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Bases Morfofuncionais – IV Líquor e Barreiras Encefálica - LCR é um fluido biológico que está em íntima relação com o sistema nervoso central e seus envoltórios envolve todos os órgãos. - É um ultrafiltrado produzido pelos plexos coroides e circula pelos ventrículos, cisternas e espaço subaracnóideo. - E drenado para os seios da dura mater. - Deve ser límpido e incolor. Composição: - Proteínas. - Glicose. - Lactato. - Enzimas. - Potássio. - Magnésio. - Elevadas concentrações de Na e Cl. - de 0 a 5 células por mm³. Funções: - Proteção mecânica de acordo com o princípio de Arquimedes, torna o crânio muito mais leve, o que reduz o risco de traumatismos do encéfalo resultantes do contato com os ossos do crânio - Defesa. - Circulação de alguns nutrientes. - Remoção de substâncias. Pode servir como biomarcador para algumas doenças utilizando: - Proteína TAU (citoesqueleto). - Peptídeo Ab-42 (precursor amiloide). - Enzima enolase neurônio especifica (integridade neuronal). Produção e caminho percorrido: - Formado nos plexos corioides (em sua maior parte). - Existem plexos coroides nos ventrículos laterais (corno inferior e parte central) e no teto do III e IV ventrículos. Destes, sem dúvida, os ventrículos laterais contribuem com o maior contingente liquórico, que passa ao III ventrículo pelos forames interventriculares e daí ao IV ventrículo através do aqueduto cerebral. Através das aberturas medianas e laterais do IV ventrículo, o líquor formado no interior dos ventrículos ganha o espaço subaracnóideo, sendo reabsorvido no sangue principalmente através das granulações aracnoides que se projetam no interior dos seios da dura-máter. Como essas granulações predominam no seio sagital superior, a circulação do líquor no espaço subaracnóideo se faz de baixo para cima, devendo, pois, atravessar o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo. No espaço subaracnóideo da medula, o líquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, pois há reabsorção liquórico nas pequenas granulações aracnoides existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes dos nervos espinhais. Barreira hematoliquórica: - A barreira hematoliquórica localiza-se nos plexos coroides. - Entre os vasos sanguíneos e o líquor. - Reforçada entre as células ependimárias e os vasos sanguíneos. - Formada pelo epitélio ependimário. Barreira hematoencefálica: - Na maior parte do sistema nervoso central existe a barreira hematoencefálica, embora a sua permeabilidade não seja a mesma em todas as áreas. - Vários processos patológicos, como certas infecções e traumatismos, podem levar a uma "ruptura" mais ou menos completa da barreira. - A maioria dos autores concorda que a barreira está no capilar, sendo este formado por endotélio e uma membrana basal muito fina, por fora os astrócitos formam uma camada quase completa em torno do capilar. - Os endotélios dos capilares cerebrais apresentam quatro características básicas que os diferenciam dos endotélios dos demais capilares e que provavelmente se relacionam com o fenômeno de barreira: A. As células endoteliais são unidas por junções íntimas que impedem a penetração de macromoléculas. Essas junções não estão presentes nos capilares em geral; B. Não existem fenestrações e são raras as vesículas pinocíticas. Nos demais capilares, essas estruturas são importantes para o transporte de macromoléculas. C. As células endoteliais não são contrateis. Ao contrário dos demais capilares, elas não possuem filamentos que, em presença de histamina, se contraem separando as células e tornando o capilar mais permeável. Assim, o cérebro fica protegido em situações em que há grande liberação de histamina na circulação, como em certos quadros alérgico. - Órgãos cincunventriculares: localizados entre os ventrículos. Meninges e Ventrículos - O sistema nervoso central é envolvido por membranas conjuntivas denominadas meninges e que são três: dura-máter, aracnoide e pia-máter. - A aracnoide e a pia-máter, que no embrião constituem um só folheto, são, às vezes, consideradas como uma formação única, a leptomeninge, ou meninge fina, distinta da paquimeninge, ou meninge espessa, constituída pela dura-máter. · Dura mater: - A meninge mais superficial é a dura-máter, espessa e resistente, formada por tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas. contendo vasos e nervos. - A dura-máter do encéfalo difere da dura-máter espinhal por ser formada por dois folhetos, externo e interno, dos quais apenas o interno continua com a dura-máter espinhal. - O folheto externo adere intimamente aos ossos do crânio e comporta-se como periósteo destes ossos. - No crânio não existe espaço entre ao osso e a lâmina endóstea (dura mater), é um espaço virtual chamado espaço epidural ou extramural. - A dura-máter, é em particular seu folheto externo, é muito vascularizada. No encéfalo, a principal artéria que irriga a dura-máter é a artéria meníngea média, ramo da artéria maxilar. - A dura-máter, ao contrário das outras meninges, é ricamente inervada. Como o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, toda ou quase toda a sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter, responsável, assim, pela maioria das dores de cabeça. As principais pregas são: A. Foice do cérebro: ocupa a fissura longitudinal do cérebro e separa os dois hemisférios cerebrais. B. Tenda do cerebelo: projeta-se como um septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média do crânio, dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior, ou supratentorial, e outro inferior ou infratentorial. C. Foice do cerebelo: situado abaixo da tenda do cerebelo, separa os hemisférios cerebelares. E. Diafragma da sela: fecha superiormente a sela túrcica, deixando apenas um orifício para a passagem da haste hipofisária. O diafragma da sela isola e protege a hipófise, mas dificulta consideravelmente a cirurgia desta glândula. · Aracnoide: - Membrana muito delicada, justaposta à dura-máter, da qual se separa por um espaço virtual, o espaço subdural, contendo pequena quantidade de líquido necessário à lubrificação das superfícies de contato das duas membranas. - A aracnoide separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo (Fig. 9.3), que contém o líquido cérebro-espinhal, ou líquor, havendo ampla comunicação entre o espaço subaracnóideo do encéfalo e da medula. - Considera-se também como pertencendo à aracnoide as delicadas trabéculas que atravessam o espaço para se ligar à pia-máter, e que são denominadas trabéculas aracnoides. Estas trabéculas lembram, em aspecto, uma teia de aranha, donde o nome de aracnoides, semelhante à aranha. - A pia-máter, entretanto, adere-se intimamente a esta superfície que acompanha em todos os giros, sulcos e depressões. Peste modo, a distância entre as duas membranas, ou seja, a profundidade do espaço subaracnóideo é variável, sendo muito pequena no cume dos giros e grande nas áreas onde parte do encéfalo se afasta da parede craniana. Assim nestas áreas dilatações do espaço subaracnóideo, as cisternas subaracnóideas. A. Cisterna cerebelo – medular ou magna: ocupada o espaço entre a face inferior do cerebelo e a fase dorsal do bulbo, o teto do IV ventrículo. É a maior e mais importante sendo usada em punções suboccipitais. B. Cisterna pontina: situada ventralmente a ponte. C. Cisterna interpeduncular: localizada na fossa interpeduncular. D. Cisterna quiasmática: situada adiante do quiasma óptico. E. Cisterna superior (cisterna da veia cerebral magna): situada dorsalmente ao teto do mesencéfalo, entre o cerebelo e o corpo caloso. F. Cisterna da fossa lateral do cérebro: corresponde à depressão formada pelo sulco lateral de cada hemisfério. Granulações aracnoides: - Em alguns pontos a aracnoide forma pequenos tufos no interior dos seios da dura mater, constituindo as granulações aracnoides, mais abundantes no seio sagital superior. - Essas granulações levam pequenos prolongamentos do espaço subaracnóideo, nos quais o líquor estavaseparado do sangue apenas pelo endotélio do seio e uma delgada camada da aracnoide. São estruturas adaptadas a absorção do líquor que neste ponto sairá no sangue. - No adulto e no velho, algumas granulações tornam-se muito grandes, consumindo os chamados corpos de Pacchioni, que frequentemente se calcificam e podem deixar impressões na abóbada craniana. · Pia-máter: - A mais interna das meninges, aderindo intimamente a superfície do encéfalo e da medula. - Sua porção mais profunda recebe prolongamentos dos astrócitos, constituindo a membrana pio-glial. - A pia-máter dá resistência aos órgãos nervosos, pois o tecido nervoso é de consistência muito mole. -A pia-máter acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso a partir do espaço subaracnóideo, formando a parede externa dos espaços perivasculares. - Verificou-se que os espaços perivasculares acompanham os vasos mais calibrosos até uma pequena distância e terminam por fusão da pia com a adventícia do vaso. · Ventrículos: - Ventrículos laterais primeiro (esquerdo) e segundo (direito), no telencéfalo. - Terceiro ventrículo, no diencéfalo. - Quarto ventrículo, no rombencéfalo. - Aqueduto do mesencéfalo, como conexão entre o terceiro e o quarto ventrículos. - Canal central, na medula espinhal. Ventrículos laterais (1° e 2°): - Os ventrículos laterais são uma importante referência anatômica nos exames de imagens em cortes seriados (TC, IRM) do telencéfalo. - As regiões dos núcleos da base e fibras de projeção clinicamente significativas, que, na sua totalidade, formam a cápsula interna, estão localizadas nas vizinhanças dos ventrículos laterais. Terceiro ventrículo: - O terceiro ventrículo está localizado entre os dois tálamos, que normalmente são conectados por meio da adesão intertalâmica, e possui protuberâncias características, os recessos ao recesso supra-óptico, em direção rostral, o quiasma óptico se encontra associado ao ventrículo, abaixo do qual o assoalho do terceiro ventrículo invagina, formando o recesso infundibular no infundíbulo. - O recesso supra pineal e o recesso pineal, orientados na direção occipital, se encontram intimamente associados à glândula pineal (epífise). Aqueduto do mesencéfalo: - O 3° ventrículo se comunica com o 4° através do aqueduto. Este se inicia na parte posterior do assoalho ventricular e segue entre a lâmina do teto e tegumento, através do mesencéfalo até o teto do quarto ventrículo. Quarto ventrículo: - O quarto ventrículo se assemelha a uma tenda, com a extremidade direcionada para o cerebelo, enquanto a base aponta em direção anterior e é contornada pela fossa romboide. - O quarto ventrículo possui dilatações em “formato de braço”, de ambos os lados, constituindo os recessos laterais. Em suas extremidades, o quarto ventrículo é conectado ao espaço liquórico externo (o espaço subaracnóideo) através das aberturas laterais do quarto ventrículo (forames de Luschka) e da abertura mediana do quarto ventrículo (forame de Magendie). - Inferiormente, o quarto ventrículo se continua com o canal central do bulbo e da medula espinhal.
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