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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2 UNIDADE 1 – O CENÁRIO EMPRESA X MICROECONOMIA .................................. 4 1.1 Pressupostos básicos da análise microeconômica ............................................ 5 1.2 Aplicações da análise microeconômica ............................................................. 7 UNIDADE 2 – GESTÃO DE LOGÍSTICA ................................................................... 9 2.1 Surgimento e evolução ...................................................................................... 9 2.2 Atualidade ........................................................................................................ 10 2.3 Sistemas logísticos .......................................................................................... 11 2.4 A logística de suprimentos ............................................................................... 33 UNIDADE 3 – GESTÃO DE ESTOQUE E MATERIAIS ........................................... 35 UNIDADE 4 – GESTÃO DE CUSTOS ...................................................................... 39 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43 GLOSSÁRIO BÁSICO .............................................................................................. 47 2 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. INTRODUÇÃO De maneira geral, quando falamos em gestão financeira, podemos levar em consideração a gestão de matéria-prima, de estoques, de cardápio, de contratos, localização da UAN, custos, enfim. Segundo Assaf Neto (2005, p. 32), “a Administração Financeira é um campo de estudo teórico e prático que objetiva, essencialmente, assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial de captação e alocação de recursos de capital”. Evitar desperdícios e gastos desnecessários, participar de lucros e resultados são algumas das ações que motivam as equipes de trabalho e claro, fazem com todos se preocupem com a produção racional. Para a gestão financeira de uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) são necessários alguns conhecimentos básicos, como, por exemplo: composição e cálculo dos custos da produção; cálculo do preço de venda da refeição; cálculo do lucro e da margem de lucro. Esses conhecimentos fazem parte do módulo, lembrando que, evidentemente, o conteúdo nutritivo dos cardápios e refeições interfere nos custos dos mesmos, assim como falaremos de logística, suprimentos, materiais e custos. Klipel (2009) citando Vaz (2003) justifica que as UAN são gerenciadas, na grande maioria, por nutricionistas, que geralmente tem sua formação voltada para a área da saúde, deixando a desejar no que se refere à gestão de negócios. Para que se tenha sucesso no mercado de alimentação coletiva, é preciso que o profissional se aperfeiçoe nessa área, visando tornar os funcionários satisfeitos, treinados e parceiros, cativando o cliente e cumprindo as metas financeiras. Um dos grandes desafios de um gerente de uma UAN é o controle financeiro. Portanto, é imprescindível que se tenha total conhecimento do que acontece com o dinheiro dos negócios, controlando os custos da empresa unidade, seja por meio de planilhas em EXCEL, programas específicos ou da informatização dessas unidades. A informatização da UAN pode acarretar agilidade nos cálculos tanto de custos quanto da composição nutricional dos pratos servidos (ABREU; et al., 2011). Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 3 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se muitas outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas e que podem servir para sanar lacunas que por ventura surgirem ao longo dos estudos. 4 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. UNIDADE 1 – O CENÁRIO EMPRESA X MICROECONOMIA Enquanto a Macroeconomia se preocupa com generalidades, a Microeconomia se ocupa de tudo aquilo que diz respeito a agentes isolados. A Macroeconomia, [...] estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balança de pagamentos e taxa de câmbio (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008, p. 83). A teoria macroeconômica, propriamente dita, preocupa-se mais com questões conjunturais, de curto prazo, ela busca a imagem que mostre o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu propósito é obter uma visão simplificada do funcionamento da economia, que, porém, permita ao mesmo tempo conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica de um determinado país ou de um conjunto de países (CARVALHO FILHO, 2012). São consideradas questões estruturais problemas como desenvolvimento econômico, distribuição de renda, globalização, progresso tecnológico, as quais em geral, extrapolam a análise meramente econômica, envolvendo questões políticas, históricas, entre outras, que não são equacionadas no curto prazo. A Macroeconomia não estuda comportamentos individuais, nem mesmo mercados específicos, que são objeto da Microeconomia. Não analisa o comportamento dos preços de um mercado individual, nem o perfil de um consumidor, e tampouco o perfil de uma empresa. É objeto da Macroeconomia o estudo dos grandes mercados, tais como o mercado de trabalho e o mercado financeiro. A teoria geral dos preços ou a teoria dos mercados está situada no campo da Microeconomia. Ela estuda a interação entre demandantes e ofertantes de produtos. Microeconomia, ou Teoria Geral dos Preços, analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço em mercados específicos. 5 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Do ponto de vista da economia de empresas, na qual se estuda uma empresa específica, prevalece a visão contábil financeira na formação do preço de venda de seu produto,baseada principalmente nos custos de produção, enquanto na Microeconomia prevalece a visão do mercado. O conceito de empresa possui duas visões: a econômica e a jurídica. Do ponto de vista econômico, empresas ou estabelecimento comercial é a combinação pelo empresário, dos fatores de produção: capital, trabalho, terra e tecnologia, de modo organizado para se obter o maior volume possível de produção ou de serviços ao menor custo. Na doutrina jurídica, reconhece-se o estabelecimento como uma universalidade de direito, incluindo-se na atividade econômica um complexo de relações jurídicas entre o empresário e a empresa. 1.1 Pressupostos básicos da análise microeconômica Primeiro pressuposto: para analisar um mercado específico, a Microeconomia se vale da hipótese de que tudo o mais permanece constante (em latim, coeteris paribus). O foco de estudo é dirigido apenas àquele mercado, analisando-se o papel que a oferta e a demanda nele exercem, supondo que outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram de maneira absoluta. Adotando-se essa hipótese, torna-se possível o estudo de determinado mercado, selecionando-se apenas as variáveis que influenciam os agentes econômicos – consumidores e produtores – nesse particular mercado, independentemente de outros fatores, que estão em outros mercados, poderem influenciá-los (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008). Sabemos, por exemplo, que a procura de uma mercadoria é normalmente mais afetada por seu preço e pela renda dos consumidores. Para analisar o efeito do preço sobre a procura, supomos que a renda permanece constante (coeteris paribus); da mesma forma, para avaliar a relação entre a procura e a renda dos consumidores, supomos que o preço da mercadoria não varia. Temos, assim, o efeito “puro” ou “líquido” de cada uma dessas variáveis sobre a procura. 6 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Segundo pressuposto: na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, os preços de um bem em relação aos demais, do que os preços absolutos (isolados) das mercadorias. Por exemplo, se o preço do guaraná cair em 10%, mas também o preço da soda cair em 10%, nada deve acontecer com a demanda (procura) dos dois bens (supondo que as demais variáveis permaneceram constantes). Agora, tudo o mais permanecendo constante, se cair apenas o preço do guaraná, permanecendo inalterado o preço da soda, deve-se esperar um aumento na quantidade procurada de guaraná, e uma queda na de soda. Embora não tenha havido alteração no preço absoluto da soda, seu preço relativo aumentou, quando comparado com o do guaraná (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008). Um terceiro pressuposto se relaciona com o princípio da racionalidade, ou seja, a grande questão na Microeconomia, que inclusive é a origem das diferentes correntes de abordagem, reside na hipótese adotada quanto aos objetivos da empresa produtora de bens e serviços. A análise tradicional supõe o princípio da racionalidade, segundo o qual o empresário sempre busca a maximização do lucro total, otimizando a utilização dos recursos de que dispõe. Essa corrente enfatiza conceitos como receita marginal, custo marginal e produtividade marginal em lugar de conceitos de média (receita média, custo médio e produtividade média), daí ser chamada de marginalista. A maximização do lucro da empresa ocorre quando a receita marginal iguala-se ao custo marginal. As correntes alternativas consideram que o móvel, ou seja, aquilo que move o empresário não seria a maximização do lucro, mas fatores como aumento da participação nas vendas do mercado, ou maximização da margem sobre os custos de produção, independente da demanda de mercado. Geralmente, nos cursos de Economia, a abordagem marginalista compõe a teoria microeconômica propriamente dita, pelo que é chamada de teoria tradicional, enquanto as demais abordagens são analisadas nas disciplinas denominadas teoria da organização industrial ou economia industrial. Enfim, o sofisma da composição é quando se generaliza (sem demonstração) ao todo o que é verdade para a parte, isto é, uma forma incorreta de 7 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. raciocínio, bastante comum no campo das ciências sociais e da economia em particular, que pretende imputar ao conjunto certos princípios ou leis que são válidos apenas para uma parte do todo (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008). 1.2 Aplicações da análise microeconômica A teoria microeconômica não é um manual de técnicas para a tomada de decisões do dia a dia, mesmo assim, ela representa uma ferramenta útil para esclarecer políticas e estratégias, dentro de um horizonte de planejamento, tanto em nível de empresas quanto de nível de política econômica. Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes decisões: � políticas de preços da empresa; � previsão de demanda e faturamento; � previsão de custos de produção; � decisões ótimas de produção (melhor combinação dos custos de produção); � avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo/benefício); � política de propaganda e publicidade; � localização da empresa. Em relação à política econômica, a Microeconomia pode contribuir na análise e tomada de decisões das seguintes questões: � avaliação de projetos de investimentos públicos; � efeitos de impostos sobre mercados específicos; � política de subsídios; � fixação de preços mínimos na agricultura; � controle de preços; � política salarial; � política de tarifas públicas (água, luz e outras); � políticas de preços públicos (petróleo, aço, entre outros); � leis antitruste (controle de lucros de monopólios e oligopólios) (MANKIW, 2001; VASCONCELLOS; GARCIA, 2008). Guarde... 8 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A Microeconomia é dividida em: � teoria do consumidor (que estuda as preferências do consumidor); � teoria da firma (que estuda as organizações cujo objetivo é produzir lucro); � teoria da produção (que estuda a transformação de produtos em outros produtos para a venda no mercado). A Microeconomia também estuda as Práticas de mercado (monopólio, monopsônio1, oligopólio, oligopsônio2, concorrência perfeita e concorrência monopolística). Os agentes econômicos (família, empresas e governo) são abordados de forma individual na Microeconomia, enquanto que na Macroeconomia se estudam os aspectos globais que afetam todos os agentes econômicos. 1 Situação de mercado em que há um só comprador de determinada mercadoria ou serviço. 2 Situação de mercado em que há um número pequeno de compradores. 9 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados– sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. UNIDADE 2 – GESTÃO DE LOGÍSTICA Podemos definir logística como a integração das atividades envolvidas nos processos de armazenagem e transporte de produtos, sendo que ao final, interessa a satisfação do consumidor com o menor custo possível, o que requer o máximo de aproveitamento dos recursos e redução de possíveis ineficiências. Para que uma organização atinja esse objetivo, ela precisa se organizar de maneira tal que a logística faça parte da estratégia e passe a atuar com as seguintes estruturas: logística de suprimentos, logística interna, logística de distribuição e logística reversa, sendo que todas estas estruturas também servem para UAN. 2.1 Surgimento e evolução De origem grega, a palavra logística vem de logistikos e significa cálculo e raciocínio no sentido matemático. Seu desenvolvimento está relacionado às atividades militares, sendo inicialmente utilizado pelo exército persa em 481 a.C. no mar, com mais de 3.000 navios de transporte para sustentar seu exército. Na sequência cronológica aparece Alexandre, o Grande, o qual inspirou líderes futuros e mesmo empresas. Seu império abrangeu diversos países durante 13 anos, seu sucesso está relacionado a forma de organização militar, na qual realizou planejamento abrangendo terrenos de batalha, tecnologias de armamento, gerenciamento do sistema logístico, objetivando agilizar o deslocamento das tropas suprimindo adversários, definindo através de equipes de engenheiros e contramestre formas de ataque e controle das cidades conquistadas, criando o exército mais rápido e ágil da época (OLIVEIRA, FARIAS, 2010). Para Reissmann (2009), o significado da palavra logística tem origem francesa do verbo militar loger, que significa a arte de transportar, abastecer e alojar as tropas. Os primeiros registros da utilização da logística estão nas antigas organizações militares. Na França do século XVII, existia um general de logís responsável pelo suprimento e pelo transporte do material bélico na batalha. Foi nessa época que os militares perceberam o potencial estratégico que o sistema logístico oferecia através de atividades de deslocamento de soldados, transporte de munições e socorro médico entre outras atividades, após adotarem esse sistema operacional (REISSMANN, 2009). 10 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. De todo modo, Dias (2005) converge com Oliveira e Farias sobre a existência de líderes militares desde os tempos bíblicos que já se utilizavam da logística na preparação de suas guerras santas. As guerras eram longas e nem sempre ocorriam próximo de onde estavam as pessoas. Por isso, eram necessários grandes deslocamentos de um lugar para outro, além de exigir que as tropas carregassem tudo o que iriam necessitar. Para fazer chegar carros de guerra, grandes grupos de soldados e transportar armamentos pesados aos locais de combate, era necessária uma organização logística das mais fantásticas. A preparação dos soldados, o transporte, a armazenagem e a distribuição de alimentos, munição e armas, entre outras atividades já eram efeitos da logística. Posteriormente, a logística ficou adormecida voltando com sucesso no século XX, principalmente com a segunda guerra mundial, devido ao deslocamento de tropas e suprimentos em grandes distâncias, necessidade de produção maciça de armamentos, desenvolvimento acelerado dos processos industriais, da eletrônica e da informática. Nas décadas posteriores ao término da guerra, 1950/60 outros fatores alavancaram a logística: • realocação da estrutura industrial, gerencial e tecnológica montada durante a II guerra mundial; • popularização dos bens de consumo; • materiais e mão de obra representando a maior parcela dos custos de produção; • produção voltada para mercados locais; • fidelização e marcas. 2.2 Atualidade Grosso modo, podemos dizer que na atualidade, a logística nos leva a visualizar quando uma empresa é vencedora ou perdedora, uma vez que além de refletir nos custos, a logística tem como missão atender a satisfação dos clientes. Segundo Rosa (2007), a logística administra o valor de tempo e de lugar nos produtos, sobretudo, por meio dos transportes, fluxos de informações e inventários. Para movimentar materiais e produtos em direção aos clientes e disponibilizá-los de 11 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. maneira oportuna, uma empresa incorre em custos, visando agregar um valor que não existia e foi criado para o cliente. Isso faz parte da missão da logística que está relacionada à satisfação das necessidades dos clientes internos e externos, viabilizando operações relevantes de manufatura e marketing, otimizando todos os tempos e custos, dadas às condições de cada elo da cadeia. Um sistema logístico eficiente permite uma região geográfica explorar suas vantagens inerentes pela especialização de seus esforços produtivos naqueles produtos que ela tem vantagens e pela exportação desses produtos às outras regiões (ROSA, 2007). O sistema permite então que o custo do país (logísticos e de produção) e a qualidade desse produto sejam competitivos com aqueles de qualquer outra região. Para Moura (1997), dentro deste conceito, a logística tem três funções principais: 1. O aprovisionamento físico das matérias-primas, auxiliares e semiacabadas, desde sua aquisição até sua introdução no processo de fabricação. 2. A produção propriamente dita, armazenamento, movimentando todos os materiais entre as unidades de fabricação para a realização das operações desta. 3. A distribuição física dos produtos acabados, que envolve todo o movimento, desde a saída da cadeia de produção até sua entrega aos consumidores. A missão da logística é dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa (BALLOU, 2006). 2.3 Sistemas logísticos O sistema logístico é composto por seis subsistemas: logística de abastecimento, logística interna/fabril, logística de distribuição, logística reversa, logística verde e logística de infraestrutura (SILVA, 2004). a) Logística de abastecimento Logística de abastecimento é a atividade que trata da administração do fluxo de materiais dos fornecedores para a empresa e que inclui processos como: 12 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. gerenciamento de estoques e dos volumes de reabastecimento, compra de provedores locais ou do exterior, coleta, definição de embalagens, retorno de mercadorias e embalagens, enfim, todos os processos ligados ao abastecimento de produtos para uso nas atividades operacionais das empresas e que são administrados principalmente pela área de compras ou suprimentos. Um dos pontos críticos ligado a este tema é o relacionamento da organização empresarial com seus fornecedores. Na década de 1980, Michael Porter, em seu livro Estratégia competitiva(1986), incluía o poder dos fornecedores como um dos limitantes – senão ameaça – para a competitividade das empresas na medida em que, por meio de seu poder de negociação e de concentração, poderiam elevar os preços ou reduzir a qualidade de seus bens e serviços. Nessa visão, a política de suprimentos está inserida no mesmo contexto estratégico com que a empresa tem de lidar com seus concorrentes. Já nos anos 1990, criou-se o que se denominou de visão logística como alternativa para a visão tradicional de relacionamento antagônico e de curto prazo. Ao invés da prática simplista de qualificação e avaliação de fornecedores por meio do preço e de indicadores de desempenho, propõe-se a criação de vínculos permanentes e de uma relação de rentabilidade mútua entre clientes e fornecedores. Tal visão – que poderia ser definida como um relacionamento ganha/ganha – eliminaria as barreiras à parceria de lucros entre ambos e os manteria estrategicamente alinhados. Hoje, a colaboração entre os componentes da cadeia logística é um tema já bastante explorado e considerado como um fator de competência estratégica para as empresas. A logística se torna uma competência central na medida em que se desenvolvam programas com fornecedores e clientes que propiciem a integração interna dos recursos logísticos, que resultem em agregação de valor à operação. Assim, estruturaram-se relações de parceria, pelas quais os recursos logísticos dos diversos fornecedores, bem como suas melhores práticas de flexibilidade são coordenados, com vistas a alcançar uma sinergia máxima. A definição clara e consciente da política de suprimentos é particularmente importante, senão vital, quando a empresa está inserida em uma economia em que o custo de capital é proibitivo, como ocorre no Brasil. Esse cenário leva muitas 13 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. empresas a focarem a redução dos investimentos em estoques – tanto estoques próprios como os de toda a cadeia de abastecimento na qual se inserem – e dos custos de capital associados como forma de manter sua competitividade. Em outras palavras, o gerenciamento do estoque e do momento de reposição tornam-se variáveis importantes dentro do planejamento, pois podem influir significativamente no resultado das empresas (SANTOS; OLIVEIRA, 2007). A logística de abastecimento é especializada na área de planejamento e operacionalização do suprimento, compras de materiais e tratamento logístico dos produtos. Ela abrange as seguintes atividades: • planejamento de materiais e insumos; • prospecção e seleção de fornecedores; • prospecção, desenvolvimento ou criação de fontes alternativas de fornecimento; • criação e manutenção de bancos de dados de fornecedores e materiais; • determinação, em conjunto com a área de produção, das quantidades a comprar; • implantação dos processos de padronização, simplificação e homologação; • processamento e transmissão de pedidos; • redução de sobras de materiais; • contratação de seguros de transporte e procedimentos alfandegários; • avaliação e confecção de contratos; • compras; • negociação e otimização de garantias e serviços pós-venda (SILVA, 2004, p. 145). Machado (2004) explica que em uma UAN, a produção (cozinha) muitas vezes acaba ficando isolada das outras atividades (vendas, compras, estoque, distribuição, atendimento ao cliente, entre outras). Quem compra nem sempre está atento ou preocupado em saber o resultado de sua atividade, ou seja, se as expectativas do cliente, tanto interno (pessoal da cozinha, que efetivamente trabalha com o produto da compra) como o externo (o comensal, que vai se alimentar com o produto dessa compra, já transformado em refeição) foram atendidas. Falta, 14 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. justamente, o elo de ligação, que acaba sendo realizado pelo técnico da área – o nutricionista. Nesse contexto, a agilidade na prestação do serviço é essencial à sobrevivência dessas empresas, uma vez que o estoque do produto acabado (a refeição preparada) é zero. A cada refeição (café da manhã, almoço, lanches, jantar, ceia) inicia-se o processo produtivo. Neste sentido, a sincronia entre as atividades logísticas (suprimento, produção e distribuição) deve ser constante, o que na prática nem sempre ocorre. Daí a busca por instrumentos logísticos que favoreçam a formação consistente de uma visão sistêmica, para o desenvolvimento dos serviços em uma UAN. b) Logística interna A logística interna corresponde à área especializada no fluxo interno de matérias-primas e de produtos acabados nos armazéns e centros de distribuição, compreendendo as atividades de recebimento, movimentação, ressuprimento, armazenagem, seleção de pedidos, faturamento e expedição. Ela mantém interfaces com as áreas de logística de abastecimento e com a de logística de distribuição. As principais atividades executadas nessa área são as seguintes: • recepção de documentos fiscais; • unitização de produtos em um mesmo dispositivo ou embalagem; • inspeção e conferência de cargas recebidas; • movimentação de mercadorias no ambiente interno do armazém; • armazenagem de produtos no armazém; • ressuprimento das áreas de apanha dos produtos nos armazéns; • seleção de pedidos; • expedição de materiais para a produção e de produtos acabados para a distribuição; • logística fabril (SILVA, 2004, p. 146). c) Logística de distribuição 15 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A logística de distribuição engloba atividades relacionadas ao fluxo de produtos acabados da empresa para seus clientes, tais como: localização e administração de centros de distribuição, armazenagem de produtos acabados, separação de pedidos, unitização, expedição, transporte doméstico e internacional e exportação (SANTOS, OLIVEIRA, 2007). Segundo Novaes (2007), a logística de distribuição é a área responsável pela entrega do produto ao cliente. Ela mantém interfaces nas operações com a logística interna e com o marketing, de modo a auxiliar na determinação do nível de serviço. As operações executadas nessa área são: • planejamento dos meios de transporte a serem utilizados; • escolha do meio de transporte mais adequado para o produto transportado, considerando custos e nível de serviço; • roteirização da distribuição; • gerenciamento de frotas; • entrega dos pedidos. Novaes (2007) denomina a logística de Distribuição Física como os processos operacionais e de controle que permitem transferir os produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a mercadoria é finalmente entregue ao consumidor. Os responsáveis pela distribuição física operam elementos específicos, de natureza predominantemente material: depósitos, veículos de transporte, estoques, equipamentos de carga e descarga, entre outros. Bertaglia (2006) afirma que a distribuição física consiste basicamente em três elementos globais: recebimento, armazenagem eexpedição. 1. Recebimento: a função recebimento se inicia quando o veículo é aceito para descarregar um produto ou material que está destinado ao armazém ou centro de distribuição. O produto é contado ou pesado, e o resultado é comparado com o documento de transporte. Dependendo da origem e do tipo de produto, são necessárias análises de qualidade, por meio de amostragens, que eventualmente podem ser feitas antes que o produto seja totalmente descarregado. Os recebimentos, quanto à sua origem, podem ser classificados em importação, transferências entre fábricas e armazéns ou 16 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. centros de distribuição, transferências provenientes de terceiros e devolução de clientes. 2. Armazenagem: após o recebimento, os itens são armazenados em locais específicos no armazém ou no centro de distribuição, em prateleiras, estantes, tanques, estrados ou até mesmo acondicionados no solo, muitas vezes sobre protetores de umidade. 3. Expedição: a expedição ou despacho corresponde ao processo de separar os itens armazenados em um determinado local, movimentando-os para um outro lugar com o objetivo de atender a uma demanda específica, que pode ser o envio do produto a um cliente ou a um terceiro com objetivos de agregar valor ao item. Dentro da operação expedição ou despacho temos atividades detalhadas como carregar e pesar veículo, emitir documentação e liberar veículo são consideradas. Contextualizando essa logística, a vantagem competitiva de uma empresa pode estar na forma de distribuir, na maneira com que faz o produto chegar rapidamente à gôndola, na qualidade do seu transporte e na eficiência de entrega de um material a um fabricante. A concorrência entre as empresas tem exigido melhores níveis de serviço no atendimento aos clientes. Essa melhora na qualidade é traduzida na prática de formas diversas: entrega mais rápida, confiabilidade (pouco ou nenhum atraso em relação ao prazo estipulado), existência do tipo desejado de produto na hora da compra (tipo, cor, entre outros), segurança (baixa ocorrência de extravios, produtos sem defeitos), entre outros (ALVARENGA E NOVAES, 2000). Esta é a categoria na qual a terceirização de serviços logísticos é mais rotineira, tanto pelo uso de transportadoras e de corretores, como pela contratação de operadores logísticos que absorvem grande parte da administração da operação. A decisão pela terceirização não é apenas função do custo, mas também parte do posicionamento estratégico da empresa. As empresas localizam seus centros de distribuição com a finalidade de otimizar a integração de sua cadeia de abastecimento. Os estudos normalmente procuram respostas às seguintes questões: 1. Quantidade e localização dos centros de distribuição (CD). 17 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2. Clientes e áreas de mercado a serem atendidas. 3. Linhas de produto por CD. 4. Canais logísticos de suprimentos e distribuição. 5. Atividades a serem desenvolvidas – armazenagem, montagem, consolidação, cross-docking, entre outras. 6. CD próprio ou terceirizado. Estudos desta natureza são complexos em função do grande número de variáveis, mas suas metas são habitualmente bem definidas: igualar os padrões de serviço em cada opção de localização e buscar os menores custos de transporte e de manutenção de estoques. A função de armazenagem e todas as demais atividades correlatas – recebimento, localização de produtos, giro de estoque, separação, carregamento, unitização e controle de qualidade – são apoiadas por processos operacionais e sistemas de informática bastante avançados e que maximizam a rentabilidade dos investimentos em instalações e equipamentos. Entre os aplicativos de informática, o principal é o Warehouse Management System (WMS), ou sistema de gerenciamento de armazém, que contêm facilidades que propiciam a localização de itens estocados, contagem de inventário, controle de vida útil, rastreabilidade, entre outros. Atualmente, estão também cada vez mais desenvolvidos o uso de etiquetas inteligentes e os softwares que definem o melhor layout de carregamento de caminhões e contêineres, com vista a aumentar a produtividade medida em volumes por rota. As principais decisões relacionadas à função de armazenagem são: 1. Espaço necessário. 2. Layout das áreas de recebimento, estocagem e de separação. 3. Instalações, como estruturas porta-pallets, tipos e configuração de prateleiras, estruturas drive-in, equipamentos de refrigeração, entre outros. 4. Altura. 5. Tipos de armazém em função das características dos produtos, como, por exemplo, congelados, resfriados e secos. 6. Quantidade e tipos de docas. 7. Equipamentos de movimentação, como paleteiras, empilhadeiras e esteiras. 18 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8. Requisitos técnicos de qualidade (SANTOS; OLIVEIRA, 2007). Além disso, muita atenção deve ser dada ao treinamento do pessoal com a finalidade de minimizar os erros operacionais. A importância da atividade de transporte na cadeia de abastecimento é clara, não apenas em função de seu aspecto operacional – movimentação de produtos –, como também em virtude do alto custo que, corresponde a cerca de 60% do custo logístico total e 7,5% do PIB brasileiro. Os custos de transporte envolvem combustível, depreciação e juros do investimento no equipamento, horas do condutor, pedágio, taxas portuárias, manutenção, renovação de licenças para trânsito, entre outros. Portanto, muita atenção deve ser dada à escolha do tipo de transporte, à definição da rota e às características exigidas pelo produto (por exemplo, a temperatura mínima exigida pela carga resfriada ou congelada) (SANTOS; OLIVEIRA, 2007). Bertaglia (2006) conclui afirmando que o gerenciamento da distribuição vai além de meramente movimentar um produto de um determinado ponto a outro. É uma atividade fundamental no serviço, custo e qualidade desejados por consumidores e clientes. Aqui nos cabe falar, mesmo que rapidamente sobre os Centros de Distribuição Avançados (CDAs) e o transit point. Os CDAs são típicos de sistemas de distribuição escalonados, em que o estoque é posicionado em vários elos de uma cadeia de suprimentos. Seu objetivo é permitir rápido atendimento às necessidades dos clientes de determinada área geográfica distante dos centros produtores (LACERDA, 2000). Além de buscar rápido atendimento, os centros de distribuição avançados possibilitam a obtenção de economias de transporte, visto que operam como centros consolidadores de carga. Em vez de atender a um grupo de clientes diretamente dos armazéns centrais, o que poderia implicar movimentação de cargas fracionadas por grandes distâncias, a utilização dos centros de distribuição avançados permite o recebimento de grandes carregamentos consolidados e, portanto, com custos de transportes mais baixos. 19 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo coma convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O transporte até o cliente pode ser feito em cargas fracionadas, mas este é realizado em movimentos de pequena distância, conforme mostra a figura abaixo (LACERDA, 2000). Centro de Distribuição Avançado Fonte: LACERDA (2000, p. 157) Já as instalações do tipo Transit Point são instalações similares aos centros de distribuição, mas não mantém estoque (LACERDA, 2000). Os produtos já têm seu destino estabelecido ao serem enviados. Portanto, não há perda de tempo. Como vantagem, destaca-se a possibilidade de transportar cargas consolidadas para grandes distâncias, mas esta opção só se torna viável com a existência de grandes volumes de carga a serem transportados. O transit point é localizado de forma a atender a determinada área de mercado distante dos armazéns centrais e opera como uma instalação de passagem, recebendo carregamentos consolidados e separando-os para entregas locais a clientes individuais. Outra característica dos transit points é que estruturalmente são muito simples, necessitando baixo investimento em sua instalação, seu gerenciamento é facilitado, pois não são executadas atividades de estocagem. Uma característica básica dos sistemas tipo transit point é que os produtos recebidos já têm os destinos definidos, ou seja, já estão pré-alocados aos clientes e podem ser imediatamente expedidos para entrega local. Não há espera pela colocação dos pedidos. Essa é uma diferença fundamental em relação às instalações de armazenagem tradicionais, em que os pedidos são atendidos a partir de seu estoque. Seu custo de manutenção, portanto, é relativamente baixo (LACERDA, 2000). FORNECEDOR OU ARMAZÉM CENTRAL CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO AVANÇADO CLIENTE 1 CLIENTE 2 CLIENTE 3 CARGA FRACIONADA PEQUENAS DISTÂNCIAS CARGA CONSOLIDADA GRANDES DISTÂNCIAS 20 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. d) Logística reversa A Associação Brasileira de Logística define a logística como o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias-primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente. A logística reversa engloba todos os processos acima de modo inverso. De acordo com Leite (2009), distinguem-se, pelo menos, três grandes categorias de motivos que justificam o retorno de produtos não-consumidos ou de retorno de pós-venda: • retornos por motivos comerciais; • por defeitos ou qualidade em geral; e, • por validade expirada. Entre os motivos comerciais, o autor identificou erros de expedição, falta de giro nos estoques, contratos de consignação, término de uma estação, entrada de novos modelos, entre outros motivos. Na categoria de defeituosos, o autor cita os serviços de pós-venda para conserto ou troca de componentes, produtos danificados em trânsito e os casos em que o produto admite extinção de validade. Diversas são as atitudes possíveis das empresas quanto ao retorno de produtos ainda não consumidos. Com maior ou menor liberalidade, as empresas poderão adotar diferentes atitudes reveladas pelo nível de recursos colocados à disposição do retorno de seus produtos, que variarão de acordo com o impacto que o retorno poderá causar em suas atividades. Os direcionadores estratégicos orientarão, de acordo com certos limites naturais, o nível de disponibilidade de seus ativos empresariais, de mão de obra e de recursos financeiros colocados à disposição dos sistemas de coleta, transportes, informações, armazenagem, treinamento de especialistas, procedimentos de retorno e sistema de indicadores de desempenho, entre outros aspectos (BRITO et al., 2005; DE BRITO, 2004; KOPICKI et al., 1993; LEITE, 2006; ROGERS; TIBBEN- LEMBKE, 1998; STOCK, 1998 apud SILVA; LEITE, 2012). 21 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A geração de programas de logística reversa é orientada por objetivos estratégicos ou direcionadores que podem ser sinteticamente resumidos como geradores de possíveis diferenciais de competitividade. Podem ser avaliados por diferentes perspectivas e não serem mutuamente exclusivos, porém visam benefícios econômicos de revalorização dos bens retornados, ou objetivam gerar satisfação dos clientes ou ainda visam reforçar a imagem de marca ou empresarial (LEITE, 2009; LEITE, 2006). Kotler (2000) lembra a importância e as implicações positivas de reter clientes fidelizando-os. Cita, por exemplo, que uma redução de 5% na taxa de abandono de clientes pode influir mais que proporcionalmente nos lucros, permitindo maior lucratividade com o cliente no longo prazo. Figueiredo (2002) corrobora essas ideias ao lembrar que os serviços de pós- venda e de reparação de falhas podem gerar satisfação aos clientes, além de contribuir para sua fidelização, argumentando que os produtos na atualidade possuem características muito próximas e que são os serviços que diferenciam a preferência dos consumidores. Essas considerações apoiam a ideia da logística reversa eficiente como uma das estratégias de retenção de cliente e de fortalecimento da marca. Assim, o retorno de produtos, como atividade empresarial, está relacionado a uma orientação estratégica que varia de caso a caso. As orientações, objetivos estratégicos ou direcionadores (drivers) na logística reversa podem envolver resumidamente a prestação de serviços aos clientes, a um reforço ou garantia de imagem corporativa e de marca de produtos, ou a geração de centros de lucratividade resgatando valor de componentes, materiais e de ativos. Por outro lado, os impactos destes direcionadores nos resultados empresariais podem variar entre empresas de setores diferentes, pelo valor agregado de seus produtos, pelo tipo de atividade das empresas, pela posição da empresa na cadeia de suprimentos, pela preocupação empresarial quanto à sua imagem ou quanto à sua responsabilidade ambiental, entre outros aspectos. No entanto, são poucos os estudos que examinam, de forma específica, o impacto desses direcionadores sobre as políticas de retorno adotadas pela empresa (DE BRITO, 2004; DE BRITO e DEKKER, 2002; DORNIER et al., 2000; DOWLATSHAHI, 22 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2000; FULLER e ALLEN, 1995; KOPICKI et al. 1993; ROGERS e TIBBEN-LEMBKE, 1999 e 2001; LEITE, 2005). De acordo com Silva; Leite (2012), dessas considerações, depreendem as duas hipóteses do estudo ilustradas. Vale guardar... A logística reversa está associada ao retorno de materiais e embalagens, visando a reciclagem, a substituição de produtos, areutilização ou até mesmo o descarte de resíduos de forma apropriada e reduzindo os custos e os impactos ao meio ambiente. Existem várias situações em que se aplica a logística reversa, a saber: • devolução de material ou produto para o fornecedor; • devolução de produto pelo cliente; • devolução de embalagens para o fornecedor; • devolução de embalagens reutilizáveis pelo cliente; • devolução de embalagens, para descarte, pelo cliente. No caso de devolução de material ou produto para o fornecedor, é necessário efetuar as seguintes atividades: negociação com o fornecedor, inspeção do material ou produto a ser devolvido, reembalagem, transporte, entre outras. Já no caso de devolução do produto pelo cliente, a empresa precisa realizar as seguintes atividades: inspeção do produto a ser devolvido, relatório técnico sobre a aceitação da devolução, gerenciamento do processo de coleta, reembalagem, transporte, recepção do produto devolvido. As devoluções de embalagens para o fornecedor requerem que sejam efetuados os seguintes procedimentos: tratamento das embalagens (se necessário), armazenagem das embalagens e transporte. Quanto à devolução de embalagens reutilizáveis pelo cliente, isso exige uma série de atividades sob supervisão e controle; dentre as principais atividades, pode- se citar as seguintes: gerenciamento do processo de coleta; coleta das embalagens; descarga das embalagens; tratamento das embalagens (se necessário), armazenagem das embalagens. 23 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A devolução de embalagens e produtos, para descarte ou reciclagem, pelo cliente, requer os seguintes procedimentos: gerenciamento do processo de coleta, coleta das embalagens, descarga das embalagens, tratamento das embalagens (se necessário), armazenagem das embalagens, transporte para recolhedora ou outro local definido (SILVA, 2004). e) Logística verde Nos últimos anos, em decorrência das políticas ambientais internacionais e nacionais relativas, a responsabilização dos resíduos têm apresentado novos desafios para a logística. De um modo geral, as empresas estão se defrontado com uma nova regulação através da agenda ambiental empresarial derivada da Agenda 213 na qual foram inseridas a responsabilidade civil e criminal por meio de parâmetros relativos à responsabilidade estendida do produtor (extended product reponsability) e a responsabilidade do produtor (producer responsability) que foram formuladas pelas agências ambientais dos Estados Unidos e da Europa. Devido a isso, a preocupação ambiental passa a ser tratada de forma mais integrada, ou seja, desde o projeto do produto mediante a análise de seu ciclo de vida e os custos (ALCOFORADO, 2004 p. 1-3 apud SILVA, 2004, p. 149). A logística reversa difere da logística verde porque, enquanto a reversa está voltada mais para o ponto de vista privado, consequentemente concentra seu esforço para movimentar bens de forma a agregar ou capturar valor. Ao contrário, a logística verde ou ecológica volta-se mais para o lado social porque procura minimizar o impacto no meio ambiente através de uma responsabilidade compartilhada (ALCOFORADO, 2004, p. 3 apud SILVA, 2004, p. 149). A Comissão Brundtland da Organização das Nações Unidas (1991) definiu o desenvolvimento sustentável como o desenvolvimento que satisfaz as necessidades 3 A Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92, ocorrida no Rio de Janeiro, Brasil, em 1992. É um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda 21, e no Brasil as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS). A Agenda 21 se constitui num poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento (SCHAUN e UTSUNOMIYA, 2012). 24 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. A partir disso, vários relatórios já vêm sendo divulgados a fim de expor indicadores de desenvolvimento sustentável e contribuir com os tomadores de decisões em relação a aspectos ambientais. Sabedores da grande importância das empresas neste âmbito, por contribuírem fortemente com os impactos negativos ao meio ambiente, as atenções são voltadas para elas, que por sua vez, são movidas por imposição legislativa, pela conscientização ou mesmo pela exigência do atual cenário de concorrência forte, buscando a adoção de iniciativas verdes em sua cultura organizacional com o objetivo de ter um desenvolvimento sustentável. O Gerenciamento da cadeia de suprimentos verde é uma dessas iniciativas que tem se destacado e contribuído de forma relevante para tal desenvolvimento, já que tem o objetivo de promover a conciliação entre meio ambiente e a cadeia de suprimentos (RIBEIRO; SANTOS, 2012). Esse gerenciamento inclui práticas de diminuição de perdas, reutilização, aperfeiçoamento de fornecedores, desempenho dos compradores, compartilhamento de recompensas e riscos, utilização de tecnologias “limpas”, adequações à legislação, reutilização de materiais, diminuição no consumo de água e energia, utilização de insumos ecologicamente corretos, processos de produção enxutos e flexíveis e o comprometimento e conscientização dos participantes da cadeia de suprimentos em relações ambientais. Na adoção das práticas de gerenciamento da cadeia de suprimentos verde, alguns benefícios e custos são apontados. Os benefícios estendem-se à sociedade, à empresa e aos processos de compra e suprimento (BOWEN et al., 2001 apud RIBEIRO; SANTOS, 2012). Em relação aos custos, Lamming e Hampson (1996 apud RIBEIRO; SANTOS, 2012) apontam que ao atender as legislações ambientais, as empresas acabam tendo um aumento do custo, apesar de que também se entenda que empresas que têm um elevado desempenho ambiental podem diminuir ou eliminar perdas e desperdícios resultando em reduções de custos para a organização. 25 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Lamming e Hampson (1996 apud RIBEIRO; SANTOS, 2012) também destacam que o custo/benefício do gerenciamento da cadeia de suprimentos verde é difícil de ser quantificado. Neste contexto, atividades relacionadas à logística, figuram-se como uma das áreas que mais se envolve ativamente nas ações voltadas para a sustentabilidade ambiental de uma organização. Dentre essas ações praticadas pelas empresas, inclui-sea logística verde entre as que podem fazer a diferença na redução de impactos ambientais. Assim como afirma Rogers (2010), ter uma cadeia de suprimentos sustentável não é uma tarefa fácil e pode ser até muito mais complicada do que ter uma organização sustentável. Mesmo que possa ser discutida, a questão para uma empresa ser considerada sustentável, é necessária ter no mínimo uma de suas cadeias de suprimentos sustentável. O mesmo autor também apresenta um modelo de elementos-chave da cadeia de fornecimento sustentável, conforme pode ser visualizado na ilustração abaixo. Segundo ele, a figura simboliza o “triple bottom line”, que é uma abordagem teórica com o objetivo de avaliar o desempenho que trata de três áreas que precisam ser analisadas não só na empresa, mas também em toda a cadeia de fornecimento. Estas áreas são: Meio Ambiente, Sociedade e Desempenho Econômico. 26 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Triple botton line Fonte: Roger (2010). Com o aumento das pressões externas e da demanda em integrar ações ambientais e sociais ao gerenciamento da cadeia de suprimentos, percebeu-se a aplicação dos conceitos utilizados no tema da sustentabilidade no gerenciamento da cadeia de suprimentos, pelo lado da exploração dos recursos naturais finitos e pela forma de processamento dos produtos e serviços (KLEINDORFER, SINGHAL e VAN WASSENHOVE, 2005; LINTON, KLASSEN e JAYARAMAN, 2007; MARKLEY e DAVIS, 2007; ANDERSEN e SKJOETT-LARSEN, 2009 apud RIBEIRO; SANTOS, 2012). Pressões sobre os impactos causados ao meio-ambiente pelas empresas estão cada vez maiores. Com isso, faz necessária a expansão do conceito tradicional do gerenciamento da cadeia de suprimentos abrangendo questões ambientais. Em resumo, a gestão verde da cadeia de suprimentos é um importante passo para alcançar a sustentabilidade ambiental de uma empresa, pois em todos os elos da cadeia de suprimentos até o consumidor final são causados impactos 27 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. ambientais. Porém este passo, não é somente visualizado como o cumprimento dos aspectos ambientais, mas também como uma forma de alavancar os lucros das organizações. Isto pode ser visualizado na definição expressa por Rao e Holt (2005, apud BRITO e BERARDI, 2010, p. 139) em que, a gestão verde da cadeia de suprimentos promove eficiência e sinergia entre os parceiros do negócio e contribui para uma aumento da performance ambiental, minimizando desperdícios e auxiliando a economia de custos. Sobre tal sinergia, segundo os autores, ‘espera-se um aumento de imagem corporativa, vantagem competitiva e exposição de marketing’. Contudo, as empresas só adotam práticas de gestão verde da cadeia de suprimentos se identificarem benefícios, especificamente nos resultados financeiros e operacionais. Para tal ganho, é necessário que investimentos e ações sejam feitos em diversas áreas na cadeia de suprimentos. A logística é uma delas, o desenvolvimento de uma logística verde pode representar tanto a redução de impactos gerados como ganho de competitividade para empresa. f) Logística integrada Na base do moderno conceito de logística integrada está o entendimento de que a logística deve ser vista como um instrumento de marketing, uma ferramenta gerencial, capaz de agregar valor por meio dos serviços prestados. Para aprofundar o entendimento desse conceito, nada melhor do que citar dois exemplos reais, um de empresa nacional, outro de empresa estrangeira, ambas reconhecidas pela eficácia de suas operações logísticas, que funcionam como instrumento central de suas estratégias competitivas. A primeira delas é a Wal-Mart, cuja estratégia logística é considerada um dos pilares de seu estrondoso sucesso no mercado americano, que a transformou na maior rede varejista do mundo, com um faturamento anual bem acima dos US$ 150 bilhões. No Brasil, um dos exemplos mais marcantes do uso da logística como instrumento da estratégia de marketing é o atacadista Martins, de Uberlândia, Minas Gerais, que, em pouco mais de três décadas, transformou-se de um pequeno comércio, restrito a uma cidade de porte médio no interior do país, no maior e mais 28 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. conhecido atacadista distribuidor do Brasil, com uma cobertura em todo o território nacional, e faturamento anual na casa de R$ 1,5 bilhão. Um conjunto de conceitos ajuda a explicar o modelo adotado por essas duas empresas na utilização da logística como instrumento gerencial, capaz de agregar valor à atividade de marketing, o que podemos resumir em logística integrada. Enfim, a logística integrada trata-se da área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e informações para a execução de todas as atividades de uma empresa. É a parte do gerenciamento da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semiacabados e produtos acabados, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com objetivo de atender às exigências dos clientes, envolvendo: transporte; movimentação de materiais; armazenagem; processamento de pedidos; gerenciamento de informações. 29 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Fonte: Pires; Musetti (2000). Transportando para as UANs, a sua implementação tem proporcionado inúmeras vantagens a essas organizações: � padronização dos processos, conforme especificações dos clientes; � obtenção de redução nos custos com administração de materiais; � garantia da qualidade de produtos e serviços em consequência da padronização; e, � controle de processos (FELIPE; CURY, 2003). De todo modo, podemos inferir que o sucesso no funcionamento das UANs está diretamente ligado à definição clara de seus objetivos, estrutura administrativa, instalações físicas e de pessoal, bem como à normatização de todas as operações desenvolvidas. O objetivo de um Serviço de Alimentação e Nutrição para coletividade sadia é manter a saúde da clientela atendida, por meio de uma alimentação adequada, que atenda aos requisitos de: � ser equilibrada em nutrientes, respeitando os hábitos alimentares dos comensais; 30 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. � ser segura sob o ponto de vista higiênico-sanitário;e, � possuir um custo compatível com a disponibilidade financeira da empresa. (TEIXEIRA, 1990). A visão clara do significado e da importância da logística, para o atingimento dos objetivos traçados pela organização, deve ser aceita e seus princípios aplicados. A empresa deve determinar com precisão seus processos logísticos críticos: aqueles dos quais qualquer falha irá repercutir diretamente no cliente final, causando sérios problemas, podendo provocar até mesmo a perda de contratos em função de uma tomada de decisão errada (redução no estoque de suprimentos com consequente falta de um item no cardápio, por exemplo, ou situações mais drásticas como atrasos frequentes que venham a interferir no horário de trabalho do pessoal da empresa cliente). O objetivo não será alcançado sem uma logística que consiga garantir o nível de serviço adequado ao cliente, com o menor custo possível. O equilíbrio entre prioridade de serviço e custo é dado pela logística (BOWERSOX e CLOSS, 2001). Atualmente, os instrumentos de estudo e gestão empresarial indicam a análise de processos (principalmente os processos críticos) como uma boa opção para conquistar um melhor dinamismo no dia a dia organizacional (DELERYD, 1999; ARAÚJO, 2001 apud ABREU et al., 2011). Para avaliação dos processos diários em uma empresa são empregados indicadores. Tais indicadores só têm sentido se utilizados para tomadas de decisões. Sendo assim, o que importa não é a quantidade de indicadores medidos e sim se são representativos no que se quer medir. Nas UAN os indicadores veem também auxiliar em uma mudança de paradigma. Uma grande parcela dos serviços de alimentação não tem o hábito de medir rotineiramente seus processos (ABREU et al., 2011). Considerando a forma de melhor administrar uma UAN, Gandra (1983) afirma que a avaliação sendo bem planejada, sistemática e acontecendo de forma contínua traz valiosas contribuições, como: � determinação do grau de alcance de seus objetivos; � fornecimento de informações a respeito dos pontos fortes e fracos do serviço; 31 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. � reformulação das atividades programadas em tempo hábil, quando se observa a necessidade de mudanças em atividades rotineiras; � adequação de técnicas e métodos utilizados, bem como do elemento humano e das funções predeterminadas, sempre que comprovada sua necessidade; e, � colaboração no sentido de que todo o pessoal, independentemente de categorias, sinta-se satisfeito com o seu trabalho. A necessidade de avaliação, para se manter a qualidade do serviço de alimentação, é básica, devendo se dar de forma rotineira e sistemática para garantir a melhoria continua. A simples coleta de dados quantitativos nada acrescenta à descoberta de oportunidades de melhorias, são descobertas advindas de sistemas de avaliações de desempenho bem estruturados (MEZOMO, 2002). g) Logística de infraestrutura Pequeno (2004, p. 3-4 apud SILVA, 2004) propõe a existência de uma logística de infraestrutura (ou urbana), denominada por ele como “Grande Logística”, que funcionaria como uma espécie de pano de fundo ou cenário para o exercício dos demais tipos de logística. Segundo ele, a logística de infraestrutura é importante na definição da eficácia das ferramentas logísticas, em seus resultados, no perfil das pessoas que devem se preocupar com este assunto e, por fim, nos ganhos sinérgicos que todas estas atividades devem trazer para a sociedade como um todo. Guarde... A logística representa uma nova visão empresarial – uma nova ordem das coisas. A importância dada à logística é diretamente proporcional aos custos alocados para o desenvolvimento de suas atividades. Para que as atividades primárias tenham sucesso, várias outras são necessárias para apoiá-las. São consideradas atividades de apoio: • a armazenagem; • o manuseio de materiais; • a embalagem de proteção; • a obtenção; 32 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. • a programação de produtos; e, • e a manutenção de informação (BALLOU, 2006). 33 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.4 A logística de suprimentos A Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply chain Management – SCM4), numa concepção contemporânea se apresenta como um novo modelo competitivo e gerencial não somente às empresas industriais, mas para as demais como as comerciais nas quais podemos encaixar uma UAN. Um conjunto de autores dessa área (especialmente britânicos) prefere utilizar a expressão Rede de Suprimentos (Supply Network), ao invés de Cadeias de Suprimentos (Supply chain). Mesmo alguns autores que utilizam a expressão Supply chain (SC) reconhecem que, estritamente falando, uma SC não é uma cadeia de negócios com relacionamentos um a um, mas uma rede de trabalho (network) com múltiplos negócios e relacionamento (LAMBERT, 2003 apud PIRES, 2012). Podemos dizer que o termo cadeia (chain) é uma metáfora imperfeita para tratar das questões consideradas no contexto da SCM, visto que elas raramente apresentam um comportamento linear. Vemos, então, que o uso de rede de suprimentos (supply network) seria mais apropriado, embora o termo supply chain tornou-se de fato muito popular. A lógica da cadeia remete-nos a uma sequência linear de processos e/ou atividades executadas em uma ordem bem definida. Geralmente, o contato com o cliente final é feito quase exclusivamente através do elo final da cadeia. Já a lógica da rede remete-nos a uma estrutura mais complexa em que raramente existe uma linearidade na execução dos processos e/ou atividades e o contato com o cliente final não tende a ser exclusivo do elo final da rede (até porque muitas vezes fica difícil definir qual é esse elo final). É por isso que o termo cadeia tem sido utilizado majoritariamente para a área de manufatura, que é exatamente a área em que se adapta melhor. Já o termo rede parece representar melhor diversas situações da área de serviços, visto que o atendimento a um cliente final é feito, muitas vezes, de forma complementar por diversos elos da rede. Um exemplo típico seria a situação de um cliente que compra um pacote turístico e é atendido por uma rede de serviço (composta, entre outros, de uma empresa de transporte aéreo, de empresa hoteleira e de uma empresa locadora de automóveis) que lhe fornece a viagem aérea, a estadia no hotel e o automóvel locado. 4 Daqui em diante trataremos sempre a Gestão da Cadeia de Suprimentos por SCM. 34 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Segundo revisão de Said et al. (2014), a logística de abastecimento é um processoadministrativo complexo que abrange inúmeras fases, muitas informações e necessita que se tome várias decisões. Em todas as fases se têm diferentes obrigações que devem se dar de maneira interliga e acertada. A logística e o setor administrativo de suprimentos não estão preocupados unicamente com o fluxo de compras e vendas, mas com a relação harmônica entre os integrantes desse processo, assim falhas na logística tem como consequências: inadequada reposição de matéria-prima, alterações no cardápio por falta de alimentos, entre outros (ORNELAS, 2007). Em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), a logística de abastecimento depende de inúmeros processos como a política de compras que deve respeitar certos critérios, como por exemplo: determinação do padrão do cardápio, número de comensais, estabelecer um per capta próprio para o estabelecimento, entre outros, para que assim a logística seja eficiente (HOFFMANN, 2001). Na área de suprimentos, a logística tem as seguintes funções: • pesquisa do catálogo de materiais; • composição dos itens de materiais do catálogo; • análise da necessidade de compra; • iniciação e acompanhamento do processo de compra; • recebimento dos materiais; • conferência e inspeção dos materiais; • estocagem e preservação dos materiais; • requisição de material ao almoxarifado; • fornecimento interno de material; • utilização de material pelo usuário; • devolução de materiais ao almoxarifado; • descarte de material utilizado; • gestão e controle dos processos de administração de materiais; • gestão das informações. 35 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. UNIDADE 3 – GESTÃO DE ESTOQUE E MATERIAIS Como já vimos, uma das estratégias corporativas para que as organizações atinjam seus objetivos envolve a logística, que por sua vez tem íntima relação com gestão de suprimentos e nessa direção cabe-nos discorrer sobre a movimentação de materiais e/ou estoques que envolve dentre outros conceitos: fluxo, classificação, armazenagem, planejamento, controle, avaliação, custos, dentre outros conceitos (que encontram-se em glossário anexo). A movimentação de materiais/estoque é um dos elos da cadeia de suprimentos, que ao final busca colocar o produto certo no lugar certo, no momento certo e nas condições desejadas, criando valor para os clientes. As empresas – como sistemas abertos – trabalham para produzir um determinado produto ou prestar um determinado serviço ao mercado. O produto produzido ou o serviço prestado constitui o resultado final de todas as operações da empresa, ou seja, a principal saída do sistema, conforme representado abaixo: Entradas ou insumos Empresa como um sistema aberto Saídas ou resultados Recursos empresariais Produtos ou serviços Dentro dessa focalização, produto ou serviço representam o que a empresa sabe fazer e produzir, só que existe diferença entre produto e serviço! Produtos, geralmente são denominados bens ou mercadorias. O produto é algo visível e tangível, que pode ser tocado, visto, ouvido ou degustado, por ser composto de materiais físicos e visíveis. Tem cores, tamanho e ocupa um espaço, como os alimentos, eletrodomésticos, produtos de higiene, móveis em geral, máquinas, automóveis, entre outros. Os produtos quando são destinados ao mercado de consumo, são chamados de bens de consumo porque são adquiridos pelo consumidor ou usuário final, que os utiliza e consome para satisfação de suas necessidades, como alimentos, eletrodomésticos, móveis, remédios, entre outros. Os produtos destinados ao mercado industrial são chamados bens de produção porque são adquiridos por empresas industriais para que possam produzir outras coisas, como as máquinas e equipamentos para as instalações a partir de matérias-primas como 36 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. aço, ferro, plásticos, tecidos, cimento, produtos para construção civil e industrial, produtos químicos e petroquímicos, entre outros. Os serviços nem sempre são tangíveis e visíveis. Não têm cores, formas ou tamanhos como os produtos. Na verdade, os serviços são atividades especializadas que as empresas oferecem ao mercado. Podem assumir uma enorme variedade de características e especializações, como a propaganda, advocacia, consultorias, hospitais, bancos e financeiras, escolas e universidades, clubes, transportes, segurança, energia elétrica, comunicações, rádio e televisão, jornais e revistas, lojas e supermercados, shopping centers, teatros e cinemas, entre outros. Há uma variedade considerável de empresas prestadoras de serviços, cuja missão é oferecer atividades especializadas ao mercado. As empresas que produzem serviços são geralmente denominadas empresas não industriais ou prestadoras de serviços, ou ainda empresas terciárias (CHIAVENATO, 2005). A denominação terciária é devida ao fato de as empresas sempre estarem na última etapa do processo produtivo e quase sempre dependentes dos insumos provindos de outras empresas que os fornecem. Para abranger a totalidade das empresas – sejam elas produtoras de produtos ou prestadoras de serviços – nos referiremos a produtos/serviços como resultantes das operações das empresas. Prestar serviços significa transformar insumos – como dados ou informação, energia e materiais – em uma atividade útil para o cliente. Embora intangível muitas vezes, o serviço requer quase sempre uma plataforma de materiais para se tornar realidade. A propaganda transforma ideias em comunicação e requer televisão ou outdoors para configurá-la. A escola transforma conceitos em educação e requer uma plataforma física, como salas de aula, computadores, livros, entre outros. As empresas de transporte transformam seus equipamentos em serviços de locomoção para o cliente. Assim, a maioria dos exemplos de serviços requer materiais. No caso de uma UAN, após elaborado o cardápio, vamos partir para a compra de alimentos que irão compor este cardápio, certo? O pedido de compras é a descrição e compilação de todo o material necessário para a execução do cardápio, em um período de tempo determinado 37 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. (semanal, quinzenal, mensal, semestral, entre outros). Não só os gêneros alimentícios, bem como material de limpeza, escritório e embalagens (materiais considerados como não alimentar) deverão ser planejados. Os fornecedores são listados e a partir dos gêneros comercializados por cada um, cria-se um quadro com a nomeação dos materiais e gêneros alimentícios com respectivas quantidades. É importante atentar para o tipo de embalagem comercializada e volume da entrega. Caso o volume da UAN seja pequeno, os fornecedores concordam em atender aos pedidos poucas vezes na semana, ou até mesmo uma entrega mensal. As dimensões da área de estocagem, portanto, devem ser de acordo com o volume de produção da unidade e localização. Ainda que o volume seja grande, mas, a UAN
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