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DPA - 22 05 - Fazenda Pública em juízo

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Prof. Me. Jonathan Campos Percivalle de Andrade 
Direito Processual Administrativo (9º semestre) – FPbe/ FVR 
 
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Caros(as), 
 
Passaremos a tratar da administração pública – a fazenda pública – em juízo. 
 
Em primeiro lugar, convém ressaltar a incidência de princípios aplicáveis ao 
processo e à jurisdição, sobretudo a aplicação do princípio da isonomia. 
 
Isto porque, a lei deve tratar todos de forma igualitária, na forma do artigo 5º, 
inciso I, CF/88; na forma do artigo 139, inciso I, CPC, igualmente, se prevê a 
garantia à “paridade de armas”, a qual se revela pela garantia ao contraditório 
ou até identidade de prazos em sede recursal e em contrarrazões. 
 
O artigo 7º do CPC prevê o seguinte: 
 
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em 
relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, 
aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação 
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo 
efetivo contraditório. 
 
Sobre a isonomia, pondera Daniel NEVES (2018, P. 194): 
 
“O objetivo primordial na isonomia é permitir que 
concretamente as partes atuem no processo, dentro do 
limite do possível, no mesmo patamar. Por isso, alguns 
sujeitos, seja pela sua qualidade, seja pela natureza do 
direito que discutem em juízo, têm algumas prerrogativas 
que diferenciam seu tratamento processual dos demais 
sujeitos, como forma de equilibrar a disputa processual.” 
 
A isonomia, contudo, sofre drástico rompimento com a Fazenda Pública: para 
alguns, goza de privilégio, e para outros, de prerrogativas. Trarei o rol construído 
por Daniel NEVES (2018, P. 195): 
 
Prof. Me. Jonathan Campos Percivalle de Andrade 
Direito Processual Administrativo (9º semestre) – FPbe/ FVR 
 
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(a) o prazo em dobro para se manifestar no processo (para 
qualquer ato processual), salvo quando a lei estabelecer, 
de forma expressa, prazo próprio para o ente público (art. 
183, caput e § 2°, do Novo CPC); 
(b) isenção de adiantamento no recolhimento do preparo e 
demais custas judiciais; 
(e) dispensa da caução prévia para a propositura da ação 
rescisória (art. 968, § 1° do Novo CPC); 
(d) possibilidade de ser condenado a pagar honorários em 
valor inferior a 10% sobre o valor da condenação (art. 85, 
§ 3.º, do Novo CPC); 
(e) intimação pessoal dos procuradores e advogados da 
União (art. 6.0 da Lei 9.028/1995) e dos procuradores 
federais e do Banco Central do Brasil (art. 17 da Lei 
10.910/2004), regra abandonada pelo art. 9.0 da Lei 
11.419/2006 (processo eletrônico) e pelo art. 8º, § 1º, da 
Lei 10.259/2001 (Juizados Especiais Federais); 
(f) reexame necessário nos termos do art. 496 do Novo 
CPC. 
(g) pedido de suspensão de segurança (art. 15 da Lei 
12.016/2009); 
(h) proibição de tutela de urgência - liminar em mandado 
de segurança e tutela antecipada (art. 7º, §§ 2º e 5º, da Lei 
12.016/2009); 
(i) proibição de concessão de tutela de urgência inaudita 
altera parte em mandado de segurança coletivo e ação civil 
pública em virtude da necessidade de oitiva prévia da 
pessoa jurídica de direito público em 72 horas (art. 2º da 
Lei 8.437/1992). 
 
Vamos discutir cada um destes dispositivos em aula.