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PlanoDeAula_53424 15 SEMANA

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Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
15 
Tema 
Revisão II 
Objetivos 
·   Reapresentar as noções relativas à hermenêutica e às diversas espécies de interpretação jurídica; 
·   Revisitar os conceitos fundamentais contidos na Lei de Introdução ao Código Civil; 
·   Retomar as principais categorias jurídicas decorrentes das relações jurídicas, sempre com preocupação de natureza propedêutica para motivar o educando ao estudo das 
diferentes disciplinas componentes do curso; 
·   Revisar os elementos relativos à existência da relação jurídica e a sua integração normativa; 
·   Reforçar o entendimento sobre a estrutura da relação jurídica e o manejo do Direito subjetivo, bem como as técnicas de aplicação, interpretação e efetivação do Direito. 
Estrutura do Conteúdo 
·   Teoria do Ordenamento Jurídico;  
·   A Lei de Introdução ao Código Civil; 
·   Hermenêutica e interpretação do Direito; 
·   Relação Jurídica; 
·   Posições Jurídicas dos Sujeitos de Direito nas relações jurídicas;  
·   Direito Subjetivo. 
Aplicação Prática Teórica 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e 
estudado enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a 
aplicação dos casos concretos, a saber: 
  
Caso 1 - Tema: Características da Norma. 
Mario dirigindo seu automóvel BMW/2005, em alta velocidade, atropelou Carla. Hospitalizada, Carla submeteu-se a duas cirurgias, ficando impossibilitada de exercer suas 
atividades laborativas pelo prazo de três meses. Tendo em vista os prejuízos que lhe foram causados, a vítima ajuizou ação de ressarcimento por danos morais e materiais 
sofridos, com pedido julgado procedente para condenar Mario ao pagamento de R$ 50.000,00. Mario deixou de cumprir a decisão, razão pela qual teve seu carro penhorado 
e alienado judicialmente para suportar a dívida. 
O juiz, para fundamentar sua decisão, baseou-se nos artigos 186 e 927 do CC, que determinam o seguinte: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito; Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), 
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Identifique, no caso, a partir da análise dos artigos de lei acima, as seguintes características da norma jurídica: 
Abstração, generalidade, imperatividade, heteronomia, alteridade, coercibilidade e bilateralidade atributiva. 
  
Caso 2 – Tema: Características da Norma. 
Antonia, portadora de uma grave doença,   encontra-se internada em estado terminal. Como está “desenganada” e sofrendo muito, a paciente solicita à equipe médica que 
abrevie sua dor, tirando-lhe a vida mediante o desligamento dos aparelhos que a mantêm viva. 
No caso em tela, sob a ótica da norma moral e da norma de direito, tomando como parâmetros a ideia da morte digna, sem sofrimento, e o dispositivo penal que prevê tal 
conduta médica como crime de homicídio, responda: 
Quais as principais características das normas morais e das normas jurídicas? Justifique. 
  
Questões objetivas: 
(Respostas Justificadas) 
1.  A norma jurídica compreende um instrumento de controle de conduta social. 
Qual das características abaixo não diz respeito a ela? 
a)    Espontaneidade; 
b)   Coercibilidade; 
c)   Bilateralidade atributiva; 
d)   Alteridade; 
e)    Heteronomia. 
  
A norma jurídica (continuação). Os diversos critérios de classificação das normas jurídicas: critério da destinação; critério da existência; critério da extensão territorial; 
critério do conteúdo; critério da imperatividade e critério da sanção.  
  
Caso 1- Tema: Classificação das Normas Jurídicas. 
  
Estabelece o art. 9º da Consolidação das Leis do Trabalho: “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo  de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação de 
preceitos contidos na presente consolidação.” 
A referida norma jurídica, de acordo com a espécie de sanção que a acompanha, há que ser classificada como? Como pode ser classificada a norma quanto à sua sanção? 
Caso 2- Tema: Classificação das Normas Jurídicas. 
  
O chefe do poder executivo de certo estado da federação promove licitação para construir hospital público visando atender a uma comunidade onde tal serviço de saúde não 
existe. 
a)    A que ramo do Direito pertencem as normas que regulam a conduta desta autoridade? 
b)   Qual a natureza destas normas? 
c)   Que espécie de relação há entre o particular e o Estado neste caso? 
  
Questões objetivas 
(Respostas Justificadas) 
1. A classificação das normas em implícitas e explícitas decorre do critério quanto:  
a)    à destinação; 
b)   à natureza; 
c)   à existência: 
d)   à hierarquia; 
e)    à extensão territorial; 
f)    ao conteúdo; 
g)   à imperatividade; 
h)   à sanção. 
  
Caso 1 - Tema:  Processo Legislativo e Espécies Legislativas. 
Uma emenda à Constituição foi proposta por todos os estados da Federação, manifestando-se cada um deles pela respectiva assembleia legislativa. O conteúdo da emenda 
era o seguinte: “a partir de 5 de outubro de 2002, o crime de tráfico ilícito de entorpecentes poderá, nos termos da lei, ser punido com pena de morte, ou prisão perpétua ”. 
Votada em dois turnos e aprovada por dois terços dos respectivos membros de cada Casa do Congresso Nacional, a emenda foi promulgada pelo Presidente da República e 
entrou em vigor na data de sua publicação. 
a)    À vista disso, analise se há, na hipótese acima traçada, violação ao devido processo legislativo ditado pela Constituição da República.  
b)   Quais são as diferenças entre a espécie legislativa acima, o ordenamento jurídico e o Direito?  
  
Caso 2 - Tema: Elaboração de Projeto de Lei e Devido Processo Legislativo 
Um dos temas que mais tem motivado discussões no Congresso Nacional é o da reforma do Poder Judiciário. Alguns pontos em discussão ainda carecem de melhor 
regulamentação por lei, como, por exemplo, o acesso à justiça pelos hipossuficientes. Cabe ressaltar que alguns estados da federação ainda não contam com a Defensoria 
Pública, fato que inviabiliza o cumprimento integral do disposto no artigo 5º, inciso LXXIV, c/c artigo 134, ambos da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
O Presidente da República, sensível à questão, o consulta sobre a viabilidade de se elaborar um projeto de lei, que vise assegurar maior acesso ao Poder Judiciário pela 
população carente. 
Você deverá elaborar o projeto de lei seguindo as instruções abaixo:  
a)    O projeto deverá contar com no mínimo cinco artigos; 
b)   Todas as fases procedimentais necessárias à validade da lei deverão ser informadas. 
  
Caso 3 – Tema:  Processo Legislativo e Competência da União. 
Com o objetivo de contribuir de forma efetiva com a campanha nacional do desarmamento, determinado Prefeito pretende apresentar projeto de lei visando proibir, no 
âmbito do município, a comercialização de armas de pequeno e grande porte. O projeto ainda prevê que a fiscalização sobre o cumprimento da medida será exercida por 
funcionários da prefeitura, que poderão multar os estabelecimentos comerciais no caso de descumprimento da proibição. Contudo, antes de apresentar o projeto de lei, o 
prefeito lhe faz uma consulta a respeito da viabilidade de tal projeto. 
  
À luz do devido processo legislativo, e da repartição de competências entre os entes federativos, qual seria o seu parecer acerca da viabilidade do projeto de lei? 
  
Caso 4 – Tema: Elaboração de Projeto de Lei e Devido Processo Legislativo. 
(O Globo, 22/10/2004, p.4) –DECISÃO SORE ABORTO DE FETOS DIVIDE MINISTROS DO STF – Quatro já se manifestaram favoráveis à interrupção da gravidez e três, 
contra 
BRASÍLIA. Apesar de oSupremo Tribunal Federal (STF) ter derrubado anteontem a liminar que dava permissão para o aborto de fetos anencéfalos (sem cérebro), 
acadêmicos e um advogado que defende o direito das gestantes ainda têm esperança de que, no julgamento do mérito do processo, a corte autorize a interrupção da 
gravidez nessas condições.   
(...) 
Volnei Garrafa, professor de bioética da Universidade de Brasília (UnB), defendeu ontem o direito de as mulheres decidirem, em casos de má-formação do feto, se querem 
ou não interromper a gestação: 
O feto anencéfalo é um feto inviável. A discussão sobre o aborto, de um modo geral, está atrasada pelo menos 30 anos no Brasil, devido ao cristianismo arraigado na 
América Latina. Os votos dos ministros do Supremo foram religiosos. Duvido que se a igreja não tivesse pressionado os votos teriam sido assim.” 
  
( O Globo 17/12/2004, p.10) – FONTELES REAFIRMA SER CONTRÁRIO AO ABORTO – Procurador discorda da interrupção da gravidez até em casos de estupro 
BRASÍLIA. Embora julgue ser democrática a decisão do governo de rediscutir a lei do aborto, o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, reforçou ontem sua posição 
de católico contrário à interrupção da gravidez. Ele disse ser contra até mesmo nos casos de estupro, permitido desde 1940, quando começou a vigorar o Código Penal.  
Sabendo-se que, na atual legislação brasileira, o aborto é permitido nas hipóteses de risco de morte para a gestante ou da gravidez ter acontecido em razão de estupro (art. 
128 do CP), elabore dois projetos de lei, com as respectivas exposições de motivos, sendo o primeiro restringindo às hipóteses atualmente permissivas da realização do 
aborto e o segundo alargando-as. 
  
Questões objetivas 
(Respostas justificadas) 
1. Numere, em ordem decrescente, os atos que envolvem o processo legislativo: 
a)    (  ) emenda; 
b)   (  ) promulgação; 
c)   (  ) iniciativa legislativa; 
d)   (  ) sanção e veto; 
e)    (  ) publicação; 
f)    (  ) votação. 
  
Validade das normas (técnico-formal ou vigência, social e ética). O início da vigência da lei.  A vacância da lei: conceito e cômputo.  O princípio da obrigatoriedade das leis.  
Término da vigência das leis: ab-rogação e derrogação; revogação expressa e tácita.  A questão da repristinação.  
Caso 1- Tema: Validade das Normas – Técnico-Formal ou Vigência, Social e Ética. 
  
João da Silva, casado com Maria da Silva, vinha desconfiando que sua mulher mantinha um relacionamento extraconjugal com Antonio, amigo do casal. Certo dia, voltando 
mais cedo do trabalho, encontra sua mulher  trocando carícias com o suposto amigo. Indignado, João da Silva abandona o lar conjugal e ingressa imediatamente com a 
separação judicial, bem como, com a queixa-crime em face de sua mulher e de Antonio, para ver apurado o cometimento do delito de adultério, cuja pena é de detenção de 
15 dias a 6 meses. O juiz criminal condenou os réus ao mínimo da pena, em razão da evidência do conjunto probatório. 
Analise a decisão do magistrado sob o ângulo da eficácia da lei (técnico-formal e social) e do costume contra legem como fonte do direito. 
  
  
Caso 2- Tema: Validade das Normas – Técnico-Formal ou Vigência, Social e Ética. 
  
LEI ANULA CARTEIRA DE IDENTIDADE 
... Sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1997, a Lei 9.454 instituiu um só registro de identidade civil para os brasileiros e limitou a validade dos 
atuais documentos civis por cinco anos. O prazo venceu em abril de 2002 sem que a lei fosse regulamentada. O governo não tirou a lei do papel nem para definir o órgão 
que centralizaria a criação do cadastro nacional único, mas a lei está em vigor... . (Folha de São Paulo – 15.6.03 - C-7) 
Assim, a referida lei foi assinada em 8 de abril de 1997 e publicada no dia seguinte no D.O. da União, mas não foram fornecidas à população condições para a substituição 
dos documentos. 
a)    Os requisitos formais da vigência da lei foram atendidos? Neste caso, quais os requisitos? Justifique sua resposta. 
b)   Afinal, a lei entrou em vigor? Justifique. 
c)   A referida lei tem eficácia jurídica e/ou social? Justifique. 
  
Questões objetivas 
(Respostas Justificadas) 
1. É publicada no Diário Oficial Lei Federal dispondo sobre a proteção ambiental. Quanto à vigência, validade e eficácia social desta lei, pode -se afirmar que sua: 
a)    Vigência não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar, sendo ela válida e eficaz se efetivamente obedecida e aplicada; 
b)   Vigência se inicia necessariamente quarenta e cinco dias após a publicação, sendo ela válida se compatível com a Constituição, observado o procedimento legislativo 
estabelecido para a sua produção, e eficaz se efetivamente obedecida e aplicada;   
c)   Vigência não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar, sendo ela válida se compatível com a Constituição, observado o procedimento legislativo 
estabelecido para a sua produção, e eficaz se efetivamente obedecida e aplicada; 
d)   Vigência não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar, sendo ela válida e eficaz se produzida por órgão competente, observado o procedimento 
legislativo estabelecido para a sua produção; 
e)    Vigência se inicia necessariamente no dia da publicação, sendo ela válida se efetivamente obedecida e aplicada e eficaz se produzida por órgão competente, observado 
o procedimento legislativo estabelecido para a sua produção.  
  
2. A Lei 9.307, de 23 de setembro de 1996, que dispõe sobre arbitragem, em seu artigo 44 estabeleceu: “ficam revogados os artigos 1037 a 1048 da Lei 3071, de 1º  de 
janeiro de 1916, Código Civil Brasileiro; os artigos 101 e 1072 a 1102 da Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil ”. 
Neste caso, é possível dizer então que ocorreu: 
a)    Revogação tácita; 
b)   Ab-rogação expressa; 
c)   Derrogação expressa; 
d)   Repristinação. 
  
Conflitos de lei no tempo. Direito Intertemporal. A questão da retroatividade e da irretroatividade das leis. O Direito adquirido (Doutrina de Gabba, Roubier e Lasalle), o Ato 
jurídico perfeito e a Coisa julgada no contexto da Lei de Introdução ao Código Civil, da Constituição Federal e do |Novo Código Civil (art. 2035).  
  
Caso 1 - Tema: Irretroatividade da Lei. 
A Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro celebrou, em 1987, contrato de promessa de compra e venda de um imóvel com Mauro dos Santos, pagável em 240 
prestações mensais e reajustáveis. Faltando 85 parcelas, Mário, sem condições financeiras, interrompe os pagamentos, o que acaba por figurar descumprimento contratual 
por infração da cláusula “h” do compromisso de compra e venda. Tendo regularmente notificado Mário, a Companhia ajuíza ação visando à resolução do contrato, 
destacando a cláusula que prevê a rescisão de pleno direito, no caso de atraso de mais de três prestações (o que de fato ocorreu), assim como a perda de todas as parcelas 
pagas. Em sua defesa, Mário alega ser injusta e abusiva a cláusula que impõe a perda das parcelas pagas, inclusive porque representam muito mais da metade do total 
contratado. Afirma que o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, vigente a partir de 1990, impõe pena de nulidade das cláusulas abusivas. Assim, requer que o juiz 
declare a nulidade daquele dispositivo do contrato, determinado a devolução das importâncias pagas.   
a)    O juiz deve reconhecer a incidência das regras do Código de Proteção e Defesa do Consumidor no caso acima, apesar deste só ter entrado em vigor três anos após a 
realização do contrato?  
b)   O que significa ato jurídico perfeito? Podemos dizer que o contrato existente entre Mário e a Companhia Estadual de Habitação é um ato jurídico perfeito? Justifique. 
c)   O que significa o fenômeno da ultratividade da lei? Seria este um caso de ultratividade ou de retroatividade da lei? Justifique. 
  
Caso 2 – Tema: Coisa Julgada. 
Margareth Nogueira teve uma discussão com sua vizinha, Manoela Santos,na reunião de condomínio. Margareth narra que, de forma impensada, falou que Manoela, síndica, 
estava desviando verbas da arrecadação mensal do prédio em favorecimento próprio. Deste fato, originou-se queixa-crime de calúnia de Manoela em face de Margareth. 
Neste processo, que correu junto ao Juizado Criminal, as partes envolvidas celebraram acordo nos seguintes termos: Margareth se comprometeu a mandar carta para todos 
os condôminos retratando-se do que falara e, ainda, teria que colocar no quadro de avisos do prédio esta mesma carta. O acordo foi cumprido integralmente por Margareth. 
No entanto, esta recebeu uma convocação para comparecer ao Juizado Especial Cível para responder a outro processo ajuizado por Manoela em razão do mesmo fato acima 
narrado. Neste último feito, Manoela requer a condenação de Margareth ao pagamento de R$ 10.000,00 pelos supostos danos morais sofridos. 
Você, advogado de Margareth, sustentaria a tese da coisa julgada? Justifique.  
  
Caso 3 –  Tema: Coisa Julgada. 
Paulina da Silva, menor impúbere, representada por sua mãe, ajuíza ação em face de Paulo, seu pai, visando ao reajuste de sua pensão alimentícia, tendo em vista que este 
obteve melhora substancial em seu padrão de vida há cerca de seis meses, fruto da herança de uma bem sucedida empresa de transporte coletivo. Paulo, em contestação, 
afirma que os alimentos relativos à sua filha Paula foram decididos na ação de divórcio consensual, julgada definitivamente um ano e meio antes da propositura da ação de 
alimentos. Assim, como há coisa julgada, Paulo alega não ser mais cabível a revisão pelo poder judiciário.  
a)    Incidem os efeitos da coisa julgada nas ações de alimentos? Justifique. 
b)   Quais os pré-requisitos para que alguém possa pleitear a revisão dos alimentos já decididos em processo anterior?  
  
Questões objetivas 
(Respostas Justificadas) 
1. Assinale a alternativa correta. Justifique sua escolha: 
Em 1957, Pedro comprou um imóvel de João, cumprindo todas as formalidades legais que previa a lei vigente à época para a aquisição do imóvel. Ocorre que, em janeiro de 
2000, esta lei foi derrogada pela Lei nº 4.200/00, prevendo alguns requisitos a mais para a aquisição do imóvel. 
Na hipótese acima mencionada, podemos afirmar que, com relação ao tema “conflitos de leis no tempo”, estamos diante de: 
a)    Expectativa de direito; 
b)   Coisa julgada; 
c)   Direito adquirido; 
d)   Ato jurídico perfeito; 
e)    Direito natural. 
  
2. Assinale a alternativa correta. Justifique sua escolha: 
Antes de 1977, o regime legal de bens no casamento, no Brasil, era o da comunhão universal. Quem casou até então, sem qualquer ressalva expressa em pacto antenupcial, 
o fez no regime legal de comunhão universal. Após 1977, com a mudança da lei, o regime legal passou a ser o da comunhão parcial. Quem casou antes de 1977 não foi 
atingido pela nova lei que cuidou desta matéria. Assim sendo, é possível afirmar que a situação jurídica em questão corresponde à hipótese de: 
a)    Coisa julgada; 
b)   Direito adquirido; 
c)   Ato jurídico perfeito; 
d)   Expectativa de direito; 
e)    Direito natural. 
  
Hermenêutica Jurídica e Interpretação do Direito. Tipos de Interpretação: autêntica, judicial, administrativa, doutrinária, literal, racional, lógico-sistemática, sociológica, 
histórica, teleológica, declarativa, extensiva e restritiva. A leitura do ordenamento jurídico à luz dos Princípios Constitucionais. 
  
Caso 1- Tema: A leitura do ordenamento jurídico à luz dos princípios constitucionais. 
Revista Época: Editora Globo, 6 de dezembro de2004, p.38. 
  
JUSTIÇA – PELO DIREITO DE SER FILHO – No Brasil já são três os casos de pais que foram processados pelos próprios filhos por abandono, rejeição e falta de afeto 
  
Pagar pensão alimentícia e cumprir as ordens de um juiz já não faz de um pai uma pessoa responsável aos olhos da lei. Quem não dá carinho, atenção e não cuida da 
educação do filho agora pode parar no banco dos réus. Desde que um rapaz de Belo Horizonte, Alexandre Batista Fortes, de 23 anos, entrou com um processo contra o 
próprio pai por abandono, em 2000, a justiça brasileira se vê às voltas com um tema delicado, complexo e difícil de quantificar uma indenização. 
Hoje já são três os casos no país. Em comum, os filhos tiveram seu apelo reconhecido pelos juízes.(...) Se ganhar, Alexandre receberá R$ 52 mil, valor estabelecido pela 
Justiça. As três ações tiveram como argumento os danos morais. 
(...) 
Para Águida Arruda Barbosa, advogada e diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam), as ações são um marco na história jurídica brasileira porque, pela 
primeira vez, o afeto foi reconhecido em um tribunal: “ Um pai responsável que paga pensão não significa que seja disponível. Pai é aquele que cuida, protege, briga pelo 
filho”, afirma a advogada. Para ela, não há perigo de que as sentenças se propaguem, dando início a uma febre de indenizações semelhantes. Os casos servem, segundo 
Águida, para que os outros pais reflitam sobre a relação que levam com os filhos. “Já existe o direito de pai, daquele que luta para existir para seu filho. Agora com esses 
três casos, nasce o direito de filho, que briga para ser alguém diante de seu pai por meio da Justiça”, diz. 
No ordenamento jurídico pátrio, existem normas que regulamentam a relação jurídica entre pais e filhos. O poder familiar consiste no dever de dar educação, cuidar, prestar 
assistência material etc.. Os ramos do direito a que pertencem essas normas são o Direito de Família e o Direito da Criança e do Adolescente. 
Na hipótese noticiada na matéria acima, os pais deixaram de prestar afeto, amor e carinho aos filhos. Uma interpretação literal das leis pode não solucionar a questão, 
portanto deverá o juiz buscar auxílio em outras formas de interpretação da norma, em especial, seguindo o critério da hermenêutica jurídica constitucional para decidir. 
a)    Quais os princípios constitucionais que amparam a tese sustentada pelo filho? Justifique. 
b)   Quais os princípios constitucionais que poderiam ser invocados pelo pai em sua defesa? 
c)   Havendo colisão de princípios constitucionais, como deveria o juiz melhor resolver a questão?   
  
Caso 2 – Tema: Hermenêutica e Interpretação. 
Determinado indivíduo costumava utilizar-se da internet para a prática da pedofilia. Utilizando a sala de bate-papo, trocava, com outro pedófilo, material pornográfico, 
envolvendo crianças e adolescentes. Descoberta a ação do pedófilo, este foi preso em flagrante. A conduta e prisão se deram na vigência da antiga redação do artigo 241 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente: “fotografar ou publicar cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão de 1(um) a 4 
(quatro) anos”. 
A defesa do “internauta” sustentou que o cliente, ao trocar arquivos na internet, o fez em uma sala de bate-papo reservadíssima, com acesso restrito, e com apenas uma 
pessoa, o que não corresponderia ao verbo “publicar” exigido pelo tipo penal. 
OBS.: O caput  do artigo 241 do ECA (Lei nº 8.069/90) possui hoje a seguinte redação: “apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar, ou publicar, por qualquer meio de 
comunicação, inclusive rede mundial de computadores, ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa”. 
Você, na qualidade de juiz da causa, utilizando-se dos princípios hermenêuticos que norteiam a interpretação das leis, como decidiria esta questão? 
  
Aplicação e Integração das leis. Elementos de Integração do Direito: analogia, costumes, princípios gerais do direito e equidade. O problema das lacunas e recursos às fontes 
secundárias do Direito. Visão sistemática do ordenamento jurídico: antinomia e critérios de solução. 
  
Caso 1 - Tema: Elementos de Integração do Direito. 
X, solteira, conviveu em união homossexual com Y durante 10 anos, vindo, porém,a se separar. Durante a vigência da união, foi adquirido um imóvel com o esforço comum 
de ambas. No entanto, no Registro Geral de Imóveis, o bem somente ficou no nome de Y. X ingressou com ação com o objetivo de partilhar o bem comum. Entretanto, 
quando o juiz vai decidir o caso, verifica que inexiste norma jurídica que regule a forma de partilha de bens adquiridos em tal situação. 
  
a) Pode o juiz se eximir de decidir a questão? Justifique sua resposta. 
  
b) Um juiz, decidindo a questão, se utilizou dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da isonomia e das leis que regulam a união estável entre 
heterossexuais para determinar a partilha igualitária dos bens adquiridos na constância da vida em comum. Pergunta-se: que critério(s) de integração do direito utilizou o 
juiz na solução do caso concreto? Fundamente sua resposta. 
  
Caso 2 - Tema: Elementos de Integração do Direito. 
Revista Época, 07.06.2004, p. 17. 
Confusão no Cartório 
Bianca nasceu na semana passada, mas já tem uma história digna de novela. A pequena foi fecundada em laboratório, gerada no útero da avó paterna e, assim que nasceu, 
mamou na mãe biológica. Veridiana do Vale Menezes, de 30 anos, a mãe, nasceu sem útero. Sua sogra, Elisabeth, de 53, ofereceu o dela para abrigar o embrião. Durante a 
gravidez, Veridiana fez tratamento para estimular a lactação. O parto foi tranquilo, apesar da idade avançada da avó. O problema ocorreu na hora de registrar o nome. O 
cartório de Nova Lima, Minas Gerais, cidade onde Bianca nasceu, não aceitou registrar o nome da mãe biológica. 
A partir do caso concreto acima relatado, suponha que, em função do problema do registro da criança, tenha sido ajuizada ação e você seja o juiz a solucioná-la. Pergunta-
se,  então:  
Com base em que critério de integração da norma você julgaria o caso concreto e como decidiria a questão?  
Justifique suas respostas. 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Estácio de Sá Página 1 / 4
Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
15 
Tema 
Revisão II 
Objetivos 
·   Reapresentar as noções relativas à hermenêutica e às diversas espécies de interpretação jurídica; 
·   Revisitar os conceitos fundamentais contidos na Lei de Introdução ao Código Civil; 
·   Retomar as principais categorias jurídicas decorrentes das relações jurídicas, sempre com preocupação de natureza propedêutica para motivar o educando ao estudo das 
diferentes disciplinas componentes do curso; 
·   Revisar os elementos relativos à existência da relação jurídica e a sua integração normativa; 
·   Reforçar o entendimento sobre a estrutura da relação jurídica e o manejo do Direito subjetivo, bem como as técnicas de aplicação, interpretação e efetivação do Direito. 
Estrutura do Conteúdo 
·   Teoria do Ordenamento Jurídico;  
·   A Lei de Introdução ao Código Civil; 
·   Hermenêutica e interpretação do Direito; 
·   Relação Jurídica; 
·   Posições Jurídicas dos Sujeitos de Direito nas relações jurídicas;  
·   Direito Subjetivo. 
Aplicação Prática Teórica 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e 
estudado enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a 
aplicação dos casos concretos, a saber: 
  
Caso 1 - Tema: Características da Norma. 
Mario dirigindo seu automóvel BMW/2005, em alta velocidade, atropelou Carla. Hospitalizada, Carla submeteu-se a duas cirurgias, ficando impossibilitada de exercer suas 
atividades laborativas pelo prazo de três meses. Tendo em vista os prejuízos que lhe foram causados, a vítima ajuizou ação de ressarcimento por danos morais e materiais 
sofridos, com pedido julgado procedente para condenar Mario ao pagamento de R$ 50.000,00. Mario deixou de cumprir a decisão, razão pela qual teve seu carro penhorado 
e alienado judicialmente para suportar a dívida. 
O juiz, para fundamentar sua decisão, baseou-se nos artigos 186 e 927 do CC, que determinam o seguinte: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito; Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), 
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Identifique, no caso, a partir da análise dos artigos de lei acima, as seguintes características da norma jurídica: 
Abstração, generalidade, imperatividade, heteronomia, alteridade, coercibilidade e bilateralidade atributiva. 
  
Caso 2 – Tema: Características da Norma. 
Antonia, portadora de uma grave doença,   encontra-se internada em estado terminal. Como está “desenganada” e sofrendo muito, a paciente solicita à equipe médica que 
abrevie sua dor, tirando-lhe a vida mediante o desligamento dos aparelhos que a mantêm viva. 
No caso em tela, sob a ótica da norma moral e da norma de direito, tomando como parâmetros a ideia da morte digna, sem sofrimento, e o dispositivo penal que prevê tal 
conduta médica como crime de homicídio, responda: 
Quais as principais características das normas morais e das normas jurídicas? Justifique. 
  
Questões objetivas: 
(Respostas Justificadas) 
1.  A norma jurídica compreende um instrumento de controle de conduta social. 
Qual das características abaixo não diz respeito a ela? 
a)    Espontaneidade; 
b)   Coercibilidade; 
c)   Bilateralidade atributiva; 
d)   Alteridade; 
e)    Heteronomia. 
  
A norma jurídica (continuação). Os diversos critérios de classificação das normas jurídicas: critério da destinação; critério da existência; critério da extensão territorial; 
critério do conteúdo; critério da imperatividade e critério da sanção.  
  
Caso 1- Tema: Classificação das Normas Jurídicas. 
  
Estabelece o art. 9º da Consolidação das Leis do Trabalho: “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo  de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação de 
preceitos contidos na presente consolidação.” 
A referida norma jurídica, de acordo com a espécie de sanção que a acompanha, há que ser classificada como? Como pode ser classificada a norma quanto à sua sanção? 
Caso 2- Tema: Classificação das Normas Jurídicas. 
  
O chefe do poder executivo de certo estado da federação promove licitação para construir hospital público visando atender a uma comunidade onde tal serviço de saúde não 
existe. 
a)    A que ramo do Direito pertencem as normas que regulam a conduta desta autoridade? 
b)   Qual a natureza destas normas? 
c)   Que espécie de relação há entre o particular e o Estado neste caso? 
  
Questões objetivas 
(Respostas Justificadas) 
1. A classificação das normas em implícitas e explícitas decorre do critério quanto:  
a)    à destinação; 
b)   à natureza; 
c)   à existência: 
d)   à hierarquia; 
e)    à extensão territorial; 
f)    ao conteúdo; 
g)   à imperatividade; 
h)   à sanção. 
  
Caso 1 - Tema:  Processo Legislativo e Espécies Legislativas. 
Uma emenda à Constituição foi proposta por todos os estados da Federação, manifestando-se cada um deles pela respectiva assembleia legislativa. O conteúdo da emenda 
era o seguinte: “a partir de 5 de outubro de 2002, o crime de tráfico ilícito de entorpecentes poderá, nos termos da lei, ser punido com pena de morte, ou prisão perpétua ”. 
Votada em dois turnos e aprovada por dois terços dos respectivos membros de cada Casa do Congresso Nacional, a emenda foi promulgada pelo Presidente da República e 
entrou em vigor na data de sua publicação. 
a)    À vista disso, analise se há, na hipótese acima traçada, violação ao devido processo legislativo ditado pela Constituição da República.  
b)   Quais são as diferenças entre a espécie legislativa acima, o ordenamento jurídico e o Direito?  
  
Caso 2 - Tema: Elaboração de Projetode Lei e Devido Processo Legislativo 
Um dos temas que mais tem motivado discussões no Congresso Nacional é o da reforma do Poder Judiciário. Alguns pontos em discussão ainda carecem de melhor 
regulamentação por lei, como, por exemplo, o acesso à justiça pelos hipossuficientes. Cabe ressaltar que alguns estados da federação ainda não contam com a Defensoria 
Pública, fato que inviabiliza o cumprimento integral do disposto no artigo 5º, inciso LXXIV, c/c artigo 134, ambos da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
O Presidente da República, sensível à questão, o consulta sobre a viabilidade de se elaborar um projeto de lei, que vise assegurar maior acesso ao Poder Judiciário pela 
população carente. 
Você deverá elaborar o projeto de lei seguindo as instruções abaixo:  
a)    O projeto deverá contar com no mínimo cinco artigos; 
b)   Todas as fases procedimentais necessárias à validade da lei deverão ser informadas. 
  
Caso 3 – Tema:  Processo Legislativo e Competência da União. 
Com o objetivo de contribuir de forma efetiva com a campanha nacional do desarmamento, determinado Prefeito pretende apresentar projeto de lei visando proibir, no 
âmbito do município, a comercialização de armas de pequeno e grande porte. O projeto ainda prevê que a fiscalização sobre o cumprimento da medida será exercida por 
funcionários da prefeitura, que poderão multar os estabelecimentos comerciais no caso de descumprimento da proibição. Contudo, antes de apresentar o projeto de lei, o 
prefeito lhe faz uma consulta a respeito da viabilidade de tal projeto. 
  
À luz do devido processo legislativo, e da repartição de competências entre os entes federativos, qual seria o seu parecer acerca da viabilidade do projeto de lei? 
  
Caso 4 – Tema: Elaboração de Projeto de Lei e Devido Processo Legislativo. 
(O Globo, 22/10/2004, p.4) –DECISÃO SORE ABORTO DE FETOS DIVIDE MINISTROS DO STF – Quatro já se manifestaram favoráveis à interrupção da gravidez e três, 
contra 
BRASÍLIA. Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter derrubado anteontem a liminar que dava permissão para o aborto de fetos anencéfalos (sem cérebro), 
acadêmicos e um advogado que defende o direito das gestantes ainda têm esperança de que, no julgamento do mérito do processo, a corte autorize a interrupção da 
gravidez nessas condições.   
(...) 
Volnei Garrafa, professor de bioética da Universidade de Brasília (UnB), defendeu ontem o direito de as mulheres decidirem, em casos de má-formação do feto, se querem 
ou não interromper a gestação: 
O feto anencéfalo é um feto inviável. A discussão sobre o aborto, de um modo geral, está atrasada pelo menos 30 anos no Brasil, devido ao cristianismo arraigado na 
América Latina. Os votos dos ministros do Supremo foram religiosos. Duvido que se a igreja não tivesse pressionado os votos teriam sido assim.” 
  
( O Globo 17/12/2004, p.10) – FONTELES REAFIRMA SER CONTRÁRIO AO ABORTO – Procurador discorda da interrupção da gravidez até em casos de estupro 
BRASÍLIA. Embora julgue ser democrática a decisão do governo de rediscutir a lei do aborto, o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, reforçou ontem sua posição 
de católico contrário à interrupção da gravidez. Ele disse ser contra até mesmo nos casos de estupro, permitido desde 1940, quando começou a vigorar o Código Penal.  
Sabendo-se que, na atual legislação brasileira, o aborto é permitido nas hipóteses de risco de morte para a gestante ou da gravidez ter acontecido em razão de estupro (art. 
128 do CP), elabore dois projetos de lei, com as respectivas exposições de motivos, sendo o primeiro restringindo às hipóteses atualmente permissivas da realização do 
aborto e o segundo alargando-as. 
  
Questões objetivas 
(Respostas justificadas) 
1. Numere, em ordem decrescente, os atos que envolvem o processo legislativo: 
a)    (  ) emenda; 
b)   (  ) promulgação; 
c)   (  ) iniciativa legislativa; 
d)   (  ) sanção e veto; 
e)    (  ) publicação; 
f)    (  ) votação. 
  
Validade das normas (técnico-formal ou vigência, social e ética). O início da vigência da lei.  A vacância da lei: conceito e cômputo.  O princípio da obrigatoriedade das leis.  
Término da vigência das leis: ab-rogação e derrogação; revogação expressa e tácita.  A questão da repristinação.  
Caso 1- Tema: Validade das Normas – Técnico-Formal ou Vigência, Social e Ética. 
  
João da Silva, casado com Maria da Silva, vinha desconfiando que sua mulher mantinha um relacionamento extraconjugal com Antonio, amigo do casal. Certo dia, voltando 
mais cedo do trabalho, encontra sua mulher  trocando carícias com o suposto amigo. Indignado, João da Silva abandona o lar conjugal e ingressa imediatamente com a 
separação judicial, bem como, com a queixa-crime em face de sua mulher e de Antonio, para ver apurado o cometimento do delito de adultério, cuja pena é de detenção de 
15 dias a 6 meses. O juiz criminal condenou os réus ao mínimo da pena, em razão da evidência do conjunto probatório. 
Analise a decisão do magistrado sob o ângulo da eficácia da lei (técnico-formal e social) e do costume contra legem como fonte do direito. 
  
  
Caso 2- Tema: Validade das Normas – Técnico-Formal ou Vigência, Social e Ética. 
  
LEI ANULA CARTEIRA DE IDENTIDADE 
... Sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1997, a Lei 9.454 instituiu um só registro de identidade civil para os brasileiros e limitou a validade dos 
atuais documentos civis por cinco anos. O prazo venceu em abril de 2002 sem que a lei fosse regulamentada. O governo não tirou a lei do papel nem para definir o órgão 
que centralizaria a criação do cadastro nacional único, mas a lei está em vigor... . (Folha de São Paulo – 15.6.03 - C-7) 
Assim, a referida lei foi assinada em 8 de abril de 1997 e publicada no dia seguinte no D.O. da União, mas não foram fornecidas à população condições para a substituição 
dos documentos. 
a)    Os requisitos formais da vigência da lei foram atendidos? Neste caso, quais os requisitos? Justifique sua resposta. 
b)   Afinal, a lei entrou em vigor? Justifique. 
c)   A referida lei tem eficácia jurídica e/ou social? Justifique. 
  
Questões objetivas 
(Respostas Justificadas) 
1. É publicada no Diário Oficial Lei Federal dispondo sobre a proteção ambiental. Quanto à vigência, validade e eficácia social desta lei, pode -se afirmar que sua: 
a)    Vigência não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar, sendo ela válida e eficaz se efetivamente obedecida e aplicada; 
b)   Vigência se inicia necessariamente quarenta e cinco dias após a publicação, sendo ela válida se compatível com a Constituição, observado o procedimento legislativo 
estabelecido para a sua produção, e eficaz se efetivamente obedecida e aplicada;   
c)   Vigência não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar, sendo ela válida se compatível com a Constituição, observado o procedimento legislativo 
estabelecido para a sua produção, e eficaz se efetivamente obedecida e aplicada; 
d)   Vigência não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar, sendo ela válida e eficaz se produzida por órgão competente, observado o procedimento 
legislativo estabelecido para a sua produção; 
e)    Vigência se inicia necessariamente no dia da publicação, sendo ela válida se efetivamente obedecida e aplicada e eficaz se produzida por órgão competente, observado 
o procedimento legislativo estabelecido para a sua produção.  
  
2. A Lei 9.307, de 23 de setembro de 1996, que dispõe sobre arbitragem, em seu artigo 44 estabeleceu: “ficam revogados os artigos 1037 a 1048 da Lei 3071, de 1º  de 
janeiro de 1916, Código Civil Brasileiro; os artigos 101 e 1072 a 1102 da Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil ”. 
Neste caso, é possível dizer então que ocorreu: 
a)    Revogação tácita; 
b)   Ab-rogação expressa; 
c)   Derrogação expressa; 
d)   Repristinação. 
  
Conflitos de lei no tempo. Direito Intertemporal.A questão da retroatividade e da irretroatividade das leis. O Direito adquirido (Doutrina de Gabba, Roubier e Lasalle), o Ato 
jurídico perfeito e a Coisa julgada no contexto da Lei de Introdução ao Código Civil, da Constituição Federal e do |Novo Código Civil (art. 2035).  
  
Caso 1 - Tema: Irretroatividade da Lei. 
A Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro celebrou, em 1987, contrato de promessa de compra e venda de um imóvel com Mauro dos Santos, pagável em 240 
prestações mensais e reajustáveis. Faltando 85 parcelas, Mário, sem condições financeiras, interrompe os pagamentos, o que acaba por figurar descumprimento contratual 
por infração da cláusula “h” do compromisso de compra e venda. Tendo regularmente notificado Mário, a Companhia ajuíza ação visando à resolução do contrato, 
destacando a cláusula que prevê a rescisão de pleno direito, no caso de atraso de mais de três prestações (o que de fato ocorreu), assim como a perda de todas as parcelas 
pagas. Em sua defesa, Mário alega ser injusta e abusiva a cláusula que impõe a perda das parcelas pagas, inclusive porque representam muito mais da metade do total 
contratado. Afirma que o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, vigente a partir de 1990, impõe pena de nulidade das cláusulas abusivas. Assim, requer que o juiz 
declare a nulidade daquele dispositivo do contrato, determinado a devolução das importâncias pagas.   
a)    O juiz deve reconhecer a incidência das regras do Código de Proteção e Defesa do Consumidor no caso acima, apesar deste só ter entrado em vigor três anos após a 
realização do contrato?  
b)   O que significa ato jurídico perfeito? Podemos dizer que o contrato existente entre Mário e a Companhia Estadual de Habitação é um ato jurídico perfeito? Justifique. 
c)   O que significa o fenômeno da ultratividade da lei? Seria este um caso de ultratividade ou de retroatividade da lei? Justifique. 
  
Caso 2 – Tema: Coisa Julgada. 
Margareth Nogueira teve uma discussão com sua vizinha, Manoela Santos, na reunião de condomínio. Margareth narra que, de forma impensada, falou que Manoela, síndica, 
estava desviando verbas da arrecadação mensal do prédio em favorecimento próprio. Deste fato, originou-se queixa-crime de calúnia de Manoela em face de Margareth. 
Neste processo, que correu junto ao Juizado Criminal, as partes envolvidas celebraram acordo nos seguintes termos: Margareth se comprometeu a mandar carta para todos 
os condôminos retratando-se do que falara e, ainda, teria que colocar no quadro de avisos do prédio esta mesma carta. O acordo foi cumprido integralmente por Margareth. 
No entanto, esta recebeu uma convocação para comparecer ao Juizado Especial Cível para responder a outro processo ajuizado por Manoela em razão do mesmo fato acima 
narrado. Neste último feito, Manoela requer a condenação de Margareth ao pagamento de R$ 10.000,00 pelos supostos danos morais sofridos. 
Você, advogado de Margareth, sustentaria a tese da coisa julgada? Justifique.  
  
Caso 3 –  Tema: Coisa Julgada. 
Paulina da Silva, menor impúbere, representada por sua mãe, ajuíza ação em face de Paulo, seu pai, visando ao reajuste de sua pensão alimentícia, tendo em vista que este 
obteve melhora substancial em seu padrão de vida há cerca de seis meses, fruto da herança de uma bem sucedida empresa de transporte coletivo. Paulo, em contestação, 
afirma que os alimentos relativos à sua filha Paula foram decididos na ação de divórcio consensual, julgada definitivamente um ano e meio antes da propositura da ação de 
alimentos. Assim, como há coisa julgada, Paulo alega não ser mais cabível a revisão pelo poder judiciário.  
a)    Incidem os efeitos da coisa julgada nas ações de alimentos? Justifique. 
b)   Quais os pré-requisitos para que alguém possa pleitear a revisão dos alimentos já decididos em processo anterior?  
  
Questões objetivas 
(Respostas Justificadas) 
1. Assinale a alternativa correta. Justifique sua escolha: 
Em 1957, Pedro comprou um imóvel de João, cumprindo todas as formalidades legais que previa a lei vigente à época para a aquisição do imóvel. Ocorre que, em janeiro de 
2000, esta lei foi derrogada pela Lei nº 4.200/00, prevendo alguns requisitos a mais para a aquisição do imóvel. 
Na hipótese acima mencionada, podemos afirmar que, com relação ao tema “conflitos de leis no tempo”, estamos diante de: 
a)    Expectativa de direito; 
b)   Coisa julgada; 
c)   Direito adquirido; 
d)   Ato jurídico perfeito; 
e)    Direito natural. 
  
2. Assinale a alternativa correta. Justifique sua escolha: 
Antes de 1977, o regime legal de bens no casamento, no Brasil, era o da comunhão universal. Quem casou até então, sem qualquer ressalva expressa em pacto antenupcial, 
o fez no regime legal de comunhão universal. Após 1977, com a mudança da lei, o regime legal passou a ser o da comunhão parcial. Quem casou antes de 1977 não foi 
atingido pela nova lei que cuidou desta matéria. Assim sendo, é possível afirmar que a situação jurídica em questão corresponde à hipótese de: 
a)    Coisa julgada; 
b)   Direito adquirido; 
c)   Ato jurídico perfeito; 
d)   Expectativa de direito; 
e)    Direito natural. 
  
Hermenêutica Jurídica e Interpretação do Direito. Tipos de Interpretação: autêntica, judicial, administrativa, doutrinária, literal, racional, lógico-sistemática, sociológica, 
histórica, teleológica, declarativa, extensiva e restritiva. A leitura do ordenamento jurídico à luz dos Princípios Constitucionais. 
  
Caso 1- Tema: A leitura do ordenamento jurídico à luz dos princípios constitucionais. 
Revista Época: Editora Globo, 6 de dezembro de2004, p.38. 
  
JUSTIÇA – PELO DIREITO DE SER FILHO – No Brasil já são três os casos de pais que foram processados pelos próprios filhos por abandono, rejeição e falta de afeto 
  
Pagar pensão alimentícia e cumprir as ordens de um juiz já não faz de um pai uma pessoa responsável aos olhos da lei. Quem não dá carinho, atenção e não cuida da 
educação do filho agora pode parar no banco dos réus. Desde que um rapaz de Belo Horizonte, Alexandre Batista Fortes, de 23 anos, entrou com um processo contra o 
próprio pai por abandono, em 2000, a justiça brasileira se vê às voltas com um tema delicado, complexo e difícil de quantificar uma indenização. 
Hoje já são três os casos no país. Em comum, os filhos tiveram seu apelo reconhecido pelos juízes.(...) Se ganhar, Alexandre receberá R$ 52 mil, valor estabelecido pela 
Justiça. As três ações tiveram como argumento os danos morais. 
(...) 
Para Águida Arruda Barbosa, advogada e diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam), as ações são um marco na história jurídica brasileira porque, pela 
primeira vez, o afeto foi reconhecido em um tribunal: “ Um pai responsável que paga pensão não significa que seja disponível. Pai é aquele que cuida, protege, briga pelo 
filho”, afirma a advogada. Para ela, não há perigo de que as sentenças se propaguem, dando início a uma febre de indenizações semelhantes. Os casos servem, segundo 
Águida, para que os outros pais reflitam sobre a relação que levam com os filhos. “Já existe o direito de pai, daquele que luta para existir para seu filho. Agora com esses 
três casos, nasce o direito de filho, que briga para ser alguém diante de seu pai por meio da Justiça”, diz. 
No ordenamento jurídico pátrio, existem normas que regulamentam a relação jurídica entre pais e filhos. O poder familiar consiste no dever de dar educação, cuidar, prestar 
assistência material etc.. Os ramos do direito a que pertencem essas normas são o Direito de Família e o Direito da Criança e do Adolescente. 
Na hipótese noticiada na matéria acima, os pais deixaram de prestar afeto, amor e carinho aos filhos. Uma interpretação literal das leis pode não solucionar a questão, 
portanto deverá o juiz buscar auxílio em outras formas de interpretação da norma, em especial, seguindo o critério da hermenêutica jurídica constitucional para decidir. 
a)    Quais os princípios constitucionais que amparama tese sustentada pelo filho? Justifique. 
b)   Quais os princípios constitucionais que poderiam ser invocados pelo pai em sua defesa? 
c)   Havendo colisão de princípios constitucionais, como deveria o juiz melhor resolver a questão?   
  
Caso 2 – Tema: Hermenêutica e Interpretação. 
Determinado indivíduo costumava utilizar-se da internet para a prática da pedofilia. Utilizando a sala de bate-papo, trocava, com outro pedófilo, material pornográfico, 
envolvendo crianças e adolescentes. Descoberta a ação do pedófilo, este foi preso em flagrante. A conduta e prisão se deram na vigência da antiga redação do artigo 241 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente: “fotografar ou publicar cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão de 1(um) a 4 
(quatro) anos”. 
A defesa do “internauta” sustentou que o cliente, ao trocar arquivos na internet, o fez em uma sala de bate-papo reservadíssima, com acesso restrito, e com apenas uma 
pessoa, o que não corresponderia ao verbo “publicar” exigido pelo tipo penal. 
OBS.: O caput  do artigo 241 do ECA (Lei nº 8.069/90) possui hoje a seguinte redação: “apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar, ou publicar, por qualquer meio de 
comunicação, inclusive rede mundial de computadores, ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa”. 
Você, na qualidade de juiz da causa, utilizando-se dos princípios hermenêuticos que norteiam a interpretação das leis, como decidiria esta questão? 
  
Aplicação e Integração das leis. Elementos de Integração do Direito: analogia, costumes, princípios gerais do direito e equidade. O problema das lacunas e recursos às fontes 
secundárias do Direito. Visão sistemática do ordenamento jurídico: antinomia e critérios de solução. 
  
Caso 1 - Tema: Elementos de Integração do Direito. 
X, solteira, conviveu em união homossexual com Y durante 10 anos, vindo, porém, a se separar. Durante a vigência da união, foi adquirido um imóvel com o esforço comum 
de ambas. No entanto, no Registro Geral de Imóveis, o bem somente ficou no nome de Y. X ingressou com ação com o objetivo de partilhar o bem comum. Entretanto, 
quando o juiz vai decidir o caso, verifica que inexiste norma jurídica que regule a forma de partilha de bens adquiridos em tal situação. 
  
a) Pode o juiz se eximir de decidir a questão? Justifique sua resposta. 
  
b) Um juiz, decidindo a questão, se utilizou dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da isonomia e das leis que regulam a união estável entre 
heterossexuais para determinar a partilha igualitária dos bens adquiridos na constância da vida em comum. Pergunta-se: que critério(s) de integração do direito utilizou o 
juiz na solução do caso concreto? Fundamente sua resposta. 
  
Caso 2 - Tema: Elementos de Integração do Direito. 
Revista Época, 07.06.2004, p. 17. 
Confusão no Cartório 
Bianca nasceu na semana passada, mas já tem uma história digna de novela. A pequena foi fecundada em laboratório, gerada no útero da avó paterna e, assim que nasceu, 
mamou na mãe biológica. Veridiana do Vale Menezes, de 30 anos, a mãe, nasceu sem útero. Sua sogra, Elisabeth, de 53, ofereceu o dela para abrigar o embrião. Durante a 
gravidez, Veridiana fez tratamento para estimular a lactação. O parto foi tranquilo, apesar da idade avançada da avó. O problema ocorreu na hora de registrar o nome. O 
cartório de Nova Lima, Minas Gerais, cidade onde Bianca nasceu, não aceitou registrar o nome da mãe biológica. 
A partir do caso concreto acima relatado, suponha que, em função do problema do registro da criança, tenha sido ajuizada ação e você seja o juiz a solucioná-la. Pergunta-
se,  então:  
Com base em que critério de integração da norma você julgaria o caso concreto e como decidiria a questão?  
Justifique suas respostas. 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Estácio de Sá Página 2 / 4
Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
15 
Tema 
Revisão II 
Objetivos 
·   Reapresentar as noções relativas à hermenêutica e às diversas espécies de interpretação jurídica; 
·   Revisitar os conceitos fundamentais contidos na Lei de Introdução ao Código Civil; 
·   Retomar as principais categorias jurídicas decorrentes das relações jurídicas, sempre com preocupação de natureza propedêutica para motivar o educando ao estudo das 
diferentes disciplinas componentes do curso; 
·   Revisar os elementos relativos à existência da relação jurídica e a sua integração normativa; 
·   Reforçar o entendimento sobre a estrutura da relação jurídica e o manejo do Direito subjetivo, bem como as técnicas de aplicação, interpretação e efetivação do Direito. 
Estrutura do Conteúdo 
·   Teoria do Ordenamento Jurídico;  
·   A Lei de Introdução ao Código Civil; 
·   Hermenêutica e interpretação do Direito; 
·   Relação Jurídica; 
·   Posições Jurídicas dos Sujeitos de Direito nas relações jurídicas;  
·   Direito Subjetivo. 
Aplicação Prática Teórica 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e 
estudado enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a 
aplicação dos casos concretos, a saber: 
  
Caso 1 - Tema: Características da Norma. 
Mario dirigindo seu automóvel BMW/2005, em alta velocidade, atropelou Carla. Hospitalizada, Carla submeteu-se a duas cirurgias, ficando impossibilitada de exercer suas 
atividades laborativas pelo prazo de três meses. Tendo em vista os prejuízos que lhe foram causados, a vítima ajuizou ação de ressarcimento por danos morais e materiais 
sofridos, com pedido julgado procedente para condenar Mario ao pagamento de R$ 50.000,00. Mario deixou de cumprir a decisão, razão pela qual teve seu carro penhorado 
e alienado judicialmente para suportar a dívida. 
O juiz, para fundamentar sua decisão, baseou-se nos artigos 186 e 927 do CC, que determinam o seguinte: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito; Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), 
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Identifique, no caso, a partir da análise dos artigos de lei acima, as seguintes características da norma jurídica: 
Abstração, generalidade, imperatividade, heteronomia, alteridade, coercibilidade e bilateralidade atributiva. 
  
Caso 2 – Tema: Características da Norma. 
Antonia, portadora de uma grave doença,   encontra-se internada em estado terminal. Como está “desenganada” e sofrendo muito, a paciente solicita à equipe médica que 
abrevie sua dor, tirando-lhe a vida mediante o desligamento dos aparelhos que a mantêm viva. 
No caso em tela, sob a ótica da norma moral e da norma de direito, tomando como parâmetros a ideia da morte digna, sem sofrimento, e o dispositivo penal que prevê tal 
conduta médica como crime de homicídio, responda: 
Quais as principais características das normas morais e das normas jurídicas? Justifique. 
  
Questões objetivas: 
(Respostas Justificadas) 
1.  A norma jurídica compreende um instrumento de controle de conduta social. 
Qual das características abaixo não diz respeito a ela? 
a)    Espontaneidade; 
b)   Coercibilidade; 
c)   Bilateralidade atributiva; 
d)   Alteridade; 
e)    Heteronomia. 
  
A norma jurídica (continuação). Os diversos critérios de classificação das normas jurídicas: critério da destinação; critério da existência; critério da extensão territorial; 
critério do conteúdo; critério da imperatividade e critério da sanção.  
  
Caso 1- Tema: Classificação das Normas Jurídicas. 
  
Estabelece o art.9º da Consolidação das Leis do Trabalho: “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo  de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação de 
preceitos contidos na presente consolidação.” 
A referida norma jurídica, de acordo com a espécie de sanção que a acompanha, há que ser classificada como? Como pode ser classificada a norma quanto à sua sanção? 
Caso 2- Tema: Classificação das Normas Jurídicas. 
  
O chefe do poder executivo de certo estado da federação promove licitação para construir hospital público visando atender a uma comunidade onde tal serviço de saúde não 
existe. 
a)    A que ramo do Direito pertencem as normas que regulam a conduta desta autoridade? 
b)   Qual a natureza destas normas? 
c)   Que espécie de relação há entre o particular e o Estado neste caso? 
  
Questões objetivas 
(Respostas Justificadas) 
1. A classificação das normas em implícitas e explícitas decorre do critério quanto:  
a)    à destinação; 
b)   à natureza; 
c)   à existência: 
d)   à hierarquia; 
e)    à extensão territorial; 
f)    ao conteúdo; 
g)   à imperatividade; 
h)   à sanção. 
  
Caso 1 - Tema:  Processo Legislativo e Espécies Legislativas. 
Uma emenda à Constituição foi proposta por todos os estados da Federação, manifestando-se cada um deles pela respectiva assembleia legislativa. O conteúdo da emenda 
era o seguinte: “a partir de 5 de outubro de 2002, o crime de tráfico ilícito de entorpecentes poderá, nos termos da lei, ser punido com pena de morte, ou prisão perpétua ”. 
Votada em dois turnos e aprovada por dois terços dos respectivos membros de cada Casa do Congresso Nacional, a emenda foi promulgada pelo Presidente da República e 
entrou em vigor na data de sua publicação. 
a)    À vista disso, analise se há, na hipótese acima traçada, violação ao devido processo legislativo ditado pela Constituição da República.  
b)   Quais são as diferenças entre a espécie legislativa acima, o ordenamento jurídico e o Direito?  
  
Caso 2 - Tema: Elaboração de Projeto de Lei e Devido Processo Legislativo 
Um dos temas que mais tem motivado discussões no Congresso Nacional é o da reforma do Poder Judiciário. Alguns pontos em discussão ainda carecem de melhor 
regulamentação por lei, como, por exemplo, o acesso à justiça pelos hipossuficientes. Cabe ressaltar que alguns estados da federação ainda não contam com a Defensoria 
Pública, fato que inviabiliza o cumprimento integral do disposto no artigo 5º, inciso LXXIV, c/c artigo 134, ambos da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
O Presidente da República, sensível à questão, o consulta sobre a viabilidade de se elaborar um projeto de lei, que vise assegurar maior acesso ao Poder Judiciário pela 
população carente. 
Você deverá elaborar o projeto de lei seguindo as instruções abaixo:  
a)    O projeto deverá contar com no mínimo cinco artigos; 
b)   Todas as fases procedimentais necessárias à validade da lei deverão ser informadas. 
  
Caso 3 – Tema:  Processo Legislativo e Competência da União. 
Com o objetivo de contribuir de forma efetiva com a campanha nacional do desarmamento, determinado Prefeito pretende apresentar projeto de lei visando proibir, no 
âmbito do município, a comercialização de armas de pequeno e grande porte. O projeto ainda prevê que a fiscalização sobre o cumprimento da medida será exercida por 
funcionários da prefeitura, que poderão multar os estabelecimentos comerciais no caso de descumprimento da proibição. Contudo, antes de apresentar o projeto de lei, o 
prefeito lhe faz uma consulta a respeito da viabilidade de tal projeto. 
  
À luz do devido processo legislativo, e da repartição de competências entre os entes federativos, qual seria o seu parecer acerca da viabilidade do projeto de lei? 
  
Caso 4 – Tema: Elaboração de Projeto de Lei e Devido Processo Legislativo. 
(O Globo, 22/10/2004, p.4) –DECISÃO SORE ABORTO DE FETOS DIVIDE MINISTROS DO STF – Quatro já se manifestaram favoráveis à interrupção da gravidez e três, 
contra 
BRASÍLIA. Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter derrubado anteontem a liminar que dava permissão para o aborto de fetos anencéfalos (sem cérebro), 
acadêmicos e um advogado que defende o direito das gestantes ainda têm esperança de que, no julgamento do mérito do processo, a corte autorize a interrupção da 
gravidez nessas condições.   
(...) 
Volnei Garrafa, professor de bioética da Universidade de Brasília (UnB), defendeu ontem o direito de as mulheres decidirem, em casos de má-formação do feto, se querem 
ou não interromper a gestação: 
O feto anencéfalo é um feto inviável. A discussão sobre o aborto, de um modo geral, está atrasada pelo menos 30 anos no Brasil, devido ao cristianismo arraigado na 
América Latina. Os votos dos ministros do Supremo foram religiosos. Duvido que se a igreja não tivesse pressionado os votos teriam sido assim.” 
  
( O Globo 17/12/2004, p.10) – FONTELES REAFIRMA SER CONTRÁRIO AO ABORTO – Procurador discorda da interrupção da gravidez até em casos de estupro 
BRASÍLIA. Embora julgue ser democrática a decisão do governo de rediscutir a lei do aborto, o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, reforçou ontem sua posição 
de católico contrário à interrupção da gravidez. Ele disse ser contra até mesmo nos casos de estupro, permitido desde 1940, quando começou a vigorar o Código Penal.  
Sabendo-se que, na atual legislação brasileira, o aborto é permitido nas hipóteses de risco de morte para a gestante ou da gravidez ter acontecido em razão de estupro (art. 
128 do CP), elabore dois projetos de lei, com as respectivas exposições de motivos, sendo o primeiro restringindo às hipóteses atualmente permissivas da realização do 
aborto e o segundo alargando-as. 
  
Questões objetivas 
(Respostas justificadas) 
1. Numere, em ordem decrescente, os atos que envolvem o processo legislativo: 
a)    (  ) emenda; 
b)   (  ) promulgação; 
c)   (  ) iniciativa legislativa; 
d)   (  ) sanção e veto; 
e)    (  ) publicação; 
f)    (  ) votação. 
  
Validade das normas (técnico-formal ou vigência, social e ética). O início da vigência da lei.  A vacância da lei: conceito e cômputo.  O princípio da obrigatoriedade das leis.  
Término da vigência das leis: ab-rogação e derrogação; revogação expressa e tácita.  A questão da repristinação.  
Caso 1- Tema: Validade das Normas – Técnico-Formal ou Vigência, Social e Ética. 
  
João da Silva, casado com Maria da Silva, vinha desconfiando que sua mulher mantinha um relacionamento extraconjugal com Antonio, amigo do casal. Certo dia, voltando 
mais cedo do trabalho, encontra sua mulher  trocando carícias com o suposto amigo. Indignado, João da Silva abandona o lar conjugal e ingressa imediatamente com a 
separação judicial, bem como, com a queixa-crime em face de sua mulher e de Antonio, para ver apurado o cometimento do delito de adultério, cuja pena é de detenção de 
15 dias a 6 meses. O juiz criminal condenou os réus ao mínimo da pena, em razão da evidência do conjunto probatório. 
Analise a decisão do magistrado sob o ângulo da eficácia da lei (técnico-formal e social) e do costume contra legem como fonte do direito. 
  
  
Caso 2- Tema: Validade das Normas – Técnico-Formal ou Vigência, Social e Ética. 
  
LEI ANULA CARTEIRA DE IDENTIDADE 
... Sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1997, a Lei 9.454 instituiu um só registro de identidade civil para os brasileiros e limitou a validade dos 
atuais documentos civis por cinco anos. O prazo venceu em abril de 2002 sem que a lei fosse regulamentada. O governo não tirou a lei do papel nem para definir o órgão 
que centralizaria a criação do cadastro nacional único, mas a lei está em vigor... . (Folha de São Paulo – 15.6.03 - C-7) 
Assim, a referida lei foi assinada em 8 de abril de 1997 e publicada no dia seguinte no D.O. da União, mas não foram fornecidas à população condições para a substituição 
dos documentos. 
a)    Os requisitos formais da vigência da lei foram atendidos?Neste caso, quais os requisitos? Justifique sua resposta. 
b)   Afinal, a lei entrou em vigor? Justifique. 
c)   A referida lei tem eficácia jurídica e/ou social? Justifique. 
  
Questões objetivas 
(Respostas Justificadas) 
1. É publicada no Diário Oficial Lei Federal dispondo sobre a proteção ambiental. Quanto à vigência, validade e eficácia social desta lei, pode -se afirmar que sua: 
a)    Vigência não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar, sendo ela válida e eficaz se efetivamente obedecida e aplicada; 
b)   Vigência se inicia necessariamente quarenta e cinco dias após a publicação, sendo ela válida se compatível com a Constituição, observado o procedimento legislativo 
estabelecido para a sua produção, e eficaz se efetivamente obedecida e aplicada;   
c)   Vigência não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar, sendo ela válida se compatível com a Constituição, observado o procedimento legislativo 
estabelecido para a sua produção, e eficaz se efetivamente obedecida e aplicada; 
d)   Vigência não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar, sendo ela válida e eficaz se produzida por órgão competente, observado o procedimento 
legislativo estabelecido para a sua produção; 
e)    Vigência se inicia necessariamente no dia da publicação, sendo ela válida se efetivamente obedecida e aplicada e eficaz se produzida por órgão competente, observado 
o procedimento legislativo estabelecido para a sua produção.  
  
2. A Lei 9.307, de 23 de setembro de 1996, que dispõe sobre arbitragem, em seu artigo 44 estabeleceu: “ficam revogados os artigos 1037 a 1048 da Lei 3071, de 1º  de 
janeiro de 1916, Código Civil Brasileiro; os artigos 101 e 1072 a 1102 da Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil ”. 
Neste caso, é possível dizer então que ocorreu: 
a)    Revogação tácita; 
b)   Ab-rogação expressa; 
c)   Derrogação expressa; 
d)   Repristinação. 
  
Conflitos de lei no tempo. Direito Intertemporal. A questão da retroatividade e da irretroatividade das leis. O Direito adquirido (Doutrina de Gabba, Roubier e Lasalle), o Ato 
jurídico perfeito e a Coisa julgada no contexto da Lei de Introdução ao Código Civil, da Constituição Federal e do |Novo Código Civil (art. 2035).  
  
Caso 1 - Tema: Irretroatividade da Lei. 
A Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro celebrou, em 1987, contrato de promessa de compra e venda de um imóvel com Mauro dos Santos, pagável em 240 
prestações mensais e reajustáveis. Faltando 85 parcelas, Mário, sem condições financeiras, interrompe os pagamentos, o que acaba por figurar descumprimento contratual 
por infração da cláusula “h” do compromisso de compra e venda. Tendo regularmente notificado Mário, a Companhia ajuíza ação visando à resolução do contrato, 
destacando a cláusula que prevê a rescisão de pleno direito, no caso de atraso de mais de três prestações (o que de fato ocorreu), assim como a perda de todas as parcelas 
pagas. Em sua defesa, Mário alega ser injusta e abusiva a cláusula que impõe a perda das parcelas pagas, inclusive porque representam muito mais da metade do total 
contratado. Afirma que o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, vigente a partir de 1990, impõe pena de nulidade das cláusulas abusivas. Assim, requer que o juiz 
declare a nulidade daquele dispositivo do contrato, determinado a devolução das importâncias pagas.   
a)    O juiz deve reconhecer a incidência das regras do Código de Proteção e Defesa do Consumidor no caso acima, apesar deste só ter entrado em vigor três anos após a 
realização do contrato?  
b)   O que significa ato jurídico perfeito? Podemos dizer que o contrato existente entre Mário e a Companhia Estadual de Habitação é um ato jurídico perfeito? Justifique. 
c)   O que significa o fenômeno da ultratividade da lei? Seria este um caso de ultratividade ou de retroatividade da lei? Justifique. 
  
Caso 2 – Tema: Coisa Julgada. 
Margareth Nogueira teve uma discussão com sua vizinha, Manoela Santos, na reunião de condomínio. Margareth narra que, de forma impensada, falou que Manoela, síndica, 
estava desviando verbas da arrecadação mensal do prédio em favorecimento próprio. Deste fato, originou-se queixa-crime de calúnia de Manoela em face de Margareth. 
Neste processo, que correu junto ao Juizado Criminal, as partes envolvidas celebraram acordo nos seguintes termos: Margareth se comprometeu a mandar carta para todos 
os condôminos retratando-se do que falara e, ainda, teria que colocar no quadro de avisos do prédio esta mesma carta. O acordo foi cumprido integralmente por Margareth. 
No entanto, esta recebeu uma convocação para comparecer ao Juizado Especial Cível para responder a outro processo ajuizado por Manoela em razão do mesmo fato acima 
narrado. Neste último feito, Manoela requer a condenação de Margareth ao pagamento de R$ 10.000,00 pelos supostos danos morais sofridos. 
Você, advogado de Margareth, sustentaria a tese da coisa julgada? Justifique.  
  
Caso 3 –  Tema: Coisa Julgada. 
Paulina da Silva, menor impúbere, representada por sua mãe, ajuíza ação em face de Paulo, seu pai, visando ao reajuste de sua pensão alimentícia, tendo em vista que este 
obteve melhora substancial em seu padrão de vida há cerca de seis meses, fruto da herança de uma bem sucedida empresa de transporte coletivo. Paulo, em contestação, 
afirma que os alimentos relativos à sua filha Paula foram decididos na ação de divórcio consensual, julgada definitivamente um ano e meio antes da propositura da ação de 
alimentos. Assim, como há coisa julgada, Paulo alega não ser mais cabível a revisão pelo poder judiciário.  
a)    Incidem os efeitos da coisa julgada nas ações de alimentos? Justifique. 
b)   Quais os pré-requisitos para que alguém possa pleitear a revisão dos alimentos já decididos em processo anterior?  
  
Questões objetivas 
(Respostas Justificadas) 
1. Assinale a alternativa correta. Justifique sua escolha: 
Em 1957, Pedro comprou um imóvel de João, cumprindo todas as formalidades legais que previa a lei vigente à época para a aquisição do imóvel. Ocorre que, em janeiro de 
2000, esta lei foi derrogada pela Lei nº 4.200/00, prevendo alguns requisitos a mais para a aquisição do imóvel. 
Na hipótese acima mencionada, podemos afirmar que, com relação ao tema “conflitos de leis no tempo”, estamos diante de: 
a)    Expectativa de direito; 
b)   Coisa julgada; 
c)   Direito adquirido; 
d)   Ato jurídico perfeito; 
e)    Direito natural. 
  
2. Assinale a alternativa correta. Justifique sua escolha: 
Antes de 1977, o regime legal de bens no casamento, no Brasil, era o da comunhão universal. Quem casou até então, sem qualquer ressalva expressa em pacto antenupcial, 
o fez no regime legal de comunhão universal. Após 1977, com a mudança da lei, o regime legal passou a ser o da comunhão parcial. Quem casou antes de 1977 não foi 
atingido pela nova lei que cuidou desta matéria. Assim sendo, é possível afirmar que a situação jurídica em questão corresponde à hipótese de: 
a)    Coisa julgada; 
b)   Direito adquirido; 
c)   Ato jurídico perfeito; 
d)   Expectativa de direito; 
e)    Direito natural. 
  
Hermenêutica Jurídica e Interpretação do Direito. Tipos de Interpretação: autêntica, judicial, administrativa, doutrinária, literal, racional, lógico-sistemática, sociológica, 
histórica, teleológica, declarativa, extensiva e restritiva. A leitura do ordenamento jurídico à luz dos Princípios Constitucionais. 
  
Caso 1- Tema: A leitura do ordenamento jurídico à luz dos princípios constitucionais. 
Revista Época: Editora Globo, 6 de dezembro de2004, p.38. 
  
JUSTIÇA – PELO DIREITO DE SER FILHO – No Brasil já são três os casos de pais que foram processados pelos próprios filhos por abandono, rejeição e falta de afeto 
  
Pagar pensão alimentícia e cumprir as ordens de um juiz já não faz de um pai uma pessoa responsável aos olhos da lei. Quem não dá carinho, atenção e não cuida da 
educação do filhoagora pode parar no banco dos réus. Desde que um rapaz de Belo Horizonte, Alexandre Batista Fortes, de 23 anos, entrou com um processo contra o 
próprio pai por abandono, em 2000, a justiça brasileira se vê às voltas com um tema delicado, complexo e difícil de quantificar uma indenização. 
Hoje já são três os casos no país. Em comum, os filhos tiveram seu apelo reconhecido pelos juízes.(...) Se ganhar, Alexandre receberá R$ 52 mil, valor estabelecido pela 
Justiça. As três ações tiveram como argumento os danos morais. 
(...) 
Para Águida Arruda Barbosa, advogada e diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam), as ações são um marco na história jurídica brasileira porque, pela 
primeira vez, o afeto foi reconhecido em um tribunal: “ Um pai responsável que paga pensão não significa que seja disponível. Pai é aquele que cuida, protege, briga pelo 
filho”, afirma a advogada. Para ela, não há perigo de que as sentenças se propaguem, dando início a uma febre de indenizações semelhantes. Os casos servem, segundo 
Águida, para que os outros pais reflitam sobre a relação que levam com os filhos. “Já existe o direito de pai, daquele que luta para existir para seu filho. Agora com esses 
três casos, nasce o direito de filho, que briga para ser alguém diante de seu pai por meio da Justiça”, diz. 
No ordenamento jurídico pátrio, existem normas que regulamentam a relação jurídica entre pais e filhos. O poder familiar consiste no dever de dar educação, cuidar, prestar 
assistência material etc.. Os ramos do direito a que pertencem essas normas são o Direito de Família e o Direito da Criança e do Adolescente. 
Na hipótese noticiada na matéria acima, os pais deixaram de prestar afeto, amor e carinho aos filhos. Uma interpretação literal das leis pode não solucionar a questão, 
portanto deverá o juiz buscar auxílio em outras formas de interpretação da norma, em especial, seguindo o critério da hermenêutica jurídica constitucional para decidir. 
a)    Quais os princípios constitucionais que amparam a tese sustentada pelo filho? Justifique. 
b)   Quais os princípios constitucionais que poderiam ser invocados pelo pai em sua defesa? 
c)   Havendo colisão de princípios constitucionais, como deveria o juiz melhor resolver a questão?   
  
Caso 2 – Tema: Hermenêutica e Interpretação. 
Determinado indivíduo costumava utilizar-se da internet para a prática da pedofilia. Utilizando a sala de bate-papo, trocava, com outro pedófilo, material pornográfico, 
envolvendo crianças e adolescentes. Descoberta a ação do pedófilo, este foi preso em flagrante. A conduta e prisão se deram na vigência da antiga redação do artigo 241 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente: “fotografar ou publicar cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão de 1(um) a 4 
(quatro) anos”. 
A defesa do “internauta” sustentou que o cliente, ao trocar arquivos na internet, o fez em uma sala de bate-papo reservadíssima, com acesso restrito, e com apenas uma 
pessoa, o que não corresponderia ao verbo “publicar” exigido pelo tipo penal. 
OBS.: O caput  do artigo 241 do ECA (Lei nº 8.069/90) possui hoje a seguinte redação: “apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar, ou publicar, por qualquer meio de 
comunicação, inclusive rede mundial de computadores, ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa”. 
Você, na qualidade de juiz da causa, utilizando-se dos princípios hermenêuticos que norteiam a interpretação das leis, como decidiria esta questão? 
  
Aplicação e Integração das leis. Elementos de Integração do Direito: analogia, costumes, princípios gerais do direito e equidade. O problema das lacunas e recursos às fontes 
secundárias do Direito. Visão sistemática do ordenamento jurídico: antinomia e critérios de solução. 
  
Caso 1 - Tema: Elementos de Integração do Direito. 
X, solteira, conviveu em união homossexual com Y durante 10 anos, vindo, porém, a se separar. Durante a vigência da união, foi adquirido um imóvel com o esforço comum 
de ambas. No entanto, no Registro Geral de Imóveis, o bem somente ficou no nome de Y. X ingressou com ação com o objetivo de partilhar o bem comum. Entretanto, 
quando o juiz vai decidir o caso, verifica que inexiste norma jurídica que regule a forma de partilha de bens adquiridos em tal situação. 
  
a) Pode o juiz se eximir de decidir a questão? Justifique sua resposta. 
  
b) Um juiz, decidindo a questão, se utilizou dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da isonomia e das leis que regulam a união estável entre 
heterossexuais para determinar a partilha igualitária dos bens adquiridos na constância da vida em comum. Pergunta-se: que critério(s) de integração do direito utilizou o 
juiz na solução do caso concreto? Fundamente sua resposta. 
  
Caso 2 - Tema: Elementos de Integração do Direito. 
Revista Época, 07.06.2004, p. 17. 
Confusão no Cartório 
Bianca nasceu na semana passada, mas já tem uma história digna de novela. A pequena foi fecundada em laboratório, gerada no útero da avó paterna e, assim que nasceu, 
mamou na mãe biológica. Veridiana do Vale Menezes, de 30 anos, a mãe, nasceu sem útero. Sua sogra, Elisabeth, de 53, ofereceu o dela para abrigar o embrião. Durante a 
gravidez, Veridiana fez tratamento para estimular a lactação. O parto foi tranquilo, apesar da idade avançada da avó. O problema ocorreu na hora de registrar o nome. O 
cartório de Nova Lima, Minas Gerais, cidade onde Bianca nasceu, não aceitou registrar o nome da mãe biológica. 
A partir do caso concreto acima relatado, suponha que, em função do problema do registro da criança, tenha sido ajuizada ação e você seja o juiz a solucioná-la. Pergunta-
se,  então:  
Com base em que critério de integração da norma você julgaria o caso concreto e como decidiria a questão?  
Justifique suas respostas. 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Estácio de Sá Página 3 / 4
Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
15 
Tema 
Revisão II 
Objetivos 
·   Reapresentar as noções relativas à hermenêutica e às diversas espécies de interpretação jurídica; 
·   Revisitar os conceitos fundamentais contidos na Lei de Introdução ao Código Civil; 
·   Retomar as principais categorias jurídicas decorrentes das relações jurídicas, sempre com preocupação de natureza propedêutica para motivar o educando ao estudo das 
diferentes disciplinas componentes do curso; 
·   Revisar os elementos relativos à existência da relação jurídica e a sua integração normativa; 
·   Reforçar o entendimento sobre a estrutura da relação jurídica e o manejo do Direito subjetivo, bem como as técnicas de aplicação, interpretação e efetivação do Direito. 
Estrutura do Conteúdo 
·   Teoria do Ordenamento Jurídico;  
·   A Lei de Introdução ao Código Civil; 
·   Hermenêutica e interpretação do Direito; 
·   Relação Jurídica; 
·   Posições Jurídicas dos Sujeitos de Direito nas relações jurídicas;  
·   Direito Subjetivo. 
Aplicação Prática Teórica 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e 
estudado enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a 
aplicação dos casos concretos, a saber: 
  
Caso 1 - Tema: Características da Norma. 
Mario dirigindo seu automóvel BMW/2005, em alta velocidade, atropelou Carla. Hospitalizada, Carla submeteu-se a duas cirurgias, ficando impossibilitada de exercer suas 
atividades laborativas pelo prazo de três meses. Tendo em vista os prejuízos que lhe foram causados, a vítima ajuizou ação de ressarcimento por danos morais e materiais 
sofridos, com pedido julgado procedente para condenar Mario

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