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Exames Complementares Princípios para transfusão sanguínea Grupos ou tipos sanguíneos São classificações feitas com base nos antígenos espécie-específicos na superfície dos eritrócitos. Cães ➔ Sistema DEA Inclui DEA 1 (1 neg., 1.1, 1.2, 1.3), DEA de 3 a 8 ➔ Os tipos sanguíneos caninos mais importantes são os DEA 1.1 e 1.2, os quais perfazem cerca de 60% dos grupos sanguíneos da população canina Felinos ➔ Três tipos sanguíneos são rotineiramente reconhecidos no grupo sanguíneo AB em felinos. ➔ O tipo A é o mais comum: 95% dos gatos. ➔ O tipo B ocorre em frequência variável (< 5 a 25%) nas raças Abissínia, Birmanesa, Himalaia, Scottish Fold, Somali, Sphinx, Maine Coon, gato dos Bosques da Noruega e Persas. ➔ Frequências maiores (25 a 50%) têm sido registradas nas raças British Shorthair, Cornish Rex, Devon Rex e Angorá. ➔ O tipo AB é extremamente raro, mas tem sido relatado em gatos DPC/DPL (gatos domésticos de pelo curto / gatos domésticos de pelo longo) e em certas famílias de raças em que o tipo B também ocorre, tais como Abissínia, Birmanesa, Pelo Curto Britânico, gato dos Bosques daNoruega, Somali, Scottish Fold e Persa. ➔ Um novo antígeno eritrocitário, o Mik, tem sido descrito em gatos DPC. ➔ Gatos apresentam aloanticorpos de ocorrência natural: anti A, anti-B e anti-Mik. Todos os gatos do grupo B têm altas concentrações séricas de aloanticorpos que são potentes hemaglutininas e hemolisinas contra os eritrócitos do tipo A. ➔ Os gatos do grupo A apresentam hemaglutininas e hemolisinas fracas contra eritrócitos do tipo B. ➔ O antígeno Mik torna-se clinicamente relevante naquelas transfusões sanguíneas entre gatos do grupo AB, com sangue positivo para o antígeno Mik em gatos que não tenham esse antígeno, podendo resultar em hemólise pós transfusional aguda. ➔ Gatos apresentam aloanticorpos de ocorrência natural: anti A, anti-B e anti-Mik. Todos os gatos do grupo B têm altas concentrações séricas de aloanticorpos que são potentes hemaglutininas e hemolisinas contra os eritrócitos do tipo A. ➔ Os gatos do grupo A apresentam hemaglutininas e hemolisinas fracas contra eritrócitos do tipo B. ➔ O antígeno Mik torna-se clinicamente relevante naquelas transfusões sanguíneas entre gatos do grupo AB, com sangue positivo para o antígeno Mik em gatos que não tenham esse antígeno, podendo resultar em hemólise pós transfusional aguda. OBS.: Aloanticorpos: anticorpos que reagem com antígenos da mesma espécie pertencentes a indivíduos geneticamente diferentes. Equinos e asininos ➔ Os sete grupos sanguíneos reconhecidos internacionalmente no cavalo, A, C, D, K, P, Q e U, incluem mais de 30 antígenos. ➔ Devido a essas várias combinações antigênicas, não existe doador universal. ➔ Para minimizar as chances de reações transfusionais, é ideal, mas geralmente pouco prático, realizar a tipagem sanguínea do doador e do receptor; deve-se realizar, ao menos, o teste de reação cruzada antes da transfusão. Reação cruzada; mistura sangue do doador com o do receptor. Bovinos ➔ Os onze grupos sanguíneos reconhecidos em bovinos são A, B, C, F, J, L, M, R, S, T e Z, sendo que os grupos B e J são os mais relevantes clinicamente. ➔ O grupo B apresenta em si mais de 60 antígenos, tornando, dessa maneira, difícil a realização de uma transfusão sanguínea com compatibilidade. Ovinos e Caprinos ➔ Sete grupos sanguíneos têm sido identificados em ovinos (A, B, C, D, M, R e X). ➔ O sistema B tem mais de 52 fatores. Animais de estimação exóticos ➔ Até o momento, não foram identificados grupos sanguíneos em furões. ➔ Transfusões sanguíneas podem ser realizadas com segurança sem a necessidade de realizar o teste de reação cruzada. ➔ Pouca ou nenhuma informação está disponível sobre o grupo sanguíneo de coelhos, de aves e de répteis criados como animais de estimação. Nesses casos, é recomendado realizar o teste de reação cruzada antes da transfusão, sendo recomendada a transfusão homóloga utilizando sangue espécie-específico. ➔ Realizar procedimento de reação cruzada simples. Transfusão sanguínea Transfusão ➔ Princípios gerais e indicações ➔ Tempo para a resolução Importância da prova de reação cruzada e tipagem sanguínea (doador x receptor) ➔ Ausência da prova de compatibilidade sanguínea ★ Reações adversas ★ Curta sobrevida de hemácias transfundidas ➔ Riscos da transfusão sanguínea ➔ O animal fez transfusões anteriores? Quando fazer a transfusão? Anemias graves ➔ Hemorragia ➔ Hemólise ➔ Falha na eritropoese ➔ Anemia hemolítica imunomediada ➔ Doenças inflamatórias crônicas ➔ D. inflamatórias infecciosas ➔ Neoplasias Regra geral para transfusões ➔ Avaliação clínica do animal ➔ Quando o Volume globular (vg/ hematócrito) for menor que 10 a 15% em anemias crônicas ➔ Em animais com anemias agudas a transfusão deve ser antes de chegar a esse percentual Quando fazer transfusão sanguínea em casos de trombocitopenia? ➔ Plaquetas < que 10.000/ µL Outros casos com necessidade de transfusão sanguínea: ➔ Hipovolemia ➔ Deficiência de fatores de coagulação (primária ou secundária ) ➔ Hipoproteinemia Pré-requisitos do doador Seleção ➔ Adultos jovens ➔ Saudáveis ➔ Que nunca receberam transfusão Manutenção do doador ➔ Exames físicos ➔ Exames hematológicos ➔ Exames bioquímicos ➔ Vacinados ➔ Testado quanto à ausência de parasitas e doenças infecciosas ➔ Antes da transfusão, verificar VG (volume globular / hematócrito) do doador ➔ Coleta asséptica Caninos ➔ Normalmente por punção jugular ➔ Não utilizar acepromazina como sedativo ➔ Cães podem doar +/- 15 mℓ de sangue por quilo (kg) de peso corporal a cada 6 semanas ➔ Teste de reação cruzada é sempre recomendada ➔ Cães doadores devem pesar mais que 25 a 30 Kg ➔ Coproparasitológico negativo ➔ Dirofilariose negativo ➔ Resultados negativos nos exames para detecção de doenças infecciosas transmissíveis (babesiose, leishmaniose, brucelose, erliquiose, anaplasmose e neorriquetsiose) ➔ Em certas regiões, negativo para tripanossomíase. Felinos ➔ Normalmente por punção jugular ➔ Doador doa entre 10 e 12 mℓ de sangue por quilo de peso corporal • Gatos adultos saudáveis podem doar entre 45 e 60 mℓ a cada 6 semanas ➔ Necessidade de sedação ➔ Coproparasitológico negativo ➔ Dirofilariose negativo ➔ Resultados negativos nos exames para detecção de doenças Infecciosas transmissíveis (FIV/FELV, citauxzoonose e Mycoplasma) ➔ Em certas regiões, negativo para anaplasmose, erliquiose e neorriquetiose Equinos ➔ Normalmente por punção jugular ➔ Cavalos adultos podem doar com segurança 6 a 8 ℓ de sangue ➔ Sangue total pode ser coletado a cada 2 a 4 semanas ➔ O plasma pode ser coletado toda semana com os eritrócitos Transfundidos ao doador ➔ Resultados negativos para anemia infecciosa equina e apresentar valores normais de VG e de concentração de proteínas totais ➔ Preferencialmente machos (possibilidade menor de ter sido sensibilizado anteriormente) ➔ Prova de reação cruzada (minimizar reações adversas) Bovinos ➔ Normalmente por punção jugular ➔ Bovinos podem doar de 8 a 14 mℓ de sangue/kg de peso corpóreo ➔ Muito difícil conseguir uma transfusão compatível para bovinos ➔ Resultados negativos para doenças infecciosas Exóticos FURÕES ➔ Preferencia: machos, grandes e vacinados ➔ Antes da transfusão, verificar VG (volume globular / hematócrito) do doador ➔ Concentração de proteínas normais ➔ Resultados negativos para o vírus da doença aleutiana do vison (ou plasmocitose) ➔ Ser triados quanto à presença de microfilárias ➔ Podem doar um total de 6 a 10 mℓ de sangue, dependendo do peso corpóreo. AVES E RÉPTEIS DE ESTIMAÇÃO ➔ Tipagem sanguínea indisponível ➔ Doador saudável da mesma espécie ➔ Negativo para clamidiose ➔ Negativo para doenças de bico e penas de psitacídeos ➔ Negativo para polioma vírus Anticoagulantes CPDA-1: citrato, fosfato, dextrose e adenina ➔ Melhor opção ➔ Permite o armazenamento do sangue por aproximadamente 35 dias ACD: ácido, citrato e dextrose ➔ Permite o armazenamento do sangue por 21 dias Tanto o CPDA-1 quanto o ACD ➔ 1 mLdo anticoagulante para cada 7 mL de sangue. ➔ Sangue refrigerado em bolsas plásticas de coletas. ➔ A heparina não é recomendada para a coleta de sangue, pois ativa plaquetas. No entanto, caso seja empregada, o sangue deve ser utilizado imediatamente. ➔ Em caso de aves, o sangue coletado deve ser usado imediatamente. Transfusão sanguínea: administração ➔ Coleta asséptica ➔ Uma alíquota da bolsa deve ser armazenada para testes em caso de suspeita de transmissão de doença pela transfusão. ➔ O sangue deve ser filtrado antes ou durante a transfusão (ausência de coágulos). ➔ Filtro em linha para aves, répteis e pequenos mamíferos. ➔ Para evitar a hipotermia, o sangue deve ser aquecido até 37°C. ➔ > 37°C – lise das hemácias e inativação dos fatores de coagulação. ➔ A aplicação rápida e excessiva (sobrecarga circulatória e em insuficiência cardíaca). ➔ Administração intravenosa 10 mℓ/kg/h. ➔ Iniciar lento e aumentar gradualmente Exceções ➔ Hipovolêmicos - infusão de até 20 mℓ/kg/h. ➔ Cardiopatas, renais ou hepatopatas e bezerros deitados - 1 mℓ/kg/h. ➔ Espécies exóticas – Taxas iniciais de infusão mais lentas de 0,5 mℓ/kg. Sangue administrado muito rapidamente ➔ salivação ➔ vômito ➔ fasciculações musculares ➔ A transfusão deve ser concluída em até 4h (evitar contaminação). ➔ A quantidade a ser transfundida varia de acordo com o peso corpóreo do receptor, o volume de sangue estimado, o VG do receptor e do doador e com o objetivo da terapia. DICA: ➔ 10 a 15 mℓ de papa de eritrócitos ou 20 mℓ de sangue total aumentam o VG em 10%. ➔ Em equinos demonstrou que 15 mℓ/kg de sangue total e 8 a 10 mℓ/kg de papa de eritrócitos resultaram em aumento de 4%. ➔ São descritos cálculos mais específicos para bovinos que dependem da indicação da transfusão; para choque hemorrágico, o volume, em regra geral, é de 7 ℓ de sangue total para um animal de 600 kg. ➔ Em cães e gatos, os casos de trombocitopenia nos quais se utiliza sangue total fresco para o tratamento, a regra geral é administrar 10 mℓ/kg para aumentar a contagem plaquetária do receptor em um máximo de cerca de 10.000/µℓ. Vida útil das hemácias (eritrócitos) Cães: a meia-vida dos eritrócitos em caso de compatibilidade sanguínea é em torno de 21 dias. Gatos: esse período varia entre 30 e 38 dias. Equinos e bovinos: o tempo de sobrevivência dos eritrócitos em transfusões compatíveis é de apenas 2 a 4 dias. Aves: a transfusão homóloga em aves resulta em meia-vida mais longa de eritrócitos transfundidos (aproximadamente 8,5 dias) quando comparada à transfusão heteróloga (4,5 dias). Sangue total e Hemocomponentes Tipos de Bolsas Sangue fresco ➔ Até 8 horas ➔ Hemácias ➔ Todos os fatores de coagulação ➔ Proteínas plasmáticas ➔ Plaquetas Sangue total estocado ➔ 21 a 35 dias ➔ Hemácias ➔ Proteínas plasmáticas ➔ Fatores de coagulação estáveis Plasma fresco congelado ➔ 30 graus ➔ Processado até 8 horas após a coleta ➔ Validade de até 1 ano ➔ Proteínas plasmáticas ➔ Todos os fatores de coagulação ➔ Fatores de Von Willebrand ➔ Imunoglobulinas Concentrado de hemácias ➔ 28 a 35 dias ➔ Hct de 70 a 80% ➔ Ressuspensão em solução salina ➔ Em pacientes com encefalopatia: não usar após 14 dias Transfusão sanguínea: Indicações ➔ Perdas agudas de sangue/ hemorragias – Sangue Total (ST) ➔ Hemólise – Concentrado de hemácias (CH) ➔ Eritropoiese ineficiente – Concentrado de hemácias (CH) ➔ Hipoproteinemia – Plasma fresco (PF) em grande volume ➔ Trombocitopenia – Concentrado de plaquetas (CP) ➔ Distúrbios de coagulação – Sangue total (ST) ou plasma fresco (PF) Reações Transfusionais e sequelas ➔ Hemólise intravascular aguda com hemoglobinemia e hemoglobinúria ➔ CID ➔ Hipotensão e choque, secundários a liberação de substâncias vasoativas ➔ IRA (Insuficiência renal aguda) ➔ Óbito 1) O receptor apresenta anticorpos pré-existentes contra antígenos eritrocitários transfundidos ★ A transfusão deverá ser interrompida e NÃO retomada; fluidoterapia, avaliação da produção urinária, oxigenoterapia, vasopressores, corticoides. 2) Reações alérgicas (tipo 1) ★ Urticária, eritema e prurido. ★ Anafilaxia e choque anafilático: hipotensão, taquicardia, vômitos, diarreia e broncoconstrição ★ Fluidoterapia, prometazina, oxigenoterapia, corticoide. ★ A transfusão deverá ser interrompida e NÃO retomada. 3) Reação transfusional febril não hemolítica ★ É a reação transfusional mais comum relatada em medicina veterinária. ★ O paciente apresenta elevação de um grau na temperatura corporal durante, ou logo após a transfusão. ★ Interrupção da transfusão, antipiréticos, AINEs. 4) Sepse associada à transfusão ★ Causa mais comum de mortalidade em transfusões humanas. ★ Hemoculturas 5) Embolismo por ar/coágulos ★ Equipo próprio de transfusão com filtro; é sempre necessário preencher o sistema antes de fazer a acoplagem no cateter do paciente. 6) Sobrecarga de volume ★ Grandes volumes, nefropatas, cardiopatas Tipagem sanguínea ➔ Os cartões de tipagem sanguínea contém anti soro liofilizado em poços de reação designados. ➔ Os cartões para cães incluem poços de controle positivos e negativos e os de gato incluem ainda um poço para autocontrole. ➔ São misturadas uma gota de diluente com uma gota de sangue total em cada poço de reação do cartão, homogeneizadas e então observadas macroscopicamente quanto à formação de aglutinação. Transfusão sanguínea: Cálculo mL sangue = peso receptor x 90 cão ou 70 gato x (Ht desejado - Ht receptor)/ Ht doador Sendo que: mL sangue = volume de sangue necessário para transfusão 90 = constante para pacientes caninos 70 = constante para pacientes felinos Ht = número de eritrócitos
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