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MOTIVAÇÃO: FOME, SEDE E TEMPERATURA (Neurociências cap16) 1. FOME: a motivação para comer se dá ao fato da manutenção das reservas energéticas, para que não ocorra falta das mesmas. As reservas energéticas são repostas após a refeição e são armazenadas como glicogênio e triglicerídeos → METABOLISMO ANABÓLICO Durante o período de jejum, as moléculas de glicogênio e triglicerídeos são quebradas, fornecendo energia de forma alternativa a refeição → METABOLISMO CATABÓLICO - Glicogênio: é armazenado no fígado e músculos esqueléticos; - Triglicerídeos: são armazenados no tecido adiposo Leptina: hormônio liberado por adipócitos que contribui na regulação da massa corporal e atua em neurônios do núcleo arqueado do hipotálamo (próximos a base do 3º ventrículo). a) BAIXA CONCENTRAÇÃO DE LEPTINA: liberação de neurotransmissores peptídicos por alfa-MSH e CART. Alfa-MSH: alfa-hormônio estimulador de melanócitos CART: peptídeo cuja transcrição é regulada por cocaína e anfetamina obs.: ambos são denominados peptídeos anoréticos → diminuem o apetite. Fármacos que bloqueiam a ação de tais substâncias aumentam o comportamento alimentar. Respostas desencadeadas pela liberação de alfa-MSH e CART: - Resposta humoral: maior secreção de TSH e ACTH através dos núcleos paraventriculares do hipotálamo, aumentando a taxa metabólica do organismo - Resposta visceromotora: aumenta o tônus simpático, taxa metabólica e temperatura corporal - Resposta somatomotora: diminuição do comportamento alimentar, contribuindo para a sensação de saciedade b) ALTA CONCENTRAÇÃO DE LEPTINA: liberação de neurotransmissores peptídicos NPY e AgRP NPY: neuropeptídeo Y AgRP: peptídeo relacionado ao gene agouti → é antagônico ao alfa-MSH porque ambos se ligam no mesmo receptor com função de ativá-lo ou inibi-lo obs.: ambos são denominados peptídeos orexigênicos → aumentam o apetite. Logo, eles têm ação de inibir a secreção de TSH e ACTH, estimulando o comportamento alimentar c) HIPOTÁLAMO LATERAL: região que atua na motivação do comportamento alimentar e contém o neurotransmissor MCH e orexina → ambos são liberados em casos de diminuição sérica de leptina. MCH: hormônio concentrador de melanina Orexina: neurotransmissor peptídico orexigênico que atua de forma complementar ao MCH → caso a ação do MCH seja prolongada, há liberação de orexina para promover a homeostase SÍNDROME HIPOTALÂMICA LATERAL: ocorre por lesões no hipotálamo lateral, levando a anorexia → os animais têm constante sensação de saciedade, logo, não se alimentam obs.: SÍNDROME HIPOTALÂMICA VENTROMEDIAL: ocorre por lesões no hipotálamo ventromedial, levando a obesidade → os animais não têm sensação de saciedade, logo, sua tendência é comer mais Saciedade e apetite: ocorre pela combinação de vários fatores: - Grelina: peptídeo que estimula a liberação do hormônio de crescimento e está localizado no estômago. A grelina é liberada quando o estômago está vazio, como sinal de que há necessidade de ingestão de alimentos. Logo, ela ativa os neurônios NPY e AgRP, já que atua de forma contrária a leptina - Distensão gástrica: a parede do estômago é inervada por axônios mecanossensoriais que ascendem ao encéfalo pelo nervo vago. Nervo vago: contém mistura de axônios sensoriais e motores. Os axônios sensoriais desse nervo ativam neurônios do núcleo do tracto solitário, que inibem o comportamento alimentar. - Colecistocinina (CCK): peptídeo que reduz a frequência e quantidade de alimentos ingeridos, está localizada em células que revestem o intestino e em neurônios do SN entérico. Ela atua juntamente com a distensão gástrica para promover a sensação de saciedade e inibir o comportamento alimentar - Insulina: hormônio liberado pelas células beta-pancreáticas que atua durante o metabolismo anabólico, facilitando o transporte de glicose aos músculos e fígado. Altos níveis de insulina implicam na diminuição dos níveis plasmáticos de glicose, essa queda de açúcar no sangue estimula a ativação dos neurônios NPY e AgRP, atuando de forma contrária a leptina. Serotonina: neurotransmissor produzido a partir do aminoácido triptofano, adquirido através da dieta, por isso há uma sensação de “felicidade” ao comer, porque há produção de serotonina. Anormalidades na regulação de serotonina contribuem para distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia 2. SEDE: tem diferentes tipos: - Sede volumétrica: é desencadeada pela hipovolemia (diminuição do volume sanguíneo) e tem relação direta com a vasopressina (ADH), já que diminui a produção de urina a fim de restabelecer o volume sanguíneo A liberação de ADH se dá por 2 mecanismos: a) a diminuição de fluxo sanguíneo para os rins implica na maior concentração sérica de angiotensina II, que atuam nas células hipotalâmicas para liberarem ADH; b) os mecanorreceptores presentes nas paredes dos grandes vasos sinalizam a diminuição da PA, tal sinal chega ao hipotálamo e provoca liberação de ADH - Sede osmométrica: ocorre quando o sangue está hipertônico → aumento da concentração de substâncias dissolvidas no sangue (soluto). A hipertonicidade é percebida por neurônios específicos do telencéfalo = órgão vascular da lâmina terminal (OVLT) OVLT: quando o sangue torna-se hipertônico, a água sai das células por meio de osmose e essa perda é percebida pelos neurônios do OVLT, que estimulam a secreção de vasopressina e, consequentemente, a sede osmométrica Diabetes insípido: ocorre pela perda parcial de neurônios secretores de vasopressina, logo, os rins removem água excessivamente na urina, o que leva o paciente a quadros de desidratação e sede excessiva. Pode ser tratada com reposição de vasopressina. 3. TEMPERATURA: desvios de temperatura provocam alterações na homeostase e interferem nas funções celulares Os neurônios mais importantes para a homeostasia da temperatura encontram-se no hipotálamo anterior → através da mudança de temperatura no sangue, a área medial hipotalâmica inicia respostas humorais e visceromotoras, enquanto a área lateral, inicia respostas somatomotoras. - QUEDA DA TEMPERATURA: é detectada pelos neurônios do hipotálamo anterior, que, por sua vez, estimulam a liberação de TSH pela adeno-hipófise, hormônio que promove aumento do metabolismo no intuito de gerar mais calor - AUMENTO DA TEMPERATURA: os neurônios hipotalâmicos anteriores diminuem a liberaç
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