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SP04 - Síndrome Metabólica

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AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
Situação Problema 04 – SP04.04 
Obj.	1:	compreender	tecido	adiposo	(histologia	e	fisiologia).	
HISTOLOGIA	DO	TECIDO	ADIPOSO	
O	tecido	adiposo	é	caracterizado	por	células	adiposas,	às	quais	denominamos	de	adipócitos,	que	armazenam	muita	
gordura.	Estas	células	possuem	um	vacúolo	central	(pode	aumentar	ou	diminuir	de	acordo	com	o	metabolismo	do	
indivíduo).	A	quantidade	de	gordura	difere	nas	partes	do	corpo.	
Histologicamente	os	adipócitos	são	esféricos	quando	isolados,	mas	tem	forma	poliédrica	quando	justapostos	para	
formar	 o	 tecido	 adiposo.	 Nos	 preparados	 histológicos	 de	 rotina,	 o	 lipídio	 é	 extraído	 durante	 o	 processo	 de	
desidratação	com	solventes	orgânicos,	o	que	dá	o	aspecto	de	uma	rede	delicada	de	polígonos	irregulares.	
(FUNÇÕES)	 O	 tecido	 adiposo	 apresenta	 as	 funções	 de	 isolante	 térmico,	 de	 proteção	 dos	 órgãos	 contra	 choques	
mecânicos	e	de	reserva	energética.	A	gordura	constitui	uma	forma	eficiente	de	armazenamento	de	calorias	porque	
apresenta	cerca	do	dobro	da	densidade	calórica	dos	carboidratos	e	das	proteínas.	
TECIDO	ADIPOSO	UNILOCULAR	
O	nome	unilocular	é	pelo	fato	de	que	cada	adipócito	encontra-se	repleto	de	uma	única	e	grande	gotícula	lipídica	de	
gordura	neutra.	No	corpo	humano	adulto	ele	existe	em	maior	quantidade	que	o	multilocular.	A	cor	do	tecido	unilocular	
varia	entre	o	branco	e	o	amarelo-escuro,	dependendo	da	dieta.	Essa	coloração	deve-se	principalmente	ao	acúmulo	
de	caroteno	dissolvidos	nas	gotículas	de	gordura.	Praticamente	todo	o	tecido	adiposo	presente	em	humanos	adultos	
é	do	tipo	unilocular.	Seu	acúmulo	em	certos	locais	é	influenciado	pelo	sexo	e	pela	idade	da	pessoa.	
(FUNÇÕES)	As	funções	são	de	reserva	energética,	de	isolante	térmico	e	de	proteção	contra	choques	dos	órgãos	vitais.	
Ele	forma	o	panículo	adiposo,	que	é	uma	camada	isolante	que	se	localiza	abaixo	da	derme	da	pele.	É	mais	espesso	em	
indivíduos	que	vivem	em	climas	árticos.	
(LOCALIZAÇÃO)	 O	 tecido	 adiposo	 unilocular	 se	 localiza	 em	maior	 quantidade	 sob	 a	 pele	 do	 abdome	 (em	maior	
quantidade	no	omento,	mesentério	e	no	espaço	retroperitonial),	nádegas,	axilas,	coxas	e	nas	mamas.	Ele	também	é	
encontrado	na	medula	óssea	e	entre	outros	tecidos,	preenchendo	os	lugares	vazios.	Podemos	encontrá-lo	também	na	
planta	dos	pés,	nas	palmas	das	mãos,	sob	o	pericárdio	visceral	e	envolvendo	os	globos	oculares	(nesses	locais	ele	
tem	função	de	amortecedor	de	impactos).	
Esse	tecido	começa	a	se	desenvolver	no	embrião	por	volta	da	metade	da	vida	uterina,	a	partir	de	células	derivadas	do	
mesênquima,	os	lipoblastos.	Estas	células	são	parecidas	com	os	fibroblastos,	porém	logo	acumulam	gordura	no	seu	
citoplasma.	As	gotículas	lipídicas	são	inicialmente	separadas	uma	das	outras,	porém	muitas	se	fundem,	formando	a	
gotícula	única	característica	da	célula	adiposa	unilocular.	
(ADIPÓCITOS)	Os	adipócitos	uniloculares	são	grandes,	com	a	gotícula	de	lipídio	sem	membrana	em	volta,	deslocando	
o	núcleo	achatado,	para	a	periferia	da	célula.	As	organelas	ficam	concentradas	no	citoplasma	perinuclear.	Apresenta	
um	pequeno	aparelho	de	Golgi,	 alguns	 ribossomos,	REG,	microfilamentos	e	 filamentos	 intermediários.	Podem	ser	
visualizadas	mitocôndrias	compridas,	típicas	das	células	adiposas.	
(LEPTINA)	O	tecido	adiposo	unilocular	é	também	um	órgão	secretor.	Sintetiza	várias	moléculas	como	a	leptina,	que	é	
um	 hormônio	 protéico	 constituído	 por	 164	 aminoácidos.	 Diversas	 células	 no	 cérebro	 e	 em	 outros	 órgãos	 tem	
receptores	para	a	leptina.	Esta	molécula	participa	da	regulação	da	quantidade	de	tecido	adiposo	no	corpo	e	da	ingestão	
de	alimentos.	A	leptina	atua	principalmente	no	hipotálamo,	diminuindo	a	ingestão	de	alimentos	e	aumentando	o	
gasto	de	energia.	
	
	
AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
TECIDO	ADIPOSO	MULTILOCULAR	
O	tecido	adiposo	multilocular	é	chamado	 também	de	 tecido	adiposo	pardo,	por	sua	cor	característica.	Essa	cor	é	
devida	à	vascularização	abundante	e	às	numerosas	mitocôndrias	presentes	em	suas	células.	Por	 serem	ricas	em	
citocromos,	as	mitocôndrias	têm	a	cor	avermelhada.		
(LOCALIZAÇÃO)	Ao	contrário	do	tecido	unilocular,	que	é	encontrado	por	quase	todo	o	corpo,	o	tecido	pardo	é	de	
distribuição	limitada,	 localizando-se	em	áreas	determinadas.	Esse	tecido	é	abundante	nos	animais	que	hibernam,	
onde	foi	chamado	glândula	hibernante	(designação	inapropriada).	
No	feto	humano	e	no	recém-nascido,	o	tecido	adiposo	multilocular	apresenta	localização	bem	determinada.	Como	
este	tecido	não	cresce,	sua	quantidade	no	adulto	é	extremamente	reduzida.	
(CÉLULAS)	 As	 células	 do	 tecido	 adiposo	multilocular	 são	menores	 que	 as	 do	 tecido	 adiposo	 comum	e	 tem	 forma	
poligonal,	o	citoplasma	é	carregado	de	gotículas	lipídicas	de	vários	tamanhos	e	contém	numerosas	mitocôndrias,	
cujas	 cristas	 são	particularmente	 longas,	podendo	ocupar	 toda	a	espessura	da	mitocôndria,	 apresentam	o	núcleo	
arredondado	e	centralizado.	No	tecido	adiposo	multilocular	as	células	tomam	um	arranjo	elipsóide,	formando	massas	
compactas	em	associação	com	capilares	sanguíneos,	lembrando	as	glândulas	endócrinas.	
(FUNÇÃO)	O	tecido	adiposo	multilocular	é	especializado	na	produção	de	calor,	tendo	papel	importante	nos	mamíferos	
que	hibernam.	Em	humanos,	a	função	deste	tecido	está	restrita	aos	primeiros	meses	de	vida	pós-natal.	Durante	esse	
tempo,	o	tecido	adiposo	multilocular	produz	calor,	protegendo	o	recém-nascido	contra	o	frio.	
Referência	Bibliográfica:	Tratado	de	Medicina	de	Família		
FISIOLOGIA	DO	TECIDO	ADIPOSO	
Grandes	quantidades	de	gordura	são	armazenadas	nos	dois	principais	tecidos	do	corpo,	o	tecido	adiposo	e	o	fígado.	
O	tecido	adiposo	costuma	ser	chamado	depósito	de	gordura	ou,	simplesmente,	gordura	tecidual.	Uma	função	crucial	
do	tecido	adiposo	consiste	em	armazenar	os	triglicerídeos	até	que	sejam	necessários	para	o	suprimento	de	energia	
em	outras	partes	do	corpo.	Funções	adicionais	são	a	de	proporcionar	o	isolamento	térmico	ao	organismo	e	a	secreção	
de	hormônios,	como	a	leptina	e	a	adiponectina,	que	afetam	múltiplas	funções	do	organismo,	entre	elas	o	apetite	e	o	
gasto	de	energia.	
ADIPÓCITOS	
Os	 adipócitos	 do	 tecido	 adiposo	 são	 fibroblastos	 modificados	 que	 armazenam	 triglicerídeos,	 quase	 puros,	 em	
quantidades	de	até	80%	a	95%	de	todo	o	volume	das	células.	Os	triglicerídeos	nos	adipócitos	se	encontram,	em	geral,	
sob	a	forma	líquida.	Quando	os	tecidos	são	expostos	ao	frio,	por	período	prolongado,	as	cadeias	de	ácidos	graxos	dos	
triglicerídeos	celulares,	em	período	de	semanas,	ficam	menores	ou	mais	insaturadas,	de	modo	a	reduzir	seu	ponto	de	
fusão,	 permitindo,	 então,	 que	 a	 gordura	 permaneça	 no	 estado	 líquido.	 Essa	 característica	 é	 particularmente	
importante,	 porque	 só	 a	 gordura	 líquida	pode	 ser	 hidrolisada	 e	 transportada	para	 fora	 dos	 adipócitos.	 As	 células	
adiposas	podem	sintetizar	quantidades	muito	pequenas	de	ácidos	graxos	e	triglicerídeos,	a	partir	dos	carboidratos;	
essa	função	suplementa	a	síntese	de	gordura	no	fígado.	
IMPORTÂNCIA	DA	SÍNTESE	E	ARMAZENAMENTO	DAS	GORDURAS	
A	síntese	da	gordura	de	carboidratos	é	especialmente	importante	por	dois	motivos:		
1. A	capacidade	das	diferentes	células	do	corpo	para	armazenar	os	carboidratos,	sob	a	forma	de	glicogênio	é,	em	
geral,	pequena;	no	máximo	algumas	poucas	centenas	de	gramas	de	glicogênio	podem	ser	armazenadas	no	
fígado,	músculos	esqueléticos	e	em	 todos	os	outros	 tecidos	do	corpo	 reunidos.	Ao	contrário,	é	possível	
armazenar	diversos	quilos	de	gordura	no	tecido	adiposo.	Portanto,	a	síntese	de	gorduras	fornece	meio	pelo	
qual	o	excesso	de	energia	 ingerida,	 sob	a	 forma	de	carboidratos	 (e	proteínas),	pode	ser	armazenado	para	
utilização	posterior.	De	fato,	a	pessoa	média	tem	quase	150	vezes	mais	energia	armazenada	sob	a	forma	de	
gorduras	do	que	sob	a	forma	de	carboidratos.		
AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
2. Cada	grama	de	gordura	contém	quase	duas	vezes	e	meia	mais	calorias	de	energia	do	que	cada	grama	de	
glicogênio.Consequentemente,	para	um	dado	ganho	de	peso,	a	pessoa	é	capaz	de	armazenar	diversas	vezes	
esse	valor	de	energia	sob	a	forma	de	gordura,	do	que	sob	a	forma	de	carboidratos,	o	que	é	extremamente	
importante	quando	o	animal	precisa	de	grande	mobilidade	para	sobreviver.		
AUSÊNCIA	DA	INSULINA	
Quando	 a	 insulina	 não	 está	 disponível	 em	quantidade	necessária,	 como	ocorre	 nas	 pessoas	 com	 casos	 graves	 de	
diabetes	melito,	as	gorduras	são	pouco	sintetizadas	ou	até	mesmo	não	o	são,	pelos	seguintes	motivos:	em	primeiro	
lugar,	quando	a	insulina	não	está	disponível,	a	glicose	não	entra	nos	adipócitos,	nem	nas	células	hepáticas	de	modo	
satisfatório,	assim	apenas	a	pequena	quantidade	de	acetil-CoA	e	NADPH	necessárias	para	a	síntese	de	gordura	podem	
derivar	da	glicose.	Em	segundo	lugar,	a	ausência	de	glicose	nas	células	adiposas	reduz	muito	a	disponibilidade	de	a-
glicerofosfato,	o	que	também	dificulta	a	formação	de	triglicerídeos	pelos	tecidos.	
SINAIS	DE	FEEDBACK	DO	TECIDO	ADIPOSO	REGULAM	A	INGESTÃO	DE	ALIMENTOS	
A	 maior	 parte	 da	 energia	 armazenada	 no	 corpo	 consiste	 em	 gordura,	 podendo	 sua	 quantidade	 variar	
consideravelmente	em	diferentes	indivíduos.	O	que	regula	essa	reserva	de	energia	e	por	que	existe	tanta	variabilidade	
entre	os	indivíduos?		
Estudos	em	humanos	e	em	animais	experimentais	indicam	que	o	hipotálamo	pode	avaliar	o	estoque	de	energia	por	
meio	das	ações	da	 leptina,	hormônio	peptídico	 liberado	pelos	adipócitos.	Quando	a	quantidade	de	tecido	adiposo	
aumenta	(sinalizando	excesso	de	armazenamento	energético),	os	adipócitos	produzem	quantidades	aumentadas	de	
leptina,	 que	 é	 liberada	 para	 o	 sangue.	 A	 leptina	 então	 circula	 para	 o	 cérebro,	 onde	 atravessa	 a	 barreira	
hematoencefálica	 por	 difusão	 facilitada,	 ocupando	 os	 receptores	 da	 leptina	 em	 múltiplos	 locais	 no	 hipotálamo,	
especialmente	os	neurônios	POMC	e	AGRP/NPY	dos	núcleos	arqueados	e	os	neurônios	dos	núcleos	paraventriculares.		
RECEPTORES	LEPTÍNICOS	
A	 estimulação	 dos	 receptores	 leptínicos	 nesses	 núcleos	 hipotalâmicos	 inicia	 múltiplas	 ações	 que	 reduzem	 o	
armazenamento	das	gorduras,	incluindo:	
1. redução	da	produção	hipotalâmica	de	estimuladores	do	apetite,	como	NPY	e	AGRP;		
2. ativação	dos	neurônios	POMC,	provocando	liberação	do	a-MSH	e	ativação	dos	receptores	da	melanocortina;	
3. aumento	da	produção	hipotalâmica	de	substâncias	tais	como	o	hormônio	 liberador	de	corticotropina,	que	
diminui	a	ingestão	alimentar;		
4. atividade	nervosa	simpática	aumentada	(pelas	projeções	neurais	do	hipotálamo	para	os	centros	vasomotores),	
o	que	aumenta	o	metabolismo	e	o	gasto	energético;		
5. diminuição	da	secreção	de	insulina	pelas	células	beta	pancreáticas,	o	que	reduz	o	armazenamento	energético.	
Desse	modo,	a	leptina	pode	ser	em	parte	importante	por	intermédio	do	qual	o	tecido	adiposo	sinaliza	o	cérebro	que	
energia	suficiente	foi	armazenada	e	que	a	ingestão	de	alimentos	não	é	mais	necessária.		
(MUTAÇÕES)	Em	camundongos	ou	em	seres	humanos	com	mutações	que	se	traduzem	na	incapacidade	de	suas	células	
adiposas	produzirem	leptina,	ou	com	mutações	que	geram	receptores	leptínicos	defeituosos	no	hipotálamo,	podem	
ocorrer	 hiperfagia	 acentuada	 e	 obesidade	mórbida.	Na	maioria	 dos	 obesos	 humanos,	 contudo,	 não	 parece	 haver	
deficiência	na	produção	de	leptina,	uma	vez	que	seus	níveis	plasmáticos	aumentam	em	proporção	com	a	crescente	
adiposidade.	Portanto,	alguns	fisiologistas	acreditam	que	a	obesidade	possa	estar	associada	à	resistência	à	leptina;	
isto	é,	os	receptores	da	leptina	ou	as	vias	sinalizantes	pós-receptor,	normalmente	ativadas	pela	leptina,	podem	ser	
resistentes	à	ativação	pela	leptina	entre	os	obesos,	que	continuam	a	comer	a	despeito	dos	níveis	muito	altos	de	leptina.		
(OUTRAS	FORMAS	DE	CONTROLE	DE	HÁBITOS	ALIMENTARES)	Outra	explicação	para	a	incapacidade	da	leptina	em	
prevenir	a	crescente	adiposidade	nos	indivíduos	obesos,	é	que	existem	muitos	sistemas	redundantes	que	controlam	
os	hábitos	alimentares,	assim	como	fatores	sociais	e	culturais	podem	provocar	excesso	continuado	de	ingestão	de	
alimentos,	mesmo	em	presença	de	elevados	níveis	de	leptina.	
AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
Referências	Bibliográficas:	livro	de	Fisiologia	-	GUYTON	
	
Obj.	2:	diferenciar	gordura	central	X	periférica,	relacionando	com	a	obesidade;	(resistência	a	insulina).	
GORDURA	ANDROIDE	E	GORDURA	GINÓIDE	
Através	da	localização	da	gordura	pode-se	classificar	a	obesidade	como	andróide	(central),	ginóide	(periférica)	ou	
mista.	A	obesidade	androide	apresenta	acúmulo	de	gordura	mais	acentuado	na	região	do	abdome,	tronco,	cintura	
escapular	e	pescoço	e	é	mais	frequente	nos	homens.	A	obesidade	ginóide	é	caracterizada	pelo	acúmulo	de	gordura	
na	metade	inferior	do	corpo	(quadril,	glúteos	e	coxa	superiores)	e	é	mais	predominante	nas	mulheres.	
A	distribuição	de	gordura	pelo	corpo	é	tão	importante	quanto	a	quantidade	de	gordura	corporal.	A	concentração	de	
gordura	abdominal	(obesidade	androide),	 independentemente	da	gordura	corporal	total,	é	fator	determinante	de	
múltiplos	 distúrbios	 cardiovasculares	 e	metabólicos.	 Em	 idosos,	 a	 obesidade	 androide	 associa-se	 à	 presença	 de	
fatores	de	riscos	cardiovasculares,	como	HAS,	resistência	insulínica	e	DM	tipo	2.	Já	o	acúmulo	de	gordura	na	região	
inferior	do	corpo	apresenta	menores	riscos	à	saúde.	
OBESIDADE	CENTRAL	
A	relação	entre	obesidade	e	hipertensão	arterial	é	mais	forte	e	mais	comum	na	presença	de	obesidade	abdominal	
(visceral)	do	que	na	obesidade	do	tipo	feminino,	em	que	o	excesso	de	peso	se	acumula	nas	regiões	femorais	e	glúteas.	
A	obesidade	central	é	o	achado	de	maior	prevalência	na	síndrome	metabólica.		
A	relação	entre	excesso	de	peso	e	resistência	à	insulina	é	conhecida	há	muito	tempo,	contudo	não	está	muito	claro	se	
a	resistência	à	 insulina	é	um	fator	promotor	ou	simplesmente	uma	consequência	do	ganho	de	tecido	adiposo.	Há	
evidências	 consistentes	do	desenvolvimento	de	um	 sistema	de	 retroalimentação	negativo	 entre	 ganho	de	peso	e	
sensibilidade	à	insulina,	de	tal	modo	que	um	aumento	de	peso	promove	uma	progressiva	resistência	à	ação	da	insulina	
no	sentido	de	desacelerar	ganho	de	tecido	adiposo	ainda	maior.	A	hiperinsulinemia	nos	casos	de	resistência	à	insulina	
é	consequência	direta	do	aumento	da	secreção	de	insulina	secundária	a	um	deslocamento	para	a	esquerda	da	curva	
de	resposta	de	glicose	estimulada	por	insulina	associada	a	uma	diminuição	do	clearance	de	insulina.	
RESISTÊNCIA	INSULÍNICA	
Estudos	 longitudinais	 suportam	 a	 hipótese	 de	 que	 a	 resistência	 à	 insulina	 seria	 realmente	 uma	 consequência	 da	
obesidade	 e,	mais	 ainda,	 funcionaria	 como	um	 sistema	 adaptativo	 que	 se	 oporia	 a	 um	ganho	de	 peso	 excessivo.	
Homens	 que	 na	maturidade	 tiveram	 um	 aumento	maior	 do	 que	 10%	 do	 peso	 que	 tinham	 aos	 20	 anos	 de	 idade	
apresentaram	 significativo	 aumento	 na	 incidência	 de	 resistência	 à	 insulina,	 hipertensão	 arterial	 e	 dislipidemia	
característico	da	síndrome	metabólica.	Outro	dado	importante	foi	o	valor	preditivo	da	hiperinsulinemia	inicial	para	o	
desenvolvimento	de	dislipidemia	e	hipertensão	arterial	quatro	anos	mais	tarde.	Tais	resultados	sugerem	que	o	ganho	
de	 peso	 precede	 o	 desenvolvimento	 da	 síndrome	 de	 resistência	 à	 insulina.	 A	 correlação	 entre	 ganho	 de	 peso	 e	
hiperinsulinemia	 foi	 mais	 forte	 do	 que	 com	 hipertensão	 arterial	 ou	 dislipidemia,	 o	 que	 é	 consistente	 com	 a	
interpretação	 de	 que	 a	 resistência	 à	 insulina	 é	 o	 principal	 fator	 responsável	 pelos	 distúrbios	 metabólicos	 e	
hemodinâmicos	da	síndrome	metabólica.		
Referências	Bibliográficas:	artigo	“Resistência	à	Insulina”	
	
	
	
	
	
AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
Obj.	3:	revisar	obesidade	(diagnóstico,	exame	e	fisiopatologia	relacionando	com	Emanuel).	
OBESIDADE	
A	 obesidade	 é	 definida,	 segundo	 a	Organização	Mundial	 da	 Saúde	 (OMS),	 como	 uma	doença	 caracterizada	 pelo	
excesso	de	gordura	corporal	que	traz	prejuízosà	saúde.	A	obesidade	ocorre	num	quadro	prolongado	de	ingestão	
energética	maior	do	que	o	gasto	energético,	ou	seja,	balanço	energético	positivo.	A	obesidade	é	o	acúmulo	excessivo	
de	gordura	corporal	causada	pelo	balanço	energético	positivo,	isto	é,	a	ingestão	calórica	excede	o	gasto	calórico.	Isso	
acarreta	repercussões	à	saúde	com	perda	importante	na	qualidade	de	vida	do	indivíduo,	bem	como	no	aumento	de	
comorbidades.	
O	local	onde	a	gordura	se	acumula	tem	repercussões	em	suas	complicações,	sendo	que	a	obesidade	abdominal	é	mais	
associada	 ao	 diabetes	 e	 à	 doença	 vascular.	As	 causas	 da	 obesidade	 incluem	 influências	 genéticas,	 ambientais	 e	
sociais.		
O	acúmulo	de	gordura	pode	ser	mensurado	por	meio	do	índice	de	massa	corporal	(IMC),	calculado	pela	divisão	do	
peso	em	quilogramas	pelo	quadrado	da	altura	em	metros.	O	IMC	correlaciona	se	com	os	fatores	de	risco	à	saúde	e	é	
utilizado	para	classificar	o	grau	de	obesidade.		O	IMC,	como	medida	de	excesso	de	peso,	tem	mostrado	uma	correlação	
linear	com	o	risco	de	doença	cardiovascular	e	com	o	desenvolvimento	de	diabetes	tipo	2,	bem	como	de	HAS	e	de	
doença	da	vesícula	biliar.		
IMC	–	ÍNDICE	DE	MASSA	CORPORAL	
Em	termos	clínicos,	o	IMC	entre	25	e	29,9	kg/m2	é	denominado	sobrepeso	e	o	IMC	maior	que	30	kg/m2	é	designado	
como	obesidade.		
O	IMC	não	é	estimativa	direta	da	adiposidade	e	não	leva	em	consideração	o	fato	de	que	algumas	pessoas	tenham	
IMC	elevado	devido	à	grande	massa	muscular.	Meio	melhor	de	definir	a	obesidade	é	realmente	medir	a	porcentagem	
de	gordura	corporal	total.	A	obesidade	é,	em	geral,	definida	como	25%	ou	mais	de	gordura	corporal	total,	em	homens,	
e	35%	ou	mais,	em	mulheres.	Embora	a	porcentagem	de	gordura	corporal	possa	ser	estimada	por	vários	métodos,	tais	
como	 a	medida	 da	 espessura	 da	 prega	 cutânea,	 impedância	 bioelétrica	 ou	 pesagem	 subaquática,	 esses	métodos	
raramente	são	usados	na	prática	clínica,	onde	o	IMC	é	comumente	empregado	para	calcular	a	obesidade.		
(PERÍMETRO	 DA	 CINTURA)	 Portanto,	 muitos	 profissionais	 medem	 o	 perímetro	 da	 cintura	 como	 indicador	 de	
obesidade	abdominal.		
A	prevalência	da	obesidade	em	crianças	e	adultos	nos	Estados	Unidos	e	em	muitos	outros	países	industrializados	está	
crescendo	rapidamente,	tendo	aumentado	por	mais	de	30%	ao	longo	da	década	passada.	Aproximadamente,	65%	
dos	adultos	nos	Estados	Unidos	estão	acima	do	peso	e	quase	33%	dos	adultos	são	obesos.	
ESCALA	DO	IMC	
• Abaixo	de	17	|	Muito	abaixo	do	peso	
• Entre	17	e	18,49	|	Abaixo	do	peso	
• Entre	18,5	e	24,99	|	Peso	normal	
• Entre	25	e	29,99	|	Acima	do	peso	
• Entre	30	e	34,99	|	Obesidade	I	
• Entre	35	e	39,99	|	Obesidade	II	(severa)	
• Acima	de	40	|	Obesidade	III	(mórbida)	
INGESTÃO	MAIOR	QUE	O	GASTO	ENERGÉTICO	
Quando	entram	no	corpo	quantidades	de	energia	(sob	a	forma	de	alimento)	maiores	do	que	o	gasto,	o	peso	corporal	
aumenta	 e	 a	maior	 parte	 do	 excesso	 de	 energia	 é	 armazenada	 como	 gordura.	 Portanto,	 a	 adiposidade	 excessiva	
(obesidade)	é	provocada	pela	ingestão	superior	à	demanda	energética.	Para	cada	9,3	Calorias	de	excesso	energético	
que	entram	no	corpo,	aproximadamente	1	grama	de	gordura	é	armazenado.		
AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
A	gordura	é	armazenada,	principalmente,	no	 tecido	subcutâneo	e	na	cavidade	 intraperitoneal,	embora	o	 fígado	e	
outros	 tecidos	 corporais	 com	 frequência	 acumulem	 quantidades	 significativas	 de	 lipídios	 nas	 pessoas	 obesas.	 Os	
processos	metabólicos,	envolvidos	no	armazenamento	lipídico.	
(NOVOS	ADIPÓCITOS)	 Acreditava-se,	 anteriormente,	 que	o	número	de	adipócitos	 só	pudesse	aumentar	de	 forma	
substancial,	 durante	 o	 primeiro	 ano	 de	 vida	 e	 na	 infância,	 e	 que	 o	 excesso	 de	 ingestão	 energética	 nas	 crianças	
acarretaria	obesidade	hiperplásica,	associada	a	número	aumentado	de	adipócitos	e	a	somente	pequenos	aumentos	
de	seu	tamanho.	Em	contraposição,	pensava-se	que	a	obesidade	que	se	desenvolvesse	nos	adultos	só	aumentasse	o	
tamanho	 dos	 adipócitos,	 resultando	 em	 obesidade	 hipertrófica.	 Estudos	 recentes	 de	 investigação,	 contudo,	
demonstraram	que	novos	adipócitos	podem	se	diferenciar	dos	pré-adipócitos,	células	semelhantes	aos	fibroblastos,	
em	qualquer	período	da	vida,	e	que	o	desenvolvimento	da	obesidade	em	adultos	é	acompanhado	por	aumento	do	
número	e	do	tamanho	dos	adipócitos.	Pessoa	extremamente	obesa	pode	ter	até	quatro	vezes	o	número	de	adipócitos,	
cada	um	contendo	até	o	dobro	da	quantidade	de	lipídios	de	pessoa	magra.		
Quando	a	pessoa	fica	obesa	e	peso	estável	é	atingido,	uma	vez	mais	a	ingestão	energética	se	iguala	ao	débito.	Para	
que	esse	indivíduo	perca	peso,	a	ingestão	de	energia	deverá	ser	muito	menor	do	que	o	gasto	energético.	
CAUSAS	E	FATORES	DE	RISCO	DA	OBESIDADE	
As	 causas	 da	 obesidade	 são	 complexas.	Embora	 os	 genes	 desempenhem	papel	 importante	 na	 programação	 dos	
potentes	mecanismos	fisiológicos	que	regulam	a	ingestão	alimentar	e	o	metabolismo	energético,	o	estilo	de	vida	e	os	
fatores	ambientais	podem	representar	papel	dominante	em	muitas	pessoas	obesas.		
ESTILO	DE	VIDA	SEDENTÁRIO	É	CAUSA	MAIOR	DE	OBESIDADE	
Sabe-se	que	a	atividade	e	o	exercício	físico	aumentam	a	massa	muscular	e	reduzem	a	gordura	corporal,	enquanto	a	
atividade	física	inadequada	está	tipicamente	associada	à	massa	muscular	diminuída	e	adiposidade	aumentada.	Por	
exemplo,	 estudos	 demonstraram	 a	 íntima	 associação	 entre	 comportamentos	 sedentários,	 por	 exemplo,	 o	 tempo	
excessivo	em	frente	à	tela	(p.	ex.,	ao	assistir	à	televisão)	e	a	obesidade.		
Cerca	 de	 25%	 a	 30%	 da	 energia	 utilizada,	 diariamente,	 pela	 média	 das	 pessoas,	 são	 consumidos	 pela	 atividade	
muscular,	ao	passo	que	em	um	operário	algo	em	torno	de	60%	a	70%	são	utilizados	dessa	forma.	Entre	os	obesos,	a	
atividade	física	aumentada	usualmente	aumenta	o	gasto	energético	mais	do	que	a	ingestão	de	alimentos,	resultando	
em	perda	significativa	de	peso.	Mesmo	um	só	episódio	de	exercício	árduo	pode	aumentar	o	gasto	energético	basal	
por	muitas	horas	após	a	cessação	da	atividade	física.	Uma	vez	que	a	atividade	muscular	é	sem	dúvida	o	meio	mais	
importante	 pelo	 qual	 a	 energia	 é	 consumida	 no	 organismo,	 o	 aumento	 da	 atividade	 física,	 frequentemente,	 é	
maneira	eficaz	de	reduzir	os	estoques	adiposos.	
COMPORTAMENTO	ALIMENTAR	ANORMAL	
Embora	 poderosos	 mecanismos	 fisiológicos	 regulem	 a	 ingestão	 alimentar,	 também	 existem	 importantes	 fatores	
ambientais	e	psicológicos	que	podem	provocar	comportamento	alimentar	anormal,	consumo	alimentar	excessivo	e	
obesidade.		
A	importância	dos	fatores	ambientais	é	evidente,	a	julgar	pelo	rápido	crescimento	na	prevalência	da	obesidade,	na	
maioria	dos	países	industrializados,	o	que	coincidiu	com	a	abundância	de	alimentos	muito	energéticos	(especialmente,	
os	alimentos	gordurosos)	e	com	estilos	de	vida	sedentários.		
Fatores	psicológicos	podem	contribuir	para	a	obesidade	em	algumas	pessoas.	Por	exemplo,	as	pessoas	muitas	vezes	
ganham	grande	quantidade	de	peso	durante	ou	após	situações	estressantes,	tais	como	a	morte	de	pai	ou	mãe,	doença	
grave	ou	mesmo	a	depressão	mental.	Parece	que	comer	pode	representar	um	meio	de	liberar	a	tensão.	
SUPERNUTRIÇÃO	INFANTIL	
AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
Fator	que	pode	contribuir	para	a	obesidade	é	a	ideia	predominante	de	que	hábitos	nutricionais	saudáveis	exigem	três	
refeições	ao	dia	e	que	cada	uma	delas	deva	saciar	plenamente.	Muitas	crianças	pequenas	são	forçadas	a	esse	hábito	
por	pais	excessivamente	solícitos,	e	elas	continuam	a	praticá-lo	por	toda	a	vida.		
A	velocidade	de	formação	de	novos	adipócitos	é	especialmente	rápida	nos	primeiros	anos	de	vida	e,	quanto	maior	
a	 intensidade	 do	 armazenamento	 adiposo,	maior	 o	 número	 de	 adipócitos.	 O	 número	 dessas	 células	 nas	 crianças	
obesas	frequentemente	é	de	até	três	vezes	o	das	crianças	normais.	Por	conseguinte,	foi	sugerido	que	a	supernutrição	
das	crianças	—	em	especial,	no	primeiro	ano	de	vida	e,	em	menor	grau,	durante	os	últimos	anos	da	infância—	possa	
levar	à	obesidade	para	a	vida	toda.	
ANOMALIAS	NEUROGÊNICAS	
Lesões	dos	núcleos	ventromediais	do	hipotálamo	fazem	com	que	o	animal	coma	excessivamente	e	se	torne	obeso.	
Com	frequência,	as	pessoas	com	tumores	hipofisários	que	invadam	o	hipotálamo	desenvolvem	obesidade	progressiva,	
demonstrando	que	a	obesidade	humana	também	pode	resultar	de	lesão	hipotalâmica.		
Embora	a	lesão	hipotalâmica	quase	nunca	seja	encontrada	entre	os	obesos,	é	possível	que	a	organização	funcional	dos	
centros	do	hipotálamo	ou	de	outros	centros	neurogênicos	da	fome,	seja	diferente	daquela	das	pessoas	não	obesas.	
Igualmente,	pode	haver	anormalidades	nos	neurotransmissores	ou	nos	mecanismos	receptores	das	vias	neurais	do	
hipotálamo	que	controlam	a	alimentação.	Para	sustentar	essa	 teoria,	um	obeso	que	 tenha	 reduzido	seu	peso	ao	
normal	por	meio	de	medidas	dietéticas	estritas	geralmente	desenvolve	uma	fome	intensa,	que	é	demonstravelmente	
muito	maior	do	que	aquela	da	pessoa	normal.	Esse	fenômeno	indica	que	o	“ponto	de	ajuste”	do	sistema	de	controle	
alimentar	num	obeso	 se	 situa	em	um	nível	muito	mais	 alto	de	 armazenamento	de	nutrientes	do	que	o	de	um	
indivíduo	não	obeso.		
Estudos	em	animais	experimentais	também	indicam	que,	quando	a	ingestão	de	alimentos	é	restringida	nos	animais	
obesos,	 ocorrem	 acentuadas	 alterações	 dos	 neurotransmissores	 no	 hipotálamo	 que	 aumentam	muito	 a	 fome,	
opondo-se	à	perda	de	peso.	Algumas	dessas	alterações	incluem	a	formação	de	neurotransmissores	orexígenos,	tais	
como	o	NPY	e	a	formação	reduzida	de	substâncias	anoréticas,	tais	como	a	leptina	e	o	a-MSH.		
Estudos	em	seres	humanos	confirmaram	que	a	perda	de	peso	induzida	pela	dieta	é	acompanhada	de	um	aumento	
dos	níveis	de	hormônios	que	estimulam	a	fome	(como	a	grelina)	e	uma	redução	nos	níveis	de	hormônios	(como	a	
leptina)	que	reduzem	a	fome.	Essas	alterações	hormonais	persistem	durante	pelo	menos	um	ano	após	a	perda	de	
peso,	o	que	talvez	explique,	em	parte,	porque	é	tão	difícil	conseguir	uma	perda	de	peso	sustentada	apenas	com	a	
dieta.	
FATORES	GENÉTICOS	
A	 obesidade,	 definitivamente,	 ocorre	 em	 famílias.	 No	 entanto,	 tem	 sido	 difícil	 determinar	 o	 papel	 preciso	 da	
contribuição	genética	para	a	obesidade,	uma	vez	que	os	membros	de	uma	família,	em	geral,	compartilham	muitos	
dos	mesmos	hábitos	alimentares	e	padrões	de	atividade	física.	Evidências	atuais,	todavia,	sugerem	que	20%	a	25%	
dos	casos	de	obesidade	possam	ser	provocados	por	fatores	genéticos.		
Os	genes	podem	contribuir	para	a	obesidade,	causando	anormalidades	de	(1)	uma	ou	mais	das	vias	que	regulam	os	
centros	da	fome;	assim	como	(2)	do	gasto	energético	e	do	armazenamento	adiposo.	Três	das	causas	monogênicas	
(gene	único)	da	obesidade	são	(1)	mutações	do	MCR-4,	a	forma	monogênica	mais	comum	de	obesidade	descoberta	
até	o	momento;	(2)	deficiência	congênita	de	leptina,	provocada	por	mutações	do	gene	da	leptina,	que	são	muito	raras;	
e	(3)	mutações	do	receptor	leptínico	que	igualmente	são	muito	raras.	Todas	essas	formas	monogênicas	de	obesidade	
são	responsáveis	por	somente	uma	porcentagem	muito	pequena	de	obesos.	É	provável	que	muitas	variações	genéticas	
interajam	com	fatores	ambientais	para	influenciar	a	quantidade	e	a	distribuição	da	gordura	corporal.	
Referência	Bibliográfica:	livro	de	fisiologia	–	Guyton	
	
	
AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
EPIDEMIOLOGIA	
A	obesidade	é	a	doença	nutricional	mais	frequente.	Sua	prevalência	aumenta	com	a	idade	e	é	mais	comum	no	sexo	
feminino,	em	pessoas	de	 baixa	 renda,	 com	grau	de	 instrução	 correspondente	ao	 ensino	médio	ou	 inferior	e	em	
negros.	A	ocorrência	de	obesidade	classe	III	é	maior	em	indivíduos	de	baixa	renda	e	em	mulheres,	com	média	nacional	
de	0,95%,	em	mulheres	e	0,32%	em	homens.	Nas	crianças	brasileiras	entre	5	e	9	anos,	o	sobrepeso	e	a	obesidade	
ocorrem	em	34,8%	e	16,6%	entre	meninos	e	em	32%	e	11,8%	entre	meninas,	e	esse	percentual	vem	aumentando.	
O	rápido	aumento	na	prevalência	da	obesidade	nos	últimos	20	a	30	anos	enfatiza	a	função	importante	do	estilo	de	
vida	e	dos	fatores	ambientais,	uma	vez	que	as	alterações	genéticas	não	poderiam	ter	ocorrido	tão	rapidamente.	Ainda	
assim,	os	fatores	genéticos	podem	predispor	muitos	indivíduos	às	influências	ambientais	que	impulsionam	a	crescente	
prevalência	de	obesidade	na	maioria	dos	países	industrializados	e	em	desenvolvimento.	(GUYTON)	
ANAMNESE	
Na	 avaliação	 inicial,	 deve	 ser	 investigada	 a	 história	 do	 excesso	 de	 peso:	 idade	 de	 início,	 maior	 e	 menor	 pesos	
alcançados,	 história	 familiar	 de	 obesidade,	 tentativas	 anteriores	 de	 emagrecimento,	 sucessos	 obtidos	 e	 fatores	
precipitantes	das	recaídas.	É	necessário	conhecer	o	estilo	de	vida	por	meio	do	comportamento	alimentar	e	pelo	padrão	
de	atividade	física	pessoal	e	familiar,	suas	expectativas	relacionadas	ao	peso	desejado,	isto	é,	quanto	a	pessoa	espera	
pesar	ao	final	do	tratamento,	a	velocidade	de	perda	esperada	e	as	consequências	da	perda	de	peso	dos	pontos	de	
vista	psíquico	e	físico.	Esses	dados	permitem	avaliar	as	possíveis	causas	da	obesidade,	assim	como	suas	repercussões	
psicológicas.		
As	consequências	físicas	são	avaliadas	pela	presença	de	comorbidades,	como	diabetes	tipo	2,	hipertensão,	doença	
cardiovascular,	osteoartrite,	dislipidemia,	apneia	do	sono	e	outros	problemas	clínicos.	Raramente	a	obesidade	pode	
estar	associada	a	causas	secundárias.	Na	anamnese,	devem-se	buscar	sintomas	de:	
• Doenças	endócrinas:	sintomas	de	hipotireoidismo,	síndrome	de	Cushing,	acromegalia.			
• Uso	de	medicamentos	associados	ao	ganho	de	peso:	antidiabéticos	(insulina,	sulfonilureias,	tiazolidinedionas),	
hormônios	esteroides,	antipsicóticos,	estabilizadores	do	humor	(lítio),	antidepressivos	(tricíclicos,	paroxetina,	
mirtazapina,	inibidores	da	monoaminoxidase),	anticonvulsivantes	(valproato,	gabapentina,	carbamazepina),	
betabloqueadores;	
• Transtornos	 psiquiátricos:	 depressão,	 estresse	 pós-traumático,	 ansiedade,	 transtorno	 do	 humor	 bipolar,	
adicção	a	drogas,	transtorno	do	Binge	e	bulimia	são	comumente	associados	à	obesidade,	e	seu	manejo	deve	
ser	providenciado.	
(IMC)	O	IMC	é	recomendado	como	uma	estimativa	prática	de	sobrepeso	em	adultos,	mas	necessita	ser	interpretado	
com	 cautela	 porque	 não	 é	 uma	medida	 direta	 da	 adiposidade.	 Em	 adultos	 com	 grande	 massa	 muscular,	 o	 IMC	
superestima	a	adiposidade.	Não	se	recomenda	como	rotina	o	uso	da	bioimpedância	para	medida	da	adiposidade	geral.	
Em	 crianças	 e	 adolescentes,	 o	 limite	 de	 normalidade	 é	 estabelecido	 por	 curvas	 de	 percentil	 do	 IMC,	 nas	 quais	 o	
sobrepeso	corresponde	ao	IMC	entre	85	a	95%	para	faixa	etária	e	sexo,	e	a	obesidade	corresponde	ao	valor	acima	de	
95%.	
(MEDIDA	DA	CIRCUNFERÊNCIA)	A	avaliação	da	gordura	abdominal	-	medida	da	circunferência	-	deve	ser	usada	em	
adultos	com	IMC	menor	do	que	35	kg/m2.	Na	criança,	essa	medida	não	é	recomendada	como	rotina,	mas	pode	ser	
usada	como	uma	avaliação	adicional	de	risco.		
(SINAIS	SECUNDÁRIOS)	No	exame	físico,	devem-se	buscar	sinais	de	doenças	associadas	à	obesidade	secundária:	pele	
seca,	 fria	 e	 descamativa,	 cabelos	 finos	 e	 secos,	 voz	 rouca,	 madarose,	 edema	 duro,	 presença	 de	 bócio	
(hipotireoidismo),	obesidade	centrípeta	e	com	giba,	presença	de	acantose	nigricante,	estrias	purpúricas	(síndrome	de	
Cushing),	aspecto	facial	característico	de	acromegalia	com	prognatismo	e	feições	rudes,	mãos	grandes	e	com	aumento	
dos	tecidos	moles.	
DIAGNÓSTICO	
AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
Como	 as	 técnicas	 acuradas	 de	 avaliação	 da	 composição	 corporal	 são	 sofisticadas	 e,	 em	 muitos	 casos	 caras,	
pesquisadores	e	clínicos	usam	medidas	mais	simples	para	 identificar	a	obesidade.	Na	prática	clínica	e	em	estudos	
populacionais,	utiliza-se	o	valor	do	índice	de	massa	corporal	(IMC),	calculado	pela	divisão	do	valor	da	massa	corporal	
(em	quilogramas)	pela	estatura	ao	quadrado	(em	metros),	também	chamado	de	índice	de	Quételet	em	homenagem	
ao	 seu	 criador,	 como	 critério	 para	 se	 estabelecero	 estado	 nutricional	 em	 adultos	 já	 há	 algum	 tempo,	 e	 em	
adolescentes	e	crianças	mais	recentemente.	Este	índice	é	usado	pela	facilidade	de	obtenção	das	informações	de	massa	
corporal	e	de	estatura	e	pela	simplicidade	em	ser	calculado.	Todavia,	o	IMC	não	representa	a	composição	corporal	dos	
indivíduos,	ele	simplesmente	representa	a	relação	entre	o	valor	de	massa	corporal	e	a	estatura.	
Referência	Bibliográfica:	Tratado	de	Medicina	de	Família		
	
Obj.	4:	compreender	a	fisiopatologia	da	síndrome	metabólica.	
SINDROME	METABÓLICA	
O	 termo	 Síndrome	 Metabólica	 descreve	 um	 conjunto	 de	 fatores	 de	 risco	 que	 se	 manifestam	 num	 indivíduo	 e	
aumentam	as	chances	de	desenvolver	doenças	cardíacas,	derrames	e	diabetes.		
(RESISTÊNCIA	 INSULINICA)	 A	 Síndrome	 Metabólica	 tem	 como	 base	 a	 resistência	 à	 ação	 da	 insulina	 (hormônio	
responsável	pelo	metabolismo	da	glicose),	daí	também	ser	conhecida	como	síndrome	de	resistência	à	insulina.	Isto	é:	
a	insulina	age	menos	nos	tecidos,	obrigando	o	pâncreas	a	produzir	mais	insulina	e	elevando	o	seu	nível	no	sangue.	
Alguns	 fatores	 contribuem	 para	 o	 seu	 aparecimento:	 os	 genéticos,	 excesso	 de	 peso	 (principalmente	 na	 região	
abdominal)	e	a	ausência	de	atividade	física.	
A	síndrome	metabólica	é	uma	doença	da	civilização	moderna,	associada	à	obesidade,	como	resultado	da	alimentação	
inadequada	e	do	sedentarismo.	
FATORES	DE	RISCO:	
Os	fatores	de	risco	são:	
• grande	quantidade	de	gordura	abdominal:	em	homens,	cintura	com	mais	de	102	cm	e	nas	mulheres,	maior	
que	88	cm;	
• baixo	 HDL	 (“bom	 colesterol”):	 em	 homens,	menos	 que	 40mg/dl	 e	 nas	mulheres	menos	 do	 que	 50mg/dl;	
triglicerídeos	elevados	(nível	de	gordura	no	sangue):	150mg/dl	ou	superior;	
• pressão	sanguínea	alta:	135/85	mmHg	ou	superior	ou	se	está	utilizando	algum	medicamento	para	reduzir	a	
pressão;	
• glicose	elevada:	110mg/dl	ou	superior.	
Ter	três	ou	mais	dos	fatores	acima	é	um	sinal	da	presença	da	resistência	insulínica.	Esta	resistência	significa	que	mais	
insulina	do	que	a	quantidade	normal	está	sendo	necessária	para	manter	o	organismo	funcionando	e	a	glicose	em	
níveis	normais.	A	maioria	das	pessoas	que	tem	a	Síndrome	Metabólica	sente-se	bem	e	não	tem	sintomas.	Entretanto,	
elas	estão	na	faixa	de	risco	para	o	desenvolvimento	de	doenças	graves,	como	as	cardiovasculares	e	o	diabetes.	
Referências	Bibliográficas:	site	Ministério	da	Saúde	(BVS	–	Biblioteca	Virtual	em	Saúde)	
FISIOPATOLOGIA	DA	SINDROME	METABÓLICA	
A	 obesidade	 visceral	 ou	 central	 (abdominal)	 é	 caracterizada	 por	 uma	 distribuição	 da	 gordura	 corporal	 do	 tipo	
andróide,	 ou	 seja,	 conhecida	 como	 corpo	em	 formato	de	 “maçã”,	 representando	o	 aspecto	principal	 da	 SM.	Ao	
contrário	da	gordura	subcutânea,	o	acúmulo	de	gordura	visceral,	que	pode	ser	facilmente	estimado	pela	medida	da	
circunferência	da	cintura,	está	relacionado	a	diversos	problemas	metabólicos	plasmáticos,	característicos	da	SM:		
1. Hipersensibilidade	aos	glicocorticóides;		
AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
2. Elevados	níveis	plasmáticos	de	glicose	que	induzem	o	pâncreas	a	liberar	excesso	de	insulina	(hiperinsulinemia)	
que,	a	longo	prazo,	culmina	com	resistência	à	insulina	e	diabetes	mellitus	tipo	II;		
3. Aumento	da	secreção	de	angiotensina	que	pode	aumentar	o	risco	de	hipertensão;		
4. Aumento	da	secreção	de	interleucina-6	(IL-6),	citocina	inflamatória;		
5. Aumento	 de	 triglicerídeos	 (TG)	 que	 pode	 comprometer	 a	 viscosidade	 sanguínea,	 aumentando	 o	 risco	
cardiovascular;		
6. Redução	do	colesterol	HDL,	 fundamental	para	 realizar	o	 transporte	 reverso	do	colesterol	e	que	apresenta	
também	efeitos	anti-inflamatórios,	antioxidantes	e	vasodilatadores	(aumenta	a	síntese	de	óxido	nítrico	pelo	
estímulo	da	isoforma	endotelial	da	enzima	sintase	do	óxido	nítrico	–	eNOS).		
EXCESSO	DE	GORDURA	E	CITOCINAS	PRÓ-INFLAMATÓRIAS	
O	 excesso	 de	 gordura	 visceral	 induz	 os	 leucócitos	mononucleares	 (linfócitos	 e	monócitos)	 a	 secretarem	 diversas	
citocinas	 inflamatórias,	 como	 a	 IL-1,	 IL-6,	 IL8,	 o	 fator	 de	 necrose	 tumoral	 alfa	 (TNF-á)	 e	 o	 fator	 de	 crescimento	
transformado	beta	(TGF-â).	Ademais,	o	excesso	de	adiposidade	visceral	induz	o	fígado	a	secretar	fibrinogênio,	proteína	
amilóide	sérica	A	e	proteína	C-reativa	(PCR),	esta	última	um	indicador	inflamatório	de	risco	cardiovascular	na	SM.		
Como	critério	diagnóstico	de	risco	cardiovascular	podem	ser	utilizados	os	seguintes	valores	de	PCR:		
• Baixo	risco:	<	1mg/L;		
• Média:	1,0	a	3,0mg/L;	
• Alto	risco:	>	3,0mg/L;		
• Pacientes	com	doença	coronária	estável:	>	3,0mg/L;		
• Pacientes	com	síndromes	coronárias	agudas:	>	10mg/L.	
(LIPOTOXIDADE)	Do	ponto	de	vista	metabólico,	é	 importante	 lembrar	que	os	ácidos	graxos	 livres	 fornecidos	pelo	
tecido	adiposo	na	lipólise	induzem	resistência	à	insulina	na	utilização	periférica	de	glicose,	assim	como	exercem	efeito	
inibitório	sobre	a	secreção	de	insulina	pela	célula	beta,	constituindo	assim	a	chamada	lipotoxicidade,	que	atualmente	
se	acredita	que	desempenhe	papel	de	destaque	na	fisiopatologia	do	diabete	tipo	2.		
O	 tecido	 adiposo,	 principalmente	 visceral,	 poderia	 ser	 considerado	 o	 maior	 órgão	 endócrino	 pela	 quantidade	 e	
variedade	de	hormônios	e	citocinas	que	é	capaz	de	sintetizar	e	secretar	dentre	eles	o	fator	de	necrose	tumoral	alfa	
e	um	importante	mediador	do	desenvolvimento	da	resistência	à	insulina	associada	à	obesidade	�,	causando	uma	
diminuição	significativa	dos	transportadores	de	glicose	funcionalmente	disponíveis.	
	
INFLAMAÇÃO	E	RESISTÊNCIA	À	INSULINA	
Há	evidências	de	que	um	processo	 inflamatório	 crônico	poderia	 representar	o	 fator	desencadeante	na	origem	da	
resistência	à	insulina	e	eventualmente	até	do	aparecimento	de	diabete	tipo	2.			
INTERLEUCINAS	E	TNF	
De	 acordo	 com	 tal	 hipótese,	 alguns	 estímulos,	 como	 superalimentação,	 principalmente	muito	 rica	 em	 gorduras	
saturadas,	e	também	influências	ambientais,	como	stress	crônico,	poderiam,	somados,	resultar	numa	hipersecreção	
de	citocinas	como	IL-1,	IL-6	e	TNF-α	que	levariam	a	resistência	à	insulina	e	síndrome	metabólica.		
FIBRINOGÊNIO,	PAI-1	E	PCR	
Recentemente	foi	demonstrada	a	associação	de	níveis	de	fibrinogênio,	PAI-1	e	PCR	com	resistência	à	insulina.	Há	
uma	 relação	 independente	 entre	 níveis	 de	 marcadores	 inflamatórios	 e	 resistência	 à	 insulina,	 o	 que	 poderia	
potencialmente	explicar	a	associação	de	hiperinsulinemia	e	doença	cardiovascular.		
Esse	novo	enfoque	nos	 chama	a	atenção	para	 fatos	de	 relevância	 clínica.	Como	é	 sabido,	o	 tratamento	de	vários	
componentes	da	síndrome	de	resistência	à	insulina	(adiposidade,	dislipidemia,	hipertensão)	tem	efeitos	benéficos	em	
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termos	de	prevenção	do	diabete	tipo	2	e	da	doença	cardiovascular.	Portanto,	se	um	processo	inflamatório	crônico,	
subclínico,	representa	outra	faceta	da	síndrome	metabólica,	o	tratamento	com	anti-inflamatórios	deveria	ser	levado	
em	consideração.	
RESISTÊNCIA	À	INSULINA	E	DISFUNÇÃO	ENDOTELIAL	
A	disfunção	endotelial	tem	sido	descrita	frequentemente	associada	a	resistência	à	insulina.	Como	origens	da	disfunção	
endotelial	tem-se	considerado:	na	ação	de	citocinas,	no	efeito	lesivo	de	lipoproteínas	oxidadas,	no	tabagismo,	no	
stress	psicológico.		
As	consequências	para	o	sistema	vascular	seriam	o	desenvolvimento	de	aterosclerose	no	sistema	macrovascular	e	o	
aparecimento	 de	 resistência	 à	 insulina	 no	 sistema	microvascular.	 Ao	 nível	 do	 leito	 capilar	 encontra-se	 alteração	
funcional	da	lipase	lipoprotéica	com	aumento	do	nível	de	triglicerídeos	circulantes	e	diminuição	de	HDL-colesterol,	
diminuição	 da	 perfusão	 capilar,	 diminuição	 da	 produção	 de	 óxido	 nítrico,	 aumento	 de	 PAI-1	 e	 do	 fator	 de	 von	
Willebrand	e	alteração	funcional	da	barreira	endotelial.		
(ATEROSCLEROSE)	Dados	da	literatura	sugerem	uma	participação	direta	da	PCR	no	início	ou	na	progressão	da	lesão	
aterosclerótica	 porque	 a	PCR	 é	 um	 potente	 estimuladorda	 produção	 de	 fator	 tissular	 por	macrófagos,	 ativa	 o	
sistema	do	complemento	in	vivo,	ligase	a	lipoproteínas,	como	LDL	e	VLDL,	facilitando	a	sua	agregação,	e	é	expressa	
pelos	monócitos,	acumulando-se	nas	lesões	ateroscleróticas	incipientes	na	aorta	e	coronária	humanas.		
SÍNTESE	DE	TG	E	PROCESSO	DE	TROMBOSE	
Quando	há	acúmulo	de	gordura	visceral	aumenta	o	risco	de	degeneração	gordurosa	não-alcoólica	do	fígado	uma	vez	
que	há	 aumento	da	 lipólise	 e	da	 síntese	de	 TG	a	partir	 da	 glicose.	Neste	 caso,	 também	há	 aumento	da	 secreção	
hepática	de	TG	para	o	sangue,	aumentando	seus	níveis	séricos.	O	excesso	de	TG	no	sangue,	outro	componente	da	
síndrome	 metabólica,	 diminui	 a	 secreção	 hepática	 de	 HDL	 e	 promove	 alteração	 da	 viscosidade	 sanguínea,	
favorecendo	o	processo	de	agregação	de	plaquetas	e	o	risco	de	trombose.		
Além	disso,	o	excesso	de	TG	estimula	a	secreção	do	colesterol	VLDL	e	de	partículas	de	LDL	pequenas	e	densas	que	
são	prontamente	oxidadas	e	fagocitadas	pelos	macrófagos	da	parede	arterial,	formando	depósitos	citoplasmáticos	de	
gordura,	 transformando-os	 em	 células	 espumosas,	 que	 vão	 progressivamente	 dando	 origem	 às	 lesões	 ou	 estrias	
gordurosas	até	a	formação	de	placas	de	gordura	no	processo	de	aterogênese.		
O	 processo	 de	 glicosilação	que	ocorre	 no	diabetes	mellitus	 e	 na	 SM	promove	modificações	 na	 apolipoproteína	B	
(apoB),	envoltório	da	LDL,	tornando	esta	última	mais	facilmente	fagocitável	pelos	macrófagos	da	parede	vascular.	
A	aterosclerose	diminui	o	calibre	dos	vasos	sanguíneos,	aumentando	a	pressão	arterial.	Além	disso,	na	SM	há	aumento	
da	angiotensina,	retenção	de	sódio,	redução	dos	níveis	do	fator	vasodilatação	derivado	do	endotélio	–	óxido	nítrico	–	
e	aumento	dos	níveis	do	peptídeo	vasoconstritor	endotelina-1,	fatores	que	tornam	plausível	a	presença	de	hipertensão	
arterial	na	SM	e	obesidade.	Na	SM	também	há	aumento	da	síntese	de	fibrinogênio	e	do	fator	inibidor	do	plasminogênio	
(PAI-1,	do	inglês)	o	que	aumenta	a	atividade	dos	sistemas	de	coagulação	sanguínea,	elevando	o	risco	de	trombose.	A	
trombose	agrava	o	processo	de	aterogênese	(aterotrombose)	e	induz	ao	estreitamento	do	leito	vascular	que	pode	
resultar	em	hipertensão	arterial.	
DIMINUIÇÃO	DE	CAPILARIZAÇÃO	E	DISTRIBUIÇÃO	DA	INSULINA	
Deve-se	lembrar	que	o	endotélio	capilar,	regulando	a	perfusão	tecidual,	é	o	principal	responsável	por	disponibilizar	
insulina	para	os	vários	tecidos;	em	outras	palavras,	a	quantidade	de	insulina	que	estará	livre	para	se	ligar	ao	receptor	
da	membrana	celular	é	diretamente	dependente	de	uma	função	endotelial	normal.	No	caso	de	haver	diminuição	da	
capilarização	dos	tecidos,	como,	por	exemplo,	ao	nível	do	musculoesquelético,	a	conseqüência	seria	uma	considerável	
queda	na	concentração	de	 insulina	ao	nível	celular,	o	que	poderia	ser	 interpretado	também	como	um	mecanismo	
adicional	de	resistência	à	insulina,	desta	vez	por	barreira,	poderíamos	dizer,	geográfica.		
Assim,	é	importante	considerar	que:	no	endotélio	capilar	é	de	importância	capital	tanto	no	fornecimento	de	insulina	
aos	tecidos	quanto	sendo	um	órgão-alvo	da	ação	insulínica,	na	redução	da	área	endotelial	associada	a	disfunção	do	
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endotélio	contribui	para	a	resistência	à	insulina,	na	integridade	estrutural	e	funcional	do	endotélio	é	essencial	à	ação	
normal	da	insulina.	
HIPERINSULINEMIA	E	HAS	
(HIPERATIVAÇÃO	DO	EIXO)	A	hiperinsulinemia	age	centralmente	causando	uma	hiperatividade	do	sistema	nervoso	
simpático,	estado	hiperadrenérgico	pode	ser	um	mecanismo	desencadeador	de	termogênese	no	sentido	de	limitar	
maior	ganho	de	peso;	porém,	como	conseqüência	também	ocorre	um	aumento	na	pressão	arterial.		
(AUMENTO	 DE	 SÓDIO	 E	 ANGIOTENSINA	 II)	 A	 hiperinsulinemia	 associada	 a	 hiperatividade	 simpática	 causa	 um	
aumento	na	reabsorção	tubular	de	sódio,	 levando	a	expansão	de	volume.	Esse	efeito	permanece	ativo	mesmo	em	
condições	 de	 resistência	 à	 insulina.	 Ocorre	 também	 um	 aumento	 na	 densidade	 de	 receptores	 do	 tipo	 1	 para	
angiotensina	II	por	mecanismos	pós-transcrição.		
(PERCA	DO	EFEITO	VASODILATADOR)	O	efeito	direto	vasodilatador	da	insulina	parece	ser	mediado	por	óxido	nítrico	
e	perde-se	em	condições	de	resistência	à	insulina	da	mesma	maneira	que	a	utilização	da	glicose.		
O	papel	da	hiperinsulinemia	na	patogênese	da	hipertensão	arterial	na	síndrome	metabólica	não	tem	sido	confirmado	
em	alguns	estudos,	sugerindo	que	outros	fatores,	como	variabilidade	genética,	possam	ter	participação.	Por	exemplo,	
na	população	de	nativos	americanos	Pima	existe	alta	prevalência	de	obesidade,	diabete	e	hiperinsulinemia,	porém	a	
incidência	de	hipertensão	arterial	é	reduzida	em	comparação	com	a	população	caucasiana.	
POSSÍVEL	PARTICIPAÇÃO	DE	ANDROGÊNIOS	E	OUTROS	HORMÔNIOS	
Níveis	 elevados	 de	 hormônios	 esteroides	 androgênios	 poderiam	 ter	 algum	 papel	 na	 patogênese	 da	 síndrome	
metabólica	 associada	 a	 obesidade	 abdominal.	 Dados	 da	 literatura	 mostram	 uma	 correlação	 direta	 entre	 níveis	
circulantes	de	androgênios	e	quantidade	de	gordura	visceral.	Seria,	portanto,	razoável	especular	se	o	nível	elevado	de	
androgênios	 é	 responsável	 pela	deposição	de	 gordura	 visceral	 e	 desenvolvimento	de	 resistência	 à	 insulina.	Outra	
maneira	de	interpretar	os	dados	seria	considerar	que	o	estado	hiperandrogênico	poderia	ser	secundário	a	resistência	
à	insulina	e	hiperinsulinemia,	como	tem	sido	proposto	na	síndrome	do	ovário	policístico,	o	que	estaria	mais	de	acordo	
com	o	conhecimento	atual.		
A	possibilidade	de	que	a	síndrome	metabólica	tenha	um	componente	neuroendócrino	também	tem	sido	aventada,	
com	base	em	estudos	que	mostram	alteração	funcional	do	eixo	hipotálamo-hipófise-adrenal.	Tal	padrão	também	foi	
descrito	em	pacientes	expostos	a	stress	de	longa	duração.	Os	resultados	evidenciam	a	importância	do	meio	ambiente	
no	desencadeamento	ou	manutenção	e	acentuação	das	alterações	funcionais.	Na	Suécia,	por	exemplo12,	14%	dos	
pacientes	com	alterações	neuroendócrinas	e	síndrome	metabólica	apresentavam	polimorfismos	no	gene	do	receptor	
de	glicocorticoide.	Tais	resultados	sugerem	um	background	neuroendócrino	complexo	na	síndrome	metabólica	em	
que	a	disfunção	do	eixo	hipotálamo-hipófise-suprarrenal	seria	muito	importante.		
AUMENTO	DE	CORTISOL		
O	aumento	da	hipersensibilidade	do	tecido	adiposo	aos	glicocorticoides	(cortisol,	cortisona,	etc.)	está	associada	à	
maior	 capacidade	 de	 vasoconstrição	 arterial	 e,	 consequentemente,	 à	 hipertensão	 arterial	 em	 pacientes	 com	
resistência	à	insulina,	obesidade	e	síndrome	metabólica.		
O	 excesso	 de	 glicocorticoides	 estimula	 a	 glicose-6-fosfatase,	 promovendo	 maior	 liberação	 de	 glicose	 das	 células	
pancreáticas	(e	outros	tecidos	como	fígado	e	músculos)	para	o	sangue,	promovendo	estados	de	hiperglicemia	e	de	
resistência	 dos	 tecidos	 à	 ação	 da	 insulina,	 outro	 componente	 da	 SM.	 Durante	 vários	 anos,	 esta	 hiperglicemia	
prolongada	estimula	o	aumento	da	secreção	de	insulina,	induzindo	uma	hiperinsulinemia	que	aliada	à	hipersecreção	
de	glicocorticoides	do	tecido	adiposo	visceral	exercem	um	feedback	negativo	sob	o	pâncreas,	inibindo	a	secreção	de	
insulina	e	contribuindo	para	a	resistência	a	este	hormônio	na	SM	e	no	diabetes	mellitus	tipo	2.		
SINDROME	METABÓLICA,	OBESIDADE	E	REDUÇÃO	DE	HDL	
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Conforme	mencionado,	 há	 uma	 relação	 inversa	 entre	 os	 níveis	 plasmáticos	 de	 TG	 e	 de	 HDL	 na	 SM.	 Além	 disso,	
geralmente	os	 indivíduos	com	síndrome	metabólica	e	obesidade	são	sedentários,	apresentando	menores	níveis	de	
HDL.	Ao	contrário,	 a	prática	 regular	de	exercícios	 físicos	aeróbicos	 contribui	para	o	 controle	do	peso	corporal,	da	
frequência	cardíaca,	o	incremento	dos	níveis	de	HDL	e	a	redução	da	espessura	da	artéria	carótida.	
(OBESIDADE)	 Obesidade	 é	 um	 fator	 importante	 nos	 pacientes	 com	 síndrome	metabólica,	 que	 pode	 resultar	 em	
diabetes	tipo	2.	Cerca	de	80	a	90%	dos	pacientes	com	diabetestipo	2	têm	sobrepeso.	Os	pacientes	obesos	têm	mais	
resistência	à	ação	da	insulina	e	supressão	reduzida	da	produção	de	glicose	pelo	fígado,	resultando	em	hiperglicemia	e	
hiperinsulinemia.	 O	 tipo	 de	 obesidade	 é	 um	 aspecto	 importante	 na	 patogênese	 do	 diabetes	 tipo	 2.	 Estudos	
demonstraram	 que	 pacientes	 com	 obesidade	 central	 (ou	 da	 parte	 superior	 do	 corpo)	 têm	 risco	 mais	 alto	 de	
desenvolver	diabetes	tipo	2	e	distúrbios	metabólicos,	que	os	indivíduos	com	obesidade	periférica	(ou	da	parte	inferior	
do	corpo).	Alguns	autores	demonstraram	que	a	 circunferência	abdominal	e	a	 razão	cinturaquadril	 (RCQ),	que	 são	
medidas	 indiretas	 de	 obesidade	 central,	 correlacionavam-se	 diretamente	 com	 resistência	 à	 insulina.	Quanto	 ao	
tratamento,	o	emagrecimento	com	perda	inicial	de	5	a	10%	do	peso	corporal	deve	ser	incluído	no	plano	terapêutico,	
além	de	controlar	o	diabetes	e	outros	distúrbios	metabólicos	associados.	
HIPERINSULINEMIA	E	DANO	RENAL	NA	SM	
O	estado	crônico	de	hiperinsulinemia,	resistência	à	insulina	e	hiperglicemia	favorece	a	permanência	de	elevados	níveis	
plasmáticos	de	glicose.	Assim,	este	excesso	de	hexoses	sofre	reações	bioquímicas	conjugando-se	com	grupos	amino	(-
NH2)	livres	em	proteínas,	lipídeos	e	ácidos	nucléicos	para	formar	os	produtos	finais	da	glicosilação	avançada	(AGE).	O	
produto	mais	comum	destas	reações	é	a	hemoglobina	glicosilada	HbA1C.		
Os	AGE	provocam	lesão	glomerular	com	aumento	da	filtração	glomerular,	o	que	explica	a	consequente	poliúria	dos	
diabéticos.	 Além	 disso,	 esta	 insuficiência	 renal,	 provocada	 pela	 hiperinsulinemia/	 hiperglicemia,	 que	 pode	 estar	
presente	na	SM	está	relacionada	à	albuminúria,	glomerulomegalia	e	glomeruloesclerose.	A	insuficiência	renal	crônica	
leva	à	hiperuricemia,	indicador	de	comprometimento	renal	na	SM.	
APNÉIA	OBSTRUTIVA	DO	SONO	E	SÍNDROME	DO	OVÁRIO	POLICÍSTICO	
Indivíduos	obesos	apresentam	maior	chance	de	desenvolver	apneia	obstrutiva	do	sono.	Esta,	por	sua	vez	aumenta	o	
risco	de	descontrole	glicêmico,	resistência	à	insulina	e	síndrome	metabólica.	Uma	revisão	crítica	da	literatura	a	este	
respeito	 foi	 recentemente	 publicada.	 Mulheres	 com	 ovários	 policísticos	 podem	 apresentar	 como	 consequência	
resistência	à	insulina	e	desenvolvimento	de	SM.		
Referências	Bibliográficas:	(1)	artigo	de	revisão	sobre	Atualização:	Fisiopatologia	e	Clínica	da	Síndrome	
Metabólica	(2)	artigo	“Resistência	à	Insulina”	
DIABETES	MELITO	TIPO	2	
O	DM	tipo	2	é	responsável	pela	maioria	dos	casos	desta	doença,	ou	seja,	cerca	de	90	a	95%.	Esse	termo	descreve	um	
grupo	 heterogêneo	 de	 distúrbios	 caracterizados	 por	 hiperglicemia	 associada	 à	 deficiência	 relativa	 de	 insulina.	 A	
destruição	autoimune	das	células	β	não	ocorre	nesses	casos.	Embora	muitos	pacientes	com	diabetes	tipo	2	sejam	
adultos	com	sobrepeso,	tendências	recentes	indicam	que	esta	doença	tenha	se	tornado	mais	comum	nas	crianças	e	
nos	adolescentes	obesos.	Além	disso,	os	pacientes	com	diabetes	tipo	2	por	fim	podem	necessitar	de	insulina.	Por	essa	
razão,	os	 termos	usados	no	passado	 com	 relação	ao	diabetes	 tipo	2,	 inclusive	diabetes	de	 início	na	vida	adulta	e	
diabetes	não	insulinodependente,	podem	causar	confusão	e	por	isso	são	obsoletos.		
O	diabetes	tipo	2	tem	um	componente	genético	inequívoco.	Alguns	fatores	patogênicos	genéticos	e	adquiridos	foram	
implicados	na	deterioração	progressiva	da	 função	das	 células	β	dos	pacientes	 com	prédiabetes	e	diabetes	 tipo	2.	
Indivíduos	que	 têm	um	dos	pais	portadores	dessa	doença	 têm	risco	aumentado	de	desenvolvêla.	Quando	os	dois	
genitores	têm	diabetes	tipo	2,	o	risco	fica	em	torno	de	40%.	Apesar	da	predisposição	familiar	evidente,	a	genética	
dessa	doença	não	está	bem	definida.	Estudos	realizados	com	pacientes	portadores	de	diabetes	 tipo	2	detectaram	
anormalidades	genéticas	associadas	à	secreção	alterada	de	insulina,	mas	estes	estudos	ainda	não	foram	concluídos.	
As	anormalidades	metabólicas	que	levam	ao	diabetes	tipo	2	são:		
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• Resistência	à	insulina;	
• Secreção	anormal	de	insulina	pelas	células	β	do	pâncreas;	
• Produção	aumentada	de	glicose	pelo	fígado.	
Ao	contrário	do	diabetes	tipo	1,	no	qual	há	deficiência	absoluta	de	insulina,	os	pacientes	com	diabetes	tipo	2	podem	
ter	níveis	altos,	normais	ou	baixos	deste	hormônio.	Resistência	à	insulina	significa	capacidade	reduzida	de	o	hormônio	
atuar	eficazmente	nos	tecidos-alvo,	especialmente	músculos,	fígado	e	gordura.	Essa	é	a	característica	predominante	
do	diabetes	tipo	2	e	resulta	de	uma	combinação	de	fatores	como	predisposição	genética	e	obesidade.		
Inicialmente,	 a	 resistência	 à	 insulina	 estimula	 um	 aumento	 de	 sua	 secreção,	 geralmente	 a	 um	 nível	 que	 causa	
hiperinsulinemia	modesta,	na	medida	em	que	as	células	β	tentam	manter	o	nível	sanguíneo	normal	de	glicose.	Com	o	
tempo,	a	demanda	aumentada	de	secreção	de	insulina	provoca	esgotamento	e	falência	das	células	β.	Isso	aumenta	os	
níveis	sanguíneos	de	glicose	pós-prandiais	e,	por	fim,	resulta	na	produção	aumentada	de	glicose	pelo	fígado.	Como	os	
pacientes	com	diabetes	tipo	2	não	têm	deficiência	absoluta	de	insulina,	eles	estão	menos	sujeitos	à	cetoacidose,	em	
comparação	com	os	pacientes	portadores	de	diabetes	tipo	1.	
No	 estado	 basal,	 a	 resistência	 hepática	 à	 insulina	 evidencia-se	 por	 produção	 excessiva	 de	 glicose,	 apesar	 da	
hiperinsulinemia	em	jejum,	considerando	que	a	taxa	de	síntese	de	glicose	é	o	determinante	principal	do	nível	alto	de	
GPJ	dos	pacientes	com	diabetes	tipo	2.	Embora	a	resistência	à	insulina	desses	pacientes	possa	ser	causada	por	alguns	
fatores,	esta	anormalidade	está	diretamente	relacionada	com	obesidade	e	inatividade	física.	As	causas	específicas	da	
disfunção	 das	 células	 β	 não	 são	 conhecidas,	 mas	 parecem	 incluir	 uma	 redução	 inicial	 da	 massa	 de	 células	 em	
consequência	de	fatores	genéticos	ou	pré-natal	(p.	ex.,	atraso	do	crescimento	intrauterino);	apoptose	acelerada	ou	
regeneração	reduzida	das	células	β;	esgotamento	das	células	β	em	consequência	da	resistência	prolongada	à	insulina;	
glicotoxicidade	 (i.	e.,	dessensibilização	das	células	β	 induzida	pelos	efeitos	 tóxicos	da	glicose);	 lipotoxicidade	 (i.	e.,	
efeitos	tóxicos	dos	lipídios	nas	células	β);	e	deposição	de	amiloide	ou	outros	distúrbios	que	podem	reduzir	a	massa	de	
células	β.		
Referências	Bibliográficas:	livro	de	Fisiopatologia	–	Porth	
	
Obj.	5:	apresentar	a	epidemiologia	da	síndrome	metabólica.	
EPIDEMIOLOGIA	DA	SINDROME	METABÓLICA	
A	 Síndrome	Metabólica	 pode	 ser	 definida	 como	 um	 conjunto	 de	 várias	 co-morbidades;	 das	 quais,	 destacam-se:	
resistência	 insulínica,	 hipertensão	 arterial,	 dislipidemia	 aterogênica,	 obesidade	 central,	marcadores	 de	 inflamação	
vascular,	 e	 homeostasia	 da	 glicose	 alterada.	 A	Organização	Mundial	 da	 Saúde	 (OMS)	 e	 Associação	 Americana	 de	
Diabetes	(ADA),	definem	a	SM	a	partir	da	intolerância	à	glicose,	resistência	à	insulina	ou	diabetes,	juntamente	com	
duas	ou	mais	alterações,	sendo,	hipertensão,	triglicérides	elevados,	HDL	baixo,	obesidade	central	e	microalbuminúria.	
Em	relação	à	prevalência	da	síndrome	metabólica,	no	Brasil,	há	uma	elevada	prevalência	de	síndrome	metabólica,	
inclusive	nos	mais	jovens,	evidenciando	29,8%	na	prevalência	geral.		
(PORCENTAGEM	 NOS	 JOVENS)	 No	 que	 se	 refere	 às	 crianças	 e	 adolescentes,	 Manna	 et	 al.	 (2006),	 indicam	 que	
evidências	sobre	a	existência	da	SM	entre	crianças	e	adolescentes	são	limitadas.	Os	mesmos	autores	apresentaram	
dados	de	uma	pesquisa	realizada	pela	National	Health	and	Nutrition	Examination	Survey	 (NHANES)	1999-2000,	na	
qual,	indicaram	que	o	recente	aumento	nos	índices	de	obesidade	nos	jovens	estadunidenses	foi	acompanhado	pela	
elevação	da	prevalência	da	síndrome	metabólica.	Em	relação	ao	Brasil,	identificaram	6%	de	prevalência	da	síndrome	
metabólica	em	crianças	e	adolescentes	de	10	a	19	anos	de	idade.	Foi	observada	pouca	concordância	entre	as	diversas	
definiçõespropostas	para	a	SM	nessa	população,	podendo	assim,	variar	sua	prevalência	de	0,4%	a	26,3%,	dependendo	
do	grupo	estudado	e	dos	critérios	diagnósticos	utilizados.	
Referências	 Bibliográficas:	 artigo	 sobre	 Epidemiologia	 da	 Síndrome	Metabólica	 e	 as	 Consequências	 na	
Obesidade	Infantil	
AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
EPIDEMIOLOGIA	EM	RELAÇÃO	AO	SEXO	
Não	há	estudos	sobre	a	prevalência	e	incidência	de	SM	na	população	brasileira	em	geral.	Porém,	considerando	que	a	
prevalência	de	obesidade,	hipertensão	e	diabetes	são	elevadas	na	população	brasileira,	a	SM	constitui	preocupação	
para	os	profissionais	e	autoridades	de	saúde.	De	qualquer	modo,	um	estudo	mostrou	elevada	prevalência	de	SM	em	
população	 do	 semi-árido	 baiano.	 Neste	 artigo,	 a	 prevalência	 de	 SM	 acometeu	 38.4%	 das	mulheres	 e	 18,6%	 dos	
homens,	entre	25	e	87	anos	de	idade.	Outro	estudo,	contemplando	apenas	jovens	de	23	a	25	anos,	revelou	prevalência	
de	SM	de	4,8	e	10,7%,	em	mulheres	e	homens,	respectivamente.	
Referências	 Bibliográficas:	 artigo	 de	 revisão	 sobre	 Atualização:	 Fisiopatologia	 e	 Clínica	 da	 Síndrome	
Metabólica	
	
Obj.	6:	compreender	o	processo	inflamatório	na	obesidade.	
OBESIDADE	E	TECDO	ADIPOSO	
Vários	estudos	têm	demonstrado	que	o	tecido	adiposo	produz	uma	série	de	substâncias,	as	quais	são	denominadas	
adipocinas,	dentre	as	quais	leptina,	adiponectina,	resistina	e	algumas	citocinas,	como	interleucina-	6	(IL-6),	fator	de	
necrose	tumoral	alfa	(TNF-α),	e	a	proteína	quimio	atraente	de	monócito	(MCP-1),	dentre	outras.10	Por	isso	tem	sido	
reconhecido	como	um	órgão	 importante	de	uma	complexa	 rede	que	participa	da	 regulação	de	uma	variedade	de	
funções	biológicas	como,	por	exemplo,	regular	o	apetite,	o	gasto	energético,	a	sensibilidade	periférica	à	insulina,	a	
capacidade	oxidativa,	a	absorção	de	lipídeos	em	tecidos	não	adiposos,	como	coração,	fígado,	células	beta	pancreáticas	
e	músculo-esquelético.		
Em	situações	de	balanço	energético	positivo,	o	excesso	de	energia	é	armazenado	no	tecido	adiposo	sob	a	forma	de	
triacilglicerol	 (TG).	Os	adipócitos	maduros	presentes	no	tecido	expandem	em	resposta	ao	aumento	dos	 lipídios	da	
circulação.	Além	disso,	com	a	necessidade	de	maior	armazenamento,	pré-adipócitos	presentes	no	tecido	podem	se	
diferenciar	em	adipócitos	maduros,	capazes	de	armazenar	gordura.	Assim,	as	células	adiposas	têm,	particularmente,	
uma	grande	capacidade	de	sintetizar	e	armazenar	TG	durante	os	períodos	de	oferta	de	alimentação,	bem	como	de	
hidrolisar	e	liberar	os	TG	como	ácidos	graxos	livres	e	glicerol	em	situações	de	jejum.	Spalding	et	al.	observaram	que	o	
número	de	adipócitos,	tanto	para	indivíduos	magros	quanto	para	obesos,	é	definido	durante	a	infância	e	adolescência	
e	está	sujeito	a	pequena	variação	durante	a	vida	adulta,	o	que	sugere	que	a	hipertrofia	dos	adipócitos	é	o	principal	
mecanismo	para	a	expansão	do	tecido	adiposo	durante	o	desenvolvimento	da	obesidade.		
HIPERSECREÇÕ	DE	ADIPOCINAS	
No	entanto,	quando	a	capacidade	de	estoque	é	ultrapassada,	ocorre	uma	alteração	na	secreção	dessas	adipocinas.	A	
hipersecreção	de	adipocinas	potencialmente	prejudiciais,	tais	como	plasminogen	activator	inhibitor-1	(PAI-1),	TNF-α	
ou	visfatina,	e	a	hiposecreção	de	adipocinas	potencialmente	benéficas,	tais	como	a	adiponectina,	podem	estar	entre	
os	principais	mecanismos	envolvidos	nas	doenças	relacionadas	com	estilo	de	vida,	 incluindo	diabete	melito	tipo	2,	
hiperlipidemia	e	hipertensão,	que	são	componentes	da	síndrome	metabólica	 (SM).	A	redução	da	gordura	visceral,	
portanto,	 pode	 ser	 uma	medida	 preventiva	 essencial	 para	 a	 SM	 e	 sua	 consequência,	 a	 doença	 cardiovascular.	 A	
regulação	 de	 adipocinas-chave,	 como	 a	 adiponectina,	 pode	 ser	 considerada	 como	 um	 procedimento	 terapêutico	
eficiente.	A	obesidade	então	é	vista	como	um	estado	de	baixo	grau	de	inflamação	crônica	sistêmica.	Foi	reconhecido	
por	estudos	recentes	que	a	obesidade	(circunferência	da	cintura)	tem	um	forte	impacto	na	secreção	de	adipocinas	e	
resistência	à	 insulina.	Mais	recentemente,	 tem	sido	reconhecido	que	os	macrófagos	são	uma	parte	 importante	da	
função	secretora	do	tecido	adiposo	e	a	fonte	principal	de	citocinas	inflamatórias,	tais	como	TNF-α	e	IL-6.	Como	um	
órgão	secretório,	o	 tecido	adiposo	apresenta	diversas	particularidades	e	a	sua	atividade	secretória	é	 regulada	por	
mecanismos	humorais	e	hormonais.	
TECIDO	ADIPOSO	E	INFLAMAÇÃO	
AMANDA	FARIA	
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Investigadores	 têm	percebido	 já	 há	 algum	 tempo	 que	 o	 estado	 inflamatório	 induzido	 pelo	 estresse	metabólico	 é	
diferente	do	paradigma	da	inflamação	clássica	definida	pelos	sinais	cardinais	de	vermelhidão,	 inchaço,	calor	e	dor.	
Além	disso,	essa	resposta	clássica	está	uniformemente	associada	à	resposta	do	sistema	imunológico	a	um	local	de	
ferimento	ou	infecção.	Normalmente,	tal	insulto	é	removido	ou	neutralizado	e	a	inflamação	desaparece.	Em	caso	de	
obesidade,	a	resposta	inflamatória	encontrada	é	de	natureza	diferente.	Nesse	caso,	o	fator	desencadeante	é	o	excesso	
de	nutrientes	o	qual	se	manifesta	com	aumento	do	tamanho	do	adipócito	 (hipertrofia)	e	 também	do	seu	número	
(hiperplasia).		
(ADIPOGÊNESE)	 Essa	 adipogênese	 implica	 na	 diferenciação	 de	 pré-adipócitos	 em	 adipócitos	 maduros,	 os	 quais	
secretam	adipocinas,	que	juntamente	podem	ter	efeitos	autócrinos,	parácrinos	e	endócrinos.24	Sendo	assim,	o	estado	
inflamatório	que	acomete	indivíduos	obesos	é	denominado	inflamação	metabólica	ou	metainflamação.25	Todo	esse	
processo	altera	o	funcionamento	do	tecido	adiposo	e	de	diversos	de	seus	mecanismos,	caracterizando,	então,	um	
tecido	 disfuncional.	 Dentre	 as	 características	 dessa	 disfunção,	 a	 massa	 adiposa	 vai	 apresentar	 mudanças	 na	 sua	
composição	 celular	 como,	por	 exemplo,	 aumento	na	quantidade	de	 células	 inflamatórias.	O	 recrutamento	dessas	
células	ocorre	por	atividade	das	citocinas	quimiotáticas,	como	MCP-1	e	IL-8,	que	é	liberado	pelos	adipócitos.	Uma	vez	
infiltrados	no	tecido	adiposo,	nos	estágios	avançados	da	obesidade,	macrófagos	participam	do	evento	inflamatório	
por	produzirem	mais	citocinas.	
Diversos	 fatores	 podem	 desencadear	 a	 resposta	 inflamatória	 no	 tecido	 adiposo	 em	 condições	 de	 sobrecarga	
nutricional,	dentre	eles	a	microhipóxia,	estresse	do	retículo	endoplasmático	e,	mais	recentemente	descrito,	ácidos	
graxos	saturados,	um	mecanismo	dependente	da	ativação	de	receptor	toll-like	4	(TLR4).		
Com	a	hipertrofia	dos	adipócitos,	o	tecido	adiposo	torna-se	hipoperfundido,	o	que	cria	áreas	de	microhipóxia,	ativando	
as	vias	do	fator	de	transcrição	nuclear	NFkB,	aumentando	a	expressão	de	genes	envolvidos	na	inflamação	com	maior	
liberação	de	citocinas	e	recrutamento	de	macrófagos	para	o	tecido.	A	sobrecarga	de	carboidratos	e	lipídios	que	ocorre	
na	obesidade	acarreta	um	aumento	do	metabolismo	celular.	Um	aumento	de	um	desses	substratos	leva	a	um	aumento	
na	cadeia	de	transporte	de	elétrons	na	mitocôndria,	gerando	uma	hipóxia	 relativa	devido	à	maior	necessidade	de	
oxidação	de	nutrientes,	gerando	uma	quantidade	acima	do	normal	de	espécies	reativas	de	oxigênio,	levando	a	um	
estado	de	estresse	oxidativo	e	aumentando	a	produção	de	citocinas.		
O	TLR4	é	membro	de	uma	família	de	receptores	presentes	em	diferentes	células	e	tecidos	e	envolvidos	na	resposta	
imune	inata.	Esses	receptores,	ao	reconhecerem	uma	endotoxina	bacteriana	composta	de	oligossacarídeos	e	ácidos	
graxos	 –	 o	 lipopolissacarídeo	 (LPS)	 –,	 ativam	 quinases	 e	 fatores	 transcricionais	 intracelulares	 responsáveis	 pela	
resposta	 imune	 inata.	 Evidências	 demonstram	 que	 os	 ácidos	 graxos	 saturados	 também	 podem	 ativar	 TLR4.	 Esse	
mecanismo	de	ativação	tem	sido	considerado	um	importante	fator	de	ligação	entre	inflamação	e	resistência	à	insulina	
em	condições	de	obesidade	e	sobrecarga	nutricional.		
Assim,	o	excesso	de	nutrientes	e	a	obesidade	estão	relacionados	com	o	estímulo	dessas	vias	principais,	 levando	à	
produção	 de	 quimiocinas	 e	 citocinas	 pró-inflamatórias.Essas	 citocinas,	 principalmente	 as	 quimiocinas,	 atraem	
monócitos	da	 circulação,	que	ao	 se	 infiltrarem	no	 tecido	adiposo	 transformam-se	em	macrófagos,	 aumentando	a	
produção	 de	 citocinas	 como	 TNF-α	 e	 IL-6,	 um	 fator	 importante	 para	 o	 desenvolvimento	 de	 resistência	 tecidual	 à	
insulina.	
DISFUNÇÃO	DO	TECIDO	ADIPOSO	E	CONSEQUÊNCIAS	METABÓLICAS:	O	PAPEL	DAS	ADIPOCINAS	
Em	circunstâncias	normais,	a	insulina	estimula	a	absorção	da	glicose	pelo	músculo	esquelético,	inibe	a	gliconeogênese	
e	a	produção	hepática	de	lipoproteínas	de	muito	baixa	densidade	(VLDL),	além	de	diminuir	a	lipólise	no	tecido	adiposo.	
No	músculo	 esquelético	 e	 no	 tecido	 adiposo,	 a	 sinalização	 intracelular	 da	 insulina	 começa	 com	 sua	 ligação	 a	 um	
receptor	 específico	 de	 membrana,	 uma	 proteína	 heterotetramérica	 com	 atividade	 tirosina	 quinase	 intrínseca,	
composta	por	duas	subunidades	alfa	e	duas	subunidades	beta,	denominada	receptor	de	insulina	(IR).	A	ativação	do	IR	
resulta	em	fosforilação	em	tirosina	de	diversos	substratos,	incluindo	substratos	do	receptor	de	insulina	1	e	2	(IRS-1	e	
IRS-2).	 A	 fosforilação	 das	 proteínas	 IRS	 cria	 sítios	 de	 ligação	 para	 outra	 proteína	 citosólica,	 denominada	
fosfatidilinositol	3-quinase	 (PI3k),	promovendo	sua	ativação.	A	PI3k	é	 importante	na	 regulação	da	mitogênese,	na	
diferenciação	celular	e	no	transporte	de	glicose	estimulada	pela	insulina.	A	ativação	da	PI3k	aumenta	a	fosforilação	
AMANDA	FARIA	
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em	serina	da	proteína	quinase	B	(Akt)	e	isso	permite	o	transporte	de	glicose	através	da	translocação	da	proteína	GLUT-
4	 para	 a	 membrana	 celular,	 permitindo	 a	 entrada	 da	 glicose	 por	 difusão	 facilitada.	 Os	 GLUT-4	 são	 os	 principais	
responsáveis	pela	captação	da	glicose	circulante	nos	humanos.	
Outro	mecanismo	envolvido	com	a	homeostase	energética	é	a	ativação	da	AMPK	(proteína	quinase	ativada	por	AMP).	
AMPK	é	 ativada	pela	 fosforilação	do	 resíduo	de	 treonina,	 localizado	no	 sítio	de	 ativação	do	domínio	 catalítico	da	
subunidade	α,	em	condições	em	que	a	demanda	de	energia	celular	está	aumentada	ou	quando	a	disponibilidade	de	
combustível	é	menor,	devido	à	redução	do	ATP	intracelular	e/ou	aumento	dos	níveis	de	AMP,	como	isquemia,	privação	
de	glicose,	choque	térmico,	hipóxia,	estresse	oxidativo.	Uma	vez	ativada,	AMPK	exerce	efeitos	sobre	o	metabolismo	
da	glicose	e	 lipídios,	atuando	em	diversos	órgãos.	No	 fígado,	diminui	a	 síntese	de	 lipídios	e	estimula	a	queima	de	
gordura,	além	de	bloquear	a	produção	hepática	de	glicose.	Na	musculatura	esquelética,	estimula	principalmente	a	
captação	de	mais	de	70%	da	glicose	plasmática,	por	meio	de	dois	mecanismos:	aumentando	a	translocação	do	GLUT-
4	 e	 a	 sensibilidade	 à	 insulina.	 Ainda	 atua	 na	 regulação	 da	 síntese	 de	 insulina	 e	 sua	 secreção	 pelas	 células	 beta	
pancreáticas,	melhora	também	a	sensibilidade	à	insulina	nos	tecidos	hepáticos	e	musculares.	Também	atua	em	nível	
hipotalâmico,	modulando	a	fome	e	a	saciedade.		
No	entanto,	resultados	demonstram	que	a	ativação	crônica	na	produção	de	citocinas	próinflamatórias	no	interior	das	
células	que	sofrem	a	ação	da	insulina	pode	levar	à	deterioração	da	resposta	do	tecido	ao	hormônio.	Corroborando	
essa	ideia,	trabalhos	evidenciam	elevados	níveis	de	citocinas	pró-inflamatórias,	como	TNF-α	e	IL-6,	no	tecido	adiposo	
e	 soro	 de	 indivíduos	 e	 animais	 obesos	 com	 resistência	 insulínica.	 Em	 contraste,	 a	 neutralização	 dessas	 citocinas	
melhora	 esse	 quadro	 metabólico.	 Investigadores	 verificaram	 que	 esse	 fato	 ocorre	 porque	 essas	 citocinas	 pró-
inflamatórias,	principalmente	o	TNF-α,	age	na	fosforilação	de	alguns	resíduos	de	serina	no	substrato	do	receptor	de	
insulina	IRS-1,impedindo	assim	a	continuidade	da	cascata	que	tem	por	último	estágio	expressar	o	GLUT	4.	Assim,	a	
ativação	 da	 resposta	 inflamatória	 por	 uma	 sobrecarga	 nutricional	 pode	 torna-se	 um	 fator	 promotor	 para	 o	
desenvolvimento	 da	 resistência	 à	 insulina	 e,	 consequentemente,	 disfunção	 do	 tecido	 adiposo.	 Por	 outro	 lado,	 a	
ativação	da	AMPK	parece	suprimir	a	resposta	inflamatória	no	tecido	adiposo	de	indivíduos	obesos	por	meio	da	inibição	
da	 síntese	 de	 citocinas	 pró-inflamatórias	 como	 TNF-α,	 IL-6	 e	 IL-8.	 AMPK	 regula	 também	 os	 níveis	 de	 leptina	 e	
adiponectina.	
LEPTINA	
Outras	 adipocinas	 como	 a	 leptina,	 adiponectina	 e	 resistina	 também	 participam	 do	 processo	 inflamatório	 e	 da	
resistência	à	insulina	em	condições	de	obesidade.	A	leptina	foi	o	primeiro	hormônio	a	ser	caracterizado	como	uma	
adipocina	pelo	fato	de	ser	produzido	principalmente	pelo	tecido	adiposo.	Tem	como	função	regular	o	nível	de	energia,	
consumo	de	alimento	e	mediadores	inflamatórios.	Ela	proporciona	a	ligação	funcional	entre	o	sistema	imunitário	e	a	
homeostase	energética.	Estudos	mostram	que	ratos	que	possuem	deficiência	nos	receptores	de	leptina	sofrem	atrofia	
do	 timo	 e	 são	 imunodeficientes.	 Isso	 pode	 explicar	 porque	 o	 sistema	 imunitário	 dos	murinos	 é	 pressionado	 por	
redução	da	ingestão	de	alimentos	e	da	fome	aguda,	ambos	os	quais	resultam	embaixos	níveis	de	leptina,	e	porque	
essa	depressão	é	revertida	pela	administração	exógena	de	leptina.	Esse	hormônio	age	centralmente	no	hipotálamo	
para	reduzir	a	ingestão	de	alimentos	e	aumentar	a	utilização	de	energia	e	os	seus	níveis	correlacionam-se	diretamente	
com	a	massa	adiposa.	Os	indivíduos	obesos	apresentam	altas	concentrações	de	leptina	e	isso	está	ligado	ao	aumento	
de	tecido	adiposo.	Quanto	maior	a	quantidade	de	tecido	adiposo,	maiores	os	níveis	circulantes	desse	hormônio,	um	
paradoxo,	visto	que	elevados	níveis	de	leptina	deveriam	diminuir	o	apetite	e	aumentar	o	gasto	energético.	
No	entanto,	de	forma	similar	ao	que	ocorre	com	indivíduos	com	diabete	melito,	nos	quais	os	níveis	de	insulina	estão	
aumentados,	 é	 provável	 que	 ocorra	 um	 aumento	 da	 resistência	 periférica	 à	 leptina	 em	 indivíduos	 obesos.	 Esse	
paradoxo	pode	ser	explicado	por	diversos	mecanismos	celulares.	Um	deles	envolve	um	possível	defeito	no	transporte	
da	 leptina	 através	 da	 barreira	 hematoencefálica.	 Uma	 menor	 expressão	 dos	 receptores	 da	 leptina	 nos	 obesos,	
associada	à	ingestão	de	dietas	ricas	em	gorduras,	também	pode	ser	uma	explicação.	Dessa	forma,	podemos	notar	que	
mesmo	 em	 níveis	 elevados	 na	 obesidade,	 a	 leptina	 perde	 sua	 capacidade	 benéfica,	 pois	 não	 consegue	 atuar	 de	
maneira	adequada	nos	sítios	de	ligação,	passando	então	a	comprometer	a	saúde	do	indivíduo.		
Estudos	clínicos	têm	demonstrado	uma	correlação	positiva	entre	leptina	e	PAI-1,	fator	de	von	Willebrand,	ativador	do	
plasminogênio	tecidual	(tPA)	e	os	níveis	de	fibrinogênio	no	plasma.	Esses	resultados	demonstram	claramente	uma	
AMANDA	FARIA	
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forte	ligação	da	atividade	das	plaquetas	circulantes	com	o	aumento	dos	níveis	plasmáticos	de	leptina	observado	na	
síndrome	 metabólica.	 Com	 relação	 a	 doenças	 cardiovasculares,	 a	 leptina	 também	 parece	 ter	 uma	 variedade	 de	
funções	pró-aterogênicas.	Estimula	a	produção	de	citocinas	pró-proliferativas	e	aumenta	a	agregação	das	plaquetas,	
causando	 disfunção	 endotelial	 e	 induzindo	 o	 estresse	 oxidativo.	 Outra	 ação	 pró-aterogênica	 da	 leptina	 é	 sua	
capacidade	de	induzir	a	expressão	da	proteína	C	reativa	(PCR)	em	artéria	coronária.	Portanto,	a	leptina	fornece	uma	
ligação	 funcional	 entre	 obesidade	 e	 doenças	 cardiovasculares	 e	 seus	 níveis	 aumentam	 exponencialmente	 com	 a	
gordura	corporal.		
RESISTINA	
A	 resistina	 é	 outra	 adipocina	 que	 foi	 identificada	 em	 2001	 como	 uma	 proteína	 especificamente	 secretada	 pelo	
adipócito.	Em	humanos	é	também	expressa	em	monócitos	e	macrófagos.	Induz	a	expressão	de	moléculas	de	adesão	
celular	vascular	1	 (VCAM-1)	e	a	molécula	de	adesão	 intercelular-1	 (ICAM-1),	além	de	citocinas	como	TNF-α	e	 IL-6.	
Somado	a	isso,	estudos	mostram	que	elevados	níveis	de	resistina	estão	associados	com	a	presença	e	severidadeda	
doença	 arterial	 coronariana.	 É	 considerada	 um	 marcador	 inflamatório	 em	 humanos,	 com	 grande	 potencial	 pró-
inflamatório,	além	de	estar	associada	a	resistência	a	insulina	e	síndrome	metabólica.	
ADIPONECTINA	
A	adiponectina	é	uma	outra	adipocina	sintetizada	não	só	pelos	adipócitos	mas	também	pelo	músculo	esquelético,	
células	 endoteliais	 e	 cardiomiócitos.	 Ao	 contrário	 de	 todas	 as	 outras	 adipocinas	 citadas,	 a	 adiponectina	 possui	
atividade	anti-inflamatória	e	antiaterogênica,	age	como	protetor	cardiovascular	e	melhora	a	sensibilidade	à	insulina.	
A	 propriedade	 anti-inflamatória	 ocorre	 através	 da	 supressão	 do	 fator	 nuclear	 kappa	 B	 (NFkB)	 em	macrófagos	 e	
monócitos.	Do	mesmo	modo,	a	supressão	do	NFkB	em	células	endoteliais	retarda	o	desenvolvimento	da	aterosclerose.	
Além	disso,	a	adiponectina	inibe	a	conversão	dos	macrófagos	para	as	células	de	espumosas	e	reduz	a	oxidação	da	LDL.	
Em	 ambos	 os	 casos,	 a	 supressão	 do	 NFkB	 suspende	 processos	 induzidos	 pelo	 TNF-α	 (inflamação/adesão	 de	
monócitos).	 No	 entanto,	 níveis	 reduzidos	 são	 encontrados	 na	 maioria	 dos	 estados	 de	 obesidade	 e	 resistência	 à	
insulina.	Estudos	apontam	que	TNF-α	e	IL-6	são	potentes	inibidores	da	expressão	e	secreção	de	adiponectina	em	tecido	
adiposo	humano	e	cultura	de	células.	
VISFATINA	
A	visfatina	é	outra	adipocina	encontrada	predominantemente	no	tecido	adiposo	visceral,	produzida	pelos	adipócitos	
e	pelos	macrófagos.	A	expressão	de	mRNA	da	visfatina	aumenta	significativamente	durante	a	diferenciação	dos	pré-
adipócitos	 para	 adipócitos.58	 Foi	 demonstrado	 que	 sua	 função	 principal	 está	 relacionada	 como	 metabolismo	
energético	 e	 imunidade	 inata	 e	 é	 agora	 considerada	 como	 uma	 adipocinapró-inflamatória.	 É	 capaz	 de	 induzir	 a	
ativação	 de	 leucócitos	 e	 de	 estimular	 a	 produção	 de	 TNF-α	 e	 IL-6.	 Estudos	 recentes	 demonstraram	que	 visfatina	
exerceu	efeitos	miméticos	da	insulina	em	adipócitos	miócitos	e	hepatócitos	em	cultura	e	diminuiu	os	níveis	de	glicose	
no	plasma	em	ratos	por	ligação	e	ativação	do	receptor	da	insulina.	
Diante	desses	relatos	podemos	observar	que	a	metainflamação	está	diretamente	envolvida	no	desenvolvimento	da	
resistência	à	insulina,	enfermidade	que	acomete	a	maioria	dos	obesos.	Embora	muitos	progressos	tenham	sido	feitos	
nessa	área,	 futuros	estudos	são	necessários	para	amenizar	essa	 inflamação	de	uma	maneira	precoce,	para	que	se	
possa	 retardar	 ou	 impedir	 o	 surgimento	 de	 comorbidades	 que	 consequentemente	 podem	 desencadear	 doenças	
cardiovasculares	e	outras	complicações	metabólicas.	
Referências	Bibliográficas:	artigo	Obesidade,	inflamação	e	complicações	metabólicas	
	
	
	
	
AMANDA	FARIA	
10/09/2021	–	4º	
Obj.	7:	apresentar	tratamento	medicamentoso	e	não	medicamentoso	para	a	síndrome	metabólica.	
MEDIDAS	DE	PROMOÇÃO	DA	SAÚDE	
Com	o	aumento	epidêmico	da	obesidade	espera-se	que	também	haja	um	substancial	incremento	na	incidência	de	SM.	
Assim,	urgem	medidas	de	promoção	da	saúde	no	sentido	de	aumentar	a	prática	de	exercícios	e	esportes	(isso	inclui	
melhoria	da	infraestrutura	recreativa	–	praças,	clubes,	escolas,	etc.),	evitar	o	sedentarismo	(diminuir	o	tempo	de	uso	
de	 televisão,	 computador	 e	 jogos	 eletrônicos),	 bem	 como	 estimular	 hábitos	 alimentares	 mais	 saudáveis,	 com	 a	
redução	da	ingestão	de	frituras,	gorduras	saturadas,	gorduras	trans	(já	em	vigor	no	país)	e	carboidratos	simples	(doces	
e	guloseimas)	que	pode	ser	obtida	pelo	maior	consumo	de	alimentos	vegetais,	redução	do	tamanho	de	porções	e	uso	
de	produtos	dietéticos	(com	menor	teor	de	açúcar	e	calorias).	
TRATAMENTO	DA	SÍNDROME	METABÓLICA	
O	tratamento	da	síndrome	metabólica	inclui	melhoria	do	estilo	de	vida	pela	introdução	de	exercícios	físicos	regulares	
(trinta	minutos	diários	de	atividades	aeróbicas,	como	a	caminhada,	dança,	subida	de	escadas,	esportes	ou	corrida,	e	
pelo	menos	 duas	 seções	 de	 exercícios	 de	 força	 com	 pesos)	 e	modificações	 nos	 hábitos	 alimentares	 (redução	 da	
ingestão	calórica,	do	sal,	da	ingestão	de	lipídeos	e	de	carboidratos	refinados	e	aumento	da	ingestão	de	fibras)	para	
promover	controle	ou	redução	de	peso	corporal,	melhoria	do	sono,	melhor	controle	 lipêmico	 (aumento	de	HDL	e	
redução	de	LDL	na	presença	de	redução	de	10%	do	peso	corporal),	glicêmico	e	pressórico.	A	redução	do	peso	corporal	
mediante	dieta	hipocalórica	ou	exercício	físico	diminui	a	produção	de	mediadores	inflamatórios	(PCR	e	IL-6)	e	aumenta	
a	síntese	de	mediadores	anti-inflamatórios,	como	a	IL-10	e	o	antagonista	do	receptor	de	IL-1	(IL-1ra)	na	SM.	
A	 critério	 e	 sob	 supervisão	 do	médico,	 podem	 ser	 usados	 inibidores	 da	 enzima	 conversora	 de	 angiotensina	 que	
reduzem	a	pressão	arterial	e	o	potencial	inflamatório	no	dano	renal.	O	uso	de	estatinas,	fibratos,	ácido	nicotínico	e	
ácidos	 graxos	 ômega-3	 também	 é	 importante	 para	 o	 tratamento	 das	 dislipidemias.	 O	 uso	 de	 tiazolidinedionas,	
sensibilizadores	de	insulina,	e	da	metformina,	anti-hiperglicêmica,	pode	ser	benéfico	no	controle	da	glicemia.	Maiores	
detalhes	 sobre	 as	 opções	 de	 tratamento	 não-farmacológico	 e	 farmacológico	 podem	 ser	 obtidas	 nas	 “V	Diretrizes	
Brasileiras	de	Hipertensão	Arterial”.	
Referências	 Bibliográficas:	 artigo	 de	 revisão	 sobre	 Atualização:	 Fisiopatologia	 e	 Clínica	 da	 Síndrome	
Metabólica	
TRATAMENTO	
O	aumento	da	atividade	física	e	a	perda	de	peso	são	as	melhores	formas	de	tratamento,	mas	pode	ser	necessário	o	
uso	de	medicamentos	para	tratar	os	fatores	de	risco.	Entre	eles	estão	os	chamados	“sensibilizadores	da	insulina”,	que	
ajudam	a	baixar	a	açúcar	no	sangue,	os	medicamentos	para	pressão	alta	e	os	para	baixar	a	gordura	no	sangue.	
Se	você	identificou	em	seu	organismo	alguns	dos	fatores,	descritos	acima,	procure	um	profissional.	O	endocrinologista	
é	o	especialista	em	hormônios	e	metabolismo,	que	pode	fazer	o	diagnóstico,	o	tratamento	e	o	acompanhamento	mais	
adequado	se	você	tiver	a	síndrome.	
PREVENÇÃO	
Perder	peso	e	praticar	alguma	atividade	física	são	as	melhores	formas	de	prevenir	e	tratar	a	Síndrome	Metabólica.	
Detectar	o	problema	pode	 reduzir	o	aparecimento	de	 futuras	doenças	 cardíacas.	Além	disso,	 você	 terá	 tempo	de	
mudar	seu	estilo	de	vida,	evitando	o	desenvolvimento	de	diversas	complicações.	
Referências	Bibliográficas:	site	Ministério	da	Saúde	(BVS	–	Biblioteca	Virtual	em	Saúde)	
DIAGNÓSTICO	
Diagnóstico	clínico	e	avaliação	laboratorial	São	objetivos	da	investigação	clínica	e	laboratorial:	confirmar	o	diagnóstico	
da	síndrome	metabólica	(SM)	de	acordo	com	os	critérios	do	NCEP-ATP	III	e	identificar	fatores	de	risco	cardiovascular	
associados.	Para	tanto,	realiza-se:		
AMANDA	FARIA	
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HISTÓRIA	CLÍNICA	
História	clínica	-	 idade,	tabagismo,	prática	de	atividade	física,	história	pregressa	de	hipertensão,	diabetes,	diabetes	
gestacional,	doença	arterial	coronariana,	acidente	vascular	encefálico,	síndrome	de	ovários	policísticos	(SOP),	doença	
hepática	gordurosa	não-alcoólica,	hiperuricemia,	história	familiar	de	hipertensão,	diabetes	e	doença	cardiovascular,	
uso	de	medicamentos	hiperglicemiantes	(corticosteróides,	betabloqueadores,	diuréticos).		
EXAME	FÍSICO	
O	exame	físico	necessário	para	diagnóstico	da	SM:	
• Medida	da	circunferência	abdominal.	A	medida	da	circunferência	abdominal	é	tomada	na	metade	da	distância	
entre	a	crista	ilíaca	e	o	rebordo	costal	inferior	
• Níveis	 de	 pressão	 arterial.	 Deve-se	 aferir	 no	 mínimo	 duas	 medidas	 da	 pressão	 por	 consulta,	 na	 posição	
sentada,	após	cinco	minutos	de	repouso.	Além	destes	dois	dados	obrigatórios	deverá	estar	descrito	no	exame	
físico	destes	pacientes:		
• Peso	e	estatura.	Devem	ser	utilizados	para	o	cálculo	do	índice	de	massa	corporal	através	da	fórmula:	IMC	=	
Peso/Altura2.		
• Exame	da	pele	para	pesquisa	de	acantose	nigricans.	Examinar	pescoço	e	dobras	cutâneas.		
• Exame	cardiovascular.		
EXAMES	LABORATORIAIS	
Exames	laboratoriais	necessários	para	o	diagnóstico	da

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