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Distrofia Muscular de Duchenne Conceito A distrofia muscular de Duchenne é a distrofia muscular mais comum com prevalência de 1:100.000. A cada ano ocorrem cerca de 700 novos casos por ano. É uma doença genética, recessiva que afeta predominantemente meninos (1:3,5). É caracterizada por uma desordem progressiva dos músculos, que se manifesta por fraqueza muscular simétrica e progressiva. Inicia-se em MMII, e posteriormente o acometimento é maior em cinturas pélvica e escapular, do que em pés e mãos. Diagnóstico laboratorial Doença hereditária recessiva ligada ao X causada por mutação na proteína distrofina, situada no braço curto do cromossomo X. Dosagem de CPK ou da distrofina As mulheres, habitualmente, não apresentam sinais clínicos da doença muscular, ainda que possam herdar o gene (50% de risco se a mãe for portadora). Os poucos casos de mulheres com doença clínica têm relação, em sua maioria, com anomalias estruturais do cromossomo X que levam a inativação preferencial do cromossomo que tem o gene normal. Quando a mutação é detectável por método molecular, o diagnóstico pré- natal é possível. Exames complementares A eletroneuromiografia demonstra padrão miopático típico. A biópsia muscular deve ser realizada principalmente nos casos de diagnóstico mais difícil. A pesquisa de deleções no gene da distrofina, por PCR, quando disponível, é o melhor exame para confirmar o diagnóstico, mas somente cerca de 60% dos casos de distrofinopatias são causados por deleções. Diagnóstico Ao exame físico observa-se PSEUDOHIPERTROFIA das panturrilhas. A pseudohipertrofia de panturrilhas se caracteriza pela substituição das fibras musculares por gordura, gerando a impressão de aumento do volume. O envolvimento de membros inferiores é mais acentuado e precoce do que o de membros superiores. Nas fases mais avançadas da doença, a musculatura distal é também comprometida e observa-se o desenvolvimento de cifoescoliose. Em 50 por cento das crianças pode haver acometimento do coração (cardiomiopatia). Quadro Clínico Durante o primeiro ano de vida, não se observa qualquer alteração clínica aparente. As manifestações clinicas aparecem normalmente, em torno de 3 a 4 anos de idade. Geralmente os pais referem atraso na aquisição da marcha, dificuldades para se levantar e quedas frequentes. Em seguida, observa-se dificuldade para subir e descer escadas, e a marcha se torna cada vez mais difícil. Geralmente, entre 10 e 12 anos de idade a criança passa a precisar de cadeira de rodas para se locomover. A principal causa de morte é por falha respiratória ou infecção pulmonar. A Escoliose é frequente e presente e deve ser tratada sempre que possível. Escoliose e Sinal de Gowers Tratamento Aconselhamento genético é a primeira conduta a ser tomada. A terapia funcional tem como principais objetivos retardar o desenvolvimento de deformidades graves através de exercícios ativos e correção da postura, estimular a independência nas atividades de vida diária e melhorar a ventilação pulmonar. A criança deve ser incentivada a evitar a cadeira de rodas até quando possível. É importante ressaltar que exercícios intensivos não trazem nenhum ganho de massa muscular ou de força e são contra- indicados nos pacientes que apresentam comprometimento cardíaco. Nas fases mais avançadas da doença, as adaptações na cadeira de rodas devem ser planejadas de acordo com as necessidades específicas de cada criança e o tratamento cirúrgico da escoliose deve ser considerado. Aconselhamento genético O aconselhamento genético é muito importante: o risco de recorrência é de 50% para os fetos do sexo masculino. As irmãs têm 50% de risco de serem portadoras. Os cuidados multidisciplinares são essenciais. A fisioterapia inclui alongamentos passivos e órteses tornozelo-pé nocturnas para reduzir as contracturas do tendão de Aquiles. Controlo da doença e tratamento O tratamento ideal é a administração de corticosteróides (prednisolona, prednisona e deflazacort). Os corticosteroides devem ser introduzidos quando as capacidades motoras da criança atingem um plateau, normalmente entre 5-7 anos de idade. As complicações com a terapia de corticosteróides devem ter uma orientação que inclui: controle de peso, antagonistas H2 para protecção gástrica, monitorização regular e tratamento para osteoporose, e avaliação oftalmológica de cataratas e glaucoma. É necessária monitorização cardíaca regular para permitir tratamento precoce com inibidores da ECA. Pode ser necessária cirurgia para a correcção de escoliose e o BIPAP nocturno é benéfico para o tratamento da insuficiência respiratória restritiva. A fisioterapia inclui alongamentos passivos e órteses tornozelo-pé nocturnas para reduzir as contracturas do tendão de Aquiles. Na Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) a perda da deambulação ocorre por volta dos 9 anos de idade e é consequência do quadro da fraqueza muscular progressiva e avanços dos encurtamentos que acometem os membros inferiores.1,2 Apesar da progressão da doença ser inevitável, uma importante meta no tratamento desses pacientes é prolongar o tempo de deambulação.3 Tem sido sugerido que a manutenção da marcha minimiza a atrofia por desuso e a osteoporose,4 previne a rápida progressão da escoliose,5 conferindo mais independência ao paciente.6 FISIOTERAPIA -ÓRTESE Òrteses do tipo Knee-ankle-foot da KAFO e noturno da AFO; para pacientes cadeirantes é recomendadoorthosis (KAFO),9 também denominadas por alguns autores de órteses longas10 e assuro-podálicas ou Ankle-foot orthosis (AFO).11 De acordo com o "Guidelines for exercise and orthoses in children with neuromuscular disorders",7 para pacientes deambuladores é recomendado uso diurno somente uso noturno da AFO. Apesar dessas diretrizes, algumas questoes permanecem pendentes como (1) momento ideal da prescrição, (2) número de horas de utilização do dispositivo nos períodos noturno e diurno e (3) efeitos a médio e longo prazo do uso destes dispositivos. • Knee-ankle-foot da KAFO Ankle-foot orthosis (AFO
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