Buscar

Doenças benignas dos ovários

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DOENÇAS BENIGNAS DOS OVÁRIOS 
ANATOMIA, HISTOLOGIA E FISIOLOGIA 
▪ Os ovários são estruturas intraperitoneais, sólidas, 
de cor branca rósea, que apresentam superfície lisa 
até a puberdade, tornando-se rugosa à medida que 
as ovulações acontecem 
▪ Menopausa: enrugados 
▪ Mulher nulípara: ocupam a fossa ovárica (fossa de 
Waldeyer) que corresponde a uma fossa peritoneal 
de formato triangular, limitada pela artéria ilíaca 
interna, pelo ureter e pela inserção do ligamento 
largo na parede lateral da cavidade pélvica 
− Se situa graças à suspensão dos ligamentos 
suspensor do ovário (ligamento infundíbulo 
pélvico), ligamento próprio do ovário (útero-
ovárico) e ligamento de coadaptação (fixa a 
extremidade tubária do ovário ao infundíbulo 
da tuba uterina, assegurando o contato entre 
eles) 
▪ Após o parto: posição se altera em função do 
estiramento ligamentar produzido pela gravidez 
− Os ligamentos tornam-se mais longos e 
frouxos, o que justifica seu posicionamento 
mais baixo na cavidade pélvica 
3 REGIÕES 
▪ Córtex: camada externa que contém o epitélio 
germinal que origina os folículos 
− Folículos ovarianos em diferentes estágios de 
desenvolvimento 
▪ Medula: camada central constituída por estroma 
de tecido conjuntivo frouxo com maior número de 
fibras elásticas, algumas fibras musculares lisas e 
considerável quantidade de vasos espiralados 
(principalmente veias) → aspecto cavernoso 
▪ Hilo (rete ovarii): região da zona de união do 
ovário ao mesovário, através da qual se inserem as 
fibras nervosas e os vasos sanguíneos 
− Mesovário: folheto duplo de peritônio que 
envolve os ovários por onde transitam os 
vasos e nervos ovarianos 
VASCULARIZAÇÃO 
▪ Arterial: 
− Artérias ovarianas: ramos da aorta abdominal 
que transitam pelos ligamentos infundíbulo-
pélvicos e chegam pelo mesovário nos ovários 
− Ramos ovarianos da artéria uterina 
▪ Venosa: plexo pampiniforme → veias gonadais 
(ovarianas) → veia cava inferior, à direita, e veia 
renal, à esquerda 
▪ Linfático: partem do mesênquima pelo hilo e 
acompanham a vascularização arterial para atingir 
os linfonodos aórticos e pré-aórticos 
GLÂNDULA 
▪ O ovário é uma glândula com funções 
gametogênicas e endócrinas, que são reguladas 
através do eixo hipotálamo-hipófise-ovário 
▪ Estímulos: se iniciam nos neurônios hipotalâmicos 
do núcleo arqueado → síntese e secreção pulsátil 
do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) 
→ regula a síntese e liberação das gonadotrofinas 
(FSH e LH) → viajam pela circulação sistêmica para 
se ligarem aos seus receptores específicos nas 
gônadas femininas → no ovário: 
− FSH: induz a maturação folicular bem como a 
síntese de estrogênios e progesterona 
− LH: estimula a secreção de andrógenos e a 
luteinização dos folículos pós-ovulatórios 
▪ Funcionalmente dividido em dois compartimentos 
que interagem entre si nas diversas etapas da 
maturação folicular: 
− Intersticial: formado por células do estroma e 
da teca externa 
− Folicular: contém o oócito, as células da 
granulosa e as células da teca interna 
▪ De acordo com sua organização estrutural, 
definem-se 5 fases de desenvolvimento folicular: 
− Folículos Primordiais 
− Folículos Primários 
− Folículos Secundários 
− Folículos Terciários 
− Folículos de Graff (folículo pré-ovulatório) 
▪ Após ovulação: estrutura folicular evolui até a 
formação do corpo lúteo, considerada a fase final 
de maturação do folículo 
 
FISIOLOGIA BÁSICA 
▪ Responsáveis pela gametogênese e produção 
hormonal cíclica fundamental para manutenção da 
função reprodutiva 
▪ Hormônios ovarianos: importantes funções no 
aparelho reprodutor feminino, assim como em 
outros órgãos (coração, cérebro e tecido ósseo) 
▪ Liberação de apenas um oócito maduro, formação 
do corpo lúteo e posterior luteólise (se não houver 
gravidez) pressupõe o crescimento e regeneração 
de estruturas intraovarianas: torna os ovários 
suscetíveis a inúmeras alterações estruturais e 
funcionais 
INTRODUÇÃO 
▪ As doenças benignas dos ovários incluem uma 
variedade de entidades 
▪ A diversidade histológica dos ovários, compostos 
por três tecidos de origem embriológica distinta, 
dificulta a identificação de fatores de risco para as 
doenças benignas do ovário 
FATORES DE RISCO 
▪ Os principais fatores de risco relacionados à 
neoplasia de ovário é a história familiar de 
neoplasia de mama ou ovário, presença de 
mutações dos genes BRCA1 e/ou BRCA2, bem 
como a neoplasia de cólon hereditária não 
polipoide (síndrome de Lynch) 
▪ Também são fatores de risco a endometriose (pelo 
seu estado inflamatório crônico e infertilidade 
associada), a obesidade, o tabagismo, a 
nuliparidade, a terapia de reposição hormonal e a 
idade (com maior risco nos casos de massas ou 
tumores anexiais encontrados na pré-menarca e 
pós-menopausa) 
CLASSIFICAÇÃO 
▪ Tumores ovarianos podem corresponder a cistos 
funcionais (não neoplásicos), cistos proliferativos 
(neoplásicos), tumores sólidos benignos, tumores 
funcionantes e tumores limítrofes 
 
EPIDEMIOLOGIA 
▪ Ocorrência das doenças benignas em mulheres de 
todas as faixas etárias, com diferenças na etiologia 
e no manejo terapêutico 
− Infância e adolescência: predominam os 
tumores originados das células germinativas 
− Menacme: as alterações mais frequentes 
incluem os cistos funcionais do ovário, os 
endometriomas e os tumores epiteliais do 
ovário, como o cistoadenoma seroso e o 
cistoadenoma mucinoso 
− Pós-menopausa: os tumores benignos são 
menos comuns e aumenta a incidência de 
malignidade 
 
TUMORES OVARIANOS BENIGNOS NA INFÂNCIA (PRÉ-
MENARCA) 
▪ Cistos funcionais 
▪ Diagnosticados desde o nascimento 
▪ São os tumores ovarianos benignos mais comuns 
na infância, apesar de serem bem mais frequentes 
em adolescentes entre os 12 e 14 anos 
▪ Em tumores sólidos, multilobulados e de 
dimensões mais amplas: abordagem cirúrgica 
▪ Nessa faixa etária, o ovário apresenta maior 
mobilidade anatômica, propiciando torções e lesão 
definitiva por isquemia e necrose 
TUMORES OVARIANOS BENIGNOS NA ADOLESCÊNCIA 
(PÓS-MENARCA) 
▪ Aumento das gonadotrofinas pode gerar cistos 
ovarianos funcionais 
▪ Cistos simples, de pequenas dimensões: podem ser 
acompanhados clinicamente 
▪ Tumores complexos: avaliação cirúrgica deve ser 
sempre considerada 
▪ De um modo geral, devem ser tratados como 
doenças benignas, pois na maioria das vezes 
resolvem-se espontaneamente após a 
menstruação 
▪ A opção cirúrgica deve ser considerada apenas 
após novo USG que mostre persistência da massa 
▪ Diagnóstico diferencial: doenças pélvicas de 
origem infecciosa, como abscesso tubo-ovariano, e 
a gravidez ectópica 
TUMORES OVARIANOS BENIGNOS NO PERÍODO 
REPRODUTIVO (MENACME) 
▪ No menacme: maioria das massas ovarianas é 
benigna (80%) e aproximadamente 2/3 delas 
ocorrem em mulheres entre 20 e 44 anos 
▪ Maioria não produz sintomas ou apresenta 
sintomas inespecíficos (dor abdominal, sintomas 
urinários e/ou gastrointestinais) 
− Em caso de tumores produtores de hormônios 
(funcionantes), sinais como sangramento 
genital podem estar presentes 
TUMORES OVARIANOS BENIGNOS NA GESTAÇÃO 
▪ Prevalência de 4,9-6,1% de massas anexiais no 
ultrassom de primeiro trimestre 
− Regressão espontânea em 71-89% 
▪ Em pacientes submetidas a cirurgia durante a 
gestação, 95-99% tiveram diagnóstico 
anatomopatológico benigno 
▪ Entre os diagnósticos, estão os cistos ovarianos, 
sendo cisto folicular o mais comum, causado pela 
falha de regressão de um cisto funcional, 
decorrente das alterações hormonais da gravidez 
TUMORES OVARIANOS BENIGNOS NA PRÉ-
MENOPAUSA 
▪ Mulheres na pré-menopausa têm grande 
proporção de lesões benignas, com menor 
proporção de lesões malignas, de 5-10% 
▪ Entre os principais diagnósticos benignos, estão os 
cistos funcionais ovarianos, endometrioma, 
teratomas maduros (cisto dermoide), corpo lúteo,leiomioma, torção ovariana, doença inflamatória 
pélvica, abscesso tubo-ovariano e síndrome dos 
ovários policísticos 
TUMORES OVARIANOS BENIGNOS NA PÓS-
MENOPAUSA 
▪ Incidência de malignidade: aumenta com a idade 
▪ Na pós-menopausa: ovários tornam-se mais 
difíceis de serem visualizados ao USG-TV ou 
palpados em exame clínico de rotina devido a sua 
atrofia 
− Aprox. 3-5% das pacientes nesta fase terão 
uma massa anexial confirmada por USG 
− Em se tratando de tumor maligno, 60-70% são 
diagnosticados nos estádios mais avançados 
(estádios III e IV) 
▪ A frequência de malignidade aumenta de 0,3% em 
tumores císticos uniloculares para 36% em 
tumores sólidos multiloculares e para até 39% em 
tumores sólidos primários 
▪ Nas mulheres na pós-menopausa, 8% a 17% 
podem apresentar massas anexiais, sendo lesões 
suspeitas em 36% a 59% delas 
− O teratoma maduro, também denominado 
cisto dermoide, é o mais prevalente 
▪ Prevalência de massas complexas ovarianas: 3,2% 
− 55% terá resolução espontânea em até 60 dias 
▪ Diagnósticos diferenciais: causas benignas como 
endometriomas, cistos hemorrágicos, teratomas, 
abscesso tubo-ovariano e linfoceles. Cânceres 
primários de ovário dos tipos epiteliais, células 
germinativas e estromais, bem como metastáticos 
(mama, trato gastrointestinal, útero/colo uterino e 
tubas), também podem se apresentar como 
massas ovarianas complexas nessa faixa etária 
▪ Massas sólidas ovarianas nessa faixa etária devem 
ser investigadas. A maioria é composta de tumores 
benignos como fibromas, leiomiomas, tecomas, 
fibrotecomas, tumores de Brenner benignos e 
teratomas 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS TUMORES 
OVARIANOS BENIGNOS 
CISTOS FUNCIONAIS E OUTROS TUMORES NÃO 
NEOPLÁSICOS 
▪ Cistos foliculares, cistos lúteos, cistos 
tecaluteínicos, endometriomas, abscessos tubo-
ovarianos e ovários policísticos 
CISTOS FUNCIONAIS 
CISTO FOLICULAR 
▪ É o cisto funcional mais comum 
▪ Definição: cisto simples que possui mais que 3 cm 
− Normalmente, apresenta menos que 8 cm no 
maior diâmetro 
▪ Origem: folículo estimulado pelas gonadotrofinas 
hipofisárias → não se rompeu durante o ciclo 
menstrual → cisto folicular 
▪ Dependem da estimulação cíclica dos ovários, por 
isso mais frequentes nas pacientes que menstruam 
e mais raros em menopausadas 
▪ Cistos foliculares isolados podem surgir na infância 
e a secreção de gonadotrofinas maternas pode 
ocasionalmente levar ao surgimento de cistos no 
período fetal 
▪ Habitualmente são achados incidentais 
▪ Podem romper ou torcer o ovário, causando dor 
abdominal e sinais peritoneais 
▪ Tratamento: normalmente, se resolvem em 4 a 8 
semanas com conduta expectante 
− Para cistos de 8 cm: o período para regressão 
completa pode ser de até três meses 
− A taxa de regressão para cistos maiores de 8 
cm continua indeterminada, embora se 
recomende um período de observação antes 
de se decidir pela cirurgia 
CISTO DO CORPO LÚTEO OU LUTEÍNICO 
▪ Menos comuns que os cistos foliculares 
▪ Origem: hemorragia excessiva na cavidade 
folicular → corpo amarelo se trona cístico 
− Pode ainda ser causado por: estímulo 
excessivo do LH → acúmulo anormal de 
líquido cístico 
▪ Evolução natural semelhante à do cisto folicular, 
apresentando regressão espontânea na maior 
parte dos casos 
▪ Cistos não rotos: podem causar dor (sangramento 
para a cavidade fechada do cisto) e sintomas 
semelhantes ao da torção anexial 
− Sinais e sintomas da torção anexial: náuseas e 
vômitos, início da dor abdominal muitas vezes 
coincide com levantamento de peso, exercício 
ou relação sexual, dor que piora com atividade 
física e com mudança de posição, pequena 
elevação da temperatura e leucocitose, 
presença de grande massa pélvica ao exame 
físico (sinal mais importante) 
▪ Rotura e consequente hemorragia são mais 
comuns devido à vascularização de sua parede 
− Sinais de rotura e hemorragia: 
hipersensibilidade bilateral ao exame pélvico, 
sendo que o risco de rotura é maior nas 
pacientes usuárias de anticoagulantes 
− Rotura é mais comum do lado direito 
− Geralmente, acontece entre o 20-26º dia do 
ciclo e pode ocorrer durante o coito 
− Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com 
gravidez ectópica devido à dor pélvica que 
ocorre em ambas as situações 
− Conduta conservadora: caso de estabilidade 
hemodinâmica 
− Abordagem cirúrgica: caso de hemoperitônio 
importante (a preservação do ovário 
acometido deve ser incentivada) 
CISTO TECALUTEÍNICO 
▪ Cistos funcional menos comum 
▪ Normalmente são bilaterais e incidem na gravidez, 
especialmente nas gestações molares (1/4 das 
gestações molares e 10% dos coriocarcinomas) 
▪ Podem se associar a gestações múltiplas, gestações 
molares, coriocarcinoma, diabetes, sensibilização 
Rh, uso de citrato de clomifeno, indução da 
ovulação por gonadotrofina da menopausa 
humana ou por gonadotrofina coriônica humana e 
uso de análogos do GnRH 
▪ São multicísticos 
▪ Podem atingir grandes dimensões: até 30 cm 
▪ Tendem a regredir espontaneamente 
TUMORES PROLIFERATIVOS (NEOPLÁSICOS) 
TUMORES EPITELIAIS 
▪ É o tipo mais comum, correspondem a cerca de 
90% dos casos 
▪ O pico de incidência ocorre entre 20 e 40 anos de 
idade 
▪ São numericamente os mais importantes 
▪ O epitélio de revestimento vem do revestimento 
mesotelial da cavidade celômica 
▪ Matriz composta por tecido conjuntivo 
(sustentação) e o estroma ovariano 
(potencialmente funcionante, com capacidade de 
alterar o estado hormonal da paciente) 
▪ Entre os tumores epiteliais benignos, estão os 
cistoadenomas, que podem ser serosos, 
mucinosos ou endometrioides 
− Estão presentes em maior frequência em 
mulheres adultas, mas em crianças e 
adolescentes são encontrados em 10-28% dos 
tumores ovarianos 
Classificação de acordo com os seguintes parâmetros: 
▪ Tipo de célula de revestimento: serosos, 
mucinosos 
▪ Padrão de crescimento: císticos, sólidos 
▪ Quantidade de estroma 
▪ Atipia e invasão: benignos, “boderline” e malignos 
CISTOADENOMA SEROSO: 
▪ Os tumores epiteliais serosos originam-se do 
epitélio superficial do ovário 
▪ Representam 15 a 25% dos tumores benignos 
▪ Bilaterais em 7 a 12% dos casos 
▪ Faixa etária mais incidente: entre 20 e 50 anos 
(febrasgo: >60 anos) 
▪ Frequentemente multiloculares, raramente com 
septações grosseiras, podendo apresentar 
projeções papilares e calcificações e, ao corte, 
mostram conteúdo claro ou acastanhado. 
▪ Possuem consistência firme, base larga e coloração 
pálida medindo de 15-20cm, raramente atingindo 
maiores dimensões. 
▪ Corpos de Psammoma: áreas de granulações 
calcificadas → podem estar presentes espalhados 
pelo tumor e podem ser identificados pelo raio X. 
▪ Geralmente assintomáticos (paciente pode referir 
desconforto pélvico, inchaço abdominal e 
apresentar ascite) e detectados em exames 
pélvicos de rotina ou à USG. 
Conduta terapêutica 
▪ Depende da idade e da paridade. 
▪ Tratamento definitivo: cirurgia, mas a preservação 
ovariana deve ser incentivada em pacientes sem 
definição reprodutiva, tomando o cuidado de 
retirar o tumor da cavidade sem o rompimento de 
sua cápsula. 
▪ Em caso de suspeita de malignidade: exame 
histológico por congelação no perioperatório, 
embora estes tumores não se prestem bem a essa 
avaliação. 
▪ Estudo em parafina para firmar a ausência de 
invasão estromal: sempre indicado. 
▪ Aprox. 20% dos cistoadenomas serosos são 
malignos e 5-10% dos tumores epiteliais são 
limítrofes. 
CISTOADENOMA MUCINOSO: 
▪ Representam 15% dos tumores benignos. 
▪ Bilaterais em 5 a 7% dos casos. 
▪ Geralmente, mais volumosos que os tumores 
serosos, constituindo os grandes tumores 
abdominais, chegando até a 50 cm de diâmetro 
▪ Faixa etária mais incidente: entre 30 e 40 anos 
▪ Geralmente multilobulados, císticos, de conteúdo 
mucoide e acastanhados ao corte 
▪ Complicação: pseudomixomaperitoneal 
(secreção exacerbada de material mucinoso e 
gelatinoso, levando à formação de ascite, a qual 
recidiva com frequência após o tratamento 
cirúrgico) 
▪ Mais comum nos carcinomas mucinosos, podendo 
também ser secundária à mucocele do apêndice e 
ao carcinoma bem diferenciado do cólon. 
Conduta terapêutica 
▪ O tratamento é cirúrgico. 
▪ A extensão da cirurgia depende da idade da 
paciente e das pretensões reprodutivas. 
▪ Desejo de engravidar: conduta pode ser 
conservadora, mas, logo que possível, é mais 
prudente realizar a ooforectomia. 
▪ Pacientes pós-menopausa: histerectomia total 
abdominal e salpingoforectomia bilateral 
TUMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS 
TERATOMA CÍSTICO BENIGNO OU TERATOMA 
CÍSTICO MADURO OU CISTO DERMOIDE 
▪ Representam 10-15% de todos os tumores 
ovarianos 
▪ São normalmente unilaterais 
▪ Bilaterais em 10-12% dos casos 
▪ Risco de se tornar maligno: raro (1%) e maior na 
pós-menopausa 
− A neoplasia maligna mais comum que se 
desenvolve é o carcinoma de células 
escamosas 
▪ Composto de combinações variadas de elementos 
ectodérmicos, mesodérmicos e endodérmicos, ou 
seja, apresentam células bem diferenciadas de 
todos os três folhetos embrionários 
▪ Caracteristicamente, há cistos uniloculares 
contendo folículos pilosos e um material de 
consistência sebácea 
▪ Também podem ser encontrados cartilagem, osso, 
dentes, áreas de calcificação e tecido tireoidiano 
▪ Faixa etária mais incidente: menacme (idade 
reprodutiva), com pico maior aos 30 anos 
(febrasgo: 0-25 anos) 
− Febrasgo: os teratomas maduros consistem 
em 55-70% dos tumores de ovário em crianças 
e podem ser bilaterais em 10% dos casos 
▪ Complicação mais frequente: torção do pedículo 
(3,5% dos casos) 
− Causa: seu elevado conteúdo de gordura 
permite que flutue nas cavidades abdominal e 
pélvica, dando a sensação de mobilidade ao 
exame físico e de localização anterior ao útero 
ocasionalmente 
Conduta terapêutica 
▪ O tratamento de escolha é cirúrgico 
▪ Pacientes sem definição reprodutiva: conservador 
(cistectomia ovariana) com preservação do ovário 
▪ Pacientes com prole constituída: ooforectomia 
▪ Independente da abordagem cirúrgica, cuidado 
para que não ocorra o extravasamento de seu 
conteúdo na pelve 
− Na cirurgia laparoscópica, o ovário é colocado 
dentro de um saco plástico impermeável e 
resistente, cuja boca pode ser fechada 
(endobag). Inicialmente, realiza-se o 
esvaziamento do conteúdo líquido para 
reduzir seu volume e depois se fecha o 
endobag para evitar o extravasamento do 
conteúdo residual do cisto (cabelos, ossos, 
dentes) na retirada da peça 
− Em caso de extravasamento do conteúdo: 
rigorosa limpeza com repetidas lavagens da 
cavidade abdominal para evitar peritonite 
química 
▪ Conduta no cisto dermoide torcido: 
− Se o tecido não sofreu infarto: torção pode ser 
desfeita e realizada cistectomia 
− Se houver necrose: ooforectomia 
TUMORES SÓLIDOS BENIGNOS 
FIBROMA 
▪ Tecomas e fibromas são os tumores estromais 
benignos mais comumente encontrados na 
perimenopausa e pós-menopausa, chegando a 1-
4% dos tumores de ovário nessa faixa etária 
− Em crianças, a incidência é de apenas 1% 
− Podem estar associados à síndrome de Gorlin 
e à síndrome de Meigs 
▪ São os tumores do cordão sexual mais comuns 
▪ Particularmente, derivam das células 
estromáticas da granulosa, mas não apresentam 
atividade hormonal 
▪ Aspecto firme, espiralado, branco na superfície e 
raramente apresenta sinais de degeneração 
▪ Síndrome de Meigs: associação com ascite (10 a 
15%) e hidrotórax (1%) 
− Fisiopatologia: pressão intratorácica negativa 
→ passagem de líquido através do diafragma 
por meio de poros 
− A síndrome se resolve completamente ao se 
retirar o tumor 
TUMOR DE BRENNER: 
▪ Identificado pela sua histopatologia incomum: 
ilhotas de células cuboides claras (ninhos de 
células de Walthard) 
▪ São tumores epiteliais benignos, constituídos por 
epitélio transicional, mas vale salientar que tem 
seus equivalentes malignos e limítrofes 
▪ Raramente ocorre transformação maligna 
▪ Pode estar associado à síndrome de Meigs 
▪ Pode estar associado a um cistoadenoma 
mucinoso, assemelhando-se ao quadro de um 
tumor maligno 
LUTEOMA DA GRAVIDEZ: 
▪ Tumor raro, geralmente sólido, pode ser bilateral e 
levar ao aumento do ovário em até 12cm 
▪ Virilização: associada em 25% dos casos 
− Início no segundo trimestre da gestação 
devido à produção de testosterona (alguns 
autores o chamam de androluteoma) 
− Também pode ocorrer a masculinização de 
um feto do sexo feminino 
▪ A maioria dos casos regride espontaneamente, 
mas o aumento persistente do tumor indica 
cirurgia 
TUMORES FUNCIONANTES 
(TUMORES DO ESTROMA GONÁDICO) 
FEMINILIZANTES 
TECOMAS 
▪ Originam-se do estroma cortical dos ovários 
▪ Geralmente unilaterais e raramente malignos 
▪ Representam 2% dos tumores ovarianos, com 
predomínio na pós-menopausa 
▪ Durante o período reprodutivo, o tumor é raro 
▪ Frequentemente (75% dos casos), produzem 
estrógenos 
▪ Sintomas: correlacionam-se com sua indução 
estrogênica → sangramento genital e hiperplasia 
endometrial na pós-menopausa 
− Na menacme, o seu diagnóstico é mais difícil, 
pois os efeitos estrogênicos produzidos pelo 
tumor se confundem com aqueles 
fisiologicamente encontrados nessa fase 
▪ Tratamento: ooforectomia 
− Pacientes mais idosas: histerectomia com 
salpingectomia bilateral 
VIRILIZANTES 
GONADOBLASTOMAS: 
▪ Tumor misto: constituído por elementos 
germinativos (geralmente representado pelo 
disgerminoma) e elementos do cordão sexual 
(elementos das células da granulosa e de Sertoli) 
▪ Podem produzir androgênios e estrogênios 
▪ Gonadoblastomas são tumores germinativos raros, 
tipicamente benignos, e frequentemente estão 
associados à presença de disgenesia gonadal, 
como a síndrome de Turner e a síndrome de Swyer 
▪ Em até 60% dos casos são observados em 
associação com os tumores de células germinativas 
malignos, sendo o mais comum o disgerminoma 
▪ Diagnóstico: geralmente é feito durante a 
investigação de atraso de desenvolvimento 
puberal e amenorreia primária 
▪ Tratamento: ooforectomia 
▪ Pacientes com disgenesia gonadal e presença de 
cromossoma Y: alto risco para o desenvolvimento 
deste tumor 
− Conduta: gonadectomia 
STRUMA OVARII 
▪ Variante do teratoma cístico maduro 
▪ Predomínio de mais de 50% de tecido tireoidiano 
(20% dos teratomas têm pequenos focos de tecido 
tireoidiano) 
▪ Produção ectópica de hormônios tireoidianos 
▪ Sintomas de tireotoxicose: 5% dos casos 
▪ Baixo potencial de malignidade 
TUMORES LIMÍTROFES 
▪ Também chamados de baixo potencial maligno ou 
borderline 
▪ Respondem por 10 a 15% dos tumores epiteliais 
▪ São um grupo especial de neoplasias cujo 
comportamento biológico e aspecto 
histopatológico os coloca entre os tumores 
benignos e os francamente malignos 
▪ Tendem a permanecer limitados aos ovários por 
longos períodos, com baixo potencial de 
crescimento e invasão → bom prognóstico 
▪ Predominantemente antes da menopausa, em 
mulheres entre 30 e 50 anos, ou seja, mais 
precocemente que os tumores invasivos 
− Idade média fica em torno dos 46 anos 
▪ Cerca de 20 a 25% disseminam-se além do ovário 
▪ São capazes de se metastatizar, porém não 
apresentam invasão estromal 
Critérios de diagnóstico 
▪ Hiperplasia epitelial com pseudoestratificação em 
tufo, cribiforme e micropapilar 
▪ Atipia nuclear e aumento da atividade mitótica 
▪ Grupos celulares isolados 
▪ Ausência de invasão verdadeira do estroma, ou 
seja, sem destruição tecidual 
Tratamento 
▪ Possibilidade de tratamento conservador, 
sobretudo nas pacientes com pretensões 
reprodutivas 
▪ Acompanhamento das pacientes é necessário 
▪ Tratamento adjuvante: permanece controverso 
DIAGNÓSTICO 
▪ Depende da faixa etária e dos sinais e sintomas 
▪ Emboraa avaliação clínica inicial seja fundamental, 
é inegável a contribuição dos métodos de imagem 
e dos marcadores tumorais no diagnóstico e 
tratamento destes tumores 
 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
▪ Aprox. 7% das mulheres na pré e pós-menopausa 
apresentam massas ovarianas que podem ser 
líquidas, sólidas ou mistas 
▪ O risco para câncer de mama em mulheres sem 
predisposição familiar é maior aos 60 anos e gira 
em torno de 1,7% 
− Quando há predisposição familiar, o risco 
relativo aumenta para 4,5% 
▪ O problema clínico no diagnóstico da massa 
ovariana é excluir a malignidade! 
− Quando de início súbito, severo ou de rápida 
progressão, principalmente se associados a 
sintomas consumptivos: considerar a 
possibilidade de tumor maligno de ovário 
▪ O diagnóstico definitivo dos tumores de ovário é 
histopatológico 
Anamnese: 
▪ Investigar os fatores de risco para câncer, idade, 
história reprodutiva e desejo contraceptivo 
▪ Sempre interrogar sobre uso de contraceptivos e 
atraso menstrual para descartar ou confirmar 
gestação (patologias específicas desse período 
reprodutivo: corpo lúteo ovariano, gravidez 
ectópica e aborto tubário) 
 
▪ Diagnóstico diferencial das massas ovarianas: 
considera-se a mulher, o estado menopausal (pré 
ou pós-menopausa), os sintomas, o tamanho da 
massa, os achados ultrassonográficos e os níveis 
dos marcadores 
Idade: 
▪ Cistos na pré-menopausa são comuns e 
usualmente benignos, incluindo os cistos 
funcionais, os endometriomas e os ovários 
policísticos 
▪ O risco de malignidade aumenta com a idade e a 
maioria das massas malignas é diagnosticada na 
pós-menopausa 
Sintomas: 
▪ Nenhum ou poucos sintomas vagos e inespecíficos 
são observados → pode retardar a propedêutica 
▪ Sintomas inespecíficos: sangramento genital, 
aumento do volume abdominal, dor abdominal e 
pélvica 
▪ Apenas 25% das mulheres são diagnosticadas com 
a doença maligna limitada aos ovários 
▪ Outros sintomas: 
− Metrorragia e dismenorreia podem estar 
presentes em quadros de leiomiomas 
− Dispareunia e dismenorreia severa são 
sugestivas de endometriomas 
− Febre e dor à mobilização do colo uterino 
podem indicar abscessos tubo-ovarianos e 
moléstia inflamatória pélvica 
Exame Físico: 
▪ O diagnóstico ocorre pela detecção de um tumor 
anexial assintomático durante o exame pélvico 
rotineiro 
▪ O exame deve ser direcionado para a queixa da 
paciente e pode incluir o exame especular, toque 
vaginal, toque retal e palpação de linfonodos 
▪ Avaliação cardíaca e pulmonar: quando houver 
queixas relacionadas (dispneia ou dor torácica) 
▪ Exame clínico da pelve bimanual = baixa acurácia 
em assintomáticas e não é adequado para avaliar 
as dimensões ou outras características ovarianas, 
principalmente pós-menopausa, obesas ou útero 
aumentado de volume 
▪ Massa pélvica constatada no exame físico = USG 
ULTRASSONOGRAFIA (USG) 
▪ Exame fundamental na avaliação das massas 
ovarianas e no diagnóstico diferencial com outras 
afecções ginecológicas e não ginecológicas 
▪ Diferencia massa cística de sólida 
▪ Identifica padrões ultrassonográficos 
característicos de cada tumor 
▪ Limitações: examinador-dependente e a presença 
de grande variedade de características 
ultrassonográficas tanto nos tumores benignos 
quanto nos malignos 
▪ Deve ser realizada, preferencialmente, pela via 
vaginal, podendo ser complementada pela via 
abdominal → visualização de ambos os ovários 
com maior precisão diagnóstica, sobretudo em 
mulheres menopausadas e também na presença 
de grandes massas pélvicas 
▪ A diferenciação entre os cistos funcionais e cistos 
neoplásicos na pré-menopausa pode ser 
dificultada pelas mudanças cíclicas causadas pela 
ovulação 
− Risco de malignidade: pré-menopausa <1% e, 
pós-menopausa pode chegar até 10% 
 
 
 
 
 
Critérios morfológicos ultrassonográficos 
 
Critérios da European International Ovarian Tumor 
Analysis (IOTA): classifica os achados de imagem em 
provavelmente benignos, provavelmente malignos e 
indeterminados 
Características ultrassonográficas suspeitas de 
malignidade: 
▪ Presença de componente sólido, 
▪ Cistos multiloculados, 
▪ Aumento da espessura da cápsula, 
▪ Diâmetro > 8-10 cm apresentam risco elevado de 
malignidade (Febrasgo diz > 6cm) 
▪ Presença de septo grosseiro, 
▪ Projeções papilares: principalmente se mais de 4 
ou se envolverem mais de 50% da parede interna 
do cisto 
▪ Ascite 
▪ Diminuição no fluxo ao Doppler 
▪ Bilateralidade à USG aumenta em 3x o risco 
 
Dicas Importantes 
▪ Geralmente, cistos funcionais são pequenos (5 cm 
ou menos), uniloculares e com paredes internas 
lisas, enquanto os cistos neoplásicos são maiores 
(>5 cm), multiloculares, contêm áreas sólidas e 
possuem irregularidades na parede interna 
▪ Cistos uniloculares de todos os tamanhos 
geralmente são benignos 
− Apenas 2% dos uniloculares >10 cm são 
histologicamente malignos 
▪ Cistos malignos têm septos grossos, paredes 
internas irregulares, margens pouco definidas e 
podem se associar com ascite (aumenta em 4x a 
possibilidade de malignidade em mulheres na pré-
menopausa e em 8x na pós-menopausa) 
▪ Massas multilobulares são mais frequentemente 
malignas (8%) que as unilobulares (0,3%) tanto em 
mulheres na pré quanto na pós-menopausa 
▪ Tumores com partes sólidas, semissólidas ou 
mistas são frequentemente malignos 
− Componentes sólidos internos: achado mais 
constante nas lesões malignas 
− Tumores totalmente sólidos são raros e 
representam apenas 16% de todos os tumores 
malignos 
DOPPLERFLUXOMETRIA COLORIDA 
▪ O método deve ser avaliado conjuntamente com 
aspectos clínicos da paciente, aspectos 
ultrassonográficos do tumor e marcadores 
tumorais 
▪ Na triagem pré-operatória do câncer de ovário, a 
Dopplerfluxometria colorida aprimora a USG e 
reduz seu falso-positivo de 3,3% para 0,5% 
▪ Útil no diagnóstico diferencial entre lesões 
benignas e malignas 
▪ O princípio de sua aplicação ancora-se no fato de 
que se observa neoangiogênese nos tumores 
malignos → proliferação de vasos desprovidos de 
músculo liso, apresentando, portanto, baixa 
resistência ao fluxo vascular 
▪ A neovascularização tem valor especial quando 
presente nos septos dos tumores císticos, 
acertando o diagnóstico em 98% dos casos 
▪ As lesões malignas normalmente apresentam 
baixo índice de pulsatilidade (IP < 1,0) e baixo 
índice de resistência (IR < 0,40) 
▪ Massas inflamatórias e os cistos de corpo lúteo 
podem mimetizar uma massa suspeita de 
malignidade, pois podem apresentar índices de 
baixa resistência à Dopplerfluxometria → alta taxa 
de falso-positivos quando esse procedimento é 
usado isoladamente 
Ressonância Magnética (RM) e Tomografia 
Computadorizada (TC) 
▪ Reduzida contribuição de ambos os exames de 
imagem no diagnóstico da natureza do tumor 
anexial, quando comparadas com a USG 
▪ USG tem sensibilidade e acuidade mais alta no 
diagnóstico de tumores ovarianos do que a RM 
RM: 
▪ Alternativa na avaliação das massas anexiais, 
principalmente em gestantes, adolescentes e 
mulheres virgens 
▪ Avaliação de teratomas císticos benignos com 
imagens atípicas à USG (semelhança sonográfica 
com o conteúdo intestinal) 
▪ Avaliação de coágulos que mimetizam massas 
sólidas na USTV e massas sólidas como 
fibrotecomas e fibromas ovarianos 
▪ RM + USTV = aumento da sensibilidade em lesões 
malignas e da especificidade em lesões benignas 
 
EXAMES LABORATORIAIS 
▪ BhCG: descartar gestação na menacme e doenças 
relacionadas a ela 
▪ Hemograma completo: pode evidenciar 
leucocitose, sugerindo doenças infecciosas como 
moléstia inflamatória pélvica e abscesso tubo-
ovariano 
MARCADORES TUMORAIS 
▪ Utilizados em conjunto com o exame pélvico, 
achados ultrassonográficos e Dopplerfluxometria 
Antígeno Cancerígeno (CA) 125: 
▪ Marcador tumoral mais sensível para os tumores 
epiteliais,especialmente os serosos 
▪ Simples dosagem do CA 125 não é útil na distinção 
de uma massa pélvica benigna ou maligna → valor 
preditivo positivo baixo (10%) 
▪ Pode estar aumentado (> 35 mUI/ml) em 1% das 
pessoas sadias, 6% das mulheres com doença 
benigna, 28% em mulheres com doenças malignas 
não ginecológicas e 82% das pacientes com câncer 
ovariano epitelial (porém, nas pacientes em 
estádios iniciais, seus níveis séricos podem ser 
normais) 
▪ Baixa especificidade justificada especialmente 
pelos tumores anexiais inflamatórios e 
endometriomas que elevam seus níveis 
▪ Etiologias benignas e malignas podem causar o seu 
aumento, por exemplo, endometriose, câncer de 
pulmão, câncer de mama e tuberculose 
▪ Pós-menopausa: sensibilidade e especificidade 
aumentam em relação ao período do menacme 
Outros marcadores 
▪ Tumores epiteliais ovarianos podem secretar CA-
19-9, CA-125 e CEA 
▪ Tumores de células de Leydig-Sertoli secretam 
andrógenos promovendo hirsutismo, 
clitoromegalia e amenorreia 
▪ Tumores de células granulosas podem produzir 
estradiol, causando amenorreia e puberdade 
precoce 
▪ Tumores de células germinativas podem ter 
elevação da concentração de BhCG, DHL, 
alfafetoproteína 
▪ Os teratomas císticos benignos normalmente não 
secretam marcadores tumorais 
PUNÇÃO ASPIRATIVA E ANÁLISE CITOLÓGICA 
▪ Não devem ser usadas para fins diagnósticos 
▪ No líquido ovariano, a citologia não apresenta 
sensibilidade confiável 
▪ O derramamento das células durante a punção 
pode aumentar o estadiamento, no caso de um 
câncer ovariano 
ABORDAGEM TERAPÊUTICA 
▪ Fatores importantes na definição da conduta: 
idade da paciente, aspecto ultrassonográfico do 
tumor e presença de complicações 
▪ A escolha da via operatória (abdominal ou 
videolaparoscópica): baseada na presunção da 
origem da massa, idade da paciente, etiologia do 
tumor, manutenção ou não da fertilidade, 
avaliação criteriosa dos exames complementares e 
na habilidade do cirurgião 
▪ Objetivo inicial da avaliação das massas anexiais: 
caracterizar e identificar situações de urgência em 
que a resolução imediata se faz necessária, bem 
como o potencial de malignidade do tumor anexial 
(critérios clínicos e exame físico, história familiar, 
exames laboratoriais e exames de imagem) 
▪ A partir dessa caracterização, a conduta 
terapêutica poderá ser estabelecida e poderá 
variar de acordo com o período reprodutivo no 
qual a mulher se encontra 
▪ Na suspeita de malignidade ou quando a 
avaliação inicial é indeterminada: encaminhar ao 
oncoginecologista para avaliação por especialista e 
para determinação da conduta terapêutica 
− O câncer de ovário é extremamente agressivo, 
com mortalidade em cinco anos de 60% 
− O estadiamento ao diagnóstico é o fator mais 
relevante na taxa de sobrevida 
− O estadiamento cirúrgico adequado, a cirurgia 
completa, o uso das terapias adjuvantes 
(quimioterapia e radioterapia): impactam 
diretamente no sucesso 
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA 
▪ Infância (pré-pubere): aprox. 80% das neoplasias 
ovarianas são malignas → diagnóstico correto e 
tratamento adequado são primordiais → 
referenciadas para especialistas em ginecologia 
pediátrica 
▪ Adolescência: os cistos funcionais e os tumores de 
células germinativas são os mais encontrados 
▪ A presença de características de malignidade, 
assim como o tamanho do tumor e o quadro clínico 
da paciente, ditarão as condutas 
▪ Cistos funcionais: conduta expectante com 
acompanhamento → resolução espontânea da 
maioria dos casos e evita intervenções cirúrgicas 
desnecessárias 
▪ Tumores de células germinativas: cistectomia 
simples com preservação do ovário 
− Intervenção cirúrgica imediata: em casos de 
torção anexial, presença de hemorragia intra-
abdominal com instabilidade hemodinâmica e 
suspeita de gravidez ectópica 
− Maioria das vezes: videolaparoscopia → os 
anexos devem ser preservados sempre que 
possível 
 
PRÉ-MENOPAUSA 
▪ Fundamental excluir ou confirmar inicialmente a 
possibilidade de gravidez e, consequentemente, 
do diagnóstico de gravidez ectópica e a presença 
de quadro infeccioso, como o abscesso tubo-
ovariano 
CISTOS FUNCIONAIS 
▪ Nesta fase, muitos cistos são funcionais e regridem 
sem tratamento 
▪ Massas anexiais com características sugestivas de 
cistos funcionais: acompanhadas clinicamente, 
desde que a paciente se apresente assintomática 
▪ Costumam se romper espontaneamente, sem 
maiores repercussões, em período de até três 
ciclos menstruais, independente do uso de 
anovulatórios 
▪ A crença de que o emprego de ACO poderia 
suprimir os cistos não foi confirmada 
− Porém, os ACO, preferencialmente com altas 
doses de estrogênio, são efetivos na redução 
de risco de cistos ovarianos subsequentes 
▪ Cistos sintomáticos: avaliação imediata 
− Massas suspeitas de serem funcionais com 
poucos sintomas: tratamento clínico com 
analgésicos 
− Tratamento cirúrgico: indicado na presença 
de dor intensa, suspeita de torção ou 
malignidade 
Evitado pelo risco potencial de desenvolver 
aderências pélvicas que possam interferir com 
a fertilidade 
MASSAS OVARIANAS BENIGNAS 
▪ A maioria das massas ovarianas é benigna e a 
probabilidade de malignidade é baixa, mas deve 
ser sempre levada em consideração 
▪ A abordagem dependerá da presença de sintomas 
e da suspeita de malignidade 
▪ Tratamento cirúrgico: indicado na presença de dor 
ou lesões suspeitas 
− A via de escolha deve ser videolaparoscópica 
em mãos treinadas e experientes → 
morbidade reduzida e da recuperação rápida 
− Preconiza-se abordagem cirúrgica 
conservadora com preservação do ovário 
acometido, quando possível, principalmente 
em pacientes com pretensões reprodutivas 
 
 
PÓS-MENOPAUSA 
▪ Pacientes com risco mínimo de desenvolver câncer 
de ovário: conduta expectante com 
acompanhamento 
− Cistos uniloculares < 5 cm e níveis normais 
de CA 125: acompanhamento a cada 6 
meses com avaliação do índice morfológico 
(avaliação do volume tumoral, estrutura da 
parede e septações) e dosagens de CA 125 
− A morfologia tumoral e os níveis de CA 125 
se alteram com o passar do tempo: 
seguimento adequado é imprescindível → 
caso não seja possível = tratamento cirúrgico 
▪ Naquelas com risco intermediário e alto: a exérese 
cirúrgica deve ser prontamente realizada 
▪ Tumores ovarianos complexos ou níveis de CA 125 
elevados: cirurgia imediata 
 
 
 
GESTAÇÃO 
▪ Pacientes sintomáticas: cirurgia sempre indicada, 
independentemente da idade gestacional no 
momento do diagnóstico 
▪ Assintomáticas detectadas na gravidez: roteiro de 
abordagem conforme IG no momento do 
diagnóstico

Continue navegando