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ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À SAÚDE DA MULHER Anderson Botelho Política de Atenção À saúde da mulher Ministério da Saúde, em 2004, elabora o documento: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – Princípios e Diretrizes (PNAISM) Política de Atenção À saúde da mulher Gênero; Integralidade; Promoção à saúde; Direitos Sexuais e Reprodutivos Melhoria na atenção obstétrica + planejamento familiar Atenção ao abortamento inseguro Combate à Violência Doméstica e Sexual Prevenção e tratamento de HIV e doenças crônicas Garantir os Direitos Humanos das Mulheres; Redução de Morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis; promover melhorias nas condições de saúde. problemática Porque uma política integralmente dedicada à população feminina??? problemática 50,77% Principais usuárias do SUS Atendimento para a população Preconceito no mercado de trabalho problemática As mulheres vivem mais que os homens; Adoecem mais também... Metas da política Aumentar em 30% a cobertura do Papanicolau na população de risco (35 a 49 anos); Aumentar em 45% a realização de reconstrução mamária (Lei 9797/99); Programa Nacional de Controle e Prevenção do Câncer de Colo de Útero e Mama Plano de ação para Controle do Câncer de Colo de Útero e Mama objetivos Promover melhorias de condições de vida e saúde das mulheres; Contribuir para a redução da morbimortalidade feminina no Brasil; Diminuir desigualdade, principalmente a de gênero. Consolidar o compromisso com a implementação de ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres. violência contra a mulher As discussões não se limitam aos agravos à saúde da mulher, incluem o impacto da violência na vida dos filhos, na família... Bem como enfocam os gastos com a assistência policial, judicial e de saúde nesse contexto. Quais os tipos de Violência? De acordo com a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), o abuso possui categorias: 1. Patrimonial; 2. Sexual; 3. Física; 4. Moral; 5. Psicológica. Lei maria da penha Principal legislação brasileira para a enfrentar a violência contra a mulher. A norma é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência de gênero. Lei do Feminicídio (2015), reduz a tolerância quanto à crimes praticados contra a mulher. feminicídio Perseguição Morte intencional Categorias de violência 1: Humilhar, xingar e diminuir a autoestima Agressões como humilhação, desvalorização moral ou deboche público em relação a mulher constam como tipos de violência emocional. 2: Tirar a liberdade de crença Um homem não pode restringir a ação, a decisão ou a crença de uma mulher. Isso também é considerado como uma forma de violência psicológica. 3: Fazer a mulher achar que está ficando louca Há inclusive um nome para isso: o gaslighting. Uma forma de abuso mental que consiste em distorcer os fatos e omitir situações para deixar a vítima em dúvida sobre a sua memória e sanidade. Categorias de violência 4: Controlar e oprimir a mulher Aqui o que conta é o comportamento obsessivo do homem sobre a mulher, como querer controlar o que ela faz, não deixá-la sair, isolar sua família e amigos ou procurar mensagens no celular ou e-mail. 5: Expor a vida íntima Falar sobre a vida do casal para outros é considerado uma forma de violência moral, como por exemplo vazar fotos íntimas nas redes sociais como forma de vingança. 6: Atirar objetos, sacudir e apertar os braços Nem toda violência física é o espancamento. São considerados também como abuso físico a tentativa de arremessar objetos, com a intenção de machucar, sacudir e segurar com força uma mulher. Categorias de violência 7: Forçar atos sexuais desconfortáveis Não é só forçar o sexo que consta como violência sexual. Obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa, como a realização de fetiches, também é violência. 8: Impedir a mulher de prevenir a gravidez ou obrigá-la a abortar O ato de impedir uma mulher de usar métodos contraceptivos, como a pílula do dia seguinte ou o anticoncepcional, é considerado uma prática da violência sexual. Da mesma forma, obrigar uma mulher a abortar também é outra forma de abuso. Categorias de violência 9: Controlar o dinheiro ou reter documentos Se o homem tenta controlar, guardar ou tirar o dinheiro de uma mulher contra a sua vontade, assim como guardar documentos pessoais da mulher, isso é considerado uma forma de violência patrimonial. 10: Quebrar objetos da mulher Outra forma de violência ao patrimônio da mulher é causar danos de propósito a objetos dela, ou objetos que ela goste. Aborto E quanto ao aborto, e agora enfermeiros??? O que considerar aborto? O aborto ou abortamento é morte com ou sem expulsão do feto antes da 22ª à 28ª semana de gestação, ou quando o feto pesar menos de 500g. É considerado aborto para OMS: Morte do feto antes de 22ª semana OU Quando feto for menor de 500gr Quanto as questões éticas... Aborto é permitido no Brasil??? O aborto induzido ou provocado consiste num problema de saúde pública no Brasil devido sua ilegalidade levando à prática clandestina do mesmo gerando conflitos morais, éticos, sociais, legais culturais e religiosos. Direito À interrupção da gravidez Na tentativa de garantir os direitos reprodutivos e sexuais das mulheres, definidos em acordos internacionais e firmados na legislação nacional vigente, o Brasil, por intermédio do Ministério da Saúde, editou em 1999 a norma técnica “Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes”, a fim de assegurar o direito à interrupção da gestação legal por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Serve para todas?? Impende frisar que o escopo dessa norma é cumprir os fins específicos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher e seus planos de ação. quando a gravidez trouxer risco à vida da gestante; quando a gestação resultar de estupro e o aborto for precedido de consentimento da gestante, ou, se incapaz, por seu representante legal Salvo, os caso de feto com diagnóstico de anencefalia, que se tornou não punível por decisão recente do Supremo Tribunal Federal. Programa de Interrupção Gestacional Prevista em Lei (PIGL) Surge em julho de 2013; Ainda pouco deflagrado; Lei 12.845/2011, assistência obrigatória e integral a pessoas em situação de violência sexual. Rede hospitalar do SUS deve atender às vítimas de violência sexual de forma absoluta, emergencial e com equipe multidisciplinar, a fim de controlar e tratar as consequências físicas e psíquicas decorrentes da violência sofrida, abrangendo, entre diversos serviços, a prática de profilaxia da gravidez e, se for o caso, o abortamento. Atualizando... Lei do Minuto Seguinte LEI Nº 12.845, DE 1º DE AGOSTO DE 2013 LEI DO MINUTO SEGUINTE Dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual; Os hospitais devem oferecer às vítimas de violência sexual: Atendimento emergencial; Integral e multidisciplinar; Visando ao controle e ao tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes de violência sexual; Encaminhamento, se for o caso, aos serviços de assistência social. O que é o abuso afinal? Considera-se violência sexual, para os efeitos desta Lei, qualquer forma de atividade sexual não consentida compreende os seguintes serviços I - diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais áreas afetadas; II - amparo médico, psicológico e social imediatos; III - facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina legal e às delegacias especializadas com informações que possam ser úteis à identificação do agressor e à comprovação da violência sexual; IV - profilaxia da gravidez; V - profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST; VI - coleta de material para realização do exame de HIV para posterior acompanhamentoe terapia; VII - fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis.
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