Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MEDICINA | RESUMO DE ORTOPEDIA TATIANE CELEIRO NASCIMENTO 1 Ortopedia adulto OMBRO Queixas mais comuns: dor e instabilidade Anatomia: SÍNDROME DO IMPACTO E LESÃO DO MANGUITO ROTADOR Síndrome do impacto – conjunto de doenças: • Bursite subacromial • Tendinite do manguito Manguito rotador – grupo de 4 músculos: • Supraespinal • Infraespinal • Redondo menor • Subescapular: único que faz a rotação interna SÍNDROME DO IMPACTO Tendinite do manguito Impacto da tuberosidade maior do úmero contra o acrômio Pode levar a bursite subacromial secundária Diagnóstico diferencial: Síndrome da compressão do desfiladeiro torácico Compressão por anomalias ósseas, bandas fibrosas, triangulo escalênico Quadro clínico: dor no ombro, parestesia no membro ipsilateral Teste de Ross e elevação do braço Solicitar ao paciente que abra e feche a mão, ele vai queixar de dor e parestesia LESÃO DO MANGUITO ROTADOR Lesão parcial ou total de 1 ou mais tendões Mais frequente: supraespinal (elevação do membro) Causas: • Impacto do tendão contra o arco coracoacromial • Traumática • Processos degenerativos primários Efeito: dor noturna na face lateral do braço, pior à elevação: • Migração posterior da cabeça umeral – limitação da rotação interna SÍNDROME DO IMPACTO E LESÃO DO MANGUITO ROTADOR Testes clínicos: • Teste de Neer: elevação passiva pelo examinador • Teste de Hawkins-Kennedy: rotação interna do membro superior a 90° • Teste de Gerber: avaliação do tendão subescapular pela incapacidade de afastar o membro • Teste de Patte: avaliação do tendão infraespinhal – rotação contra resistência Diagnóstico: • Quadro clínico • USG limitada para lesões < 1 cm • RNM padrão ouro, mas é $ Tratamento: • Clínico | conservador: analgésico, AINES, fisioterapia • Cirúrgico: após 3 a 4 meses • Evidencia de ruptura: sutura Quadro avançado: tendão do bíceps secundário – não consegue mais segurar a cabeça – evolui para um quadro de artrose CAPSULITE ADESIVA (ombro congelado) Perda da amplitude de movimento ativa e passiva (ADM) 70% etiologia desconhecida Secundárias a lesão do manguito, fraturas, imobilização prolongada com tipoias Relacionadas a dislipidemia, DM, hipotireoidismo, AVC, medicações, etc Perda progressiva de função e dor no fim do movimento Diagnóstico: • Raio X: osteopenia por desuso • RNM: espessamento da capsula Tratamento: • Bloqueio de nervo supraescapular • Fisioterapia para ganho de movimento MEDICINA | RESUMO DE ORTOPEDIA TATIANE CELEIRO NASCIMENTO 2 • Liberação artroscópica da cápsula – raro PUNHO E MÃO TENOSSINOVITE DE DE QUERVAIN Mais comum tendinite do MMSS 1º compartimento extensor Tendão extensor curto do polegar Tendão abdutor longo do polegar Atualmente associado com “whatsappite” – movimento repetitivos do polegar Doenças inflamatórias (artrite reumatoide) Gestante (autolimitada) Edema na região do estiloide radial – espessamento da bainha fibrosa Diagnóstico clinico: teste de Finkelstein (desvio ulnar) USG Raio X: diagnóstico diferencial com fratura de rádio Tratamento: • Clínico: AINES, corticoides, imobilização, fisioterapia • Cirúrgico: liberação do compartimento (raro) DOENÇA DE DUPUYTREN Fibroplasia proliferativa da fáscia palmar (começa a ficar tensa) Contraturas progressivas e irreversíveis Não acometimento de tendões Etiologia desconhecida Predomínio no sexo masculino 10:1 (5ª e 7ª década de vida) Principalmente 4º e 5º dedos, geralmente bilateral 5% associação com doença de Leddehose (contratura f. plantar) e doença de Peyronie (contratura f. peniana) Associada também ao alcoolismo, trauma, hereditariedade e trabalhos manuais Nódulos palmares e atitude de flexão Flexão da metacarpofalangeana e hiperextensão da interfalageana distal Proliferativa (nódulo sem contratura) Involutiva (nódulo para de crescer – hipertrofia da fáscia) Residual nódulo diminui, contratura evidente Tratamento: • Contraturas articulares importantes = cirurgia • Ressecção da aponeurose plantar comprometida • Deve-se aguardar o término da fase proliferativa SÍNDROMES COMPRESSÍVAS Nervo mediano – síndrome do túnel do carpo: • Aumento da pressão no túnel do carpo • Compressão na zona flexora IV de Verdan • Causas: idiopáticas, pós-traumática, obesidade, DM, hipotireoidismo, amiloidose, ICR • Quadro clínico: parestesia e queimação no território do n. mediano (polegar, 2º, 3º e metade medial do 4º dedo) • Diagnóstico: teste do tinel (punho percussão), teste de Phalen (60 segundos), USG edema do nervo • Tratamento: AINES, corticoides, órtese Nervo mediano – síndrome do pronador redondo: • Neuropatia proximal do n. mediano • Hipoestesia dos dedos radiais • Tinel positivo e Phalen negativo • Provável perda da flexão ativa da falange distal do polegar e 3º dedo: sinal de Benediction positivo • Tratamento: descompressão cirúrgica # Teste de De Quervain: teste de Filkenstein # Teste do túnel do carpo: teste de Phalen Nervo ulnar – síndrome do canal de Guyon: • Compressão do nervo e artéria ulnar • Canal entre pisiforme e hamato • Causas: Trombose da artéria ulnar, aneurisma, hanseníase • Tratamento: de acordo com a causa Nervo ulnar – síndrome do túnel cubital: • Compressão ao nível do cotovelo • Entre o olecrano e o condiloma medial • Tinel positivo • Garra cubital, atrofia da musculatura intraóssea MEDICINA | RESUMO DE ORTOPEDIA TATIANE CELEIRO NASCIMENTO 3 • Diagnóstico: flexão máxima do cotovelo em posição supina • Tratamento: transposição anterior ulnar Nervo radial – síndrome intraóssea posterior: • Sinônimo: síndrome do supinador • Compressão proximal do n. radial • Déficit motor puro (fraqueza dos extensores, até paralisia) • Comprometimento extensor: braquiorradial; extensor radial do carpo • Dor no terço distal e radial do antebraço, mão polegar, 2º e 3º dedos • Tinel positivos no processo estiloide do rádio • DD: tendinite de De Quervain • Compressão distal do ramo sensitivo radial • Níveis de compressão: margem tendínea do musculo braquial e extensor radial longo do carpo QUADRIL E JOELHO Artrose, osteoartrose ou osteoartrite Degenerativa, compromete cartilagem articular Neoformação óssea nas margens articulares (osteófitos) Dor e diminuição da mobilidade até rigidez e claudicação Dor articular ao movimento/rigidez matinal Crepitação a movimentação ativa Etiologia: mecânica ou metabólica Idade, obesidade, trauma, fraqueza muscular, genética, DM, sexo feminino Joelho: forte relação com alterações biomecânicas Diagnóstico: clínico e radiográfico Raio X com diminuição do espaço articular Osteófitos marginais Esclerose do osso subcondral | cistos ou geodos subcondrais Tratamento não farmacológico: redução de peso e ergonomia Fisioterapia: Ocupacional: fortalecimento Muscular: hidroterapia Repouso ou imobilização prologados não recomendados – privação nutricional condral Tratamento farmacológico: analgésicos e AINES “Condroprotetores”: ação analgésica prologada – retardo sobre a progressão da doença: glicosamina 1,5 g/d associado ou não a condroitina e diacereína (mínimo 3 meses) Tratamento cirúrgico: artroplastia (dor e limitações da vida diária Osteotomia se houver indicação NECROSE AVASCULAR DA CABEÇA DO FÊMUR Ocorre entre a 3ª e 5ª décadas de vida Bilateral em 24 a 72% Etilismo, tabagismo, corticoterapia sistêmica prolongada, gota, artrite reumatoide, lúpus, AIDS Dor no quadril e virilha e diminuição de amplitude de movimento Sintomas > 12 meses = pior prognóstico Diagnóstico: • RNM: sensível para detecção precoce • Cintilografia: opção caso não tenha RNM • Raio X: imagem radiodensana cabeça do fêmur Tratamento: depende da extensão da necrose e colapso subcondral Com colapso: nenhum método retarda a progressão – retirar carga USO DE MULETAS Cirúrgico: descompressão da cabeça (sem colapso) Casos mais avançados = artroplastia MEDICINA | RESUMO DE ORTOPEDIA TATIANE CELEIRO NASCIMENTO 4 LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR (LCA) Importante estabilizador do joelho Mecanismo: desaceleração em hiperextensão Estresse em valgo # LCA Momento da ruptura: dor intensa Derrame articular imediato e dificuldade de deambulação Hemartrose – possibilidade de lesão LCA = 70% Após punção = alivio da dor (controverso pelo risco de infecção. Se deixar o hematoma ali ele vai ser reabsorvido pelo organismo) Teste clínicos: • Teste de Lachman • Teste de gaveta anterior Lesões associadas ao LCA: • Ligamento cruzado posterior • Ligamento colateral medial • Ligamento colateral lateral Diagnóstico: Raio X: avulsão da cápsula lateral (patognomônico) • Exame de escolha: RNM # PATOGNOMÔNICO DA LESÃO LCA Avulsão óssea da tíbia Tratamento inicial: repouso, gelo, AINES, analgésicos, exercícios isométricos Tratamento cirúrgico: reconstrução ligamentar LESÕES MENISCAIS Menisco | estabilizar a articulação | reduzir estresse ósseo: • Nutrir a articulação (cartilagem hialina) • Lesão esportiva ou lesão degenerativa Lesão mais comum – medial Lateral – associados a lesão do LCA Trauma torcional Derrame articular | bloqueios esporádicos Dor ao agachamento Dor em interlinha articular Lesão em zona vermelha – mais fácil de cicatrizar Raio X: descartar lesões RNM: padrão ouro # Os meniscos não são iguais Interno (medial) – forma de C Externo (lateral) – forma de U “CU” Testes meniscais: • Teste de Apley • Teste de McMurray • Teste de Steinmann Tratamento: • Conservador – fisioterapia • Cirúrgico: artroscopia MENISCO DISCÓIDE Variação anatômica do menisco lateral Anomalia congênita – displásico (predisposição lesão) Sexo feminino e oriental Derrame articular – estalidos frequentes Tratamento: ressecção parcial SE HOUVER LESÃO HÁLUX VALGO (joanete) Uso de sapato apertado está associado Tratamento clínico: alivio dos sintomas – modificação dos calçados, palmilhas, órteses flexíveis Tratamento cirúrgico: levando-se em consideração ser doença progressiva LOMBALGIAS E LOMBOCIALTAGIAS Acometimento: 80% da população Inicio: em media aos 35 anos Fatores de risco: sedentarismo, obesidade Dor: local ou com irradiação desde as nádegas até a face plantar MEDICINA | RESUMO DE ORTOPEDIA TATIANE CELEIRO NASCIMENTO 5 Alterações secundárias: hérnia de disco, espessamento de ligamento amarelo, artrose da articulação facetaria, formação de osteófitos Discos degenerados: menor altura, menor capacidade de dissipar forças de compressão Consequências: hérnia de disco, espessamento do ligamento amarelo, artrose facetaria, osteófitos Lombocialtagia = dor que se irradia abaixo do joelho Sinais de alarme: indicação de atenção e exames • Trauma: uso de CTC, > 70 anos, osteoporose • Paresia e parestesia grave de MMII, associada a anestesia perianal e perda de controle esfincteriana (cauda equina) • Perda de peso • Hx Ca • Febre • Uso de drogas de abuso • Piora da dor durante o período noturno (tumor e infecção) • Dor torácica sem causa prévia • Pessoas acometidas < 20 anos e > 55 anos Síndrome da cauda equina: • Alterações sensitivo-motoras • Disfunção vesical/esfincteriana • Anestesia “em sela” (região perianal) Cirurgia imediata Testes clínicos: • Sinal de Laseguè DD: • Artrose do quadril • Doença inflamatória sistêmica (espondilite anquilosante, artrites soronegativas) • Teste de Patrick “Faber”: dor sacroilíaca # 1ª crise – raio X desnecessário, a não ser com red flags: • Idade < 15 anos ou > 55 anos • Antecedentes de Tu ou emagrecimento rápido • Dor noturna associada a sudorese e febre • Dor por mais de 3 meses • Sinais de radiculopatia 2ª crise em diante: • Raio X: alterações degenerativas, postura antálgica • Tuberculose, tumores, metástase • RNM: padrão ouro para hérnia de disco • Hipossinal em T2 (disco preto) Tratamento clinico: • Repouso curto de 3 dias, AINES (cuidado com as contraindicações) • Fisioterapia – padrão ouro • Fortalecimento paraespinal e abdominal, perda de peso • 50% melhoram em 1 semana | 95% em 3 meses Tratamento cirúrgico: • Síndrome da cauda equina e piora neurológica progressiva • Indicação especialista: ortopedista ou neurocirurgião
Compartilhar