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Câncer de corpo e útero (endométrio)

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Câncer de Corpo de útero(endométrio)
Epidemiologia e fatores de risco
É o 6º tipo de câncer com maior incidência
Oitava causa de morte por câncer entre as mulheres
Segunda maior causa dos cânceres ginecológicos no
Brasil(Sabas)
Taxa de sobrevida, em 5 anos, na neoplasia
localizada é de 96%, regional 67% e metastática 23%.
Para o Brasil, estimam-se 6.600 casos novos de câncer do
corpo do útero, para cada ano do biênio 2018-2019
Fatores de risco 
Anovulação crônica; 
Idade avançada: pico entre
mulheres na quinta e sexta
décadas de vida.
Histórico familiar ; Mutação
nos genes BRCA 1 e BRCA
2: risco ligeiramente maior em
razão do tratamento
frequente de cânceres de
mama prévios com
tamoxifeno.
Tamoxifeno: aumenta em 2 a
3x mais o risco/ efeito
estrogênico no endométrio.
Mulheres pós-menopáusicas
Comorbidades( diabetes mellitus e hipertensão arterial)
Excesso de gordura corporal: aumento de estrogênio
não contrabalanceado pela progesterona →
aumento da atividade mitótica do endométrio.
TERAPIA ESTROGÊNICA ISOLADA É FATOR DE
RISCO PARA MALIGNIDADES OVARIANAS E
ENDOMETRIAIS
Fatores protetores
Uso de ACO combinado
Tabagismo – efeito antiestrogênico
Perder peso
Multiparidade – efeito da progesterona
SIU liberador de progesterona
Apresentações clínicas 
95% das mulheres com diagnóstico de câncer de
endométrio possuem algum sinal ou sintoma da
doença. 75% dos casos são detectados no estágio I.
Peri ou pós-menopausa: a maioria das pacientes
manifesta episódios de sangramento uterino
anormal quando o tumor ainda está limitado ao útero.
Menos de 5% das mulheres com câncer de endométrio
são assintomáticas. Neste caso, o câncer de
endométrio pode ser suspeitado pela demonstração
da espessura endometrial em exames ultrassonográficos
de rotina.
Sintomas 
 Pós-menopausa: 
*Sangramento(das áreas de necrose tumoral)
e corrimento vaginal.
O sangramento na pós-menopausa é o sintoma
mais comum de CA de endométrio.
*Hematométrio(sangue no interior do útero) e
piométrio(pus no interior do útero): em
pacientes mais idosas em função da estenose
cervical.
*Desconforto pélvico
 Pré-menopausa
*Sangramento uterino anormal
Deve-se suspeitar quando o sangramento for
persistente ou recorrente, principalmente nas
obesas
Sinais 
Na ausência de sintomas, o câncer é detectado em
resultados anormais de colpocitologia, achado
anormal à ultrassonografia transvaginal ou TC.
Exame abdominal: em casos avançados pode haver
ascite, metástases palpáveis hepáticas ou omentais
Avaliação de linfonodos periféricos
Exame ginecológico: O exame é geralmente normal em
tumores pequenos. O introito vaginal, a área suburetral,
toda a vagina e colo uterino devem ser
cuidadosamente inspecionados. O toque vaginal
bimanual é mandatório já que permite a avaliação do
tamanho e mobilidade do útero e a investigação de
massas anexiais. Inclui também o toque retal, que
permite a avaliação da disseminação do tumor
Rastreamento 
Atualmente, não é preconizado o rastreamento do
câncer de endométrio, pois não existe um exame
apropriado, econômico e aceitável que reduza a
mortalidade. 
 Sind. De Lynch II – alto risco de desenvolver CA de↪ Sind. De Lynch II – alto risco de desenvolver CA de
endométrio; exame pélvivo a cada 1-3 anos a a partir
dos 18 anos; a partir dos 25 anos, exame pélvico, USG
transvaginal e biópsia anuais
Ana Luísa Capuchinho
O emprego de um método diagnóstico apropriado e
preciso, como a biópsia endometrial dirigida por
histeroscopia, permite um diagnóstico precoce,
tratamento adequado e altas taxas de cura.
Colpocitologia: 
Sua realização é inadequada e a citologia é
insensível e inespecífica.
Presença de células endometriais de aspecto
benigno na colpocitologia em mulheres assintomáticas
não requer maiores investigações. É comum em mulheres
na menacme até o oitavo ou décimo dia do ciclo.
Entretanto, o aparecimento dessas células 10 dias
após o período menstrual, principalmente nas
pacientes acima de 40 nos ou na pós-menopausa,
implica investigação com histeroscopia e biópsia.
USGTV e biópsia de endométrio:
Muito caros para rastreamento.
Diagnóstico 
Colpocitologia: 
Presença de células endometriais na colpocitologia
após o 10o dia do ciclo menstrual, principalmente em
mulheres após os 40 anos, ou na pós-menopausa
deve ser valorizada. Entretanto, elas só são
encontradas em 30-50% da pacientes com CA de
endométrio, não sendo, assim, a colpocitologia
satisfatório para diagnóstico
USGTV: 
Permite a avaliação do endométrio tanto na menacme
quanto na pós-menopausa.
É empregado como método de rastreio na pós-
menopausa, embora não seja preconizado. Avalia as
pacientes que deverão fazer avaliação
histopatológica.
A espessura endometrial máxima nas pacientes na
pós-menopausa sem uso de terapia de reposição
hormonal é de 4 mm ou 5mm
Mulheres pré-menopáusicas apresentam endométrio
mais espesso, não sendo tão útil a avaliação por
USGTV nessas pacientes. No entanto, nessas pacientes
sem sangramento vaginal, é recomendada avaliação
endometrial caso a espessura endometrial seja maior
que 8 a 11 mm, segundo alguns autores, e até mesmo
maior que 15 mm segundo outros.
Os achados ecográficos sugestivos de câncer
de endométrio incluem:
- Coleções líquidas intrauterinas;
- Espessamento endometrial;
- Massa endometrial polipoide;
- Endométrio hiperecogênico ou irregular com
ecogenicidade mista.
Histerossonografia: 
Possibilita a identificação, localização e avaliação da
extensão de espessamentos endometriais. Permite
também a identificação de miomas submucosos e
pólipos endometriais, bem como sua diferenciação com
processos expansivos neoplásicos.
*Histeroscopia:
É empregada para diagnóstico de hiperplasia e
câncer de endométrio em mulheres com
sangramento uterino anormal, sangramento pós-
menopausa ou com anormalidades endometriais à
USGTV
Possibilita a visualização direta, avaliação da
localização, profundidade e extensão das lesões
endometriais,sendo o método mais eficaz para
avaliação de anormalidades da cavidade uterina.
Orienta ou dirige a biópsia endometrial.
Ressonância magnética:
Permite avaliação da invasão miometrial. Pode também
detectar tumores extrauterinos e envolvimento do colo
uterino.
Estudo anatomopatológico
Para obtenção de amostra tecidual do endométrio,
diversos métodos podem ser empregados: aspiração
endometrial a vácuo, cureta de Novak, dilatação e
curetagem uterina e histeroscopia.
Biópsia dirigida por histeroscopia: é o método de
escolha. Avaliação pré-operatória segura da invasão
cervical pelo tumor. Permite uma real avaliação do
tumor, fornecendo informações sobre seu aspecto
macroscópico, localização, extensão em relação à
cavidade endometrial e ao canal cervical.
Análise HISTOPATOLÓGICA 
__________________________________________________
HIPERPLASIA ENDOMETRIAL
É a lesão precursora de todas as neoplasias
endometriais relacionadas ao excesso de
estrógenos sem a contraposição de progestágenos.
Nos casos de neoplasias malignas não relacionadas à
exposição crônica aos estrógenos, a hiperplasia
endometrial não está presente.
Corresponde a aumento anormal (volume e espessura)
do endométrio proliferativo que mostra desorganização
estrutural, estratificação epitelial e atipia.
Resulta de um estímulo estrogênico persistente,
endógeno ou exógeno, em um endométrio
proliferativo, não necessariamente excessivo, porém
não antagonizadopela progesterona. Pode, ainda,
resultar de uma resposta endometrial inadequada a
estes esteroides.
Ana Luísa Capuchinho
Podem ser simples ou complexas, com ou sem atipia.
Simples: Glândulas dilatadas, com formatos redondos
ou ligeiramente irregulares, sem aglomeração glandular
e nenhuma atipia citológica.
Complexa: Glândulas de arquitetura complexa,
aglomeradas com menos estroma interposto, sem atipia.
Atípica: células epiteliais alargadas, hipercromáticas
com nucléolos proeminentes e aumento da relação
núcleo/citoplasma. É a verdadeira precursora do
câncer endometrial. Pode ser considerada como
simples ou complexa, em função da arquitetura
glandular correspondente.
*O risco da hiperplasia evoluir para carcinoma está
relacionado à presença a à intensidade da atipia
citológica.
_____________________________________________________
CÂNCER DE ENDOMÉTRIO
Tipo I: 
Mais frequente; mulheres na pré e peri-menopausa;
estrogênio-dependentes; sem contraposição de
progesterona; originado a partir de hiperplasia
endometrial atípica; bem ou moderadamente
diferenciado; melhor prognóstico com menor invasão
do miométrio; do tipo endometrioide.
Tipo II: 
Não relacionado com hiperestrogenismo e hiperplasia.
Origina-se a partir do endométrio atrófico endometrial;
mulheres da pós- menopausa; menos diferenciado; pior
prognóstico com maior invasão miometrial.
Grau histológico
Tipos histológicos 
Adenocarcinoma endometrioide: o tipo mais comum.
75% dos casos. Assemelha-se histologicamente com
glândulas endometriais normais. À medida em que se
tornam mais indiferenciados, aumenta a sua
agressividade.
Carcinoma seroso: 5 a 10%. São tumores muito
agressivos tipo II que surgem do endométrio atrófico da
mulheres idosas. Observa-se um padrão de crescimento
papilar complexo com células apresentando
acentuada atipia celular.
Carcinoma de células claras: menos de 5% dos
cânceres endometriais. Tumor tipo II. Similares aos que
surgem no ovário, vagina e colo uterino. Costuma ser de
alto grau e grande invasividade. Mulheres idosas
Carcinoma mucinoso: 1 a 2%. Possui padrão mucinoso
e comportamento semelhante ao do adenocarcinoma
endometrioide. Bom prognóstico.
Carcinoma misto
Carcinoma escamoso: raro
Estadiamento
É cirúrgico e terapêutico.
Ana Luísa Capuchinho
Disseminação 
A via mais comum é a linfática. O câncer de
endométrio pode também se disseminar por: extensão
direta (responsável pela invasão do miométrio e
também da cérvice), via transtubária (pode levar à
metástase do peritônio e do ovário) e pela via
hematogênica (responsável pelas metástases à
distância, cujos principais sítios são o pulmão e fígado).
Terapêutica 
Hiperplasia endometrial
Depende da presença ou não de atipias, da idade e
do seu interesse de engravidar.
Hiperplasia típica
 Expectante(biópsias em intervalos regulares); ↪ Sind. De Lynch II – alto risco de desenvolver CA de
 Uso de progestágenos;↪ Sind. De Lynch II – alto risco de desenvolver CA de
Histerectomia(quando na pós-menopausa com↪ Sind. De Lynch II – alto risco de desenvolver CA de
persistencia da lesão e sangramento).
Hiperplasia atípica
 Histerectomia – preferencial; mulheres que não↪ Sind. De Lynch II – alto risco de desenvolver CA de
querem engravidar.
 Progestágenos ↪ Sind. De Lynch II – alto risco de desenvolver CA de
Câncer de endométrio
O estadiamento é cirúrgico e terapêutico. O que varia
entre os estádios é a necessidade de tratamento
adjuvante pós-operatório ou não. 
Não há consenso quanto ao tratamento adjuvante
por estádios
Estádio I: histerectomia + salpingooforectomia
bilateral. Radioterapia não é indicada em estádio I de
baixo e intermediário riscos.
Estádio II: A histerectomia radical com linfadenectomia
pélvica bilateral e dissecção para-aórtica seletiva. Se
a cirurgia não for inicialmente viável, a radioterapia
pélvica e a braquiterapia seguidas por histerectomia
com linfadenectomia seletiva dos linfonodos.
Cirurgia + radioterapia(oncologia básica - Sabas):
em casos cirúrgicos mais avançados, ex FIGO I C ou
superior, e em pacientes com fatores de risco para
recidiva, preconiza-se também o tratamento adjuvante
com radioterapia. Ainda há discussão sobre a melhor
forma de adjuvância no tratamento de CA de
endométrio. 
Quimioterapia: apenas nos estádios mais avançados
da doença( IVB- metástases extrapélvicas)
Hormonioterapia(progesterona): Mulheres com
estádio IA grau 1 que desejam preservar a fertilidade
podem optar por não realizar o tratamento cirúrgico e
utilizar terapia progestogênica. Mas há risco de
recidivas. 
É indicada para casos de extrema idade(muito jovens
ou idosas.
Seguimento 
Objetiva-se diagnosticar e tratar recorrências curáveis
e proporcionar cuidados e alívio dos efeitos e sequelas
do tratamento.
O acompanhamento deve ser trimestral no primeiro ano
e a seguir semestral. 
Os exames incluem exame físico e ginecológico
trimestral; citologia e colposcopia de fundo vaginal
semestral; raio X de tórax anual e US abdominal e
pélvica anual(estádios iniciais) e semestral(estádios
avançados).
Prognóstico 
A sobrevida em 5 anos é 88,9%. No estádio I a é 90%,
no I b 80,7%, no Ic 79,9% e no estádio IV B é 7,2%
Diretamento relacionado ao estadiamento cirúrgico e à
presença de invasão linfovascular.
Prevenção e Detecção precoce 
Ser fisicamente ativo; consumir alimentos de baixa carga
glicêmica; evitar exposição contínua ao estrogênio sem
a contraposição da progesterona.
A detecção precoce envolve o diagnóstico
precoce(população e profissionais aptos para
reconhecerem sinais e sintomas suspeitos do câncer) e
o rastreamento.
O rastreamento ainda não é recomendado.
Referências: 
1. Ginecologia de Williams, 2ª edição, 2014
2. Oncologia básica, 1 ª edição, Sabas Carlos
Vieira
3. MedCurso – 2018
Ana Luísa Capuchinho

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