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TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL As 7 principais abordagens da CARACTERÍSTICAS E DIFERENÇAS Olá. Tudo bem? Obrigado por baixar o nosso ebook “As 7 principiais abordagens da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): características e diferenças”. O objetivo desse material é esclarecer dúvidas que muitos psicólogos, estudantes de Psicologia e outros profissionais da área da saúde tem acerca do que é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), quais são as principais abordagens, suas técnicas e, principalmente, suas diferenças. Visando a esclarecer importantes confusões conceituais, iremos apresentar as principais características de sete (7) importantes (e possivelmente as mais tradicionais) abordagens da Terapia Cognitivo- Comportamental, pontuando, também suas diferenças. Boa leitura! APRESENTAÇÃO 2 0. Introdução............................................................................................................. 05 1. Terapia Cognitiva (TC)..................................................................................... 09 1.1 Pressupostos...................................................................................................... 10 1.2 Distorções Cognitivas................................................................................. 12 1.3 Tratamento com base na Terapia Cognitiva............................... 15 2. Terapia Racional-Emotiva Comportamental (TREC)..................16 2.1 Pressupostos..................................................................................................... 17 2.2 Estrutura de tratamento da TREC.................................................... 19 3. Terapia do Esquema (TE).............................................................................. 21 3.1 Pressupostos.................................................................................................... 22 3.2 Necessidades Emocionais Básicas.................................................. 24 3.3 Esquemas Adaptativos Iniciais (EIDs)............................................ 25 3.4 Modos de Esquemas................................................................................. 32 3.5 Estilos de Enfrentamento Desadaptativos................................. 33 3.6 Objetivos da Terapia do Esquema .................................................. 35 4. Terapia da Aceitação e Compromisso (TAC)................................. 36 4.1 Pressupostos.................................................................................................... 37 4.2 Os 6 processos principais da TAC..................................................... 39 5. Terapia Focada na Compaixão................................................................ 44 5.1 Pressupostos................................................................................................... 45 5.2 O papel da compaixão na saúde mental.................................... 48 5.3 Técnicas da Terapia Focada na Compaixão.............................. 49 Sumário 3 6. Terapia Comportamental-Dialética (TCD)...................................... 50 6.1 Pressupostos..................................................................................................... 51 6.2 Os 4 Aspectos do Tratamento Psicológico na TCD.............. 52 6.3 Generalização do Aprendizado.......................................................... 54 6.4 Aprimoramento Motivacional............................................................ 54 6.5 Aprimoramento da capacidade e da motivação dos terapeutas......................................................................................................... 55 6.6 Estruturação global do ambiente.................................................... 55 6.7 Estruturas de tratamento da TCD.................................................... 56 7. Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness (TCBM)............... 57 7.1 Pressupostos.................................................................................................... 58 7.2 Espiral da Depressão................................................................................. 59 7.3 A prática Clínica da TCBM...................................................................... 61 8. Particularidades e diferenças entre as Terapias Cognitivo- Comportamentais.................................................................................................. 62 9. Conclusão............................................................................................................... 66 10. Conheça nosso curso.................................................................................... 67 11. Referências Bibliográficas.......................................................................... 68 Sumário 4 INTRODUÇÃO 5 A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma corrente teórica da Psicoterapia que engloba várias abordagens diferentes. Hoje em dia, entende-se que Aaron Beck, psiquiatra norte-americano, foi o grande precursor da TCC, ao desenvolver a sua Terapia Cognitiva. Desde então, a Terapia Cognitivo-Comportamental vem se desenvolvendo rapidamente, de modo que, atualmente, existe uma diversidade de terapias que se encaixam dentro do que se entende por Terapias Cognitivo-Comportamentais. Assim, desde já, é importante entender que a “Terapia Cognitivo-Comportamental” é mais bem compreendida como uma área ampla que abrange não uma, mas várias terapias diferentes, baseadas em teorias de aprendizagem comportamentais e/ou teorias cognitivas. INTRODUÇÃO 6 As características compartilhadas por muitas das abordagens da TCC incluem enfatizar o estabelecimento de metas concretas e compreender a interação entre os sistemas emocionais, cognitivo e comportamentais. INTRODUÇÃO 7 Pensamento Emoção Ação O que eu penso afeta como eu me sinto e como eu ajo O que eu sinto afeta como eu penso e como eu ajo Como eu ajo afeta como eu penso e como eu me sinto Terapia Cognitiva (TC) Terapia Racional-Emotiva Comportamental (TREC) Terapia do Esquema (TE) Terapia da Aceitação e Compromisso (TAC) Terapia Focada na Compaixão (TFC) Terapia Comportamental Dialética (TCD) Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness (TCBM) Entretanto, embora existam semelhanças teóricas e epistemológicas entre as TCCs, cada abordagem carrega, também, pressupostos únicos e exclusivos, que as diferenciam entre si. Para deixar essas diferenças mais claras para você, iremos abordar aqui as principais características de 7 diferentes tipos de Terapias Cognitivo-Comportamentais, a saber: · INTRODUÇÃO 8 TERAPIA COGNITIVA 9 1 Antes de existir a Terapia Cognitiva, predominava, na Psicologia, a Terapia Comportamental, que tinha suas raízes filosóficas baseadas no Behaviorismo de Skinner (Skinner, Solomon, & Lindsley, 1954). A Terapia Comportamental visava à modificação do comportamento, tendo como base os princípios do condicionamento operante, técnica a qual visava a mudança do comportamento por meio de punição e reforço. Na Terapia Comportamental, a ênfase era dada ao comportamento visível e manipulável, e não aos processos cognitivos que estariam relacionados aos comportamentos observados. A Terapia Cognitiva, por sua vez, buscou romper com esse paradigma, argumentando que a compreensão dos mecanismos cognitivos seria a forma mais eficaz de se intervir no comportamento (Beck & Dozois, 2011). A Terapia Cognitiva (TC) foi desenvolvida pelo psiquiatra Dr. Aaron T. Beck, por volta de 1965, e é considerada a primeira Terapia Cognitivo-Comportamental (Beck, 1967, 1976). TERAPIA COGNITIVA 10 A Terapia Cognitiva foi originalmente projetada para tratar a Depressão (Transtorno Depressivo Maior). Entretanto, a técnica vem apresentando eficácia no tratamento de várias outras psicopatologias. No cerne da Terapia Cognitiva, está o que ficou conhecido como a Tríade Cognitiva. A Tríade Cognitiva teoriza que pessoas com depressãosofrem de distorções cognitivas. Tais distorções causariam e manteriam os sintomas depressivos, atuando em três áreas distintas: crenças sobre si, crenças sobre o mundo e crenças sobre o futuro. TERAPIA COGNITIVA 11 Futuro "Esse sofrimento nunca vai passar" Mundo "A vida não tem sentido" Self "Eu não presto" Pensamento Depressivo Um paciente deprimido, por exemplo, poderia apresentar crenças negativas sobre si (Ex: “Eu não presto), sobre o mundo (Ex: “A vida não tem sentido”) e sobre o futuro (Ex:“Esse sofrimento nunca vai passar”). As visões negativas do futuro podem ser particularmente problemáticas, pois se relacionam com a desesperança, que pode ser um fator de risco para o suicídio (Beck & Dozois, 2011). Na Terapia Cognitiva, o objetivo do terapeuta é identificar e eliminar as distorções cognitivas, com vistas a manter o paciente com uma perspectiva realista sobre as três bases da tríade (eu, mundo e futuro). Diversos tipos de distorções cognitivas foram apresentadas por Beck. Abordaremos 10 das principais. . . . 1) Catastrofização (ampliando ou minimizando): Envolve exagerar ou minimizar o significado e a importância. Por exemplo, um bom jogador que comete um erro pode ampliar a importância desse erro e acreditar que é um péssimo atleta. No polo oposto, um atleta que ganha um prêmio importante em seu esporte pode minimizar a relevância do prêmio e acreditar é apenas um jogador mediano. TERAPIA COGNITIVA 12 2. Pensamento dicotômico (preto e branco): A pessoa vê as coisas em termos de extremos, sem meio termo - algo é fantástico ou terrível; perfeito ou um fracasso total. 3. Raciocínio Emocional A distorção do raciocínio emocional pode ser resumida pela afirmação: “Se eu me sinto assim, deve ser verdade”. As pessoas passam a acreditar que a forma como se percebem é a verdade sobre si. Por exemplo, se uma pessoa se sente incompetente no trabalho é porque ela seria, de fato, incompetente. 4. Leitura da mente Aqui, uma pessoa tira conclusões precipitadas sobre o que outra pessoa está sentindo e pensando, com base em pouca ou nenhuma informação. Por exemplo, o marido chega em casa do trabalho e vê a esposa chateada. Sem qualquer informação, ele conclui que ela está daquele modo porque ele esqueceu de ligar para ela para avisar que ia atrasar. 5. Tirar conclusões precipitadas Sem base em informações verídicas ou suficientes, as pessoas tiram conclusões precipitadas. Por exemplo, uma garota acredita que sempre irá ter problemas de relacionamento por que o seu último namoro foi traumático. TERAPIA COGNITIVA 13 6. Supergeneralização A pessoa chega a conclusões gerais com base em um único evento. Se algo de ruim acontecer apenas uma vez, eles esperam que aconteça repetidamente. Por exemplo, se um aluno tira uma nota ruim em um trabalho em um semestre, ele conclui que é um aluno péssimo e deve abandonar a escola. 7. Personalização Personalização é uma distorção em que uma pessoa acredita que tudo o que os outros fazem ou dizem é algum tipo de reação pessoal direta a eles. Levam praticamente tudo para o lado pessoal. 8. Abstração seletiva Ocorre quando um indivíduo se foca apenas nos detalhes negativos de uma situação e ignora o lado positivo. Por exemplo, Julia* (nome fictício) foi muito elogiada em sua defesa de mestrado, mas recebeu pequenas críticas de um dos membros da banca. Julia se apega apenas às críticas e esquece tudo de positivo dos elogios que havia recebido. 9. Rotulagem Na rotulagem, o sujeito utiliza rótulos pejorativos para se descrever. Por exemplo. Ao errar, pensa “Sou um inútil!” ao invés de “Cometi um erro, mas nem sempre faço isso”. TERAPIA COGNITIVA 14 10. Deveria A distorção cognitiva “Deveria” refere-se a crenças rígidas e inflexíveis que um sujeito têm acerca de como (ele ou outra pessoa) deveria ser e agir. Por exemplo “Eu deveria me vestir melhor para ir àquela reunião”; “Eu deveria ir lá conversar com aquela pessoa”, ou em relação aos outros “Ele deveria ter me oferecido carona” “Ele deveria ter perguntado se eu queria”. Ponto importante de perceber é que, em termos cognitivos, a estrutura “deveria”, acaba por transformar possibilidades em obrigações. Tratamento com base na Terapia Cognitiva O foco na Terapia Cognitiva é entender quais são os diferentes tipos de distorções cognitivas existentes e compreender em qual base da tríade elas estão atuando (eu, mundo e/ou futuro). Com base nisso, buscar modificar tais distorções por meio de diversas técnicas, tais como técnicas de relaxamento, dessensibilização sistemática, treino de assertividade, parada do pensamento, sondagem cognitiva, autoinstrução, inoculação do estrese, solução de problemas, etc (Leahy, 2018). Abordar a especificidade de cada uma delas está fora do escopo desse ebook. TERAPIA COGNITIVA 15 TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMAENTAL 16 2 A Terapia Racional-Emotiva Comportamental (TREC) é uma forma de psicoterapia de curto prazo que tem por objetivo identificar pensamentos e sentimentos autodestrutivos, desafiar a racionalidade desses sentimentos e substituí-los por crenças mais saudáveis e produtivas. TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL (TREC) 17 A Terapia Racional-Emotiva Comportamental (TREC) é uma forma de psicoterapia de curto prazo que busca identificar pensamentos e sentimentos autodestrutivos, desafiar a racionalidade desses sentimentos e substituí-los por crenças mais saudáveis e produtivas. Na perspectiva da TREC, a maioria das pessoas não tem consciência de que muitos de seus pensamentos sobre si mesmas são irracionais e afetam negativamente a maneira como se comportam em relacionamentos e situações importantes (Ellis, 2002). Segundo Ellis (2003), são esses pensamentos que levam as pessoas a sofrer emoções negativas e a se envolver em comportamentos autodestrutivos. Só que, o que se sabe hoje em dia é que os humanos são capazes de desafiar e modificar suas crenças irracionais, se estiverem engajadas em um processo de mudança. Para a TREC, embora eventos de vida específicos possam contribuir para problemas de saúde mental, se acredita que é o próprio sistema de crenças irracional do indivíduo que causa a maioria dos problemas (Ellis, 2001). Assim, ao abandonar os pensamentos negativos e substituí-los por crenças positivas, o sujeito seria mais capaz de aceitar a si mesmo e aos outros e, por sua vez, viver uma vida mais plena. Essa corrente de pensamento foi amplamente influenciada pela filosofia estoica. O próprio Ellis (2001, 2003) cita diversas vezes passagens do filósofo Epiteto, que dizia: “O que perturba os homens não são as coisas, e sim as opiniões que eles têm em relação às coisas”. TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL (TREC) 18 Estrutura de tratamento da TREC – Método ABCDE Com vistas a elaborar uma estrutura de intervenção psicoterapêutica, Ellis desenvolveu o método ABCDE. As letras ABC dizem respeito aos acontecimentos (‘A’), as crenças (‘B’, do inglês beliefs) e as consequências emocionais e comportamentais (‘C’) (Rangé, 2007). Já as letras DE dizem respeito ao tratamento. A letra D de dispute, refere-se a disputar, no sentido de combater, as crenças irracionais. Já a letra E refere-se ao efeito obtido, quando a disputa às crenças irracionais é realizada de modo adequado. TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL (TREC) 19 Vamos à um exemplo: Acontecimento: Maria estava rindo próxima a Joana. E ao rir, Maria olhou para Joana, apenas porque Joana estava em seu campo de visão. Belief (Crença): Joana achou que Maria estaria rindo dela. Comportamento: Joana xingou Maria sem razão. A estruturação do método ABC facilitou o entendimento da influência dos processos cognitivos no funcionamento emocional e comportamental dos indivíduos (Rangé, 2007) e deu início a décadas de pesquisa, culminando no que hoje se entende por Teoria do Processamento da Informação. Ainda de acordo com Ellis, esse sistema de crenças irracionais pode ser efetivamente combatido (os ‘D’, de dispute, disputar, combater) pelo uso dos métodoslógico-empíricos da ciência (Rangé, 2007) e posteriormente, os efeitos (‘E’) são observados em acompanhamento terapêutico. TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL (TREC) 20 TERAPIA DO ESQUEMA 21 3 A Terapia do Esquema (TE) combina elementos da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), Psicanálise, Teoria do apego, Terapia Focada na Emoção, entre outras abordagens (Young, Klosko, & Weishaar, 2003). Foi desenvolvida por Jeffrey Young, em meados da década de 80 e início da década de 90 (Young, 1990, 1999). Durante muitos anos, Young trabalhou em estreita colaboração com o Dr. Aaron Beck, o fundador da Terapia Cognitiva. TERAPIA DO ESQUEMA 22 Durante muitos anos, Young trabalhou em estreita colaboração com o Dr. Aaron Beck, o fundador da Terapia Cognitiva. Enquanto tratava de clientes no Centro de Terapia Cognitiva da Universidade da Pensilvânia, o Dr. Young e seus colegas identificaram um segmento de pessoas que tinham dificuldade em se beneficiar da abordagem padrão. Necessidades emocionais básicas; Esquemas desadaptativos iniciais; Modos de esquema e; Estilos de enfrentamento desadaptativos. Young descobriu que essas pessoas normalmente tinham padrões de longa data enraizadas no pensamento, sentimento e comportamento que exigiam um meio diferente de intervenção. A atenção do Dr. Young voltou-se para maneiras de ajudar os pacientes a abordar e modificar esses padrões ou temas mais profundos, que foram denominados “Esquemas Iniciais Desadaptativos” (Young, 1999). Na TE, existem quatro (4) elementos principais, que são a base para o trabalho terapêutico. Vamos compreender cada um desses pontos à seguir. TERAPIA DO ESQUEMA 23 Necessidades emocionais básicas Segundo a teoria, toda pessoa apresenta necessidades emocionais básicas. Essas necessidades são agrupadas em cinco (5) categorias: 1. Apego e segurança: é importante que tenhamos uma ligação emocional próxima com os outros, o que nos permite sentir segurança, estabilidade, atenção, amor e aceitação dos outros. 2. Independência, competência e identidade: precisamos ter consciência do que nos torna quem somos e do que fazemos bem. As crianças devem ter um ambiente seguro e protegido para explorar e aprender sobre o mundo. 3. Liberdade para se expressar, expressar suas necessidades e sentimentos importantes: As crianças precisam sentir que estão emocionalmente conectadas com outras pessoas e podem compartilhar suas experiências, pensamentos e sentimentos. TERAPIA DO ESQUEMA 24 Necessidades emocionais básicas (cont.) 4. Espontaneidade, diversão e brincadeira: Para a criança, a possibilidade de expressão espontânea de pensamentos e sentimentos é importante para seu desenvolvimento, sem estar sob regras rígidas ou supressivas. 5. Limites realistas, autodisciplina e autocontrole: é especialmente importante que as crianças conheçam seus limites e aceitem limites razoáveis estabelecidos por seus cuidadores. Para viver em sociedade com outras pessoas, regras sociais são imprescindíveis. Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) O segundo elemento da TE são os EIDs. Quando as cinco necessidades emocionais básicas, anteriormente mencionadas, não são satisfeitas, a criança passa a desenvolver esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) que são as formas de interpretar e vivenciar o mundo ao seu redor. Os EIDs, invariavelmente, levam a padrões de vida pouco saudáveis (Young, 2003). TERAPIA DO ESQUEMA 25 Esquemas são, portanto, formas de pensamentos que se estruturam ao longo de toda a vida, mas que se iniciam na infância e são responsáveis pela interpretação que os sujeitos fazem acerca dos acontecimentos do dia-a-dia. Alguns exemplos de esquemas são: "Ninguém me ama ", "Sou um fracasso", "As pessoas não se importam comigo", "Algo ruim vai acontecer", " As pessoas sempre vão me abandonar", "Nunca serei bom o suficiente”, etc. TERAPIA DO ESQUEMA 26 Procurar emprego pra que? Sou péssimo em tudo que faço. Você nunca vai conseguir fazer nada direito! 15 anos depois Segundo Young (2003), existem 18 EIDs, que se agrupam em cinco grandes domínios correspondentes às cinco necessidades emocionais da criança. Assim, cada necessidade emocional não satisfeita dá origem a um determinado domínio esquemático (Paim, Madalena, & Falcke, 2012), conforme demonstrado a seguir: Gande Domínio: Desconexão e Rejeição O primeiro grande domínio é a 'Desconexão e Rejeição, que engloba cinco (5) EIDs, a saber: 1) Privação Emocional: Nesse EID, o indivíduo acredita que o outro não satisfará adequadamente seu desejo de apoio emocional. Assim, tende a sentir falta de afeto, independente de quanto receba. 2) Abandono: Enxerga as relações como instáveis e não dignas de confiança. Há uma crença permanente de que as pessoas importantes lhe abandonarão. Muitas vezes instiga conflitos a fim de testar a 'força' da relação. TERAPIA DO ESQUEMA 27 3) Desconfiança/abuso: Percebe as relações como perigosas. Sensação de que sempre será enganado, traído ou machucado pelo outro. 4) Isolamento Social: Considera-se diferente das outras pessoas. Não consegue ter a sensação de pertencimento a um grupo ou comunidade. 5) Defectividade/vergonha: Sentimento de que é defeituoso, indesejado, inferior e, por isso, não merecedor do amor e da valorização dos outros. Segundo Grande Domínio: Autonomia e Desempenho Prejudicados O segundo grande domínio é a 'Autonomia e Desempenho Prejudicados', que engloba quatro (4) EIDs, a saber: 6) Fracasso: Pessoas com esse esquema acreditam que fracassaram e, inevitavelmente, fracassarão novamente. Percebem-se inferiores e menos aptas a conquistas do que as demais. 7) Dependência/incompetência: Crença de que não consegue lidar com as responsabilidades diárias de maneira competente, sem a ajuda considerável de outros. TERAPIA DO ESQUEMA 28 8) Vulnerabilidade: Esperam que uma catástrofe ocorra a qualquer momento. O medo exagerado atinge aspectos da saúde física e emocional (ex: medo de câncer, medo de enlouquecer), bem como a catástrofes externas (ex: acidentes de avião). 9) Emaranhamento: Envolvimento emocional exagerado com uma ou mais pessoas significativas (inicialmente os pais), às custas da individuação completa ou do desenvolvimento social normal. Sem uma identidade individual suficiente, essas pessoas vivem sentimentos de vazio, fracasso e falta de direção. Terceiro Grande Domínio: Limites Prejudicados O terceiro grande domínio envolve dois (2) EIDs, a saber: 10) Grandiosidade/arrogância: Crença de superioridade em relação a outras pessoas. Sente que tem direitos e privilégios especiais ou que não está sujeito às regras de reciprocidade que orientam a interação social. 11) Autocontrole/autodisciplina insuficientes: Pessoas com esse esquema apresentam pouco autocontrole e baixa tolerância à frustração. Evitam possíveis desconfortos, como dor, conflito, confrontação e responsabilidade (Young, 2003). TERAPIA DO ESQUEMA 29 Quarto Grande Domínio: Orientação para o Outro O quarto grande domínio envolve três (3) EIDs, a saber: 12) Subjugação: A pessoa se deixa de lado, por acreditar que suas emoções, valores e desejos não são importantes para o outro. Em geral, se "autoabandona" pois se sente coagida, e busca, desesperadamente evitar situações de conflito, retaliação ou abandono. 13) Autossacrifício: Foco excessivo em atender às necessidades dos outros em detrimento das próprias necessidades. Os motivos mais comuns são: evitar causar dor a outras pessoas, evitar a culpa de se sentir egoísta ou manter a conexão com outras pessoas. 14) Busca de aprovação/reconhecimento: Ênfase excessiva em obter aprovação, reconhecimento ou atenção de outras pessoas, ou adaptação, às custas de desenvolver um senso de identidade verdadeiro e seguro. O senso de estima de uma pessoa depende principalmente das reações dos outros, e não das próprias inclinações naturais. TERAPIA DO ESQUEMA 30 Quinto Grande Domínio: Supervigilância e Inibição: O quinto (e último) grande domínio envolve quatro(4) EIDs,a saber: 15) Inibição Emocional: A inibição excessiva de ações e sentimentos geralmente para evitar a desaprovação dos outros. 16) Padrões inflexíveis: Necessidade de se esforçar para atender a padrões internalizados muito elevados de comportamento e desempenho. Normalmente resulta em sensação de pressão ou dificuldade em desacelerar; e na hipercrítica em relação a si mesmo e aos outros. 17) Negativismo/pessimismo: Foco persistente nos aspectos negativos da vida, tanto em relação ao presente quanto em relação à expectativa de futuro. Enquanto maximiza os problemas e dificuldades, minimiza ou negligencia os aspectos positivos. 18) Postura punitiva: A crença de que as pessoas devem ser severamente punidas por cometer erros. Envolve a tendência de ficar zangado, intolerante, punitivo e impaciente com aquelas pessoas (incluindo você mesmo) que não atendem às expectativas ou aos padrões de cada um. TERAPIA DO ESQUEMA 31 3) Modos de Esquema O terceiro elemento importante da TE são os Modos de Esquema. Os Modos de Esquema são uma combinação temporária entre os estados emocionais e as respostas de enfrentamento que são utilizadas para lidar com as demandas do dia a dia (Young, 2003). Frequentemente, nossos modos de esquema são acionados por situações de vida às quais somos hipersensíveis (nossos "gatilhos emocionais"). Frequentemente, os modos de esquema levam a reações exageradas e prejudiciais. Importante destacar que enquanto os Esquemas iniciais Desadaptativos são relativamente estáveis, os modos de esquema são variáveis. TERAPIA DO ESQUEMA 32 4) Estilos de Enfrentamento Desadaptativos O quarto elemento importante da TE são os Estilos de Enfrentamento Desadaptativos Os Estilos de Enfrentamento Desadaptativos são as maneiras como a criança se adapta aos esquemas e às experiências negativas da infância. Se durante a infância os estilos de enfrentamento podem ser úteis, por fornecer um meio de sobrevivência, na idade adulta, eles podem reforçar os Esquemas Iniciais Desadaptativos (Young, 2003). Basicamente, os Estilos de Enfrentamento Desadaptativos se agrupam em três (3) categorias: 1) Rendição: Envolve aceitar um esquema e se entregar a ele. Geralmente resulta em um atos que reforçam ou continuam o padrão do esquema. Por exemplo, uma pessoa que se rende a um esquema relacionado à negligência emocional quando criança , tenderá a se envolver em relacionamentos futuros que envolvam, também, negligência. TERAPIA DO ESQUEMA 33 2) Evitação: nesse estilo de enfrentamento, o indivíduo busca evitar situações as quais tendem a acionar seus esquemas. Em geral, estilos de evitação encontram-se mais relacionados ao uso de substâncias, comportamento de risco ou compulsivo. 3) Hipercompensação: Envolve a tentativa de combater um esquema agindo em completa oposição a ele. Embora pareça uma resposta adequada, a hipercompensação tende a ser muito rígida. Não raramente, leva a ações ou comportamentos agressivos, exigentes, insensíveis ou excessivos que, de uma forma ou de outra, prejudicam o relacionamento com outras pessoas. TERAPIA DO ESQUEMA 34 Objetivos da Terapia do Esquema (TE) Os objetivos a serem alcançados ao longo da TE geralmente são: 1) Identificar e começar a curar esquemas; 2) Identificar e abordar estilos de enfrentamento que atrapalham as necessidades emocionais; 3) Mudar padrões de sentimentos e comportamentos que resultam de esquemas; 4) Aprender a atender às necessidades emocionais centrais de maneiras saudáveis e adaptáveis; 5) Aprender estratégias de enfrentamento saudáveis para lidar com a frustração e angústia quando certas necessidades não podem ser atendidas. TERAPIA DO ESQUEMA 35 TERAPIA DA ACEITAÇÃO E COMPROMISSO 36 4 A Terapia de Aceitação e Compromisso (TAC) é uma terapia baseada na atenção plena (mindfulness) e foi desenvolvida por Steven Hayes, no início dos anos 80. TERAPIA DA ACEITAÇÃO E COMPROMISSO 37 O objetivo da TAC é permitir que os sujeitos vivam uma vida mais significativa, congruente com os seus valores mais fundamentais. O nome “Terapia da Aceitação e Compromisso” reflete os principais pressupostos da teoria. Na TAC, o indivíduo é instigado a aceitar a vida como ela é, mas, ao mesmo tempo, comprometer-se com a ação que levará, verdadeiramente, à conquista dos objetivos (Hayes, Stroshal, & Wilson, 2012). Por mais contraintuitivo que possa parecer, na TAC, a aceitação é a base da mudança. Aceitar, segundo a teoria, não é se conformar e tampouco aprovar a realidade. É apenas entender que as coisas são como elas são. Esse fundamento é importante porque muitas vezes diante de eventos negativos, as pessoas gastam um tempo importante elucubrando sobre “como poderia ter sido”. TERAPIA DA ACEITAÇÃO E COMPROMISSO 38 Por exemplo, imagine uma pessoa que sai para realizar uma caminhada na mata, em um domingo chuvoso. Durante o trajeto, escorrega e torce o tornozelo, ficando impossibilitada de ir ao trabalho no dia seguinte. Perderia uma reunião importante. Normalmente, as pessoas ficariam chateadas consigo mesmas e passariam um tempo importante se questionando, se xingando e também buscando rejeitar o fato: “O que é que eu tinha na cabeça quando decidi sair para caminhar na chuva?!” “Sou irresponsável”; “Eu não acredito que isso está acontecendo comigo. Não é possível!”. Perceba que todos os sentimentos e pensamentos negativos que surgem para além do fato em si são prejudiciais, pois aumentam o problema, trazendo, além da dor da torção, mais irritação, frustração, etc. E, mais que isso, não auxiliam na resolução do problema. Na perspectiva da TAC, portanto, a não-aceitação é a base tanto do sofrimento quanto da impossibilidade da mudança. Quando o sujeito aceita a realidade, ele economiza tempo e energia, que geralmente são gastos pensando em outras possibilidades que não aconteceram. TERAPIA DA ACEITAÇÃO E COMPROMISSO 39 Assim, a TAC busca ensinar os sujeitos a aceitarem as coisas como elas são, no sentido de poupar energia, para que essa energia seja utilizada no que realmente vai fazer a diferença, que é o compromisso com a mudança (Hayes et al., 2012). Os 6 Processos Principais da TAC O objetivo central da TAC é aumentar a flexibilidade psicológica - a capacidade de entrar em contato com o momento presente mais plenamente. A flexibilidade psicológica é estabelecida por meio de seis (6) processos centrais do ACT. Cada uma dessas áreas é conceituada como uma habilidade psicológica positiva, não apenas um método de evitar a psicopatologia. 1. Aceitação: Como brevemente descrita anteriormente, a aceitação é ensinada como uma alternativa à evitação experiencial. A aceitação envolve o abraço ativo e consciente daqueles eventos privados ocasionados pela história de alguém, sem tentativas desnecessárias de mudar sua frequência ou forma, especialmente quando isso causaria danos psicológicos. TERAPIA DA ACEITAÇÃO E COMPROMISSO 40 2. Distanciamento Cognitivo: As técnicas do distanciamento cognitivo tentam alterar as funções indesejáveis dos pensamentos e outros eventos privados, em vez de tentar alterar sua forma, frequência ou sensibilidade situacional. Por exemplo, vamos imaginar uma pessoa que pensa “Eu não mereço o amor de ninguém”. Esta frase, dita ou pensada, é apenas um pensamento. Porém, ao se identificar com o conteúdo da frase, a pessoa se fundirá com o pensamento. Por ser uma frase negativa, os efeitos serão prejudiciais na vida do indivíduo. Assim, a TAC tenta mudar a maneira como a pessoa interage ou se relaciona com os pensamentos, criando contextos nos quais suas funções prejudiciais são diminuídas. 3. Estar presente: A TAC promove o contato contínuo sem julgamentos com eventos psicológicos e ambientais à medida que ocorrem. O objetivo é fazer com que o cliente experimente o mundo de forma mais direta, para que seu comportamento seja mais flexível e, assim, suas ações sejam mais coerentes com seus valores. TERAPIA DA ACEITAÇÃO E COMPROMISSO 41 3. Estar presente (cont.): Isso é realizadopermitindo que a funcionalidade exerça mais controle sobre o comportamento e usando a linguagem mais como uma ferramenta para observar e descrever eventos, não simplesmente para prever e julgá-los. Um senso de self chamado de "self como processo" é ativamente encorajado: a descrição contínua, desarmada e não julgadora de pensamentos, sentimentos e outros eventos privados. 4. Self como contexto: O self como contexto tem o objetivo de auxiliar o indivíduo a compreender o seu eu como um processo em movimento e não algo imutável. Numa perspectiva existencial, seria semelhante à noção de vir-a-ser, onde a existência é entendida como um processo em constante movimento. O self como contexto é importante porque, desse ponto de vista, o sujeito passa a estar ciente de seu próprio fluxo de experiências passadas, mas sem atrelar (e fixar) a sua identidade a elas. Ou seja, o self de hoje, que é baseado nas experiências passadas, de fato existe e precisa ser aceito. TERAPIA DA ACEITAÇÃO E COMPROMISSO 42 4. Self como contexto (cont.): Mas o self de hoje não representa o sujeito em sua totalidade, pois o self está em constante processo de mudança. Por isso, entender o self como contexto auxilia o sujeito em seu processo de aceitação, mas também favorece o processo de mudança. 5. Valores: Valores são qualidades de ação intencional que nunca podem ser obtidas como um objeto, mas podem ser vivenciadas a cada momento. A TAC usa uma variedade de exercícios para ajudar um paciente a escolher direções de vida em vários domínios (ex: família, carreira, espiritualidade), ao mesmo tempo que busca diminuior os processos psicológicos que podem levar a escolhas baseadas em evasão, conformidade social ou fusão (por exemplo, "Eu deveria valorizar X "ou" Uma pessoa boa valorizaria Y "ou" Minha mãe quer que eu valorize Z"). A descoberta dos valores é um passo importante na TAC, pois ela auxiliará a encontrar o porquê, ou seja, as razões profundas que motivam o sujeito na busca de seus objetivos. TERAPIA DA ACEITAÇÃO E COMPROMISSO 43 6) Ação Comprometida Por fim, a TAC incentiva o desenvolvimento de padrões cada vez mais amplos de ação vinculados aos valores escolhidos. Nesse sentido, a TAC se assemelha muito com a Terapia Cognitiva tradicional. Por meio de protocolos, que quase sempre envolvem ações a serem executadas e dever de casa vinculados, o paciente busca concretizar seus objetivos e alcançar as mudanças esperadas no curto, médio e longo prazo. Os esforços de mudança de comportamento, por sua vez, levam ao contato com barreiras psicológicas que são abordadas por meio de outros processos de TAC (aceitação, distanciamento, etc). ... Desde a sua fundação, a TAC vem demonstrando ser um tratamento eficaz para diferentes tipos de transtornos, tais como transtornos de ansiedade, depressão e dependência química (A-Tjak, Davis, Morina, Powers, Smits, & Emmelkamp, 2015). TERAPIA FOCADA NA COMPAIXÃO 44 5 TERAPIA FOCADA NA COMPAIXÃO 45 A Terapia Focada na Compaixão (TFC) foi desenvolvida por Dr. Paul Gilbert, um psicólogo inglês, que acreditava que a compaixão (focada em si e no outro) poderia ser a chave para melhorar os níveis de saúde mental (Gilbert, 2009). A TFC foi desenvolvida com e para pessoas que têm problemas crônicos e complexos de saúde mental ligados à vergonha e autocrítica, que muitas vezes têm origens em relações socioafetivas de abuso ou negligência. Seres humanos são seres sociais. Assim, sentir-se cuidado, aceito e ter sentimento de pertencimento e afiliação com os outros é fundamental para o nosso amadurecimento fisiológico e bem-estar (Cozolino, 2007; Siegel, 2012). As raízes teóricas da TFC, bem como seus pressupostos terapêuticos, são derivadas de uma abordagem evolucionista, neurocientífica e da psicologia social, ligada à psicologia e neurofisiologia do cuidar tanto de si quanto dos outros (Gilbert, 2005, 2009). TERAPIA FOCADA NA COMPAIXÃO 46 Em termos evolutivos, a TFC usa o conceito de 'cérebro complicado' para descrever o fato de que nossos cérebros evoluídos vêm com muitos problemas e falhas, e embora seja o cérebro mais dinâmico de todas as espécies, não encontra-se totalmente adaptado para a vida social que o ser humano tem hoje (Gilbert, 2002; Nesse, 2005). Há cerca de 2 milhões de anos atrás, os seres humanos desenvolveram habilidades cognitivas complexas (i.e., inteligentes), tais como imaginar, antecipar, ruminar, além de um senso objetivo de si mesmo. Com o desenvolvimento da inteligência, aprendemos a falar e usar símbolos e abstrações e, pudemos resolver muitos problemas adaptativos ao ‘pensar em soluções’ e construir tecnologias. Uma desvantagem, porém, é que ainda temos motivações e emoções cerebrais antigas, baseado em sistemas de sobrevivência que são pouco adequadas para o mundo atual (Gilbert, 2009). Com o desenvolvimento neurológico-cerebral, hoje podemos estimular esses sistemas com nossas novas capacidades de processamento cognitivo e distorcê-los para o bem ou para o mal. TERAPIA FOCADA NA COMPAIXÃO 47 Gilbert (2014) traz um exemplo muito interessante para entendermos a relação e o potencial impacto negativo que a nossa “mente moderna” pode ter sobre as nossas vidas: “Uma zebra fugindo de um leão se acalma muito rapidamente depois de escapar, ao passo que um humano pode permanecer traumatizado imaginando o que poderia ter acontecido se tivesse sido pego (imaginando ser comido vivo e morrer em agonia), o que poderia acontecerá amanhã se houver dois leões, o pensamento 'o que acontecerá se ...' e assim por diante. Nossa capacidade de "refletir" pode estimular emoções ameaçadoras e manter esses sistemas fisiológicos em um estado de ativação no corpo - dando origem a problemas de saúde mental e física” (Gilbert, 2014). Por outro lado, é essa mesma capacidade que pode nos precaver, antecipar riscos futuros e auxiliar no desenvolvimento de estratégias que previnam ou minimizem os riscos futuros. Ou seja, o processamento cognitivo tem o poder de ser um fator de risco ou de proteção para o ser humano. TERAPIA FOCADA NA COMPAIXÃO 48 O papel da compaixão na saúde mental Como dito anteriormente, os mamíferos, especialmente os humanos, desenvolveram motivações e emoções para o comportamento afiliativo, carinhoso e altruísta (ou seja, comportamentos prossociais). Entre os processos mais centrais que regulam a emoção e o senso de self nos humanos, estão aqueles vinculados às relações sociais, como status, senso de pertencimento e afiliação e cuidado. E nesse sentido, a compaixão aparece como um sentimento puramente humano, ligado às motivações, emoções, habilidades e competências para apoiar, compreender, ser gentil e útil para si e para os outros. Quando treinada e desenvolvida, a compaixão pode influenciar os sistemas neurofisiológico e imunológico, ampliando os níveis de saúde física e mental (Davidson, Kabat-Zinn, & Schumacher, 2003; Lutz, Brefckzynski- Lewis, & Johnstone, 2008). TERAPIA FOCADA NA COMPAIXÃO 49 Técnicas da Terapia Focada na Compaixão A principal técnica terapêutica da TFC é o Treinamento da Mente Compassiva (TMC). O TMC é feito por meio de atividades específicas destinadas a desenvolver atributos e habilidades compassivas, particularmente aquelas que influenciam a regulação emocional. Trata-se de uma coleção de técnicas que facilitam o aumento da consciência do indivíduo de interações negativas consigo mesmo. Com o tempo, a postura de culpa e autocrítica em relação a si mesmo é substituída por uma abordagem que enfatiza o cuidado com o bem-estar, sensibilidade, simpatia, tolerância ao sofrimento, empatia e não julgamento (Gilbert, 2009). TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA 50 6 TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA 51 A Terapia Comportamental Dialética (TCD) foi desenvolvida pela psicóloga Marsha Linehan, no início dos anos 80. O objetivo central da TCD é fornecer aos clientes novas habilidades para gerenciar emoções dolorosas e diminuir o conflito nos relacionamentos interpessoais (Linehan,2015). A TCD foi projetada inicialmente para tratar pessoas que tinham transtorno de personalidade borderline, e que apresentavam pensamentos suicidas crônicos. Hoje, a TCD é reconhecida como o tratamento psicológico ‘padrão-ouro’ (i.e., de excelência) para essa população (Blennerhassett & O'Raghallaigh, 2005). Embora a TCD tenha sido desenvolvida para tratar pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline, atualmente essa forma de psicoterapia tem sido utilizada no tratamento de vários outros tipos de transtornos mentais, com importantes evidências de sua eficácia (Dimeff & Koerner, 2007). TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA 52 Aspectos do Tratamento Psicológico na TCD A TCD se concentra em fornecer habilidades terapêuticas em quatro (4) áreas principais (Linehan, 2015). 1. Mindfulness (Atenção plena): Inicialmente, a atenção plena concentra-se em melhorar a capacidade de um indivíduo de aceitar e estar presente no momento atual. As técnicas de atenção plena têm por objetivo auxiliar a manter a calma e evitar o envolvimento de padrões automáticos de pensamento negativo e comportamento impulsivo. 2. Tolerância ao sofrimento: busca aumentar a tolerância de uma pessoa às emoções negativas, ao invés de tentar escapar delas. São baseadas nos mesmos princípios da Terapia de Aceitação e Compromisso, no sentido de que o sujeito precisa trabalhar a aceitação dos fatos como eles são, e focar no compromisso para a mudança. Assim, os sujeitos aprendem a não extrapolar o seu sofrimento para além da sua própria magnitude, o que auxilia na canalização das energias e atenção para a resolução dos problemas. TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA 53 3. Regulação emocional: A regulação emocional abrange estratégias para gerenciar e mudar emoções intensas que estão causando problemas na vida de uma pessoa. Ao reconhecer emoções negativas intensas (por exemplo, fúria), você pode reduzir sua vulnerabilidade emocional e ter experiências emocionais mais positivas. 4. Eficácia interpessoal: A eficácia interpessoal consiste em técnicas que permitem que uma pessoa se comunique com outras de maneira assertiva, mantenha o respeito próprio e fortaleça os relacionamentos. O desenvolvimento de habilidades de assertividade (e.g., expressar opiniões, dizer “não”, lidar com conflitos inevitáveis) são imprescindíveis para lidar com conflitos. É importante lembrar que a TCD foi desenvolvida para tratar pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline. Tais pacientes experimentam emoções negativas extremamente intensas que são difíceis de controlar, o que, frequentemente, gera conflitos com pessoas próximas - amigos, parceiros românticos, membros da família. Por isso, um dos focos importantes da TCD é o desenvolvimento de habilidades interpessoais. TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA 54 Generalização do aprendizado A generalização do aprendizado é um outro aspecto central da TCD. Nela, os terapeutas TCD usam várias técnicas para estimular a transferência de habilidades aprendidas em todos os ambientes. Pessoas em terapia podem aprender a aplicar o que aprenderam em casa, na escola, no trabalho e na comunidade. Por exemplo, um terapeuta pode pedir ao paciente em tratamento que converse com um parceiro sobre um conflito. O paciente pode usar habilidades de regulação emocional antes e depois da discussão. Aprimoramento motivacional Como a TCD geralmente lida com pacientes com transtornos mentais graves, é necessário realizar um plano de tratamento comportamental individualizado, visando a redução de comportamentos problemáticos mais urgentes. Por exemplo, em pacientes com ideação suicida, a remoção da ideação é um aspecto prioritário. Para mapear as prioridades, os terapeutas podem usar folhas de rastreamento de automonitoramento para que as sessões possam ser adaptadas para abordar os problemas mais graves primeiro. TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA 55 Aprimoramento da capacidade e da motivação dos terapeutas. Como a TCD é frequentemente fornecida a pessoas que apresentam problemas de saúde mental crônicos, graves e intensos, os terapeutas recebem muita supervisão e apoio para prevenir seu próprio adoecimento psíquico, como traumatização vicária ou esgotamento profissional (Burnout). Psicoterapeutas certificados em TCD realizam, frequentemente, reuniões de supervisão coletiva, onde o objetivo é dar aos terapeutas um espaço para fornecer e receber suporte, treinamento e orientação clínica (Linehan, 2015). Estruturação global do ambiente. Outro ponto importante da TCD é a Estruturação Global do Ambiente. O objetivo da TCD é garantir que comportamentos positivos e adaptativos sejam reforçados em todos os ambientes ambientais. Assim, se um determinado paciente participa de mais de um programa de tratamento, é importante se certificar de que cada programa foi estabelecido para reforçar todas as habilidades e comportamentos positivos aprendidos. Este cuidado visa maximizar os resultados obtidos na TCD. TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA 56 Estruturas de tratamento da TCD A forma padrão de TCD consiste em terapia individual, grupo de treinamento de habilidades, coaching por telefone, além de uma rede de apoio e consulta também para o psicoterapeuta. No caso do paciente, aqueles em TCD padrão frequentam terapia e um grupo de treinamento de habilidades semanalmente. Os grupos são projetados para ajudar as pessoas em tratamento a desenvolver habilidades comportamentais por meio de trabalhos em grupo e tarefas de casa. Essas atribuições permitem que as pessoas pratiquem as habilidades aprendidas no dia a dia. O acompanhamento por telefone também é uma parte importante da TCD. Ajuda as pessoas em tratamento a procurarem seu terapeuta para obter apoio quando surge uma situação desafiadora entre as sessões. TERAPIA COGNITIVA BASEADA EM MINDFULNESS 57 7 A Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness (TCBM) foi desenvolvida por Zindel Segal e colaboradores (2002) com o objetivo de tratar pacientes com depressão e de prevenir recaídas futuras. TERAPIA COGNITIVA BASEADA EM MINDFULNESS 58 Assim como a Terapia da Aceitação e Compromisso (TAC) e Terapia Comportamental Dialética (TCD), a Terapia Cognitiva Baseada em Mindulness (TCBM) também utiliza os preceitos do mindfulness como base. O objetivo central da TCBM é ajudar os pacientes com depressão crônica a aprender como evitar recaídas, não se engajando nos padrões de pensamento automáticos que perpetuam e pioram a depressão. Entendendo o Espiral da Depressão Segal e colaboradores (2002) descobriram que durante qualquer episódio de depressão, o humor negativo ocorre junto com o pensamento negativo (como "Eu sou um fracasso", "Eu sou inadequado", “Eu sou um preguiçoso”, “Não presto"). Quando o episódio depressivo passa e o humor e a fadiga volta ao normal, o pensamento negativo tende a desaparecer também. No entanto, durante o episódio depressivo, foram formadas associações entre o estado de humor negativo, a fadiga, e os padrões de pensamentos negativos. Assim, quando um estado de humor negativo ocorre novamente (por qualquer motivo), isso pode desencadear ou reativar o antigo padrão de pensamento. TERAPIA COGNITIVA BASEADA EM MINDFULNESS 59 Os pesquisadores descobriram que, quando pessoas com histórico de depressão experimentam humor negativo, elas também podem ter memórias e pensamentos negativos do passado, o que pode, por sua vez, levar à preocupação com o futuro e a sensações físicas como fadiga, reativando o ciclo depressivo. Pensamentos autodepreciativos, de que são inúteis, preguiçosas, tendem a reaparecer, e as pessoas que acreditaram ter se recuperado podem se sentir "de volta à estaca zero". Quando isso acontece, os velhos hábitos de pensamento negativo recomeçam e um novo episódio depressivo tende a surgir. A grande descoberta da TCBM foi o fato de que, em pacientes depressivos, a ligação entre estados de espírito negativos e pensamentos negativos continua pronta para ser reativada. Essa descoberta é de enorme importânciaporque sugere que a recuperação da depressão depende de aprender a quebrar o ciclo do pensamento negativo. TERAPIA COGNITIVA BASEADA EM MINDFULNESS 60 renata feitosa entender o que motiva o ciclo, para enfim lidar com ele renata feitosa independente da remissao? A prática clínica da TCBM A TCBM é uma intervenção em grupo que dura oito semanas. Durante essas oito semanas, há encontros semanais, com duração de duas horas, e uma aula de um dia após a quinta semana. Ao longo dos encontros, os pacientes aprendem a se reconhecer como entidades separadas de seus pensamentos e humores. Essa desconexão pode permitir que as pessoas se libertem de padrões de pensamento nos quais as mesmas mensagens negativas podem ser repetidas indefinidamente. Esse insight pode contribuir para a cura, ajudando os indivíduos a aprender a inserir pensamentos positivos em estados de ânimo negativos, a fim de desarmá-los. Em síntese, a TCBM tenta fornecer aos participantes as ferramentas necessárias para combater os sintomas depressivos à medida que surgem. As pessoas que aprendem essas habilidades podem então ser capazes de utilizar esses recursos em momentos de angústia. TERAPIA COGNITIVA BASEADA EM MINDFULNESS 61 renata feitosa quando sentem que uma crise esta prestes a começar. renata feitosa meditação tratamento da depressao mindfulness eating renata feitosa *importante* renata feitosa remissao* AS PARTICULARIDADES E DIFERENÇAS ENTRE AS TERAPIAS COGNITIVO COMPORTAMENTAIS 62 CAPÍTULO FINAL 1) Terapia Cognitiva: É a teoria primária. Se diferencia apenas das teorias comportamentais prévias, por enfatizar a necessidade de compreensão dos processos cognitivos e emocionais que eliciam os comportamentos. 2) Terapia Racional-Emotiva Comportamental: Desenvolveu a noção que muitos dos comportamentos humanos e as suas consequências são derivadas do que intitulou de “crenças irracionais”. Desenvolveu métodos para modificar tais crenças. 3) Terapia do Esquema: Sofre influência de diversos saberes da Psicologia como Psicanálise, Teoria do Apego, Gestalt Terapia, entre outras. Além desse amplo espectro teórico, se diferencia por enfatizar as origens dos problemas psicológicos na infância. 4) Terapia da Aceitação e Compromisso: É a primeira corrente da TCC que engloba o mindfulness como técnica de tratamento. Enfatiza a necessidade de aceitação dos sentimentos e pensamentos, e não a busca imediata e desesperada por modificá-los. PARTICULARIDADES E DIFERENÇAS ENTRE AS TERAPIAS COGNITIVO- COMPORTAMENTAIS 63 5) Terapia Focada na Compaixão: Foca na compaixão como forma de aliviar o sofrimento. Se baseia na psicologia evolucionista, neurociências e psicologia social. Coloca as relações sociais como imprescindíveis para a saúde mental e utiliza a compaixão como forma de tratamento dos problemas mentais. 6) Terapia Comportamental Dialética: É uma terapia que tem como base os princípios da atenção plena (mindfulness). Porém, como foi desenvolvida e até hoje é mais utilizada para tratar pacientes com transtornos graves, toda a sua estrutura é pensada em dar um verdadeiro suporte para dificuldades severas que aparecerão no dia a dia desses pacientes. O que muda da TCD para outras terapias da 3ª onda não é tanto o seu racional teórico, mas sim a sua estrutura de execução. 64 PARTICULARIDADES E DIFERENÇAS ENTRE AS TERAPIAS COGNITIVO- COMPORTAMENTAIS 7) Terapia Baseada em Mindfulness: Assim como a Terapia da Aceitação e Compromisso (TAC) e a Terapia Comportamental Dialética (TCD), a TCBM também é baseada em mindfulness. Entretanto, diferente destas outras duas, que focam em aceitar os pensamentos negativos, para a partir disto criar estratégias de mudanças, a TCBM foca em barrar os pensamentos negativos na medida que surgem, conforme propõe a Terapia Cognitiva de Beck. Por isso que a TCBM é considerada uma Terapia Cognitiva associada ao mindfulness. 65 PARTICULARIDADES E DIFERENÇAS ENTRE AS TERAPIAS COGNITIVO- COMPORTAMENTAIS renata feitosa terapia cognitiva - influencia de aaron beck mindfulness - sineg? Ao longo desse livro, você foi apresentada aos principais conceitos de diferentes abordagens da Terapia Cognitivo-Comportamental. Cada uma destas teorias apresentam similaridades e diferenças entre si. Se por um lado todas compreendem a que pensamento, emoção e comportamento apresentam uma forte influência mútua, a forma como essa tríade é trabalhada varia entre as teorias. Esperamos que esse ebook tenha sido útil para esclarecer que a Terapia Cognitivo-Comportamental não é apenas uma única teoria, mas uma grande família de teorias que não para de se desenvolver. Se você quiser dar um passo adiante na sua formação dentro das TCCs, conheça o nosso curso online completo. Nele, você vai ganhar segurança e eficácia em sua prática clínica. Saiba mais clicando aqui. Desejamos muito sucesso em sua trajetória profissional. Atenciosamente, Bruno Damásio CEO Psicologia(in)Formação CONCLUSÃO 66 https://go.hotmart.com/U36811063C?src=ebooktcc https://www.psicologiainformacao.com/tcc https://go.hotmart.com/U36811063C?src=ebooktcc Se você desejar se aprofundar ainda mais na Terapia Cognitivo-Comportamental, conheça o nosso curso online: "Terapia Cognitivo-Comportamental: Princípios teóricos e epistemológicos". Nele, você vai aprender todos os principais aspectos teóricos das Terapias-Cognitivo-Comportamentais e as estruturas de tratamento para os diversos transtornos psicológicos. Conheça o nosso curso completo 67 Saiba MaisSaiba Mais https://go.hotmart.com/U36811063C?src=ebooktcc https://go.hotmart.com/U36811063C?src=ebooktcc https://go.hotmart.com/U36811063C?src=ebooktcc Beck, A. T. (1967). Depression: Clinical, Experimental, and Theoretical Aspects. New York, NY: Harper and Row. Beck, A. T. (1976). Cognitive Therapy and the Emotional Disorders. New York: International Universities Press. Beck, A. T., & Dozois, D. J. A. (2011). Cognitive Therapy: Current Status and Future Directions. Annual Review of Medicine, 62(1), 397–409. https://doi.org/10.1146/annurev-med-052209-100032 Blennerhassett, R. C., & O'Raghallaigh, J. W. (2005). Dialectical behaviour therapy in the treatment of borderline personality disorder. The British Journal of Psychiatry, 186(4), 278-280. doi:10.1192/bjp.186.4.278. 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