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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI (UNIASSELVI) Curso de Pós-Graduação – Educação a distância: Gestão e Tutoria EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO OLHAR DO DOCENTE Rute Albuquerque Rodrigues da Silva Orientadora: Puresa Maciel de Moraes Várzea Paulista - SP Fevereiro de 2014 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO OLHAR DO DOCENTE RUTE ALBUQUERQUE RODRIGUES DA SILVA Artigo Científico apresentado ao Curso de Pós-Graduação Educação a Distância: Gestão e Tutoria como requisito para obtenção do título de Especialista, apresentado a Banca Examinadora do Centro Universitário Leonardo Da Vinci (UNIASSELVI), sob a orientação da Profª Ms. Puresa Maciel de Moraes. Várzea Paulista - SP Fevereiro de 2014 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO OLHAR DO DOCENTE Rute Albuquerque Rodrigues da Silva1 Puresa Maciel de Moraes2 Resumo O presente artigo abordará o tema Educação a Distância no olhar do docente, apresentando uma reflexão sobre como é a visão do Docente frente a Educação a Distância. O objetivo geral que norteou este trabalho foi analisar a visão dos docentes quanto as competências necessárias para o exercício da docência na Educação a Distância. Além de conceituar Educação a Distância e apresentar as competências necessárias para o exercício da docência na Educação a Distância. O trabalho foi realizado através de uma pesquisa básica e descritiva. A metodologia de abordagem quantitativa e qualitativa realizada através de dois procedimentos técnicos, a pesquisa bibliográfica baseada na obra de diversos autores e a pesquisa de campo onde foi realizada coleta de dados via aplicação de questionários abertos. Através desta pesquisa pôde-se perceber que alguns professores não se sentem preparados para atuar na Educação a Distância e que apesar de conhecerem a Educação a Distância, desconhecem as competências necessárias para esta atuação. Palavras-chave: Educação a Distância. Competências. Docente. DISTANCE EDUCATION IN VIEW OF TEACHER Abstract This article will address the theme Distance Education in the eye of teachers, with a reflection on how the vision of Lecturer front of Distance Education. The general objective that guided this study was to analyze the vision of teachers as necessary to the exercise of teaching in distance education skills. In addition to conceptualizing the Distance Education and submit necessary for the practice of teaching in distance education skills. The study was conducted through a basic and descriptive research. The methodology of quantitative and qualitative approach performed through two technical procedures, the literature search based on the work of many authors and field research where data collection via the application of open questionnaires was performed. Through this research we could notice that some teachers do not feel prepared to act in the Distance Education and despite knowing Distance Education, unaware of the necessary skills for this role . Keywords: Distance Education. Skills. Instructor. 1 INTRODUÇÃO 1Professora de Informática Educativa. Pós-Graduação em Gestão Administrativa na Educação (ESAB) . Bacharelado em Sistemas de Informação (FIP). E-mail: rute.albuquerque.irv@gmail.com 2 E-mail: puresamaciel@terra.com.br mailto:rute.albuquerque.irv@gmail.com mailto:puresamaciel@terra.com.br 4 As tecnologias da informação e comunicação na educação, são uma grande realidade... E a educação a distância, pelo seu dinamismo e características excepcionais, figura como um ambiente propício para trocas de conhecimento... Ela vem evoluindo e tomando, a cada dia, espaços extremamente relevantes...; especialmente nos papeis de professores e alunos, quando da transformação no processo de ensino-aprendizagem; onde um novo tipo de educador se faz necessário, para acomodar, neste novo ambiente, uma sociedade ávida por vivenciar todas as possibilidades que esta nova realidade das tecnologias oferece. É evidente que novos hábitos são incorporados a essas novas vivências sociais; produzindo, portanto, visível transformação e expansão do conhecimento, nas vidas dos que são alcançados por elas. Ficando, assim, impossível conceber, um modelo de Educação, alheio a tudo isto... Amparado em paradigmas ultrapassados..., indiferentes à necessidade do novo; quer por ausência do conhecimento... Ou, até mesmo, por opção privada! Neste contexto, o presente artigo busca abordar o Tema “Educação a Distância no Olhar do Docente”, onde a incorporação desta ferramenta produzirá novas formas de trabalho e competências profissionais... Provendo, também, possibilidades que busquem viabilizar alternativas de tecnologias educacionais...; permitindo, por exemplo, a um professor ir além..., muito além, da sua área de conhecimento. Ante a tal “desafio”, surgem questionamentos, a saber: como é a visão do Docente frente à Educação a Distância? Qual deve ser o papel do professor no exercício da docência no curso de Educação a Distância? Quais as competências necessárias para o exercício da docência na Educação a Distância? Este professor tem que estar preparado para a inovação tecnológica? O perfil do aluno tem que ser diferenciado? Buscando responder a estes questionamentos, elaboramos essa pesquisa fazendo uma análise quantitativa, qualitativa e descritiva, com levantamento bibliográfico e pesquisa de campo. Durante a pesquisa observou-se que muito se fala sobre Educação a Distância. Vários artigos abordam exclusivamente a visão do aluno a este respeito. Outros argumentam sobre como deve ser a EAD, sua gestão, sua avaliação e as leis que a regem, mas pouquíssimo material trata sobre a visão do docente em relação este assunto. 2 ALGUMAS DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE EAD A Educação a Distância (EAD) é uma modalidade educativa diferente das demais, pelas especificidades que a caracteriza e a distingue. Várias são as definições de Educação a Distância. No Brasil, o Decreto nº 5.622, de 19/12/05, que regulamenta o art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (LDB), diz que: “Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.” Segundo Belloni (2006): "A educação aberta e a distância aparece cada vez mais, no contexto das sociedades contemporâneas, como uma modalidade de educação extremamente adequada e desejável para atender às novas demandas educacionais decorrentes das mudanças na nova ordem econômica mundial." Moore e Kearsley (2007, p. 1) garantem que o conceito essencial da educação a distância é simples: “alunos e professores estão separados pela distância, e algumas vezes, 5 também, pelo tempo. Partindo desta premissa, pode-se afirmar que a EAD está vinculada à mídia, ao meio de comunicação”. Neste ponto, todos os autores concordam que a EAD é uma modalidade de educação em que professores e alunos estão separados. E que para existir EAD é essencial; é necessário o uso de uma determinada tecnologia. Portanto, Educação a Distância implica, não somente a distância física, mas, também, a comunicação; a troca de conhecimento que se dá no momento em que todos os participantes estejam conectados. Neste sentido, Nunes (2009, p. 1) considera: “A EAD é um recurso de incalculável importância como modo apropriado para atender a grandes contingentes de alunos de forma mais efetiva que outras modalidades e sem riscos dereduzir a qualidade dos serviços oferecidos em decorrência da ampliação da clientela atendida.” Mesmo nos dias de hoje, ainda existe certo preconceito sobre a Educação a Distância; embora, não seja mais possível viver sem este modelo de ensino, há aqueles que acham que a EAD ainda é uma “coisa pobre” e de “pobre”, como afirma AZEVEDO (2000): “...Com isto a sociedade se acostumou a olhar para a EaD como uma educação "de segunda categoria", a ser utilizada especialmente por aqueles que não tiveram oportunidade de uma educação "melhor", a educação presencial convencional....” 3 A ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA DESENVOLVIDA A pesquisa constituiu-se numa análise quantitativa, qualitativa, descritiva, com levantamento bibliográfico e pesquisa de campo. Conforme definição de Gil (1999) “...A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.” (GIL, 1999, p. 19). Nesse sentido, a abordagem qualitativa foi escolhida como forma de análise, pois “se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 1999, p. 21-22).” Para a realização desta investigação foi utilizado, como instrumento de pesquisa, o questionário, que “é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas” (LAKATOS e MARCONI, 2001, p. 98), que devem ser respondidas sem a presença do investigador. Segundo esses autores, algumas das vantagens do uso do questionário como instrumento de pesquisa são: • Atinge maior número de pessoas simultaneamente; • Abrange uma área geográfica mais ampla; • Obtém respostas mais rápidas e mais precisas; • Há maior liberdade nas respostas, em razão do anonimato; • Há menos risco de distorção, pela não influência do pesquisador; • Há mais tempo de responder e em hora mais favorável; • Há mais uniformidade na avaliação, em virtude da natureza impessoal do instrumento; • Obtém respostas que materialmente seriam inacessíveis. (p. 98). Optou-se por esse tipo de coleta dos dados, porque o instrumento poderia ser disponibilizado de forma física (impresso) ou online (enviado por e-mail). 6 Os sujeitos da pesquisa foram 40 professores (38 mulheres e 02 homens) da rede municipal da cidade de Várzea Paulista (SP), atuantes no Ensino Fundamental I. Foram entregues 40 questionários, uns impressos e outros por e-mail, mas somente 20 entrevistados devolveram os questionários preenchidos. Não se determinou uma faixa etária, como pode-se verificar conforme gráfico abaixo: Para realizar a Análise dos dados foram utilizados apenas os aplicativos Word e Excell, ambos da Microsoft. Seguiu-se os seguintes passos: 1. Leitura e análise detalhada dos textos, com o intuito de fragmentá-los, chegando a unidades constituintes. 2. Estabelecimento de relações entre as respostas para se chegar a uma classificação. 3. Captação dos novos conteúdos que surgiram da classificação feita. 4. Construção do metatexto resultante dos processos anteriores. 4 RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO 4.1. A VISÃO DO DOCENTE EM RELAÇÃO A EAD Educação a Distância (EAD) é um tema que ainda gera muitos debates. De um lado, há um grupo que acredita neste modelo de ensino, afirmando que nos tempos modernos em que vivemos, não tem como a Educação fugir deste modelo. Do outro, há os que acreditam na impossibilidade de um estudante aprender, com qualidade, em frente a um computador ou uma televisão, estando separado fisicamente de outros colegas.(SOMMER, 2011). Diante dessa perspectiva, durante toda a pesquisa, objetivou-se analisar qual é a visão do docente frente a estas duas visões. O que pensa o docente em relação a EAD, uma vez, que ele próprio, se sente ameaçado com toda esta tecnologia que está sendo incorporada a Educação? Assim sendo, os resultados foram construídos em base a ordem dos objetivos propostos. Sendo construída a discussão por questão abordada pelo instrumento de pesquisa. Foram colhidas informações de 20 professores. Diante dos questionamentos realizados, procurou-se delimitar a abrangência das dimensões do modelo seguido nas repostas em cada pergunta. Quando a questão foi: “O que você entende por Educação a Distância?”, pôde-se perceber que os docentes, de certa forma, entendem o que é a Educação a Distância. A maioria, coincidentemente, repetiu as afirmações de alguns autores como Moore e Kearsley Gráfico 1 - Faixa Etária Fonte: Dados da pesquisa 7 (2007, p. 1) que dizem: “[...]alunos e professores estão separados pela distância, e algumas vezes, também pelo tempo. Partindo desta premissa, pode-se afirmar que a EAD está vinculada à mídia, ao meio de comunicação.” Outros professores acrescentaram: “A Educação a Distância é uma modalidade que prioriza a autonomia do aluno, pois não há um local físico e horário fixos para o estudo.”; “Um ensino onde o aluno precisa ser muito organizado e saber organizar seu tempo, se dispondo de muita leitura e estudo.” Quando a pergunta foi: “Você já fez algum curso na modalidade a Distância (EAD)? Qual?”, pôde-se notar que a cada 5 docentes, apenas 1 ainda não fez algum curso na modalidade EAD (Gráfico 2 abaixo). Os cursos citados foram nas especialidades Curso de Extensão, Pós-Graduação e apenas 2 fizeram a Graduação nesta modalidade, afirmando o que Belloni (2006) diz: [...] a EaD tende doravante a se tornar cada vez mais um elemento regular dos sistemas educativos, necessário não apenas para atender a demandas e: ou grupos específicos, mas assumindo funções de crescente importância, especialmente no ensino pós-secundário, ou seja, na educação da população adulta, o que inclui o ensino superior regular e toda a grade e variada demanda de formação contínua gerada pela obsolescência acelerada da tecnologia e do conhecimento (BELLONI, 2006, p. 4-5). Gráfico 2 - Já fez algum curso na modalidade EAD? Fonte: Dados da pesquisa Quando a pergunta foi: “Você dá credibilidade aos cursos em modalidade EAD?”, pôde-se notar, como já era esperado pelo resultado da questão citada acima, que a maioria respondeu afirmativamente para esta questão; apenas 1 respondeu negativamente. Dentre as respostas cita-se: “Não há distinção entre presenciais e a distância.”; “Exige mais disciplina do aluno.”; “Permite ampliação de discussões.”; “Pra fazer o curso não tem como enrolar, tem que estudar pra valer.”; “Mostra novas oportunidades e concretiza sonhos.”; “São cursos que propiciam chances.” A única resposta negativa afirma que simplesmente prefere os cursos presenciais. Quando a pergunta foi: “Para você, o nível educacional ou qualidade acadêmica, da educação a distância é a mesma que a presencial? Por quê?”, pôde-se notar que apesar da maioria dos entrevistados acreditar na qualidade da EAD, muitos ainda levantam questões relevantes quando dizem que a qualidade “depende”, mesmo que o curso seja ministrado por instituições renomadas, reconhecidos pelo MEC; depende do comprometimento do aluno com a aprendizagem, cabendo à ele, dedicar-se aos estudos e até ir além do que é apresentado. Muitos citaram, também, que depende da competência do professor-tutor, do seu interessee em apresentar o conteúdo ao aluno. Também, é citado que a qualidade; muitas 8 vezes, depende da própria instituição que promove o ensino em EAD pois, deveria escolher melhor seus professores e fiscalizar a qualidade dos conteúdos apresentados, pensando menos, em“ganhar dinheiro”. Gráfico 3 - A qualidade da EAD é a mesma que a Educação presencial? Fonte: Dados da pesquisa Quando a pergunta foi: “Você acha que o vínculo professor-aluno é afetado na Educação a distância?”, neste questionamente foi possível perceber que a resposta dependeu da faixa etária. Os resultados obtidos foram muito interessantes. Como observa-se no gráfico abaixo, conforme mais idade mais segurança quanto a Educação a Distância. Os dados demonstram que para a faixa dos 40 aos 62, o vínculo professor-aluno não é afetado pois, como citaram alguns entrevistados, “Nos fóruns e chats há o envolvimento do tutor e do grupo(alunos).” “Forma-se um vínculo em prol de uma finalidade.” “As redes sociais aproximam as pessoas, sendo ótimas ferramentas para esses cursos.” Já para o grupo 21 a 39 o vínculo professor-aluno fica afetado na Educação a Distância porque “A distância acaba dificultando a interação entre professor-aluno.” “Pois não tem o contato diário professor- aluno.” “O vínculo é maior quando há uma interação presencial.” Gráfico 4 - O vínculo professor-aluno é afetado na Educação a distância? Fonte: Dados da pesquisa 4.2. A VISÃO DO DOCENTE EM RELAÇÃO AO TUTOR E SUAS COMPETÊNCIAS Sabe-se que na Educação a Distância existem duas figuras docentes: - O professor- autor – aquele que cria todo o conteúdo junto com uma equipe; - O tutor – aquele que executa as atividades docentes planejadas pelo professor- autor. Um dos objetivos da pesquisa foi analisar as competências necessárias para o exercício da docência, como tutor, na EAD através da visão do próprio docente. 9 Como fala a autora LOCH(2009): “[...]Em mais de 10 anos atuando em EAD, [...] a experiência mostra-nos que muitos professores, excelentes no ensino presencial, não são bons tutores na educação a distância, pois ambas modalidades apresentam características distintas. Dessa forma, o professor ao atuar em EAD precisa desenvolver algumas competências e atribuições distintas ou complementares àquelas necessárias no ensino presencial.” (LOCH, 2009, p15) Quando as questões foram: “Para você o que é um tutor?”, “Para você, qual é a habilidade mais importante de quem concebe ou realiza a tarefa da docência em EAD?”, “Você acha que um docente em EAD precisa saber utilizar as mídias e todos os outros recursos? Por quê?”, pôde-se observar duas visões distintas. De um lado, a antiga visão de que o tutor, orientava, apoiava mas não ensinava; e do outro, citações que mostram que as competências e habilidades do tutor mudaram. Como se lê em algumas citações dos entrevistados, habilidades como orientador, mediador entre o aluno e o conteúdo a ser abordado, se mantiveram. Outras surgiram, como “Saber utilizar as médias e tecnologias para transmitir os conhecimentos necessários.”, “Saber ouvir e saber intervir.”, “Deve cativar, estimular e ensinar o aluno a buscar o conhecimento.”, “Ter clareza e objetividade ao explicar, usando diversos recursos para exemplificar os conteúdos a serem ensinados.”, “Se é um curso a distância, as ferramentas tecnológicas são essenciais para o acontecimento do mesmo.”, “Moderador das discussões na formação EAD.” Quando a pergunta foi: “Você já pensou em ser um Tutor?”, pôde-se perceber que a maioria dos docentes não se sente apta a exercer a função de tutor, pelo simples fato de achar que o tutor tem que estar, on-line e interagindo com os alunos o dia inteiro. Quando a pergunta foi: “O tutor tem que ser professor? Por quê?”, pôde-se observar um empate. Metade dos entrevistados acha que o tutor tem que ser um professor; e a outra metade, acha que não. Apenas 3 entrevistados, acham que preferencialmente deveria ser, mas não necessariamente; isto é, pode ser apenas um conhecedor dos conteúdos. Gráfico 5 - O tutor tem que ser professor? Fonte: Dados da pesquisa Quando a pergunta foi: “Na sua opinião, qual seria a formação adequada para se tornar um Tutor?”, foi possível observar que a maioria dos docentes não têm ideia de qual 10 formação seria adequada a um tutor. Teve professor, por exemplo, que argumentou: “Tem que ter formação em informática e na disciplina do curso.”, “Curso superior e formação de acordo com o curso específico.”, Pedagogia para estruturação.”, “Pós-graduação, mestrato ou doutorado.”. Quando a pergunta foi: “Na sua opinião, qual a maior diferença entre o professor (educação presencial) e o tutor (educação a distância).”, apenas 3 docentes responderam que não há nenhuma diferença, resposta esta que não condiz com as outras, pois, como sabemos, há sim muitas diferenças. Alguns entrevistados citaram: “Na educação presencial o professor consegue avaliar as aulas e os alunos diariamente já a distancia, só há feedback e avaliação através de trabalhos e testes escritos.”, “Professor faz a dinâmica do ensino- aprendizagem já ao tutor inclui-se o administrar um leque maior de tarefas.”, “O contato não é diário e a aprendizagem é realizada apenas pelo aluno, sem a necessidade do professor explicando os conteúdos.”, “No presencial o processo educacional é centrado no professor. Na EAD está centrado no aluno.” Quando a questão foi: “Assinale a habilidade que você acha a mais importante no docente em EAD.” , pôde-se observar que apenas 11 de todos os entrevistados entenderam a comanda da questão que era assinalar apenas uma habilidade. Mas avaliando as respostas pode-se ver que para a maioria a habilidade mais importante é a de auxiliar o aluno no gerenciamento de seu estudo, seguida por orientar os projetos individuais e em equipe dos alunos. Novas habilidades apontaram como, usar criticamente as plataformas informatizadas de EAD e ter perfil comunicativo, sendo habilidades importantes no docente em EAD. Quando a pergunta foi: “Enumere de 1 a 7, sendo 1 a mais importante, as competências que o docente em EAD deve desenvolver.”, pôde-se observar que, para os docentes, a competência mais importante que o docente em EAD deve desenvolver é competência no conhecimento. Sendo que a última, podemos dizer, que a menos importante é a competência na utilização das novas tecnologias. Isto nos mostra que os docentes estão preocupados com sua formação, a fim de poder contribuir cada vez mais com o aprendizado dos seus alunos. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os dados apresentados neste trabalho mostraram as visões de um grupo de professores em relação à EAD e suas várias justificativas. Este estudo ampliou os resultados trazendo um conhecimento mais profundo e detalhado sobre o quê pensam os docentes sobre esta modalidade de ensino... Foi possível observar que apesar de estarem bem informados quanto a EAD, estes profissionais ainda apresentam (muita) insegurança, e como consequência, uma certa resistência, no sentido de atuar nesta modalidade de ensino. Quanto a formação adequada ao tutor, foi possível observar que a maioria dos docentes não têm ideia de qual formação é adequada a um tutor. Quanto as competências necessárias ao docente em EAD, foi possível, também, observar que está revelado um novo perfil de professor-tutor, quando se fala em EAD. Um docente com habilidades e competências diferenciadas..., entretanto, nesta pesquisa, foi possível perceber que a maioria dos docentes entrevistados, ainda possui uma visão apenas “superficial” sobre a matéria...; e que ainda há muito a ser feito a respeito; principalmente no sentido de banir do meio, certas resistências.... Resistências estas, produzidas pelo mêdo de abraçar o novo... 11 Sabe-se que para atuar na EAD, atualmente, nem sempre se faz necessário ter fluência tecnológica em tudo (No caso de se ter uma equipe auxiliar de especialistas, com um tecnólogo educacional)... BELLONI (1999), sugere que os tutores podem ser classificados, conforme as suas funções: Professor Formador, Conceptor eRealizador de cursos e materiais, Professor Pesquisador, Professor Tutor, Tecnólogo Educacional, Professor recurso e Monitor. Muito embora, as funções sejam agora, desempenhadas por especialistas, o trabalhar em equipe...; a relação entre gestor e tutor com funções definidas é primordial para o bom desempenho das tarefas em EAD. REFERÊNCIAS AZEVÊDO, Wilson; Panorama Atual Da Educação a Distância No Brasil. 2000. Disponível em: < http://www.revistaconecta.com/conectados/wilson_seminario.htm >. Acesso em: 06 maio 2013. BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. 4. ed. 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