue em artéria parcialmente ocluída - Pressão diastólica = desaparecimento do som. - Cuidado com hiato auscultatório e bradicardia. Método para aferir a pressão · Paciente deitado ou sentado com o braço na altura do coração · O manguito deve ser colocado 2 cm acima da fossa cubital · Palpar pulso radial e insuflar até o desaparecimento do pulso, depois disso insuflar de 20 a 30 mmHg acima. · Depois, vai desinflando aos poucos devagar, o primeiro som é o sistólico e o último som é o diastólico. -Lembrar que a pessoa só está hipotensa se houver sintomas prévios. FREQUENCIA RESPIRATÓRIA Medida pela contagem do número de movimentos respiratórios que o paciente realiza – incursões diafragmáticas – em 1 minuto. - A frequência normal é de 16 a 20 ipm (Eupneia) - O aumento da frequência é > 20 ipm (taquipneia), pode ocorrer em virtude de exercícios, estados ansiosos, pneumonias, embolia pulmonar e febre. - A diminuição < 16 ipm (bradipneia), pode ser resultado de hipotireoidismo e bronquite crônica. - Apneia = 0 TEMPERATURA - expressão numérica em graus celsius, da quantidade de calor de um corpo - a temperatura pode ser interna e externa, a interna apresenta fisiologicamente uma variação de 0,6C para mais ou pra menos, mantendo-se constante mesmo em situações de frio e calor extremos. É somente a temperatura externa, ou cutânea, que sofre variações conforme as condições ambientais. Locais de aferição: axila (em contato com a pele), cavidade oral (abaixo da língua, respirar pelo nariz), reto, membrana timpânica, esôfago, nasofaringe, bexiga e vagina. FEBRE - Distúrbio do termo regulação em que o limiar térmico hipotalâmico – set point-, se encontra elevado, ou seja, o organismo utiliza seus mecanismos de conservação de calor com o intuito de elevar a temperatura ao nível determinado pelo termostato. - Lembra o ILICIDPFFF - hipertemia: aumento da temperatura corporal por aumento da produção de calor ou diminuição de sua perda. O organismo utiliza seus mecanismos de eliminação de dor. - hipotermia: diminuição da temperatura abaixo de 35 graus na axila. TEMPERATURA Hipotermia: leve 32 a 35C, moderada 30 a 32C, grave <30C. Fisiológico: - Temperatura + baixa na madrugada. - Temperatura + alta no final da tarde Idoso apresenta temperatura basal mais baixa. - Maior risco de hipotermia - Raro apresentar febre EXAME FÍSICO QUALITATIVO TIPO MORFOLOGICO - Há três tipos de classificação morfológica ou biótipos, levam em conta a conformação corporal e certas características orgânicas. Brevilíneo: os membros são curtos em relação ao tronco, o pescoço é curto e grosso, há tendência para baixa estatura e, o coraçãofica horizontalizado devido à posição alta do diafragma simulando estar aumentado de tamanho. Longilíneo: os membros são longos em relação ao tronco, há tendência para estatura elevada, o pescoço é delgado e longo. Normolíneo: equilíbrio entra os membros e o tronco ESTADO GERAL - Avaliaçao subjetiva do que aparenta o paciente em sua totalidade, é necessário avaliar o estado nutricional do paciente, sua aparência e suas fáceis e comparar a idade aparente com a idade real. NÍVEL DE CONSCIENCIA - Deve ser interpretada como o grau de vígilia de um paciente, é importando, já que perturbações geralmente indicam sofrimento cerebral. - No exame físico geral deve ser avaliada a consciência vertical, que é a nitidez das vivencias psíquicas. A consciência pode estar preservada ou rebaixada. Confusão mental diz respeito a qualquer grau de rebaixamento do nível de consciência com exceção do coma. Para avaliar a consciência vertical, pode ser usada a escala de Glasgow. FÁCEIS - Compreende o conjunto de sinais exibidos na face do paciente, resultante de traços anatômicos e da expressão fisionômica, o que permite a avaliação imediata do seu estado emocional, intelectual e da saúde. - Muitas vezes, somente a observação da face do paciente pode indicar determinado diagnóstico, já que certas doenças apresentam traços característicos no rosto. Fácies acromegálica: aumento do volume da face em relação ao crânio (aspecto agigantado). Fácies presente em pacientes com acromegalia (aumento da produção do hormônio de crescimento após o fechamento das epífises). Observam-se o aumento do nariz, dos lábios, das orelhas, das arcadas supraorbitárias, da região malar e do mento. Fácies de Hutchinson: presença de ptose palpebral bilateral em virtude do acometimento dos músculos elevadores das pálpebras em pacientes com miastenia grave e outras miopatias. O paciente, no intuito de abrir os olhos, acaba elevando o supercílio, franzindo a fronte e inclinando a cabeça para trás. • Fácies hipertireóidea (basedowiana): presença de olhos salientes (exoftalmia) gerando uma fisionomia de espanto e presença de bócio (aumento do volume tireoidiano). Esse tipo de fácies é encontrado em pacientes com hipertireoidismo que apresentem a doença de Basedow-Graves, uma doença autoimune da tireoide Fácies mixedematosa: tipo de fácies encontrado em pacientes com hipotireoidismo. O paciente apresenta fácies apagada, sem expressão (apatia). Observa-se infiltração do tecido celular subcutâneo por edema gerando face arredondada, edema palpebral, acentuação dos sulcos faciais, nariz e lábios grossos, supercílios escassos, pele e cabelos secos e sem brilho Fácies cushingoide ou de lua cheia: presença de face arredondada (moon face), rubor facial, acne e hirsutismo. Esse tipo de fácies é observado em pacientes portadores da síndrome de Cushing, por aumento dos níveis sérios de cortisol Fácies leonina: observada em pacientes com hanseníase. As diversas alterações dão ao paciente aspecto de cara de leão. Observa-se a presença de lepromas que deformam a fisionomia (nódulos de diversos tamanhos no rosto deformando principalmente as bochechas e o mento), queda dos supercílios (madarose), barba escassa ou ausente, lábios proeminentes e grossos, pele espessa e nariz alargado. Fácies esclerodérmica: observada em pacientes com esclerodermia, sendo decorrente das alterações da pele no rosto – pele endurecida, aderente aos planos profundos e apergaminhada (fácies de múmia). Nesses pacientes, observam-se fácies inexpressiva, nariz fino, afilamento e repuxamento dos lábios. Com o tempo, esses pacientes tornam-se incapazes de abrir completamente a boca (microstomia) e os dentes costumam ficar para fora quando de boca fechada.
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