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Curso de Relações Internacionais Direito Internacional Privado Responda às questões com base na Legislação existente, na doutrina e na Jurisprudência, de forma clara e objetiva, inclusive indicando eventual dispositivo de lei pertinente: A) (5 pontos) Diferencie carta rogatória e auxílio direto. A Carta Rogatória e o Auxílio Direto, instrumentos de cooperação internacional, como nomeados pela Lei nº 13.105/15, se diferenciam por um aspecto principal, em que a Carta Rogatória, quando seja recebida no Brasil, ou seja, tenha uma natureza passiva, ela será obrigatoriamente encaminhada ao STJ pelo Ministério da Justiça, para que seja analisada a possível concessão do exequatur, e o decorrente reconhecimento e autorização para execução em território nacional, no caso da aprovação. Já no Auxílio Direto, não há exercício do juízo de delibação, sendo encaminhado pelo Ministério da Justiça, diretamente à autoridade brasileira competente. B) (5 pontos) O que é juízo de delibação e qual a sua importância para a cooperação jurídica internacional? O juízo de delibação, considerado um juízo superficial sobre a legalidade de um ato, pois analisa somente os requisitos externos e a compatibilidade com o ordenamento jurídico brasileiro, é de extrema importância para a cooperação jurídica internacional, visto que é utilizada para a homologação de sentença estrangeira pelo STJ. QUESTÃO Nº2 VALOR 20,0 NOTA Responda às questões com base na Legislação existente, na doutrina e na Jurisprudência, de forma clara e objetiva, inclusive indicando eventual dispositivo de lei pertinente: A) (5 pontos) Pode ser homologada sentença estrangeira que decrete divórcio de brasileira que, apesar de residir no Brasil em local conhecido, tenha sido citada na ação que tramitou no exterior mediante publicação de edital em jornal estrangeiro, sem que tenha havido a expedição de carta rogatória para chamá-la a integrar o processo. Verdadeiro ou falso? Explique. O caso mencionado acima é falso, visto que, não houve Carta Rogatória para integrar a brasileira no processo e o pedido de homologação de sentença estrangeira seria indeferido por este motivo, como proferido no Art. 961, Inciso 6 da Lei nº 13.105/15, e na Emenda Regimental nº 18, 216-D, que delimita como a sentença estrangeira deverá ser encaminhada à autoridade brasileira. B) (2,5 pontos cada alternativa) A respeito da cooperação jurídica internacional, assinale se a alternativa é Verdadeira (V) ou Falsa (F), explicando-as: B.1) Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, incabível a concessão de cartas rogatórias com conteúdo decisório. A afirmação acima é falsa, pois, segundo o Art. 7 da STJ Resolução Nº 9/2005, afirma que as cartas rogatórias podem ter por objeto tanto atos decisórios, quanto atos não decisórios. De modo que, os denominados de Carta Rogatória, porém que não exigem juízo de delibação, serão encaminhados pelo Ministério da Justiça para seu cumprimento através de Auxílio Direto. B.2) Para fins de homologação de sentença estrangeira, exige-se que ela não ofenda a soberania nacional, a ordem pública, os bons costumes e a reciprocidade no reconhecimento das sentenças brasileiras. A afirmativa acima é falsa, pois, apesar de estar correta segundo o Art. 6 da STJ Resolução Nº 9/2005, em que é afirmado: “Não será homologada sentença estrangeira ou concedido exequatur a Carta Rogatória que ofendam a soberania ou a ordem pública.”. Segundo o Art.26 do NCPC, não pode ser exigida a reciprocidade para homologação de sentença estrangeira. C. (5 pontos) É possível a homologação de sentença estrangeira que contenha decisão de execução contra brasileiro determinando o perdimento ou confisco de imóvel situado no Brasil? Explique. De acordo com a Convenção de Palermo, promulgada pelo Decreto Nº 5.015/2004, e a legislação interna brasileira, é previsto o confisco de bens, em casos de lavagem de dinheiro. Dessa forma, a homologação de sentença estrangeira é viável, podendo obrigar o condenado a reparar os danos, a restituição e outros efeitos civis, através do perdimento ou confisco de seus bens no Brasil. D. (5 pontos) Ofende a soberania do Brasil ou a ordem pública conceder exequatur para citar alguém a se defender contra cobrança de dívida de jogo contraída e exigida em Estado estrangeiro, onde tais pretensões são lícitas. Verdadeiro ou falso? Explique. A afirmativa acima é falsa, pois, nos casos em que a pretensão é lícita, a soberania do Brasil ou a ordem pública não são ofendidas. QUESTÃO Nº3 VALOR 10,0 NOTA O que são elementos de conexão e qual sua importância para o Dipriv? Cite 02 (dois) exemplos, indicando o dispositivo legal. Os elementos de conexão são uma forma de apoio ao Direito Internacional Privado, que objetivam qual a legislação a ser aplicada, com mais de um sistema legal. Como exemplo, temos o lex domicili ou Lei do Domicílio, que determina o uso das leis do país de domicílio de uma das partes, estabelecido pelo Art. 7 da LINDB; e o lex loci atus ou Lei da Prática do Ato, também estabelecida pela LINDB.
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