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AÇÃO RESCISÓRIA

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TEORIA DA DECISÃO JURISDICIONAL E RECURSOS NO PROCESSO 
CIVIL – ARA 1224 
 
1. AÇÃO RESCISÓRIA 
A ação rescisória é uma ação própria/autônoma, que tem como finalidade 
desconstituir uma decisão judicial transitada em julgado (diferindo-se da apelação, pois, 
embora as duas ações incidam sobre decisões de mérito capazes de gerar extinção do 
processo, as fases e as hipóteses são diferentes. No caso da apelação, ainda não houve 
trânsito em julgado), que não possui mais recursos cabíveis contra. É regulada pelos 
artigos 966 a 975 do NCPC. 
HIPÓTESES DE AÇÃO RESCISÓRIA: o primeiro requisito, e mais importante 
para analisar a propositura de uma ação rescisória, é que exista uma decisão de mérito 
transitada em julgado (art. 966, NCPC). 
É possível notar que qualquer decisão que julgue o mérito de uma demanda pode 
ser rescindível se apresentadas uma das hipóteses descritas nos incisos do art. 966. No 
entanto, o parágrafo segundo deste mesmo artigo aponta duas situações em que o 
mérito não é decidido, mas cabe ação rescisória. 
A LEGITIMIDADE ATIVA PARA PROPOR AÇÃO RESCISÓRIA: é restrita 
(apenas algumas pessoas possuem legitimidade para propor). São elas: 
a) Própria parte que tenha sofrido algum dano decorrente da decisão a ser 
rescindida ou de seus sucessores (mesmo quem não tiver sido parte no 
processo, mas demonstra que possui interesse legítimo). Ex.: terceiro 
que vai suportar de forma indireta os efeitos da decisão. 
b) Litisconsorte: pessoa demandada juntamente com outra em juízo, 
figurando no processo como coautor ou corréu. 
c) Ministério Público em determinados casos: quando não foi ouvido em 
processos que era obrigatória sua intervenção, quando as partes 
tinham como finalidade fraudar a lei através de simulação ou colusão, 
ou, ainda, em casos que sua atuação seja necessária, como no 
interesse de incapazes. 
A LEGITIMIDADE PASSIVA NA AÇÃO RESCISÓRIA: todos aqueles que se 
beneficiaram da decisão (ou seus sucessores) que se busca a rescisão devem fazer 
parte da ação rescisória. 
É importante dizer que os réus neste caso são um litisconsórcio passivo unitário, 
uma vez que a decisão afetará a todos. Da mesma forma, é possível a inclusão de 
terceiros, em especial em caso de fraude, inserindo no processo o terceiro fraudador, 
mesmo que não tenha participado no processo originário. 
A COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DA AÇÃO RESCISÓRIA: o juiz de 
primeiro grau não possui competência para rescindir a própria decisão. A competência é 
sempre do tribunal. Essa competência é funcional absoluta, sendo certo que o tribunal 
julgará as ações rescisórias tanto das decisões de primeira instancia, quanto das 
decisões originarias do próprio tribunal. 
O prazo para se propor uma ação rescisória é de 2 anos a contar do trânsito em 
julgado da última decisão proferida no processo. Exceção ao prazo: artigo 975, §1°. 
 
 
RECURSO ADESIVO (art. 997, NCPC): tem cabimento nos casos de 
sucumbência das partes, como forma de desestímulo para recursos. A ideia central do 
recurso adesivo é que uma parte recorre somente quando a outra parte recorre também. 
Metaforicamente, seria como “pegar carona” no recurso do outro para tentar reformar a 
decisão de uma forma que melhor lhe convém. 
O recurso adesivo não é uma espécie de recurso propriamente dita, mas sim uma forma 
especial de interposição de recurso. Os casos mais recorrentes de recurso adesivo são 
aqueles que envolvem dano moral e dano material. Comumente, a parte autora pede a 
indenização por dano material e o juiz concede, mas julga improcedente o pedido por 
dano moral. O autor pode recorrer em busca do dano moral e o réu “pega carona” no 
recurso para tentar se eximir de pagar o dano material já estipulado, ou vice-versa, caso 
o réu recorra para não pagar o dano material, a outra parte pode buscar o dano moral 
não concedido em 1° grau.

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