Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Habilidades profissionais – Professor João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 1 Abdome agudo ‘’A expressão abdome agudo refere-se a sinais e sintomas de dor e sensibilidade abdominal, uma manifestação clínica em que, em geral, requer terapia cirúrgica de emergência.’’ O diagnóstico é clínico; Sintoma guia: DOR; Solicita-se exames quando a probabilidade pré-teste é intermediária, ou seja, o paciente não possui grandes chances de um resultado positivo ou negativo. Dor abdominal Pode ter evolução benigna ou até potencialmente fatal; Causada por doenças intra-abdominais mecânicas ou funcionais; Doenças extra abdominais; Doenças sistêmicas. O diagnóstico precoce da dor abdominal diminui a morbimortalidade. É necessário anamnese detalhada e exame físico minucioso, sendo estes, direcionadores melhores que qualquer exame. A primeira avaliação é a mais importante; Analgesia subsequente pode alterar o exame físico; As avaliações devem preferencialmente serem seriadas pelo mesmo médico; Após, há a progressão ou a resolução da doença. (Causas de abdome agudo e suas possíveis etiologias de acordo com a localização da dor) Tipos de dor abdominal Dor visceral: fibras aferentes na parede de órgãos abdominais; não mielinizadas; provocada por distensão ou contração de vísceras ocas; localização imprecisa; transmissão lenta da dor. Exame físico do abdome Propedêutica abdominal Habilidades profissionais – Professor João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 2 Dor somática ou parietal: fibras mielinizadas (locais específicos na medula); origem no peritônio parietal; dor característica é constante, fixa e se acentua com os movimentos; peritonite (nos casos de apendicite aguda se tem uma peritonite, ou seja, tem-se um local mais endurecido no abdome). *Sequencia de Murphy: ocorre no caso da apendicite (quando a dor inicia na região umbilical após ser imprecisa). *Irritação peritoneal/sinal de Blumberg: dor a descompressão brusca, podendo ser da fossa ilíaca direita ou qualquer parte do abdome. Dor referida ou irradiada: dor em local diferente de sua origem; compartilham mesmos circuitos neurais centrais. *Dor de origem intra-abdominal: área distante. *Dor de origem extra-abdominal: manifesta no abdome. (Causas intra-abdominais de dor abdominal) (Causas extra-abdominais de dor abdominal) História clínica Característica da dor; Sintomas associados (febre, diarreia, constipação, hematúria, hemorragia digestiva); Homens: testículos ou pênis; Mulheres: última menstruação, ciclos menstruais, antecedentes ginecológicos, corrimento vaginal; Hábitos: alcoolismo e/ou drogas ilícitas; História de crises semelhantes; Antecedentes cirúrgicos; Comorbidades; Medicações contínuas; Hemograma Inalterado? Diminuição da dor. Exame físico Estado geral; *Icterícia; *Febre; Palidez cutaneomucosa; Desidratação; *Pressão arterial; Pulso; Padrão respiratório; *Nível de consciência Exame do abdome Inspeção (distensão, abaulamentos, cicatrizes, hérnias e equimoses); Habilidades profissionais – Professor João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 3 Ausculta (RHA ausentes, aumentados, metálicos); Percussão (distensão gasosa, ascite, peritonite localizada ou difusa); Palpação (localização da dor, massas, visceromegalias, massa pulsátil); *Incluir no exame físico o exame ginecológico completo e toque retal. Epônimos Sinal de Blumberg Caracterizado por dor à descompressão brusca da parede abdominal no ponto apendicular (ponto de McBurney). Sinal de Rovsing Dor na fossa ilíaca direita à palpação da fossa ilíaca esquerda. Palpação no cólon descendente desloca os gases para o cólon ascendente, atingindo o apêndice inflamado hipersensível, provocando dor. Sinal de Chutro Habilidades profissionais – Professor João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 4 Consiste no desvio da cicatriz umbilical para direita, aproximando-a da espinha ilíaca anterior superior direita. É consequência da contratura muscular e é útil nos pacientes com sobrepeso (quando se tem suspeita de apendicite aguda, por exemplo). Sinal de Lenander Quando presente, é sugestivo de Apendicite. Dissociação entre as temperaturas axilar e retal em mais de 01°C. Sinal do Psoas Indicativo de irritação do músculo psoas. Posiciona-se o paciente em decúbito lateral esquerdo, e o examinador deve realizar a hiperextensão passiva de membro inferior direito (ou flexão ativa contra resistência). Sinal do obturador Sinal indicador de irritação do músculo obturador interno. Para realizá-lo, com o paciente em decúbito dorsal, faz-se a flexão passiva da perna sobre a coxa e da coxa sobre a pelve, então procede-se com uma rotação interna da coxa. É um dos sinais da apendicite. Sinal de Jobert O desaparecimento da macicez hepática é conhecida como sinal de Jobert, que indica a presença de perfuração de víscera oca em peritônio livre. Exemplo: úlcera péptica. O som timpânico pode ser substituído por macicez ou submacicez se ocorrer esplenomegalia, tumores peritoneal ou retroperitoneal, tumores pancreáticos. Sinal de Murphy Acontece quando o paciente reage em sua respiração de forma rápida à palpação profunda da vesícula biliar. Dessa forma, palpa-se o ponto biliar ou ponto cístico, no hipocôndrio direito e pede-se para o paciente inspirar profundamente. Exames complementares Direcionados para a suspeita clínica; Excesso de exames onera o sistema e atrasa o tratamento definitivo; Atb empírico = coleta dos exames iniciais. *Em pacientes instáveis o tempo é precioso e precisa ser otimizado. *Instabilidade: suspeita de abdome agudo vascular. Habilidades profissionais – Professor João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 5 Exames Laboratoriais: hemograma completo, amilase, beta-HCG, sumário de urina, eletrólitos, função renal, gasometria arterial, lactato e culturas. Diagnóstico sindrômico
Compartilhar