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PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 TUTORIA 9 – PROBLEMA 8 OBJETIVOS 1- ANALISAR A ESCLEROSE MÚLTIPLA, CONSIDERANDO O CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, ETIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA, DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PROGNÓSTICO. 2- DESCREVER OS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS (ESPECIALMENTE DO ESPECTRO NEUROMIELITE ÓPTICA). ANALISAR A ESCLEROSE MÚLTIPLA, CONSIDERANDO O CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, ETIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA, DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PROGNÓSTICO ESCLEROSE MÚLTIPLA Conceito: é caracterizada por áreas multifocais de desmielinização no encéfalo e na medula espinal, com infiltrados de células inflamatórias, gliose reativa e degeneração axonal Alguns locais no sistema nervoso podem ser alvo preferencial da desmielinização característica da doença, o que explica os sintomas mais frequentes: o cérebro, o tronco cerebral, os nervos ópticos e a medula espinhal. EPIDEMIOLOGIA No Brasil, estima-se que existam 40.000 casos da doença, uma prevalência média de 15 casos por 100.000 habitantes, conforme a última atualização da Federação Internacional de Esclerose Múltipla e Organização Mundial da Saúde publicadas em 2013. O número estimado de pessoas com Esclerose Múltipla no mundo aumentou de 2,1 milhões em 2008 para 2,3 milhões em 2013. A incidência anual varia entre 1,5 e 11 por 100.000 habitantes. A prevalência é estimada entre 350.000 e 400.000 nos Estados Unidos, e mundialmente mais de 1.000.000, mas esses números podem estar subestimados, por causa do reconhecimento incompleto da doença mesmo nos países desenvolvidos. A EM situa-se em segundo lugar como causa mais comum de incapacidade neurológica em adultos jovens, após as causas traumáticas cranioencefálicas. Ocorre 2 a 2,5 vezes mais frequentemente em mulheres que em homens, uma predileção comum para as doenças autoimunes. Mais frequente na terceira e quarta décadas de vida, mas com uma faixa etária de incidência desde adolescentes pós-púberes até pessoas ao redor de 50 anos. A EM é mais comum em pessoas brancas, de descendência do norte da Europa, que desenvolvem EM com quase o dobro da frequência dos afro- americanos nos Estados Unidos. É mais prevalente em latitudes temperadas e se torna menos comum em direção ao equador, talvez explicado, em parte, pela migração de pessoas com os mesmos padrões genéticos. Entretanto, a ausência de penetrância genética completa em estudos de gêmeos monozigóticos sugere fatores ambientais para a doença. Vários estudos associaram o tabagismo ao risco de EM. Os altos níveis de vitamina D e exposição precoce excessiva à luz solar (queimaduras solares) associaram- se ao menor risco de EM, possivelmente relacionada com os efeitos benéficos de colecalciferol na regulação das respostas das células imunes. FATORES DE RISCO As causas envolves predisposição genética (com alguns genes já identificados que regulam o sistema imunológico) e combinação com fatores ambientais, que funcionam como “gatilhos”: Infecções virais (vírus epstein-barr) Exposição ao sol e consequente níveis baixos de vitamina D prolongadamente Exposição ao tabagismo Obesidade Exposição a solventes orgânicos PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 Estes fatores ambientais são considerados na fase da adolescência, um período de maior vulnerabilidade. 10% a 20% dos pacientes com EM possuem um parente de primeiro grau com outra doença autoimune, como AR, LES e doença tireóidea autoimune. Doença de hashimoto e doença de crohn também podem ser mais comuns em pacientes com EM. PATOLOGIA A evidência sugere a possibilidade de que o evento inicial na EM possa ser uma agressão aos oligodendrócitos, com subsequente ativação de células imunes residentes e recrutamento secundário de outras células imunes em estágios tardios. As lesões clássicas, chamadas de Placas Desmielinizantes, estão localizadas nos nervos ópticos, substância branca periventricular, substância branca profunda, substância branca justa cortical, corpo caloso, pedúnculos cerebelares e medula espinal dorsolateral. Em nível microscópico, geralmente são vistas múltiplas áreas de infiltrados inflamatórios perivenulares com extravasamento para o parênquima circundante. Além da entrada de células imunes circulantes, ocorre a ativação da Astroglia e a proliferação de precursores de Oligodendrócitos em resposta à lesão. Com o passar do tempo, a inflamação se torna menos proeminente no centro da placa, mas um anel de inflamação crônica ativa com células microgliais subsiste em uma fronteira bem demarcada entre a mielina normal e a anormal. Embora os Oligodendrócitos possam sobreviver, se proliferar e resultar em remielinização parcial (“placas de sombra”) em casos precoces, este processo é completado com dificuldade na EM. Com o passar do tempo, a remielinização é menos bem-sucedida, e as células progenitoras de Oligodendrócitos parecem incapazes de se diferenciar em Oligodendrócitos Maduros. O número de axônios lesionados se correlaciona com a intensidade da inflamação. Além disso, observam-se no córtex dano axonal e apoptose neuronal. A atrofia encefálica e da medula espinal ocorre mais rapidamente na EM que no envelhecimento normal, refletindo a perda de mielina e axônios. FORMAS CLÍNICAS Remitente Recorrente: É a mais comumente encontrada (80% dos casos), sendo caracterizado por fases de agressão autoimune espaçadas por períodos de remissão da doença. Inicialmente ocorre uma lesão inflamatória no SNC, súbita e transitória que pode ser autolimitada, sem deixar sequelas, com duração um pouco maior de 24h. Após a agressão existe o período de remissão, quando não há dano evidente até que ocorra um novo surto de maneira mais agressiva, gerando lesão à bainha de mielina de forma irreversível As lesões geradas nos surtos vão se acumulando e ocasionando danos mais graves ao SNC. Consequentemente, os sintomas tornam-se mais intensos e cumulativos. Primariamente Progressiva A terceira forma corresponde a cerca de 10% dos casos, é a forma primariamente progressiva. Neste caso a doença não é uma evolução da forma remitente recorrente como vimos anteriormente, pois não há períodos de surto bem definidos desde o início da doença. As alterações nessa fase são sempre progressivas! É possível que em algum momento da evolução clínica haja a evidência de surtos, mas de forma isolada e bem menos evidente do que nas demais formas. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 Secundariamente Progressiva A forma secundariamente progressiva é a evolução da forma remitente recorrente ocorrendo em até 85% dos casos. Neste caso, inicialmente existem períodos bem definidos de surtos e remissões até que com a progressão da doença as fases de surtos já não são bem identificadas clinicamente. A doença evolui progressivamente com acúmulo de lesões ao SNC e sequelas crônicas. É possível que existam novos surtos identificados, mas de forma bem menos intensa do que na fase inicial (remitente recorrente). Para fixar: a marca dessa fase é a evolução da doença de forma progressiva sem surtos bem definidos clinicamente, mas sempre com história prévia da forma remitente recorrente bem identificadas. PRIMÁRIA PROGRESSIVA: SINTOMAS COMUNS: medulares (56%), piramidais (12,1%), cerebelares (12,1%), óptico (9,7%) e de tronco (9,7%). SECUNDARIAMENTE PROGRESSIVA: SINTOMAS COMUNS: ópticos (29,2%), medulares (24,3%), piramidais (17%), sensitivos (14,6%). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A EM pode apresentar-se por muitas formas clínicas em uma ampla faixa de idade e pode inicialmente simular uma grande variedade de doenças. A intensidade muitas vezes branda dos primeiros sintomas frequentemente não incentiva o paciente a procurar atenção médica ou é insuficientemente valorizada pelo médicopara solicitar exames diagnósticos. Além disso, os pacientes podem inicialmente ter poucos sinais neurológicos objetivos, especialmente entre os surtos. A esclerose múltipla pode envolver qualquer parte do sistema nervoso central, de modo que a lista de sintomas e sinais pode ser infinita. Caracteristicamente a doença é descrita como disseminada no tempo e no espaço, o que implica comprometimento de diversas áreas do sistema nervoso central e em épocas diferentes. Evolui na maioria dos casos com exacerbações e remissões. Os sintomas iniciais mais comuns da esclerose múltipla são: Alteração da visão Alteração de sensibilidade Fadiga Depressão Urgência miccional Fraqueza Alteração de equilíbrio Coordenação prejudicados Alterações Sensitivas Parestesias e perdas parciais de qualquer tipo de sensibilidade são comuns e geralmente localizadas (p. ex., em uma ou ambas as mãos ou pernas). Vários distúrbios sensoriais dolorosos (p. ex., queimação ou sensação de choque elétrico) podem ocorrer espontaneamente ou em resposta ao toque, em especial quando a medula é afetada. Um exemplo é o sinal de Lhermitte, uma dor como choque elétrico na coluna ou nas pernas, à flexão do pescoço. As alterações sensoriais objetivas tendem a ser transitórias e de difícil demonstração no início da doença. Alterações Visuais A neurite óptica é uma síndrome de apresentação clássica, com diminuição da acuidade visual em um olho. Os pacientes muitas vezes se queixam de dor ocular que piora com o movimento de lateralização do olho. O comprometimento visual pode ser descrito PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 como olhar através de vidro fosco ou uma cortina. Os casos mais graves resultam em perda total da percepção luminosa. Na maioria dos casos agudos de neurite óptica, a inflamação é retrobulbar (atrás do disco óptico), de modo que nenhuma alteração imediata é visível no disco óptico, levando ao aforismo “o paciente não vê nada e o médico nada vê”. A maioria dos pacientes recupera espontaneamente a visão após semanas ou meses. O comprometimento visual por lesão no tronco cerebral ou no cerebelo leva à diplopia franca ou apenas visão turva, especialmente quando olham para um lado rapidamente (oftalmoplegia internuclear; manifesta como adução retardada ou ausente de um olho, com nistagmo de abdução do olho contralateral). Visão turva por dano cerebelar com nistagmo é muito comum na EM e frequentemente é pior ao olhar extremo lateral ou vertical. Oscilopsia, a sensação de que o ambiente está se movendo quando na realidade não está, é outro sintoma de coordenação cerebelar prejudicada nos olhos. Alterações Motores Os mais comuns na EM são fraqueza e coordenação prejudicada em um membro, com comprometimento ascendente de distal a proximal e comumente se alastrando ao membro contralateral ou ipsilateral. Em geral, reflete lesão do trato corticoespinhal na medula espinhal, afetando de preferência os membros inferiores, sendo bilateral e espástica. A fraqueza pode ser grave e resultar em uma paralisia óbvia ou ser tão sutil a ponto de ser indetectável. Na EM instalada há vários anos, os sinais clássicos de tratos corticoespinais são muitas vezes evidentes e se manifestam com marcha espástica (hemiparética ou paraparética), espasmos musculares e clônus. Os reflexos tendinosos profundos (p. ex., Reflexos Patelar e Aquileu) estão geralmente aumentados, com resposta extensora plantar (sinal de Babinski). Disfunção Autonômica Geralmente ocorre como consequência do envolvimento da medula espinhal. Os sintomas vesicais são extremamente comuns. Uma anamnese cuidadosa pode revelar padrões isolados ou mistos de disfunção urinária, urgência, incontinência ou retenção. As infecções do trato urinário, que são comumente resultado da disfunção vesical, podem agravar os sintomas associados à EM. A disfunção intestinal comumente se manifesta sob forma de obstipação, que pode ser primária (relacionada com o comprometimento da medula espinal) ou secundária (relacionada com a desidratação autoinduzida para reduzir o número de micções ou efeitos colaterais dos anticolinérgicos). Disfunção sexual é também comum e pouco discutida na EM. Em homens, a disfunção erétil é frequente. Em mulheres e homens, a perda de libido e a incapacidade de obter orgasmo podem ocorrer como resultado de medicação, perda de sensibilidade, piora dos sintomas induzida pelo calor, barreiras físicas ao intercurso (lubrificação vaginal reduzida, espasticidade e dor), depressão e distúrbios de autoestima. Sintomas Sistêmicos A fadiga, comum na EM, pode estar ligada à depressão, mas frequentemente ocorre independentemente dela e pode ser o sintoma mais incapacitante da doença. A fadiga diurna, mesmo depois de uma boa noite de sono, pode ocorrer no meio da tarde e ser descrita como estando “aéreo” ou completamente esgotado. Muitos pacientes obtêm benefício com um cochilo diurno curto. A sensibilidade ao calor, que é um sintoma clássico da EM, ocorre só em alguns pacientes. Os sintomas usualmente melhoram com o resfriamento. Alguns pacientes se queixam que os sintomas pioram com o tempo frio, provavelmente relacionados à disfunção dos músculos com espasmos dolorosos. Gravidez Muitas mulheres com EM conseguem gerar vários filhos, e a atividade da EM diminui durante o curso da gravidez, especialmente no terceiro trimestre, quando a frequência de exacerbações é reduzida. As recidivas são mais frequentes nos primeiros seis meses do puerpério, mas não há evidência que indique que a gravidez modifique a história natural da doença. DIAGNÓSTICO Critérios clínicos PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 RM de encéfalo e medula espinhal Algumas vezes, concentrações de IgG no líquor e potencial evocado. Suspeita-se de esclerose múltipla em pacientes com oftalmoplegia internuclear e outros sintomas que a sugiram, em particular se os déficits forem multifocais e intermitentes. Se houver suspeita de ES, fazem-se RM cerebral e RM medular espinhal. Exame de Imagem A RM é o exame de imagem mais sensível para EM e pode excluir outras doenças tratáveis que a mimetizam, como lesões desmielinizantes na junção da medula espinal e medular (p. ex., cisto subaracnóideo, tumores do forame magno). A utilização do contraste gadolínio pode diferenciar as placas ativamente inflamadas das placas antigas. Além disso, ímãs RM de campo mais alto (3 a 7 Tesla) podem distinguir placas EM perivenulares de lesões inespecíficas de massa branca. Exames adicionais Se a RM e resultados clínicos não são diagnósticos, podem ser necessários exames adicionais para demonstrar objetivamente anormalidades neurológicas distintas. Esses testes podem incluir potenciais evocados e, ocasionalmente, exame do líquor ou exames de sangue. Potenciais evocados (retardos nas respostas elétricas a estímulos sensoriais), geralmente é mais sensível para EM do que os sintomas ou sinais. As respostas visuais evocadas são sensíveis e particularmente úteis em pacientes sem lesões cranianas confirmadas (p. ex., naqueles com lesões apenas na medula espinhal). Os potenciais evocados somatossensoriais e os potenciais evocados do tronco encefálico são medidos algumas vezes. Exame do líquor é feito cada vez menos (porque o diagnóstico geralmente pode ser baseado em RM), mas pode ser útil se RM e resultados clínicos são inconclusivos ou se infecção (p. ex., a doença de Lyme CNS) deve ser descartada. Testes do líquor, incluindo pressão de abertura, contagem de células com diferencial, proteína, glicose, IgG, bandas oligoclonais e geralmente proteína básica de mielina e albumina. A quantidade de IgG costuma estar elevada como uma porcentagem dos componentes do líquor,como a proteína (normalmente < 11%) ou albumina (normalmente < 27%). As concentrações de IgG correlacionam-se à gravidade da doença. As bandas IgG oligoclonais podem, em geral, ser detectadas por eletroforese do líquor. A proteína básica de mielina pode estar elevada durante a desmielinização ativa. A contagem de linfócitos do líquor e o conteúdo de proteínas podem estar discretamente elevados. Exames de sangue podem ser necessários. Em alguns casos, doenças sistêmicas (p. ex., Lúpus Eritematoso Sistêmico) e infecções (p. ex., doença de Lyme) podem mimetizar EM e devem ser excluídas por exames de sangue de rotina. Os exames de sangue para medida de anticorpos IgG específicos para Neuromielite Óptica (anticorpos para aquaporina-4 [também conhecido como NMO-IgG]) podem ser realizados para diferenciar essa doença da esclerose múltipla. PROGNÓSTICO A evolução da esclerose múltipla é muito variável e imprevisível. Na maioria dos pacientes, em especial quando a EM se inicia com neurite óptica, as remissões podem durar de meses a > 10 anos. A maioria dos pacientes com síndrome clínica isolada em algum momento terá EM, com uma segunda lesão tornando-se evidente ou a RM detectando uma lesão, geralmente em 5 anos após o início dos sintomas. Tratamento com tratamentos que modificam a doença pode postergar essa progressão. Se os pacientes têm uma síndrome radiologicamente isolada, a progressão para EM é um risco, mas são necessários estudos adicionais desse risco. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 Se a RM inicial cerebral ou espinhal mostra doença mais extensa, os pacientes podem ter risco de deficiência precoce, assim como pacientes com sintomas motores, intestinais e/ou vesicais têm quando se apresentam. Alguns pacientes, como homens com início do quadro na meia-idade e com exacerbações frequentes podem se tornar rapidamente incapacitados. O tabagismo pode acelerar a progressão da doença. A sobrevida é reduzida apenas em casos muito graves. CUIDADOS DE SUPORTE Encorajamento e tranquilização ajudam os pacientes com esclerose múltipla. Exercícios regulares (p. ex., bicicleta ergométrica, esteira, natação, alongamento exercícios de equilíbrio), com ou sem fisioterapia, são recomendados, mesmo para pacientes com EM avançada, em razão do condicionamento cardíaco e muscular, redução de espasticidade, prevenção de contraturas e quedas, e dos benefícios psicológicos. Suplementos de vitamina D (800 a 1.000 unidades diariamente) podem diminuir risco de progressão da doença. Deve-se monitorar os níveis de vitamina D no soro para assegurar que a dosagem é adequada. A vitamina D também reduz o risco de osteoporose, particularmente em pacientes com risco maior devido a mobilidade reduzida ou em uso de corticoides. Os pacientes devem manter as atividades normais à medida do possível e devem evitar trabalho excessivo, fadiga e exposição a excesso de calor. Devem parar de fumar. A vacinação parece não aumentar o risco de exacerbações. Os pacientes debilitados necessitam de medidas para a prevenção de úlceras de decúbito e infecções do trato urinário; pode ser necessário autocateterismo urinário intermitente. DESCREVER OS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS (ESPECIALMENTE DO ESPECTRO NEUROMIELITE ÓPTICA) ENCEFALOMIELITE AGUDA DISSEMINADA (ADEM) A ADEM ocorre após infecção viral ou bacteriana ou após uma vacinação. Os vírus identificados como responsáveis pela ADEM foram: os vírus da família do herpes, do sarampo, da caxumba, do HIV, da hepatite, da dengue, do enterovírus, entre outros: bactérias Chlamydia, Legionella, Borrelia birgdorferi, Listeria e vacinas da hepatite B, sarampo, caxumba, pólio, tétano etc. São raros os casos em que há conversão da ADEM para EM. Seu diagnóstico se caracteriza por um sintoma único de gravidade variável com a evidência do quadro febril ou vacinal precedendo de 1 a 4 semanas a instalação dos sintomas. NEUROMIELITE ÓPTICA (NMO) A NMO acomete somente a medula espinhal e o nervo óptico. Para seu diagnóstico, é necessária a presença de lesões na medula espinhal com extensão maior que 3 corpos vertebrais, assim como uma ampla extensão transversal associada a NO com a ressonância magnética do encéfalo normal. Uma característica da doença recorrente é não apresentar progressão entre as recidivas, elas ocorrem de forma súbita e com somatória da incapacidade. MIELOPATIA AGUDA TRANSVERSA Doença inflamatória que não tem evolução para EM. Apresenta evolução monofásica, que nem sempre tem sequelas graves. DOENÇA DE MARBUG Doença monofásica com intensa desmielinização com acentuada infiltração de macrófagos, amplas áreas de desaparecimento de mielina, edema e lesão axonal. Doença de Balo Fenômeno isolado ou que pode proceder o desenvolvimento da EM. Apresenta lamelas PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 concêntricas de substância branca e desmielinização alternas por lamelas de substância branca mielinizada ou em remielinização (sinal da casca de cebola).
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