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AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º Situação Problema 04 – SP04.04 Obj. 1: compreender tecido adiposo (histologia e fisiologia). HISTOLOGIA DO TECIDO ADIPOSO O tecido adiposo é caracterizado por células adiposas, às quais denominamos de adipócitos, que armazenam muita gordura. Estas células possuem um vacúolo central (pode aumentar ou diminuir de acordo com o metabolismo do indivíduo). A quantidade de gordura difere nas partes do corpo. Histologicamente os adipócitos são esféricos quando isolados, mas tem forma poliédrica quando justapostos para formar o tecido adiposo. Nos preparados histológicos de rotina, o lipídio é extraído durante o processo de desidratação com solventes orgânicos, o que dá o aspecto de uma rede delicada de polígonos irregulares. (FUNÇÕES) O tecido adiposo apresenta as funções de isolante térmico, de proteção dos órgãos contra choques mecânicos e de reserva energética. A gordura constitui uma forma eficiente de armazenamento de calorias porque apresenta cerca do dobro da densidade calórica dos carboidratos e das proteínas. TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR O nome unilocular é pelo fato de que cada adipócito encontra-se repleto de uma única e grande gotícula lipídica de gordura neutra. No corpo humano adulto ele existe em maior quantidade que o multilocular. A cor do tecido unilocular varia entre o branco e o amarelo-escuro, dependendo da dieta. Essa coloração deve-se principalmente ao acúmulo de caroteno dissolvidos nas gotículas de gordura. Praticamente todo o tecido adiposo presente em humanos adultos é do tipo unilocular. Seu acúmulo em certos locais é influenciado pelo sexo e pela idade da pessoa. (FUNÇÕES) As funções são de reserva energética, de isolante térmico e de proteção contra choques dos órgãos vitais. Ele forma o panículo adiposo, que é uma camada isolante que se localiza abaixo da derme da pele. É mais espesso em indivíduos que vivem em climas árticos. (LOCALIZAÇÃO) O tecido adiposo unilocular se localiza em maior quantidade sob a pele do abdome (em maior quantidade no omento, mesentério e no espaço retroperitonial), nádegas, axilas, coxas e nas mamas. Ele também é encontrado na medula óssea e entre outros tecidos, preenchendo os lugares vazios. Podemos encontrá-lo também na planta dos pés, nas palmas das mãos, sob o pericárdio visceral e envolvendo os globos oculares (nesses locais ele tem função de amortecedor de impactos). Esse tecido começa a se desenvolver no embrião por volta da metade da vida uterina, a partir de células derivadas do mesênquima, os lipoblastos. Estas células são parecidas com os fibroblastos, porém logo acumulam gordura no seu citoplasma. As gotículas lipídicas são inicialmente separadas uma das outras, porém muitas se fundem, formando a gotícula única característica da célula adiposa unilocular. (ADIPÓCITOS) Os adipócitos uniloculares são grandes, com a gotícula de lipídio sem membrana em volta, deslocando o núcleo achatado, para a periferia da célula. As organelas ficam concentradas no citoplasma perinuclear. Apresenta um pequeno aparelho de Golgi, alguns ribossomos, REG, microfilamentos e filamentos intermediários. Podem ser visualizadas mitocôndrias compridas, típicas das células adiposas. (LEPTINA) O tecido adiposo unilocular é também um órgão secretor. Sintetiza várias moléculas como a leptina, que é um hormônio protéico constituído por 164 aminoácidos. Diversas células no cérebro e em outros órgãos tem receptores para a leptina. Esta molécula participa da regulação da quantidade de tecido adiposo no corpo e da ingestão de alimentos. A leptina atua principalmente no hipotálamo, diminuindo a ingestão de alimentos e aumentando o gasto de energia. AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º TECIDO ADIPOSO MULTILOCULAR O tecido adiposo multilocular é chamado também de tecido adiposo pardo, por sua cor característica. Essa cor é devida à vascularização abundante e às numerosas mitocôndrias presentes em suas células. Por serem ricas em citocromos, as mitocôndrias têm a cor avermelhada. (LOCALIZAÇÃO) Ao contrário do tecido unilocular, que é encontrado por quase todo o corpo, o tecido pardo é de distribuição limitada, localizando-se em áreas determinadas. Esse tecido é abundante nos animais que hibernam, onde foi chamado glândula hibernante (designação inapropriada). No feto humano e no recém-nascido, o tecido adiposo multilocular apresenta localização bem determinada. Como este tecido não cresce, sua quantidade no adulto é extremamente reduzida. (CÉLULAS) As células do tecido adiposo multilocular são menores que as do tecido adiposo comum e tem forma poligonal, o citoplasma é carregado de gotículas lipídicas de vários tamanhos e contém numerosas mitocôndrias, cujas cristas são particularmente longas, podendo ocupar toda a espessura da mitocôndria, apresentam o núcleo arredondado e centralizado. No tecido adiposo multilocular as células tomam um arranjo elipsóide, formando massas compactas em associação com capilares sanguíneos, lembrando as glândulas endócrinas. (FUNÇÃO) O tecido adiposo multilocular é especializado na produção de calor, tendo papel importante nos mamíferos que hibernam. Em humanos, a função deste tecido está restrita aos primeiros meses de vida pós-natal. Durante esse tempo, o tecido adiposo multilocular produz calor, protegendo o recém-nascido contra o frio. Referência Bibliográfica: Tratado de Medicina de Família FISIOLOGIA DO TECIDO ADIPOSO Grandes quantidades de gordura são armazenadas nos dois principais tecidos do corpo, o tecido adiposo e o fígado. O tecido adiposo costuma ser chamado depósito de gordura ou, simplesmente, gordura tecidual. Uma função crucial do tecido adiposo consiste em armazenar os triglicerídeos até que sejam necessários para o suprimento de energia em outras partes do corpo. Funções adicionais são a de proporcionar o isolamento térmico ao organismo e a secreção de hormônios, como a leptina e a adiponectina, que afetam múltiplas funções do organismo, entre elas o apetite e o gasto de energia. ADIPÓCITOS Os adipócitos do tecido adiposo são fibroblastos modificados que armazenam triglicerídeos, quase puros, em quantidades de até 80% a 95% de todo o volume das células. Os triglicerídeos nos adipócitos se encontram, em geral, sob a forma líquida. Quando os tecidos são expostos ao frio, por período prolongado, as cadeias de ácidos graxos dos triglicerídeos celulares, em período de semanas, ficam menores ou mais insaturadas, de modo a reduzir seu ponto de fusão, permitindo, então, que a gordura permaneça no estado líquido. Essa característica é particularmente importante, porque só a gordura líquida pode ser hidrolisada e transportada para fora dos adipócitos. As células adiposas podem sintetizar quantidades muito pequenas de ácidos graxos e triglicerídeos, a partir dos carboidratos; essa função suplementa a síntese de gordura no fígado. IMPORTÂNCIA DA SÍNTESE E ARMAZENAMENTO DAS GORDURAS A síntese da gordura de carboidratos é especialmente importante por dois motivos: 1. A capacidade das diferentes células do corpo para armazenar os carboidratos, sob a forma de glicogênio é, em geral, pequena; no máximo algumas poucas centenas de gramas de glicogênio podem ser armazenadas no fígado, músculos esqueléticos e em todos os outros tecidos do corpo reunidos. Ao contrário, é possível armazenar diversos quilos de gordura no tecido adiposo. Portanto, a síntese de gorduras fornece meio pelo qual o excesso de energia ingerida, sob a forma de carboidratos (e proteínas), pode ser armazenado para utilização posterior. De fato, a pessoa média tem quase 150 vezes mais energia armazenada sob a forma de gorduras do que sob a forma de carboidratos. AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º 2. Cada grama de gordura contém quase duas vezes e meia mais calorias de energia do que cada grama de glicogênio.Consequentemente, para um dado ganho de peso, a pessoa é capaz de armazenar diversas vezes esse valor de energia sob a forma de gordura, do que sob a forma de carboidratos, o que é extremamente importante quando o animal precisa de grande mobilidade para sobreviver. AUSÊNCIA DA INSULINA Quando a insulina não está disponível em quantidade necessária, como ocorre nas pessoas com casos graves de diabetes melito, as gorduras são pouco sintetizadas ou até mesmo não o são, pelos seguintes motivos: em primeiro lugar, quando a insulina não está disponível, a glicose não entra nos adipócitos, nem nas células hepáticas de modo satisfatório, assim apenas a pequena quantidade de acetil-CoA e NADPH necessárias para a síntese de gordura podem derivar da glicose. Em segundo lugar, a ausência de glicose nas células adiposas reduz muito a disponibilidade de a- glicerofosfato, o que também dificulta a formação de triglicerídeos pelos tecidos. SINAIS DE FEEDBACK DO TECIDO ADIPOSO REGULAM A INGESTÃO DE ALIMENTOS A maior parte da energia armazenada no corpo consiste em gordura, podendo sua quantidade variar consideravelmente em diferentes indivíduos. O que regula essa reserva de energia e por que existe tanta variabilidade entre os indivíduos? Estudos em humanos e em animais experimentais indicam que o hipotálamo pode avaliar o estoque de energia por meio das ações da leptina, hormônio peptídico liberado pelos adipócitos. Quando a quantidade de tecido adiposo aumenta (sinalizando excesso de armazenamento energético), os adipócitos produzem quantidades aumentadas de leptina, que é liberada para o sangue. A leptina então circula para o cérebro, onde atravessa a barreira hematoencefálica por difusão facilitada, ocupando os receptores da leptina em múltiplos locais no hipotálamo, especialmente os neurônios POMC e AGRP/NPY dos núcleos arqueados e os neurônios dos núcleos paraventriculares. RECEPTORES LEPTÍNICOS A estimulação dos receptores leptínicos nesses núcleos hipotalâmicos inicia múltiplas ações que reduzem o armazenamento das gorduras, incluindo: 1. redução da produção hipotalâmica de estimuladores do apetite, como NPY e AGRP; 2. ativação dos neurônios POMC, provocando liberação do a-MSH e ativação dos receptores da melanocortina; 3. aumento da produção hipotalâmica de substâncias tais como o hormônio liberador de corticotropina, que diminui a ingestão alimentar; 4. atividade nervosa simpática aumentada (pelas projeções neurais do hipotálamo para os centros vasomotores), o que aumenta o metabolismo e o gasto energético; 5. diminuição da secreção de insulina pelas células beta pancreáticas, o que reduz o armazenamento energético. Desse modo, a leptina pode ser em parte importante por intermédio do qual o tecido adiposo sinaliza o cérebro que energia suficiente foi armazenada e que a ingestão de alimentos não é mais necessária. (MUTAÇÕES) Em camundongos ou em seres humanos com mutações que se traduzem na incapacidade de suas células adiposas produzirem leptina, ou com mutações que geram receptores leptínicos defeituosos no hipotálamo, podem ocorrer hiperfagia acentuada e obesidade mórbida. Na maioria dos obesos humanos, contudo, não parece haver deficiência na produção de leptina, uma vez que seus níveis plasmáticos aumentam em proporção com a crescente adiposidade. Portanto, alguns fisiologistas acreditam que a obesidade possa estar associada à resistência à leptina; isto é, os receptores da leptina ou as vias sinalizantes pós-receptor, normalmente ativadas pela leptina, podem ser resistentes à ativação pela leptina entre os obesos, que continuam a comer a despeito dos níveis muito altos de leptina. (OUTRAS FORMAS DE CONTROLE DE HÁBITOS ALIMENTARES) Outra explicação para a incapacidade da leptina em prevenir a crescente adiposidade nos indivíduos obesos, é que existem muitos sistemas redundantes que controlam os hábitos alimentares, assim como fatores sociais e culturais podem provocar excesso continuado de ingestão de alimentos, mesmo em presença de elevados níveis de leptina. AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º Referências Bibliográficas: livro de Fisiologia - GUYTON Obj. 2: diferenciar gordura central X periférica, relacionando com a obesidade; (resistência a insulina). GORDURA ANDROIDE E GORDURA GINÓIDE Através da localização da gordura pode-se classificar a obesidade como andróide (central), ginóide (periférica) ou mista. A obesidade androide apresenta acúmulo de gordura mais acentuado na região do abdome, tronco, cintura escapular e pescoço e é mais frequente nos homens. A obesidade ginóide é caracterizada pelo acúmulo de gordura na metade inferior do corpo (quadril, glúteos e coxa superiores) e é mais predominante nas mulheres. A distribuição de gordura pelo corpo é tão importante quanto a quantidade de gordura corporal. A concentração de gordura abdominal (obesidade androide), independentemente da gordura corporal total, é fator determinante de múltiplos distúrbios cardiovasculares e metabólicos. Em idosos, a obesidade androide associa-se à presença de fatores de riscos cardiovasculares, como HAS, resistência insulínica e DM tipo 2. Já o acúmulo de gordura na região inferior do corpo apresenta menores riscos à saúde. OBESIDADE CENTRAL A relação entre obesidade e hipertensão arterial é mais forte e mais comum na presença de obesidade abdominal (visceral) do que na obesidade do tipo feminino, em que o excesso de peso se acumula nas regiões femorais e glúteas. A obesidade central é o achado de maior prevalência na síndrome metabólica. A relação entre excesso de peso e resistência à insulina é conhecida há muito tempo, contudo não está muito claro se a resistência à insulina é um fator promotor ou simplesmente uma consequência do ganho de tecido adiposo. Há evidências consistentes do desenvolvimento de um sistema de retroalimentação negativo entre ganho de peso e sensibilidade à insulina, de tal modo que um aumento de peso promove uma progressiva resistência à ação da insulina no sentido de desacelerar ganho de tecido adiposo ainda maior. A hiperinsulinemia nos casos de resistência à insulina é consequência direta do aumento da secreção de insulina secundária a um deslocamento para a esquerda da curva de resposta de glicose estimulada por insulina associada a uma diminuição do clearance de insulina. RESISTÊNCIA INSULÍNICA Estudos longitudinais suportam a hipótese de que a resistência à insulina seria realmente uma consequência da obesidade e, mais ainda, funcionaria como um sistema adaptativo que se oporia a um ganho de peso excessivo. Homens que na maturidade tiveram um aumento maior do que 10% do peso que tinham aos 20 anos de idade apresentaram significativo aumento na incidência de resistência à insulina, hipertensão arterial e dislipidemia característico da síndrome metabólica. Outro dado importante foi o valor preditivo da hiperinsulinemia inicial para o desenvolvimento de dislipidemia e hipertensão arterial quatro anos mais tarde. Tais resultados sugerem que o ganho de peso precede o desenvolvimento da síndrome de resistência à insulina. A correlação entre ganho de peso e hiperinsulinemia foi mais forte do que com hipertensão arterial ou dislipidemia, o que é consistente com a interpretação de que a resistência à insulina é o principal fator responsável pelos distúrbios metabólicos e hemodinâmicos da síndrome metabólica. Referências Bibliográficas: artigo “Resistência à Insulina” AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º Obj. 3: revisar obesidade (diagnóstico, exame e fisiopatologia relacionando com Emanuel). OBESIDADE A obesidade é definida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma doença caracterizada pelo excesso de gordura corporal que traz prejuízosà saúde. A obesidade ocorre num quadro prolongado de ingestão energética maior do que o gasto energético, ou seja, balanço energético positivo. A obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal causada pelo balanço energético positivo, isto é, a ingestão calórica excede o gasto calórico. Isso acarreta repercussões à saúde com perda importante na qualidade de vida do indivíduo, bem como no aumento de comorbidades. O local onde a gordura se acumula tem repercussões em suas complicações, sendo que a obesidade abdominal é mais associada ao diabetes e à doença vascular. As causas da obesidade incluem influências genéticas, ambientais e sociais. O acúmulo de gordura pode ser mensurado por meio do índice de massa corporal (IMC), calculado pela divisão do peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. O IMC correlaciona se com os fatores de risco à saúde e é utilizado para classificar o grau de obesidade. O IMC, como medida de excesso de peso, tem mostrado uma correlação linear com o risco de doença cardiovascular e com o desenvolvimento de diabetes tipo 2, bem como de HAS e de doença da vesícula biliar. IMC – ÍNDICE DE MASSA CORPORAL Em termos clínicos, o IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 é denominado sobrepeso e o IMC maior que 30 kg/m2 é designado como obesidade. O IMC não é estimativa direta da adiposidade e não leva em consideração o fato de que algumas pessoas tenham IMC elevado devido à grande massa muscular. Meio melhor de definir a obesidade é realmente medir a porcentagem de gordura corporal total. A obesidade é, em geral, definida como 25% ou mais de gordura corporal total, em homens, e 35% ou mais, em mulheres. Embora a porcentagem de gordura corporal possa ser estimada por vários métodos, tais como a medida da espessura da prega cutânea, impedância bioelétrica ou pesagem subaquática, esses métodos raramente são usados na prática clínica, onde o IMC é comumente empregado para calcular a obesidade. (PERÍMETRO DA CINTURA) Portanto, muitos profissionais medem o perímetro da cintura como indicador de obesidade abdominal. A prevalência da obesidade em crianças e adultos nos Estados Unidos e em muitos outros países industrializados está crescendo rapidamente, tendo aumentado por mais de 30% ao longo da década passada. Aproximadamente, 65% dos adultos nos Estados Unidos estão acima do peso e quase 33% dos adultos são obesos. ESCALA DO IMC • Abaixo de 17 | Muito abaixo do peso • Entre 17 e 18,49 | Abaixo do peso • Entre 18,5 e 24,99 | Peso normal • Entre 25 e 29,99 | Acima do peso • Entre 30 e 34,99 | Obesidade I • Entre 35 e 39,99 | Obesidade II (severa) • Acima de 40 | Obesidade III (mórbida) INGESTÃO MAIOR QUE O GASTO ENERGÉTICO Quando entram no corpo quantidades de energia (sob a forma de alimento) maiores do que o gasto, o peso corporal aumenta e a maior parte do excesso de energia é armazenada como gordura. Portanto, a adiposidade excessiva (obesidade) é provocada pela ingestão superior à demanda energética. Para cada 9,3 Calorias de excesso energético que entram no corpo, aproximadamente 1 grama de gordura é armazenado. AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º A gordura é armazenada, principalmente, no tecido subcutâneo e na cavidade intraperitoneal, embora o fígado e outros tecidos corporais com frequência acumulem quantidades significativas de lipídios nas pessoas obesas. Os processos metabólicos, envolvidos no armazenamento lipídico. (NOVOS ADIPÓCITOS) Acreditava-se, anteriormente, que o número de adipócitos só pudesse aumentar de forma substancial, durante o primeiro ano de vida e na infância, e que o excesso de ingestão energética nas crianças acarretaria obesidade hiperplásica, associada a número aumentado de adipócitos e a somente pequenos aumentos de seu tamanho. Em contraposição, pensava-se que a obesidade que se desenvolvesse nos adultos só aumentasse o tamanho dos adipócitos, resultando em obesidade hipertrófica. Estudos recentes de investigação, contudo, demonstraram que novos adipócitos podem se diferenciar dos pré-adipócitos, células semelhantes aos fibroblastos, em qualquer período da vida, e que o desenvolvimento da obesidade em adultos é acompanhado por aumento do número e do tamanho dos adipócitos. Pessoa extremamente obesa pode ter até quatro vezes o número de adipócitos, cada um contendo até o dobro da quantidade de lipídios de pessoa magra. Quando a pessoa fica obesa e peso estável é atingido, uma vez mais a ingestão energética se iguala ao débito. Para que esse indivíduo perca peso, a ingestão de energia deverá ser muito menor do que o gasto energético. CAUSAS E FATORES DE RISCO DA OBESIDADE As causas da obesidade são complexas. Embora os genes desempenhem papel importante na programação dos potentes mecanismos fisiológicos que regulam a ingestão alimentar e o metabolismo energético, o estilo de vida e os fatores ambientais podem representar papel dominante em muitas pessoas obesas. ESTILO DE VIDA SEDENTÁRIO É CAUSA MAIOR DE OBESIDADE Sabe-se que a atividade e o exercício físico aumentam a massa muscular e reduzem a gordura corporal, enquanto a atividade física inadequada está tipicamente associada à massa muscular diminuída e adiposidade aumentada. Por exemplo, estudos demonstraram a íntima associação entre comportamentos sedentários, por exemplo, o tempo excessivo em frente à tela (p. ex., ao assistir à televisão) e a obesidade. Cerca de 25% a 30% da energia utilizada, diariamente, pela média das pessoas, são consumidos pela atividade muscular, ao passo que em um operário algo em torno de 60% a 70% são utilizados dessa forma. Entre os obesos, a atividade física aumentada usualmente aumenta o gasto energético mais do que a ingestão de alimentos, resultando em perda significativa de peso. Mesmo um só episódio de exercício árduo pode aumentar o gasto energético basal por muitas horas após a cessação da atividade física. Uma vez que a atividade muscular é sem dúvida o meio mais importante pelo qual a energia é consumida no organismo, o aumento da atividade física, frequentemente, é maneira eficaz de reduzir os estoques adiposos. COMPORTAMENTO ALIMENTAR ANORMAL Embora poderosos mecanismos fisiológicos regulem a ingestão alimentar, também existem importantes fatores ambientais e psicológicos que podem provocar comportamento alimentar anormal, consumo alimentar excessivo e obesidade. A importância dos fatores ambientais é evidente, a julgar pelo rápido crescimento na prevalência da obesidade, na maioria dos países industrializados, o que coincidiu com a abundância de alimentos muito energéticos (especialmente, os alimentos gordurosos) e com estilos de vida sedentários. Fatores psicológicos podem contribuir para a obesidade em algumas pessoas. Por exemplo, as pessoas muitas vezes ganham grande quantidade de peso durante ou após situações estressantes, tais como a morte de pai ou mãe, doença grave ou mesmo a depressão mental. Parece que comer pode representar um meio de liberar a tensão. SUPERNUTRIÇÃO INFANTIL AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º Fator que pode contribuir para a obesidade é a ideia predominante de que hábitos nutricionais saudáveis exigem três refeições ao dia e que cada uma delas deva saciar plenamente. Muitas crianças pequenas são forçadas a esse hábito por pais excessivamente solícitos, e elas continuam a praticá-lo por toda a vida. A velocidade de formação de novos adipócitos é especialmente rápida nos primeiros anos de vida e, quanto maior a intensidade do armazenamento adiposo, maior o número de adipócitos. O número dessas células nas crianças obesas frequentemente é de até três vezes o das crianças normais. Por conseguinte, foi sugerido que a supernutrição das crianças — em especial, no primeiro ano de vida e, em menor grau, durante os últimos anos da infância— possa levar à obesidade para a vida toda. ANOMALIAS NEUROGÊNICAS Lesões dos núcleos ventromediais do hipotálamo fazem com que o animal coma excessivamente e se torne obeso. Com frequência, as pessoas com tumores hipofisários que invadam o hipotálamo desenvolvem obesidade progressiva, demonstrando que a obesidade humana também pode resultar de lesão hipotalâmica. Embora a lesão hipotalâmica quase nunca seja encontrada entre os obesos, é possível que a organização funcional dos centros do hipotálamo ou de outros centros neurogênicos da fome, seja diferente daquela das pessoas não obesas. Igualmente, pode haver anormalidades nos neurotransmissores ou nos mecanismos receptores das vias neurais do hipotálamo que controlam a alimentação. Para sustentar essa teoria, um obeso que tenha reduzido seu peso ao normal por meio de medidas dietéticas estritas geralmente desenvolve uma fome intensa, que é demonstravelmente muito maior do que aquela da pessoa normal. Esse fenômeno indica que o “ponto de ajuste” do sistema de controle alimentar num obeso se situa em um nível muito mais alto de armazenamento de nutrientes do que o de um indivíduo não obeso. Estudos em animais experimentais também indicam que, quando a ingestão de alimentos é restringida nos animais obesos, ocorrem acentuadas alterações dos neurotransmissores no hipotálamo que aumentam muito a fome, opondo-se à perda de peso. Algumas dessas alterações incluem a formação de neurotransmissores orexígenos, tais como o NPY e a formação reduzida de substâncias anoréticas, tais como a leptina e o a-MSH. Estudos em seres humanos confirmaram que a perda de peso induzida pela dieta é acompanhada de um aumento dos níveis de hormônios que estimulam a fome (como a grelina) e uma redução nos níveis de hormônios (como a leptina) que reduzem a fome. Essas alterações hormonais persistem durante pelo menos um ano após a perda de peso, o que talvez explique, em parte, porque é tão difícil conseguir uma perda de peso sustentada apenas com a dieta. FATORES GENÉTICOS A obesidade, definitivamente, ocorre em famílias. No entanto, tem sido difícil determinar o papel preciso da contribuição genética para a obesidade, uma vez que os membros de uma família, em geral, compartilham muitos dos mesmos hábitos alimentares e padrões de atividade física. Evidências atuais, todavia, sugerem que 20% a 25% dos casos de obesidade possam ser provocados por fatores genéticos. Os genes podem contribuir para a obesidade, causando anormalidades de (1) uma ou mais das vias que regulam os centros da fome; assim como (2) do gasto energético e do armazenamento adiposo. Três das causas monogênicas (gene único) da obesidade são (1) mutações do MCR-4, a forma monogênica mais comum de obesidade descoberta até o momento; (2) deficiência congênita de leptina, provocada por mutações do gene da leptina, que são muito raras; e (3) mutações do receptor leptínico que igualmente são muito raras. Todas essas formas monogênicas de obesidade são responsáveis por somente uma porcentagem muito pequena de obesos. É provável que muitas variações genéticas interajam com fatores ambientais para influenciar a quantidade e a distribuição da gordura corporal. Referência Bibliográfica: livro de fisiologia – Guyton AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º EPIDEMIOLOGIA A obesidade é a doença nutricional mais frequente. Sua prevalência aumenta com a idade e é mais comum no sexo feminino, em pessoas de baixa renda, com grau de instrução correspondente ao ensino médio ou inferior e em negros. A ocorrência de obesidade classe III é maior em indivíduos de baixa renda e em mulheres, com média nacional de 0,95%, em mulheres e 0,32% em homens. Nas crianças brasileiras entre 5 e 9 anos, o sobrepeso e a obesidade ocorrem em 34,8% e 16,6% entre meninos e em 32% e 11,8% entre meninas, e esse percentual vem aumentando. O rápido aumento na prevalência da obesidade nos últimos 20 a 30 anos enfatiza a função importante do estilo de vida e dos fatores ambientais, uma vez que as alterações genéticas não poderiam ter ocorrido tão rapidamente. Ainda assim, os fatores genéticos podem predispor muitos indivíduos às influências ambientais que impulsionam a crescente prevalência de obesidade na maioria dos países industrializados e em desenvolvimento. (GUYTON) ANAMNESE Na avaliação inicial, deve ser investigada a história do excesso de peso: idade de início, maior e menor pesos alcançados, história familiar de obesidade, tentativas anteriores de emagrecimento, sucessos obtidos e fatores precipitantes das recaídas. É necessário conhecer o estilo de vida por meio do comportamento alimentar e pelo padrão de atividade física pessoal e familiar, suas expectativas relacionadas ao peso desejado, isto é, quanto a pessoa espera pesar ao final do tratamento, a velocidade de perda esperada e as consequências da perda de peso dos pontos de vista psíquico e físico. Esses dados permitem avaliar as possíveis causas da obesidade, assim como suas repercussões psicológicas. As consequências físicas são avaliadas pela presença de comorbidades, como diabetes tipo 2, hipertensão, doença cardiovascular, osteoartrite, dislipidemia, apneia do sono e outros problemas clínicos. Raramente a obesidade pode estar associada a causas secundárias. Na anamnese, devem-se buscar sintomas de: • Doenças endócrinas: sintomas de hipotireoidismo, síndrome de Cushing, acromegalia. • Uso de medicamentos associados ao ganho de peso: antidiabéticos (insulina, sulfonilureias, tiazolidinedionas), hormônios esteroides, antipsicóticos, estabilizadores do humor (lítio), antidepressivos (tricíclicos, paroxetina, mirtazapina, inibidores da monoaminoxidase), anticonvulsivantes (valproato, gabapentina, carbamazepina), betabloqueadores; • Transtornos psiquiátricos: depressão, estresse pós-traumático, ansiedade, transtorno do humor bipolar, adicção a drogas, transtorno do Binge e bulimia são comumente associados à obesidade, e seu manejo deve ser providenciado. (IMC) O IMC é recomendado como uma estimativa prática de sobrepeso em adultos, mas necessita ser interpretado com cautela porque não é uma medida direta da adiposidade. Em adultos com grande massa muscular, o IMC superestima a adiposidade. Não se recomenda como rotina o uso da bioimpedância para medida da adiposidade geral. Em crianças e adolescentes, o limite de normalidade é estabelecido por curvas de percentil do IMC, nas quais o sobrepeso corresponde ao IMC entre 85 a 95% para faixa etária e sexo, e a obesidade corresponde ao valor acima de 95%. (MEDIDA DA CIRCUNFERÊNCIA) A avaliação da gordura abdominal - medida da circunferência - deve ser usada em adultos com IMC menor do que 35 kg/m2. Na criança, essa medida não é recomendada como rotina, mas pode ser usada como uma avaliação adicional de risco. (SINAIS SECUNDÁRIOS) No exame físico, devem-se buscar sinais de doenças associadas à obesidade secundária: pele seca, fria e descamativa, cabelos finos e secos, voz rouca, madarose, edema duro, presença de bócio (hipotireoidismo), obesidade centrípeta e com giba, presença de acantose nigricante, estrias purpúricas (síndrome de Cushing), aspecto facial característico de acromegalia com prognatismo e feições rudes, mãos grandes e com aumento dos tecidos moles. DIAGNÓSTICO AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º Como as técnicas acuradas de avaliação da composição corporal são sofisticadas e, em muitos casos caras, pesquisadores e clínicos usam medidas mais simples para identificar a obesidade. Na prática clínica e em estudos populacionais, utiliza-se o valor do índice de massa corporal (IMC), calculado pela divisão do valor da massa corporal (em quilogramas) pela estatura ao quadrado (em metros), também chamado de índice de Quételet em homenagem ao seu criador, como critério para se estabelecero estado nutricional em adultos já há algum tempo, e em adolescentes e crianças mais recentemente. Este índice é usado pela facilidade de obtenção das informações de massa corporal e de estatura e pela simplicidade em ser calculado. Todavia, o IMC não representa a composição corporal dos indivíduos, ele simplesmente representa a relação entre o valor de massa corporal e a estatura. Referência Bibliográfica: Tratado de Medicina de Família Obj. 4: compreender a fisiopatologia da síndrome metabólica. SINDROME METABÓLICA O termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto de fatores de risco que se manifestam num indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. (RESISTÊNCIA INSULINICA) A Síndrome Metabólica tem como base a resistência à ação da insulina (hormônio responsável pelo metabolismo da glicose), daí também ser conhecida como síndrome de resistência à insulina. Isto é: a insulina age menos nos tecidos, obrigando o pâncreas a produzir mais insulina e elevando o seu nível no sangue. Alguns fatores contribuem para o seu aparecimento: os genéticos, excesso de peso (principalmente na região abdominal) e a ausência de atividade física. A síndrome metabólica é uma doença da civilização moderna, associada à obesidade, como resultado da alimentação inadequada e do sedentarismo. FATORES DE RISCO: Os fatores de risco são: • grande quantidade de gordura abdominal: em homens, cintura com mais de 102 cm e nas mulheres, maior que 88 cm; • baixo HDL (“bom colesterol”): em homens, menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl; triglicerídeos elevados (nível de gordura no sangue): 150mg/dl ou superior; • pressão sanguínea alta: 135/85 mmHg ou superior ou se está utilizando algum medicamento para reduzir a pressão; • glicose elevada: 110mg/dl ou superior. Ter três ou mais dos fatores acima é um sinal da presença da resistência insulínica. Esta resistência significa que mais insulina do que a quantidade normal está sendo necessária para manter o organismo funcionando e a glicose em níveis normais. A maioria das pessoas que tem a Síndrome Metabólica sente-se bem e não tem sintomas. Entretanto, elas estão na faixa de risco para o desenvolvimento de doenças graves, como as cardiovasculares e o diabetes. Referências Bibliográficas: site Ministério da Saúde (BVS – Biblioteca Virtual em Saúde) FISIOPATOLOGIA DA SINDROME METABÓLICA A obesidade visceral ou central (abdominal) é caracterizada por uma distribuição da gordura corporal do tipo andróide, ou seja, conhecida como corpo em formato de “maçã”, representando o aspecto principal da SM. Ao contrário da gordura subcutânea, o acúmulo de gordura visceral, que pode ser facilmente estimado pela medida da circunferência da cintura, está relacionado a diversos problemas metabólicos plasmáticos, característicos da SM: 1. Hipersensibilidade aos glicocorticóides; AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º 2. Elevados níveis plasmáticos de glicose que induzem o pâncreas a liberar excesso de insulina (hiperinsulinemia) que, a longo prazo, culmina com resistência à insulina e diabetes mellitus tipo II; 3. Aumento da secreção de angiotensina que pode aumentar o risco de hipertensão; 4. Aumento da secreção de interleucina-6 (IL-6), citocina inflamatória; 5. Aumento de triglicerídeos (TG) que pode comprometer a viscosidade sanguínea, aumentando o risco cardiovascular; 6. Redução do colesterol HDL, fundamental para realizar o transporte reverso do colesterol e que apresenta também efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e vasodilatadores (aumenta a síntese de óxido nítrico pelo estímulo da isoforma endotelial da enzima sintase do óxido nítrico – eNOS). EXCESSO DE GORDURA E CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS O excesso de gordura visceral induz os leucócitos mononucleares (linfócitos e monócitos) a secretarem diversas citocinas inflamatórias, como a IL-1, IL-6, IL8, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-á) e o fator de crescimento transformado beta (TGF-â). Ademais, o excesso de adiposidade visceral induz o fígado a secretar fibrinogênio, proteína amilóide sérica A e proteína C-reativa (PCR), esta última um indicador inflamatório de risco cardiovascular na SM. Como critério diagnóstico de risco cardiovascular podem ser utilizados os seguintes valores de PCR: • Baixo risco: < 1mg/L; • Média: 1,0 a 3,0mg/L; • Alto risco: > 3,0mg/L; • Pacientes com doença coronária estável: > 3,0mg/L; • Pacientes com síndromes coronárias agudas: > 10mg/L. (LIPOTOXIDADE) Do ponto de vista metabólico, é importante lembrar que os ácidos graxos livres fornecidos pelo tecido adiposo na lipólise induzem resistência à insulina na utilização periférica de glicose, assim como exercem efeito inibitório sobre a secreção de insulina pela célula beta, constituindo assim a chamada lipotoxicidade, que atualmente se acredita que desempenhe papel de destaque na fisiopatologia do diabete tipo 2. O tecido adiposo, principalmente visceral, poderia ser considerado o maior órgão endócrino pela quantidade e variedade de hormônios e citocinas que é capaz de sintetizar e secretar dentre eles o fator de necrose tumoral alfa e um importante mediador do desenvolvimento da resistência à insulina associada à obesidade �, causando uma diminuição significativa dos transportadores de glicose funcionalmente disponíveis. INFLAMAÇÃO E RESISTÊNCIA À INSULINA Há evidências de que um processo inflamatório crônico poderia representar o fator desencadeante na origem da resistência à insulina e eventualmente até do aparecimento de diabete tipo 2. INTERLEUCINAS E TNF De acordo com tal hipótese, alguns estímulos, como superalimentação, principalmente muito rica em gorduras saturadas, e também influências ambientais, como stress crônico, poderiam, somados, resultar numa hipersecreção de citocinas como IL-1, IL-6 e TNF-α que levariam a resistência à insulina e síndrome metabólica. FIBRINOGÊNIO, PAI-1 E PCR Recentemente foi demonstrada a associação de níveis de fibrinogênio, PAI-1 e PCR com resistência à insulina. Há uma relação independente entre níveis de marcadores inflamatórios e resistência à insulina, o que poderia potencialmente explicar a associação de hiperinsulinemia e doença cardiovascular. Esse novo enfoque nos chama a atenção para fatos de relevância clínica. Como é sabido, o tratamento de vários componentes da síndrome de resistência à insulina (adiposidade, dislipidemia, hipertensão) tem efeitos benéficos em AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º termos de prevenção do diabete tipo 2 e da doença cardiovascular. Portanto, se um processo inflamatório crônico, subclínico, representa outra faceta da síndrome metabólica, o tratamento com anti-inflamatórios deveria ser levado em consideração. RESISTÊNCIA À INSULINA E DISFUNÇÃO ENDOTELIAL A disfunção endotelial tem sido descrita frequentemente associada a resistência à insulina. Como origens da disfunção endotelial tem-se considerado: na ação de citocinas, no efeito lesivo de lipoproteínas oxidadas, no tabagismo, no stress psicológico. As consequências para o sistema vascular seriam o desenvolvimento de aterosclerose no sistema macrovascular e o aparecimento de resistência à insulina no sistema microvascular. Ao nível do leito capilar encontra-se alteração funcional da lipase lipoprotéica com aumento do nível de triglicerídeos circulantes e diminuição de HDL-colesterol, diminuição da perfusão capilar, diminuição da produção de óxido nítrico, aumento de PAI-1 e do fator de von Willebrand e alteração funcional da barreira endotelial. (ATEROSCLEROSE) Dados da literatura sugerem uma participação direta da PCR no início ou na progressão da lesão aterosclerótica porque a PCR é um potente estimuladorda produção de fator tissular por macrófagos, ativa o sistema do complemento in vivo, ligase a lipoproteínas, como LDL e VLDL, facilitando a sua agregação, e é expressa pelos monócitos, acumulando-se nas lesões ateroscleróticas incipientes na aorta e coronária humanas. SÍNTESE DE TG E PROCESSO DE TROMBOSE Quando há acúmulo de gordura visceral aumenta o risco de degeneração gordurosa não-alcoólica do fígado uma vez que há aumento da lipólise e da síntese de TG a partir da glicose. Neste caso, também há aumento da secreção hepática de TG para o sangue, aumentando seus níveis séricos. O excesso de TG no sangue, outro componente da síndrome metabólica, diminui a secreção hepática de HDL e promove alteração da viscosidade sanguínea, favorecendo o processo de agregação de plaquetas e o risco de trombose. Além disso, o excesso de TG estimula a secreção do colesterol VLDL e de partículas de LDL pequenas e densas que são prontamente oxidadas e fagocitadas pelos macrófagos da parede arterial, formando depósitos citoplasmáticos de gordura, transformando-os em células espumosas, que vão progressivamente dando origem às lesões ou estrias gordurosas até a formação de placas de gordura no processo de aterogênese. O processo de glicosilação que ocorre no diabetes mellitus e na SM promove modificações na apolipoproteína B (apoB), envoltório da LDL, tornando esta última mais facilmente fagocitável pelos macrófagos da parede vascular. A aterosclerose diminui o calibre dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial. Além disso, na SM há aumento da angiotensina, retenção de sódio, redução dos níveis do fator vasodilatação derivado do endotélio – óxido nítrico – e aumento dos níveis do peptídeo vasoconstritor endotelina-1, fatores que tornam plausível a presença de hipertensão arterial na SM e obesidade. Na SM também há aumento da síntese de fibrinogênio e do fator inibidor do plasminogênio (PAI-1, do inglês) o que aumenta a atividade dos sistemas de coagulação sanguínea, elevando o risco de trombose. A trombose agrava o processo de aterogênese (aterotrombose) e induz ao estreitamento do leito vascular que pode resultar em hipertensão arterial. DIMINUIÇÃO DE CAPILARIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA INSULINA Deve-se lembrar que o endotélio capilar, regulando a perfusão tecidual, é o principal responsável por disponibilizar insulina para os vários tecidos; em outras palavras, a quantidade de insulina que estará livre para se ligar ao receptor da membrana celular é diretamente dependente de uma função endotelial normal. No caso de haver diminuição da capilarização dos tecidos, como, por exemplo, ao nível do musculoesquelético, a conseqüência seria uma considerável queda na concentração de insulina ao nível celular, o que poderia ser interpretado também como um mecanismo adicional de resistência à insulina, desta vez por barreira, poderíamos dizer, geográfica. Assim, é importante considerar que: no endotélio capilar é de importância capital tanto no fornecimento de insulina aos tecidos quanto sendo um órgão-alvo da ação insulínica, na redução da área endotelial associada a disfunção do AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º endotélio contribui para a resistência à insulina, na integridade estrutural e funcional do endotélio é essencial à ação normal da insulina. HIPERINSULINEMIA E HAS (HIPERATIVAÇÃO DO EIXO) A hiperinsulinemia age centralmente causando uma hiperatividade do sistema nervoso simpático, estado hiperadrenérgico pode ser um mecanismo desencadeador de termogênese no sentido de limitar maior ganho de peso; porém, como conseqüência também ocorre um aumento na pressão arterial. (AUMENTO DE SÓDIO E ANGIOTENSINA II) A hiperinsulinemia associada a hiperatividade simpática causa um aumento na reabsorção tubular de sódio, levando a expansão de volume. Esse efeito permanece ativo mesmo em condições de resistência à insulina. Ocorre também um aumento na densidade de receptores do tipo 1 para angiotensina II por mecanismos pós-transcrição. (PERCA DO EFEITO VASODILATADOR) O efeito direto vasodilatador da insulina parece ser mediado por óxido nítrico e perde-se em condições de resistência à insulina da mesma maneira que a utilização da glicose. O papel da hiperinsulinemia na patogênese da hipertensão arterial na síndrome metabólica não tem sido confirmado em alguns estudos, sugerindo que outros fatores, como variabilidade genética, possam ter participação. Por exemplo, na população de nativos americanos Pima existe alta prevalência de obesidade, diabete e hiperinsulinemia, porém a incidência de hipertensão arterial é reduzida em comparação com a população caucasiana. POSSÍVEL PARTICIPAÇÃO DE ANDROGÊNIOS E OUTROS HORMÔNIOS Níveis elevados de hormônios esteroides androgênios poderiam ter algum papel na patogênese da síndrome metabólica associada a obesidade abdominal. Dados da literatura mostram uma correlação direta entre níveis circulantes de androgênios e quantidade de gordura visceral. Seria, portanto, razoável especular se o nível elevado de androgênios é responsável pela deposição de gordura visceral e desenvolvimento de resistência à insulina. Outra maneira de interpretar os dados seria considerar que o estado hiperandrogênico poderia ser secundário a resistência à insulina e hiperinsulinemia, como tem sido proposto na síndrome do ovário policístico, o que estaria mais de acordo com o conhecimento atual. A possibilidade de que a síndrome metabólica tenha um componente neuroendócrino também tem sido aventada, com base em estudos que mostram alteração funcional do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Tal padrão também foi descrito em pacientes expostos a stress de longa duração. Os resultados evidenciam a importância do meio ambiente no desencadeamento ou manutenção e acentuação das alterações funcionais. Na Suécia, por exemplo12, 14% dos pacientes com alterações neuroendócrinas e síndrome metabólica apresentavam polimorfismos no gene do receptor de glicocorticoide. Tais resultados sugerem um background neuroendócrino complexo na síndrome metabólica em que a disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal seria muito importante. AUMENTO DE CORTISOL O aumento da hipersensibilidade do tecido adiposo aos glicocorticoides (cortisol, cortisona, etc.) está associada à maior capacidade de vasoconstrição arterial e, consequentemente, à hipertensão arterial em pacientes com resistência à insulina, obesidade e síndrome metabólica. O excesso de glicocorticoides estimula a glicose-6-fosfatase, promovendo maior liberação de glicose das células pancreáticas (e outros tecidos como fígado e músculos) para o sangue, promovendo estados de hiperglicemia e de resistência dos tecidos à ação da insulina, outro componente da SM. Durante vários anos, esta hiperglicemia prolongada estimula o aumento da secreção de insulina, induzindo uma hiperinsulinemia que aliada à hipersecreção de glicocorticoides do tecido adiposo visceral exercem um feedback negativo sob o pâncreas, inibindo a secreção de insulina e contribuindo para a resistência a este hormônio na SM e no diabetes mellitus tipo 2. SINDROME METABÓLICA, OBESIDADE E REDUÇÃO DE HDL AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º Conforme mencionado, há uma relação inversa entre os níveis plasmáticos de TG e de HDL na SM. Além disso, geralmente os indivíduos com síndrome metabólica e obesidade são sedentários, apresentando menores níveis de HDL. Ao contrário, a prática regular de exercícios físicos aeróbicos contribui para o controle do peso corporal, da frequência cardíaca, o incremento dos níveis de HDL e a redução da espessura da artéria carótida. (OBESIDADE) Obesidade é um fator importante nos pacientes com síndrome metabólica, que pode resultar em diabetes tipo 2. Cerca de 80 a 90% dos pacientes com diabetestipo 2 têm sobrepeso. Os pacientes obesos têm mais resistência à ação da insulina e supressão reduzida da produção de glicose pelo fígado, resultando em hiperglicemia e hiperinsulinemia. O tipo de obesidade é um aspecto importante na patogênese do diabetes tipo 2. Estudos demonstraram que pacientes com obesidade central (ou da parte superior do corpo) têm risco mais alto de desenvolver diabetes tipo 2 e distúrbios metabólicos, que os indivíduos com obesidade periférica (ou da parte inferior do corpo). Alguns autores demonstraram que a circunferência abdominal e a razão cinturaquadril (RCQ), que são medidas indiretas de obesidade central, correlacionavam-se diretamente com resistência à insulina. Quanto ao tratamento, o emagrecimento com perda inicial de 5 a 10% do peso corporal deve ser incluído no plano terapêutico, além de controlar o diabetes e outros distúrbios metabólicos associados. HIPERINSULINEMIA E DANO RENAL NA SM O estado crônico de hiperinsulinemia, resistência à insulina e hiperglicemia favorece a permanência de elevados níveis plasmáticos de glicose. Assim, este excesso de hexoses sofre reações bioquímicas conjugando-se com grupos amino (- NH2) livres em proteínas, lipídeos e ácidos nucléicos para formar os produtos finais da glicosilação avançada (AGE). O produto mais comum destas reações é a hemoglobina glicosilada HbA1C. Os AGE provocam lesão glomerular com aumento da filtração glomerular, o que explica a consequente poliúria dos diabéticos. Além disso, esta insuficiência renal, provocada pela hiperinsulinemia/ hiperglicemia, que pode estar presente na SM está relacionada à albuminúria, glomerulomegalia e glomeruloesclerose. A insuficiência renal crônica leva à hiperuricemia, indicador de comprometimento renal na SM. APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO E SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO Indivíduos obesos apresentam maior chance de desenvolver apneia obstrutiva do sono. Esta, por sua vez aumenta o risco de descontrole glicêmico, resistência à insulina e síndrome metabólica. Uma revisão crítica da literatura a este respeito foi recentemente publicada. Mulheres com ovários policísticos podem apresentar como consequência resistência à insulina e desenvolvimento de SM. Referências Bibliográficas: (1) artigo de revisão sobre Atualização: Fisiopatologia e Clínica da Síndrome Metabólica (2) artigo “Resistência à Insulina” DIABETES MELITO TIPO 2 O DM tipo 2 é responsável pela maioria dos casos desta doença, ou seja, cerca de 90 a 95%. Esse termo descreve um grupo heterogêneo de distúrbios caracterizados por hiperglicemia associada à deficiência relativa de insulina. A destruição autoimune das células β não ocorre nesses casos. Embora muitos pacientes com diabetes tipo 2 sejam adultos com sobrepeso, tendências recentes indicam que esta doença tenha se tornado mais comum nas crianças e nos adolescentes obesos. Além disso, os pacientes com diabetes tipo 2 por fim podem necessitar de insulina. Por essa razão, os termos usados no passado com relação ao diabetes tipo 2, inclusive diabetes de início na vida adulta e diabetes não insulinodependente, podem causar confusão e por isso são obsoletos. O diabetes tipo 2 tem um componente genético inequívoco. Alguns fatores patogênicos genéticos e adquiridos foram implicados na deterioração progressiva da função das células β dos pacientes com prédiabetes e diabetes tipo 2. Indivíduos que têm um dos pais portadores dessa doença têm risco aumentado de desenvolvêla. Quando os dois genitores têm diabetes tipo 2, o risco fica em torno de 40%. Apesar da predisposição familiar evidente, a genética dessa doença não está bem definida. Estudos realizados com pacientes portadores de diabetes tipo 2 detectaram anormalidades genéticas associadas à secreção alterada de insulina, mas estes estudos ainda não foram concluídos. As anormalidades metabólicas que levam ao diabetes tipo 2 são: AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º • Resistência à insulina; • Secreção anormal de insulina pelas células β do pâncreas; • Produção aumentada de glicose pelo fígado. Ao contrário do diabetes tipo 1, no qual há deficiência absoluta de insulina, os pacientes com diabetes tipo 2 podem ter níveis altos, normais ou baixos deste hormônio. Resistência à insulina significa capacidade reduzida de o hormônio atuar eficazmente nos tecidos-alvo, especialmente músculos, fígado e gordura. Essa é a característica predominante do diabetes tipo 2 e resulta de uma combinação de fatores como predisposição genética e obesidade. Inicialmente, a resistência à insulina estimula um aumento de sua secreção, geralmente a um nível que causa hiperinsulinemia modesta, na medida em que as células β tentam manter o nível sanguíneo normal de glicose. Com o tempo, a demanda aumentada de secreção de insulina provoca esgotamento e falência das células β. Isso aumenta os níveis sanguíneos de glicose pós-prandiais e, por fim, resulta na produção aumentada de glicose pelo fígado. Como os pacientes com diabetes tipo 2 não têm deficiência absoluta de insulina, eles estão menos sujeitos à cetoacidose, em comparação com os pacientes portadores de diabetes tipo 1. No estado basal, a resistência hepática à insulina evidencia-se por produção excessiva de glicose, apesar da hiperinsulinemia em jejum, considerando que a taxa de síntese de glicose é o determinante principal do nível alto de GPJ dos pacientes com diabetes tipo 2. Embora a resistência à insulina desses pacientes possa ser causada por alguns fatores, esta anormalidade está diretamente relacionada com obesidade e inatividade física. As causas específicas da disfunção das células β não são conhecidas, mas parecem incluir uma redução inicial da massa de células em consequência de fatores genéticos ou pré-natal (p. ex., atraso do crescimento intrauterino); apoptose acelerada ou regeneração reduzida das células β; esgotamento das células β em consequência da resistência prolongada à insulina; glicotoxicidade (i. e., dessensibilização das células β induzida pelos efeitos tóxicos da glicose); lipotoxicidade (i. e., efeitos tóxicos dos lipídios nas células β); e deposição de amiloide ou outros distúrbios que podem reduzir a massa de células β. Referências Bibliográficas: livro de Fisiopatologia – Porth Obj. 5: apresentar a epidemiologia da síndrome metabólica. EPIDEMIOLOGIA DA SINDROME METABÓLICA A Síndrome Metabólica pode ser definida como um conjunto de várias co-morbidades; das quais, destacam-se: resistência insulínica, hipertensão arterial, dislipidemia aterogênica, obesidade central, marcadores de inflamação vascular, e homeostasia da glicose alterada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e Associação Americana de Diabetes (ADA), definem a SM a partir da intolerância à glicose, resistência à insulina ou diabetes, juntamente com duas ou mais alterações, sendo, hipertensão, triglicérides elevados, HDL baixo, obesidade central e microalbuminúria. Em relação à prevalência da síndrome metabólica, no Brasil, há uma elevada prevalência de síndrome metabólica, inclusive nos mais jovens, evidenciando 29,8% na prevalência geral. (PORCENTAGEM NOS JOVENS) No que se refere às crianças e adolescentes, Manna et al. (2006), indicam que evidências sobre a existência da SM entre crianças e adolescentes são limitadas. Os mesmos autores apresentaram dados de uma pesquisa realizada pela National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) 1999-2000, na qual, indicaram que o recente aumento nos índices de obesidade nos jovens estadunidenses foi acompanhado pela elevação da prevalência da síndrome metabólica. Em relação ao Brasil, identificaram 6% de prevalência da síndrome metabólica em crianças e adolescentes de 10 a 19 anos de idade. Foi observada pouca concordância entre as diversas definiçõespropostas para a SM nessa população, podendo assim, variar sua prevalência de 0,4% a 26,3%, dependendo do grupo estudado e dos critérios diagnósticos utilizados. Referências Bibliográficas: artigo sobre Epidemiologia da Síndrome Metabólica e as Consequências na Obesidade Infantil AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º EPIDEMIOLOGIA EM RELAÇÃO AO SEXO Não há estudos sobre a prevalência e incidência de SM na população brasileira em geral. Porém, considerando que a prevalência de obesidade, hipertensão e diabetes são elevadas na população brasileira, a SM constitui preocupação para os profissionais e autoridades de saúde. De qualquer modo, um estudo mostrou elevada prevalência de SM em população do semi-árido baiano. Neste artigo, a prevalência de SM acometeu 38.4% das mulheres e 18,6% dos homens, entre 25 e 87 anos de idade. Outro estudo, contemplando apenas jovens de 23 a 25 anos, revelou prevalência de SM de 4,8 e 10,7%, em mulheres e homens, respectivamente. Referências Bibliográficas: artigo de revisão sobre Atualização: Fisiopatologia e Clínica da Síndrome Metabólica Obj. 6: compreender o processo inflamatório na obesidade. OBESIDADE E TECDO ADIPOSO Vários estudos têm demonstrado que o tecido adiposo produz uma série de substâncias, as quais são denominadas adipocinas, dentre as quais leptina, adiponectina, resistina e algumas citocinas, como interleucina- 6 (IL-6), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), e a proteína quimio atraente de monócito (MCP-1), dentre outras.10 Por isso tem sido reconhecido como um órgão importante de uma complexa rede que participa da regulação de uma variedade de funções biológicas como, por exemplo, regular o apetite, o gasto energético, a sensibilidade periférica à insulina, a capacidade oxidativa, a absorção de lipídeos em tecidos não adiposos, como coração, fígado, células beta pancreáticas e músculo-esquelético. Em situações de balanço energético positivo, o excesso de energia é armazenado no tecido adiposo sob a forma de triacilglicerol (TG). Os adipócitos maduros presentes no tecido expandem em resposta ao aumento dos lipídios da circulação. Além disso, com a necessidade de maior armazenamento, pré-adipócitos presentes no tecido podem se diferenciar em adipócitos maduros, capazes de armazenar gordura. Assim, as células adiposas têm, particularmente, uma grande capacidade de sintetizar e armazenar TG durante os períodos de oferta de alimentação, bem como de hidrolisar e liberar os TG como ácidos graxos livres e glicerol em situações de jejum. Spalding et al. observaram que o número de adipócitos, tanto para indivíduos magros quanto para obesos, é definido durante a infância e adolescência e está sujeito a pequena variação durante a vida adulta, o que sugere que a hipertrofia dos adipócitos é o principal mecanismo para a expansão do tecido adiposo durante o desenvolvimento da obesidade. HIPERSECREÇÕ DE ADIPOCINAS No entanto, quando a capacidade de estoque é ultrapassada, ocorre uma alteração na secreção dessas adipocinas. A hipersecreção de adipocinas potencialmente prejudiciais, tais como plasminogen activator inhibitor-1 (PAI-1), TNF-α ou visfatina, e a hiposecreção de adipocinas potencialmente benéficas, tais como a adiponectina, podem estar entre os principais mecanismos envolvidos nas doenças relacionadas com estilo de vida, incluindo diabete melito tipo 2, hiperlipidemia e hipertensão, que são componentes da síndrome metabólica (SM). A redução da gordura visceral, portanto, pode ser uma medida preventiva essencial para a SM e sua consequência, a doença cardiovascular. A regulação de adipocinas-chave, como a adiponectina, pode ser considerada como um procedimento terapêutico eficiente. A obesidade então é vista como um estado de baixo grau de inflamação crônica sistêmica. Foi reconhecido por estudos recentes que a obesidade (circunferência da cintura) tem um forte impacto na secreção de adipocinas e resistência à insulina. Mais recentemente, tem sido reconhecido que os macrófagos são uma parte importante da função secretora do tecido adiposo e a fonte principal de citocinas inflamatórias, tais como TNF-α e IL-6. Como um órgão secretório, o tecido adiposo apresenta diversas particularidades e a sua atividade secretória é regulada por mecanismos humorais e hormonais. TECIDO ADIPOSO E INFLAMAÇÃO AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º Investigadores têm percebido já há algum tempo que o estado inflamatório induzido pelo estresse metabólico é diferente do paradigma da inflamação clássica definida pelos sinais cardinais de vermelhidão, inchaço, calor e dor. Além disso, essa resposta clássica está uniformemente associada à resposta do sistema imunológico a um local de ferimento ou infecção. Normalmente, tal insulto é removido ou neutralizado e a inflamação desaparece. Em caso de obesidade, a resposta inflamatória encontrada é de natureza diferente. Nesse caso, o fator desencadeante é o excesso de nutrientes o qual se manifesta com aumento do tamanho do adipócito (hipertrofia) e também do seu número (hiperplasia). (ADIPOGÊNESE) Essa adipogênese implica na diferenciação de pré-adipócitos em adipócitos maduros, os quais secretam adipocinas, que juntamente podem ter efeitos autócrinos, parácrinos e endócrinos.24 Sendo assim, o estado inflamatório que acomete indivíduos obesos é denominado inflamação metabólica ou metainflamação.25 Todo esse processo altera o funcionamento do tecido adiposo e de diversos de seus mecanismos, caracterizando, então, um tecido disfuncional. Dentre as características dessa disfunção, a massa adiposa vai apresentar mudanças na sua composição celular como, por exemplo, aumento na quantidade de células inflamatórias. O recrutamento dessas células ocorre por atividade das citocinas quimiotáticas, como MCP-1 e IL-8, que é liberado pelos adipócitos. Uma vez infiltrados no tecido adiposo, nos estágios avançados da obesidade, macrófagos participam do evento inflamatório por produzirem mais citocinas. Diversos fatores podem desencadear a resposta inflamatória no tecido adiposo em condições de sobrecarga nutricional, dentre eles a microhipóxia, estresse do retículo endoplasmático e, mais recentemente descrito, ácidos graxos saturados, um mecanismo dependente da ativação de receptor toll-like 4 (TLR4). Com a hipertrofia dos adipócitos, o tecido adiposo torna-se hipoperfundido, o que cria áreas de microhipóxia, ativando as vias do fator de transcrição nuclear NFkB, aumentando a expressão de genes envolvidos na inflamação com maior liberação de citocinas e recrutamento de macrófagos para o tecido. A sobrecarga de carboidratos e lipídios que ocorre na obesidade acarreta um aumento do metabolismo celular. Um aumento de um desses substratos leva a um aumento na cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria, gerando uma hipóxia relativa devido à maior necessidade de oxidação de nutrientes, gerando uma quantidade acima do normal de espécies reativas de oxigênio, levando a um estado de estresse oxidativo e aumentando a produção de citocinas. O TLR4 é membro de uma família de receptores presentes em diferentes células e tecidos e envolvidos na resposta imune inata. Esses receptores, ao reconhecerem uma endotoxina bacteriana composta de oligossacarídeos e ácidos graxos – o lipopolissacarídeo (LPS) –, ativam quinases e fatores transcricionais intracelulares responsáveis pela resposta imune inata. Evidências demonstram que os ácidos graxos saturados também podem ativar TLR4. Esse mecanismo de ativação tem sido considerado um importante fator de ligação entre inflamação e resistência à insulina em condições de obesidade e sobrecarga nutricional. Assim, o excesso de nutrientes e a obesidade estão relacionados com o estímulo dessas vias principais, levando à produção de quimiocinas e citocinas pró-inflamatórias.Essas citocinas, principalmente as quimiocinas, atraem monócitos da circulação, que ao se infiltrarem no tecido adiposo transformam-se em macrófagos, aumentando a produção de citocinas como TNF-α e IL-6, um fator importante para o desenvolvimento de resistência tecidual à insulina. DISFUNÇÃO DO TECIDO ADIPOSO E CONSEQUÊNCIAS METABÓLICAS: O PAPEL DAS ADIPOCINAS Em circunstâncias normais, a insulina estimula a absorção da glicose pelo músculo esquelético, inibe a gliconeogênese e a produção hepática de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), além de diminuir a lipólise no tecido adiposo. No músculo esquelético e no tecido adiposo, a sinalização intracelular da insulina começa com sua ligação a um receptor específico de membrana, uma proteína heterotetramérica com atividade tirosina quinase intrínseca, composta por duas subunidades alfa e duas subunidades beta, denominada receptor de insulina (IR). A ativação do IR resulta em fosforilação em tirosina de diversos substratos, incluindo substratos do receptor de insulina 1 e 2 (IRS-1 e IRS-2). A fosforilação das proteínas IRS cria sítios de ligação para outra proteína citosólica, denominada fosfatidilinositol 3-quinase (PI3k), promovendo sua ativação. A PI3k é importante na regulação da mitogênese, na diferenciação celular e no transporte de glicose estimulada pela insulina. A ativação da PI3k aumenta a fosforilação AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º em serina da proteína quinase B (Akt) e isso permite o transporte de glicose através da translocação da proteína GLUT- 4 para a membrana celular, permitindo a entrada da glicose por difusão facilitada. Os GLUT-4 são os principais responsáveis pela captação da glicose circulante nos humanos. Outro mecanismo envolvido com a homeostase energética é a ativação da AMPK (proteína quinase ativada por AMP). AMPK é ativada pela fosforilação do resíduo de treonina, localizado no sítio de ativação do domínio catalítico da subunidade α, em condições em que a demanda de energia celular está aumentada ou quando a disponibilidade de combustível é menor, devido à redução do ATP intracelular e/ou aumento dos níveis de AMP, como isquemia, privação de glicose, choque térmico, hipóxia, estresse oxidativo. Uma vez ativada, AMPK exerce efeitos sobre o metabolismo da glicose e lipídios, atuando em diversos órgãos. No fígado, diminui a síntese de lipídios e estimula a queima de gordura, além de bloquear a produção hepática de glicose. Na musculatura esquelética, estimula principalmente a captação de mais de 70% da glicose plasmática, por meio de dois mecanismos: aumentando a translocação do GLUT- 4 e a sensibilidade à insulina. Ainda atua na regulação da síntese de insulina e sua secreção pelas células beta pancreáticas, melhora também a sensibilidade à insulina nos tecidos hepáticos e musculares. Também atua em nível hipotalâmico, modulando a fome e a saciedade. No entanto, resultados demonstram que a ativação crônica na produção de citocinas próinflamatórias no interior das células que sofrem a ação da insulina pode levar à deterioração da resposta do tecido ao hormônio. Corroborando essa ideia, trabalhos evidenciam elevados níveis de citocinas pró-inflamatórias, como TNF-α e IL-6, no tecido adiposo e soro de indivíduos e animais obesos com resistência insulínica. Em contraste, a neutralização dessas citocinas melhora esse quadro metabólico. Investigadores verificaram que esse fato ocorre porque essas citocinas pró- inflamatórias, principalmente o TNF-α, age na fosforilação de alguns resíduos de serina no substrato do receptor de insulina IRS-1,impedindo assim a continuidade da cascata que tem por último estágio expressar o GLUT 4. Assim, a ativação da resposta inflamatória por uma sobrecarga nutricional pode torna-se um fator promotor para o desenvolvimento da resistência à insulina e, consequentemente, disfunção do tecido adiposo. Por outro lado, a ativação da AMPK parece suprimir a resposta inflamatória no tecido adiposo de indivíduos obesos por meio da inibição da síntese de citocinas pró-inflamatórias como TNF-α, IL-6 e IL-8. AMPK regula também os níveis de leptina e adiponectina. LEPTINA Outras adipocinas como a leptina, adiponectina e resistina também participam do processo inflamatório e da resistência à insulina em condições de obesidade. A leptina foi o primeiro hormônio a ser caracterizado como uma adipocina pelo fato de ser produzido principalmente pelo tecido adiposo. Tem como função regular o nível de energia, consumo de alimento e mediadores inflamatórios. Ela proporciona a ligação funcional entre o sistema imunitário e a homeostase energética. Estudos mostram que ratos que possuem deficiência nos receptores de leptina sofrem atrofia do timo e são imunodeficientes. Isso pode explicar porque o sistema imunitário dos murinos é pressionado por redução da ingestão de alimentos e da fome aguda, ambos os quais resultam embaixos níveis de leptina, e porque essa depressão é revertida pela administração exógena de leptina. Esse hormônio age centralmente no hipotálamo para reduzir a ingestão de alimentos e aumentar a utilização de energia e os seus níveis correlacionam-se diretamente com a massa adiposa. Os indivíduos obesos apresentam altas concentrações de leptina e isso está ligado ao aumento de tecido adiposo. Quanto maior a quantidade de tecido adiposo, maiores os níveis circulantes desse hormônio, um paradoxo, visto que elevados níveis de leptina deveriam diminuir o apetite e aumentar o gasto energético. No entanto, de forma similar ao que ocorre com indivíduos com diabete melito, nos quais os níveis de insulina estão aumentados, é provável que ocorra um aumento da resistência periférica à leptina em indivíduos obesos. Esse paradoxo pode ser explicado por diversos mecanismos celulares. Um deles envolve um possível defeito no transporte da leptina através da barreira hematoencefálica. Uma menor expressão dos receptores da leptina nos obesos, associada à ingestão de dietas ricas em gorduras, também pode ser uma explicação. Dessa forma, podemos notar que mesmo em níveis elevados na obesidade, a leptina perde sua capacidade benéfica, pois não consegue atuar de maneira adequada nos sítios de ligação, passando então a comprometer a saúde do indivíduo. Estudos clínicos têm demonstrado uma correlação positiva entre leptina e PAI-1, fator de von Willebrand, ativador do plasminogênio tecidual (tPA) e os níveis de fibrinogênio no plasma. Esses resultados demonstram claramente uma AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º forte ligação da atividade das plaquetas circulantes com o aumento dos níveis plasmáticos de leptina observado na síndrome metabólica. Com relação a doenças cardiovasculares, a leptina também parece ter uma variedade de funções pró-aterogênicas. Estimula a produção de citocinas pró-proliferativas e aumenta a agregação das plaquetas, causando disfunção endotelial e induzindo o estresse oxidativo. Outra ação pró-aterogênica da leptina é sua capacidade de induzir a expressão da proteína C reativa (PCR) em artéria coronária. Portanto, a leptina fornece uma ligação funcional entre obesidade e doenças cardiovasculares e seus níveis aumentam exponencialmente com a gordura corporal. RESISTINA A resistina é outra adipocina que foi identificada em 2001 como uma proteína especificamente secretada pelo adipócito. Em humanos é também expressa em monócitos e macrófagos. Induz a expressão de moléculas de adesão celular vascular 1 (VCAM-1) e a molécula de adesão intercelular-1 (ICAM-1), além de citocinas como TNF-α e IL-6. Somado a isso, estudos mostram que elevados níveis de resistina estão associados com a presença e severidadeda doença arterial coronariana. É considerada um marcador inflamatório em humanos, com grande potencial pró- inflamatório, além de estar associada a resistência a insulina e síndrome metabólica. ADIPONECTINA A adiponectina é uma outra adipocina sintetizada não só pelos adipócitos mas também pelo músculo esquelético, células endoteliais e cardiomiócitos. Ao contrário de todas as outras adipocinas citadas, a adiponectina possui atividade anti-inflamatória e antiaterogênica, age como protetor cardiovascular e melhora a sensibilidade à insulina. A propriedade anti-inflamatória ocorre através da supressão do fator nuclear kappa B (NFkB) em macrófagos e monócitos. Do mesmo modo, a supressão do NFkB em células endoteliais retarda o desenvolvimento da aterosclerose. Além disso, a adiponectina inibe a conversão dos macrófagos para as células de espumosas e reduz a oxidação da LDL. Em ambos os casos, a supressão do NFkB suspende processos induzidos pelo TNF-α (inflamação/adesão de monócitos). No entanto, níveis reduzidos são encontrados na maioria dos estados de obesidade e resistência à insulina. Estudos apontam que TNF-α e IL-6 são potentes inibidores da expressão e secreção de adiponectina em tecido adiposo humano e cultura de células. VISFATINA A visfatina é outra adipocina encontrada predominantemente no tecido adiposo visceral, produzida pelos adipócitos e pelos macrófagos. A expressão de mRNA da visfatina aumenta significativamente durante a diferenciação dos pré- adipócitos para adipócitos.58 Foi demonstrado que sua função principal está relacionada como metabolismo energético e imunidade inata e é agora considerada como uma adipocinapró-inflamatória. É capaz de induzir a ativação de leucócitos e de estimular a produção de TNF-α e IL-6. Estudos recentes demonstraram que visfatina exerceu efeitos miméticos da insulina em adipócitos miócitos e hepatócitos em cultura e diminuiu os níveis de glicose no plasma em ratos por ligação e ativação do receptor da insulina. Diante desses relatos podemos observar que a metainflamação está diretamente envolvida no desenvolvimento da resistência à insulina, enfermidade que acomete a maioria dos obesos. Embora muitos progressos tenham sido feitos nessa área, futuros estudos são necessários para amenizar essa inflamação de uma maneira precoce, para que se possa retardar ou impedir o surgimento de comorbidades que consequentemente podem desencadear doenças cardiovasculares e outras complicações metabólicas. Referências Bibliográficas: artigo Obesidade, inflamação e complicações metabólicas AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º Obj. 7: apresentar tratamento medicamentoso e não medicamentoso para a síndrome metabólica. MEDIDAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Com o aumento epidêmico da obesidade espera-se que também haja um substancial incremento na incidência de SM. Assim, urgem medidas de promoção da saúde no sentido de aumentar a prática de exercícios e esportes (isso inclui melhoria da infraestrutura recreativa – praças, clubes, escolas, etc.), evitar o sedentarismo (diminuir o tempo de uso de televisão, computador e jogos eletrônicos), bem como estimular hábitos alimentares mais saudáveis, com a redução da ingestão de frituras, gorduras saturadas, gorduras trans (já em vigor no país) e carboidratos simples (doces e guloseimas) que pode ser obtida pelo maior consumo de alimentos vegetais, redução do tamanho de porções e uso de produtos dietéticos (com menor teor de açúcar e calorias). TRATAMENTO DA SÍNDROME METABÓLICA O tratamento da síndrome metabólica inclui melhoria do estilo de vida pela introdução de exercícios físicos regulares (trinta minutos diários de atividades aeróbicas, como a caminhada, dança, subida de escadas, esportes ou corrida, e pelo menos duas seções de exercícios de força com pesos) e modificações nos hábitos alimentares (redução da ingestão calórica, do sal, da ingestão de lipídeos e de carboidratos refinados e aumento da ingestão de fibras) para promover controle ou redução de peso corporal, melhoria do sono, melhor controle lipêmico (aumento de HDL e redução de LDL na presença de redução de 10% do peso corporal), glicêmico e pressórico. A redução do peso corporal mediante dieta hipocalórica ou exercício físico diminui a produção de mediadores inflamatórios (PCR e IL-6) e aumenta a síntese de mediadores anti-inflamatórios, como a IL-10 e o antagonista do receptor de IL-1 (IL-1ra) na SM. A critério e sob supervisão do médico, podem ser usados inibidores da enzima conversora de angiotensina que reduzem a pressão arterial e o potencial inflamatório no dano renal. O uso de estatinas, fibratos, ácido nicotínico e ácidos graxos ômega-3 também é importante para o tratamento das dislipidemias. O uso de tiazolidinedionas, sensibilizadores de insulina, e da metformina, anti-hiperglicêmica, pode ser benéfico no controle da glicemia. Maiores detalhes sobre as opções de tratamento não-farmacológico e farmacológico podem ser obtidas nas “V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial”. Referências Bibliográficas: artigo de revisão sobre Atualização: Fisiopatologia e Clínica da Síndrome Metabólica TRATAMENTO O aumento da atividade física e a perda de peso são as melhores formas de tratamento, mas pode ser necessário o uso de medicamentos para tratar os fatores de risco. Entre eles estão os chamados “sensibilizadores da insulina”, que ajudam a baixar a açúcar no sangue, os medicamentos para pressão alta e os para baixar a gordura no sangue. Se você identificou em seu organismo alguns dos fatores, descritos acima, procure um profissional. O endocrinologista é o especialista em hormônios e metabolismo, que pode fazer o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento mais adequado se você tiver a síndrome. PREVENÇÃO Perder peso e praticar alguma atividade física são as melhores formas de prevenir e tratar a Síndrome Metabólica. Detectar o problema pode reduzir o aparecimento de futuras doenças cardíacas. Além disso, você terá tempo de mudar seu estilo de vida, evitando o desenvolvimento de diversas complicações. Referências Bibliográficas: site Ministério da Saúde (BVS – Biblioteca Virtual em Saúde) DIAGNÓSTICO Diagnóstico clínico e avaliação laboratorial São objetivos da investigação clínica e laboratorial: confirmar o diagnóstico da síndrome metabólica (SM) de acordo com os critérios do NCEP-ATP III e identificar fatores de risco cardiovascular associados. Para tanto, realiza-se: AMANDA FARIA 10/09/2021 – 4º HISTÓRIA CLÍNICA História clínica - idade, tabagismo, prática de atividade física, história pregressa de hipertensão, diabetes, diabetes gestacional, doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico, síndrome de ovários policísticos (SOP), doença hepática gordurosa não-alcoólica, hiperuricemia, história familiar de hipertensão, diabetes e doença cardiovascular, uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticosteróides, betabloqueadores, diuréticos). EXAME FÍSICO O exame físico necessário para diagnóstico da SM: • Medida da circunferência abdominal. A medida da circunferência abdominal é tomada na metade da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior • Níveis de pressão arterial. Deve-se aferir no mínimo duas medidas da pressão por consulta, na posição sentada, após cinco minutos de repouso. Além destes dois dados obrigatórios deverá estar descrito no exame físico destes pacientes: • Peso e estatura. Devem ser utilizados para o cálculo do índice de massa corporal através da fórmula: IMC = Peso/Altura2. • Exame da pele para pesquisa de acantose nigricans. Examinar pescoço e dobras cutâneas. • Exame cardiovascular. EXAMES LABORATORIAIS Exames laboratoriais necessários para o diagnóstico da
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