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Anatomofisiologia do RN + Exame físico

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1 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
Anatomofisiologia do feto recém-
nascido 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
1. Conhecer a classificação do RN de acordo com IG, o 
peso/IG, reconhecendo a importância desta 
classificação. 
2. Entender os aspectos fisiológicos dos diferentes 
sistemas orgânicos do RN destacando a importância 
prática das mesmas. 
3. Conhecer as peculiaridades do exame físico do RN, 
identificando as suas aplicações práticas. 
 
CRESCIMENTO FETAL 
Linear a partir do término da organogênese até o fim da 
gravidez 
Curvas de crescimento intrauterino → Obtida a partir dos 
percentis do peso para cada idade gestacional 
As curvas representam bom método para diagnóstico da 
adequação do CIU, devendo ser usadas em todos os serviços 
de recém nascidos. Classificam o RN como: 
 Adequado para a idade gestacional – AIG 
 Pequeno para a idade gestacional – PIG 
 Grande para a idade gestacional – Grande 
 
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO FETAL 
CLASSIFICAÇÃO DO RN DE ACORDO COM O 
CRESCIMENTO INTRA-ÚTERO 
Os RN devem ser classificados segundo o peso e a idade 
gestacional em uma das seguintes categorias: 
QUANTO À IDADE GESTACIONAL 
RN pré-termo < 37 semanas 
RN termo 37 semanas – 41 semanas 
e 6 dias 
RN pós-termo ≥ 42 semanas 
 
QUANTO AO PESO 
Pequeno para a IG → PIG Peso abaixo do percentil 
10 
Adequado para a IG → AIG Peso entre percentil 10 e 
90 
Grande para a IG → GIG Peso acima do percentil 
90 
 
DE ACORDO COM O PESO AO NASCER 
Baixo peso → BP < 2.500g 
Muito baixo peso ao nascer 
→ MBPN 
< 1.500g 
Extremo baixo peso ao 
nascer 
< 1.000g 
 
 
2 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
Peso insuficiente 2.500g – 2.999g 
Peso adequado 3.000 – 3.800 
Macrossomia ≥ 4.000g 
*Classificação do MS apenas em relação ao peso 
CURVAS DE CRESCIMENTO FETAL 
Alguns serviços, ao invés de utilizar os gráficos com 3 curvas, 
utilizam tabelas 
 
AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL 
 Dados USG 1º trimestre → PADRÃO OURO INTRA-
ÚTERO → Se entre 8 e 14 semanas 
 DUM (data da última menstruação) → Método de 
escolha entre os pediatras 
 Altura de fundo de útero → Medida utilizada pelos 
obstetras 
 Exame físico do RN → Método de Capurro → 
PADRÃO OURO APÓS O NASCIMENTO 
MÉTODO DE CAPURRO 
 
Cinco variáveis que devem ser pontuadas a partir do exame 
físico RN voltado para o método de Capurro: 
(1) Formação do mamilo 
(2) Textura da pele 
(3) Forma da orelha 
(4) Glândula mamária 
(5) Pregas plantares 
ATENÇÃO! 
SE < 12 HORAS → CAPURRO SOMÁTICO (porque o bebê 
nasce sonolento) 
SE > 12 HORAS → CAPURRO SOMÁTICO NEUROLÓGICO 
 
CAPURRO SOMÁTICO NEUROLÓGICO 
Igual ao somático, mas: 
 Com + 2 variáveis do exame neurológico → Sinal do 
cachecol + posição da cabeça 
 Não leva em consideração a avaliação da formação 
da glândula mamária 
CONSTANTES 
 Somático → 204 
 Somático neurológico → 200 
 Ambos são divididos por SETE para obter a idade 
gestacional em semanas. 
IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO DO RN DE ACORDO COM 
O PESO E IDADE GESTACIONAL 
 Mortalidade e morbidade são diferentes nos 
diversos grupos de RN 
 A mortalidade diminui com o aumento da idade 
gestacional 
 Para qualquer IG a mortalidade diminui com o 
aumento do peso 
Mortalidade infantil: óbito até 1 ano de vida; desse total, 
70% são representadas pelo óbito neonatal, principalmente 
o precoce, que acontece nos primeiros 6 dias de vida. 
 
 
3 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
 
FISIOLOGIA DO FETO E DO RN: ADAPTAÇÃO À 
VIDA EXTRA-UTERINA 
 Mudança de habitat 
Meio intrauterino Meio extrauterino 
Escuro Aéreo 
Quente Temperatura instáveis 
Pouco ou mínimo estímulo 
sensorial 
Estímulos sensoriais 
aumentados e constantes 
 Interrupção abrupta da interação feto-materno-
placentária 
Durante a vida fetal, a respiração, nutrição e eliminação de 
catabólitos são realizados pelo organismo materno. Já na 
vida extrauterina, essas atividades passam a ser realizadas 
pelo próprio bebê. 
ADAPTAÇÃO PULMONAR 
Sistema respiratório → Começa a ser formado 26 dias após 
a concepção 
Com a idade gestacional de 18 a 20 semanas ⇢ Células 
epiteliais tipo I 
⇩ 
De 23 a 24 semanas ⇢ Diferenciação em células epiteliais 
tipo II 
*As células epiteliais tipo II são responsáveis pela 
sintetização, armazenamento e secreção do surfactante 
⇩ 
28 semanas ⇢ Secreção ativa de surfactante; mas ainda 
insuficiente 
⇩ 
34 a 36 semanas ⇢ Secreção ativa de surfactante em 
quantidade suficiente 
⇩ 
37 a 40 semanas ⇢ PROCESSO DE MATURAÇÃO 
PULMONAR COMPLETO 
SURFACTANTE: substância tensoativa complexa composto 
por lipídios, proteínas e carboidratos. É responsável por 
cobrir os alvéolos e reduz a sua tensão superficial, 
impedindo que eles colabem durante o processo 
respiratório. 
Por isso, se a mãe entra em trabalho de parto com menos de 
35 semanas, se faz uma injeção de CORTICOIDE para 
ACELERAR O PROCESSO DE MATURAÇÃO PULMONAR. E, se 
mais do que 35 semanas, não faz o corticoide. 
Um dos parâmetros para saber se o bebê é vigoroso é a 
respiração, que já se mostra no primeiro momento. 
A primeira respiração é realizada logo que o RN deixa o canal 
de parto. 
RESPOSTA RESPIRATÓRIA 
Estímulo sensorial representado pela exposição ao ar mais 
frio, somado a outros estímulos, como: pressão intrauterina 
e pressão atmosférica. 
FATORES IMPORTANTES NA INSTALAÇÃO DE UMA 
RESPIRAÇÃO AÉREA PERFEITA 
1. A reabsorção dos líquidos que banhavam a árvore 
respiratória 
No início do trabalho de parto, já tem início a ação 
das catecolaminas para estimular a reabsorção do 
líquido; se parto normal, o restante do líquido sai 
dos pulmões durante o processo. 
2. A presença adequada da quantidade do líquido 
surfactante nos alvéolos para impedir a atelectasia 
CIRCULAÇÃO FETAL 
A PLACENTA É O PULMÃO DO FETO, logo, a placenta é o 
órgão responsável pela oxigenação do sangue fetal, uma vez 
que, na vida intrauterina, os pulmões não conseguem prover 
 
 
4 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
as trocas gasosas e os vasos responsáveis pela circulação 
pulmonar estão vasoconstrictos. 
O feto contém 3 ESTRUTURAS EXCLUSIVAS RESPONSÁVEIS 
PELA MANUTENÇÃO DA CIRCULAÇÃO EM PARALELO COM O 
PLACENTA: 
(1) DUCTOS VENOSUS, 
(2) FORAME OVAL e 
(3) DUCTOS ARTERIOSUS 
ATENÇÃO! O (1) DUCTUS VENOSUS, (2) FORAME OVAL e (3) 
DUCTOS ARTERIOSOS são EXCLUSIVOS DO FETO e o 
auxiliam na manutenção da circulação em paralelo com a 
placenta. Por isso, são muito importantes para a vida 
uterina. Entretanto, se essas estruturas persistirem após o 
nascimento, passam a ser consideradas patológicas. 
A CIRCULAÇÃO FETAL 
Presença do ducto venoso, ducto arterioso e forame oval. 
 Ducto venoso – Comunica a VEIA UMBILICAL com 
a VEIA CAVA INFERIOR 
 Ducto arterioso – Liga a ARTÉRIA PULMONAR com 
a ARTÉRIA AORTA 
 Forame oval – COMUNICAÇÃO INTERATRIAL 
A veia umbilical traz sangue oxigenado da mãe até o bebê 
através da placenta. O sangue passa pelo DUCTO 
VENOSO, e, uma parte vai para o parênquima hepático e a 
outra vai para a veia cava inferior. Quando chega ao átrio 
direito, uma parte do sangue passa para o átrio esquerdo 
(através do FORAME OVAL) e a outra parte segue para o 
ventrículo direito, se misturando com o sangue que está 
retornando pela veia cava superior. O sangue então segue 
para o tronco pulmonar e chega até os pulmões e ao DUCTO 
ARTERIOSO (passagem unidirecional do tronco pulmonar até 
a artéria aorta – fluxo unidirecional porque os pulmões do 
feto estão cheios de líquido, que aumenta a resistência dos 
vasos e dificulta a passagem do sangue, provocando 
aumento da pressão nas artérias). Quando o ducto arterioso 
se conecta com a artéria aorta, o sangue mais oxigenado vai 
para cabeça e membros superiores, e, o sangue menos 
oxigenado, segue através da aorta descendente até as 
artérias ilíacas e artérias umbilicais emdireção à placenta. 
*Pulmão – ↑ resistência 
*Placenta – ↓ resistência 
 
DIFERENÇAS DA CIRCULAÇÃO NORMAL 
1. Placenta é responsável por oxigenar o sangue do 
feto; não o pulmão. 
2. Há mistura do sangue oxigenado e desoxigenado. 
 
 
5 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
 
APÓS O NASCIMENTO 
 Não há mais placenta 
 Não há mais veias e artérias umbilicais 
 A veia umbilical se torna o ligamento umbilical 
 Não há mais ducto venoso 
 O forame oval se fecha 
 O ducto arterioso se transforma em ligamento 
arterioso 
 A resistência pulmonar é menor 
CORDÃO UMBILICAL NORMAL ⇢ DUAS ARTÉRIA E UMA 
VEIAS 
 
→ O ducto venoso já deixa de existir quando se corta 
o cordão umbilical. 
→ A mudança de pressão faz com que o forame oval 
seja fechado. 
Todo esse processo ocorre nas primeiras 24 horas de vida 
do RN. Por isso, é MUITO importante auscultar o coração do 
bebê nas primeiras horas de vida para avaliar a sua evolução 
e o forame oval realmente fechou. 
TESTE DO CORAÇÃOZINHO 
Ideal: 24 a 48 H DE VIDA NO MÁXIMO 
→ Primeira oximetria SEMPRE PRECISA SER NO 
MEMBRO SUPERIOR DIREITO (pré-ductal). A pós 
ductal pode ser em qualquer membro. 
→ A diferença entre o pré e pós-ductal não pode ser 
maior do que 3%. 
→ Se alterado, sempre observar e investigar quais 
podem ser as variáveis, além de REFAZER O EXAME 
APÓS 1 HORA. Se mantiver alterado, o bebê NÃO 
PODERÁ RECEBER ALTA após as 48 horas do 
nascimento. 
ATENÇÃO! Se o bebê for muito prematuro (< 34 semanas), 
NÃO TEM EFICÁCIA. ACIMA DE 34 SEMANAS PRECISA SER 
FEITO EM TODOS OS RN. 
SISTEMA HEMATOPOIÉTICO 
Inicia-se por volta do 13º dia de gestação a partir do TECIDO 
MESENQUIMAL. 
3º ao 4º mês de gestação ⇢ FÍGADO produz grande 
quantidade de eritroblastos, megacariócitos e granulócitos, 
sendo auxiliado pelo timo e baço. 
No último trimestre ⇢ MEDULA ÓSSEA ASSUME O PAPEL 
PRINCIPAL NA PRODUÇÃO 
VALORES HEMATOLÓGICOS NORMAIS 
 Volemia 
− 80 mL/kg – RNT 
− 90 mL/kg – RNPT 
 Vida média eritrocitária 
− 70 dias 
*Menor do que a de crianças maiores (120 
dias) 
 Presença de hemoglobina fetal 
− 65% dos RNT 
− 90% dos RNPT 
 Hemoglobina 
− ~17 g/dL (14 a 20 g/dL) 
 Hematócritos 
− 55% (43 a 63%) 
 Leucócitos 
− Ao nascimento: contagem leucocitária média 
de 15.000/mm3 (9.000 a 25.000mm3) e 
predominância dos NEUTRÓFILOS 
O número total de leucócitos diminui 
gradualmente na primeira semana de vida 
− Após a 1ª semana: níveis médios de 
12.000mm3 e predomínio de LINFÓCITOS 
 
 
6 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
ATENÇÃO! O leucócito do bebê já é um pouco mais elevado. 
Saber bem o parâmetro para entender quando o bebê está 
em sepse. 
 Plaquetas 
− Cerca de 200.000mm3 
− Funcionamento normal 
 Fatores de coagulação 
− II, VII, IX e X – DEPENDENTES DE VITAMINA K 
→ Estão DIMINUÍDOS NO PLASMA; portanto, 
podem causar a doença hemorrágica do RN 
ATENÇÃO! Vitamina K em sala de parto → Feita para 
estimular a produção dos fatores de coagulação K-
dependentes 
REGULAÇÃO DA TEMPERATURA 
Normalmente, a temperatura fetal é menor do que a 
materna. Logo após o nascimento, o RN sofre uma queda 
rápida da temperatura (de 2 a 3°C) porque os meios de que 
o RN dispõe para manter sua 6emperature constante são 
imperfeitos. Logo, se não forem tomadas as medidas 
necessárias, ele pode sofrer hipotermia. 
PRECAUÇÕES NECESSÁRIAS: 
 Acolhê-lo em campos aquecido para diminuir a 
perda de calor 
 Secar imediatamente o RN para diminuir a perda de 
calor por evaporação 
 Impedir correntes de ar 
 Fonte de calor irradiante 
HIPOTERMIA NO RN: pode causar hipoglicemia, risco 
aumentado de hipóxia, acidose metabólica, constricção dos 
vasos pulmonares e evolução para óbito. 
NORMOTEMIA DO BEBÊ – 36,5 a 37,5°C 
APARELHO DIGESTIVO 
Logo após o nascimento, o tubo digestivo já está em 
condições de funcionar – As enzimas digestivas estão 
presentes e em boas condições. 
 O ar preenche rapidamente o tubo intestinal em 
cerca de 3 horas 
 Ao nascimento, o intestino contém de 60 a 200g 
de mecônio ⇢ Material verde escuro formado por 
resíduos de secreção mucosa do tubo digestivo e 
corado por bile 
 A primeira evacuação ocorre nas primeiras 24 horas 
em 90% das vezes 
 NENHUM RN PODE RECEBER ALTA SE NÃO TIVER 
ELIMINADO O MECÔNIO 
 O pH gástrico inicialmente é neuro; e torna-se ácido 
após algumas horas 
 A capacidade gástrica e reduzida 
 Reflexo de sucção-deglutição ⇢ Desenvolve-se por 
volta da 32ª e 34ª semana de gestação. Logo, RN 
pré-termo < 32-34 semanas precisa passar um 
tempo na UTI para ser estimulado, só podendo 
receber alta após o desenvolvimento desse reflexo 
POSSÍVEIS ALTERAÇÕES 
→ Fezes hipocoradas → ATRESIA DE VIAS BILIARES 
→ Não eliminação de mecônio após 48 horas de vida 
→ OBSTRUÇÃO INTESTINAL, MEGACÓLON 
CONGÊNITO (doença de Hirsprung) 
RIM 
 Também imaturo 
 A produção de urina se inicia no 4º mês de 
gestação 
 Ao nascimento, a bexiga contém 30-50mL de urina 
 Alguns RNs já urinam na sala de parto 
 99% das diureses acontecem nas primeiras 24 horas 
de vida 
 COM 48 HORAS TODOS OS RNS JÁ DEVEM TER 
URINADO → CRITÉRIO DE ALTA 
 Nos primeiros dias, a urina pode apresentar 
sedimento de cor vermelho tijolo → Uratos → Pode 
ser confundido com sangue 
 A urina contém pequena quantidade de proteína 
nos três primeiros dias 
 A função renal é deficiente devido a imaturidade do 
órgão ⇢ Filtração glomerular + Excreção tubular + 
Reabsorção tubular = 15 a 30% da capacidade do 
adulto 
ATENÇÃO! INDICAÇÃO DE MEDICAÇÃO PARA RNS. Bebê em 
sepse → Doses baixas de antibiótico por causa da 
imaturidade renal 
SISTEMA NERVOSO 
Também imaturos → em estrutura e função 
O estado do SNC já é sugerido ao primeiro contato com o 
paciente a partir da (1) observação da postura, (2) 
movimentação ativa, (3) cor da pele, (4) respiração e (5) 
fácies 
TIPOS DE REFLEXOS PRÓPRIOS DO RN 
 Reflexos orais → Sucção e pontos cardeais 
 
 
7 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
 Reflexos de preensão palmar e plantar 
 Reflexo da marcha 
 Reflexo de Moro 
 Reflexo de Babinski 
COLETA DE LCR NO RN 
Alguns bebês podem ter indicação. Como existe imaturidade 
da BHE, existem algumas particularidades, como maior 
celularidade. 
Citomorfologia e bioquímica do LCR de RN de termo e 
pré-termo NORMAIS 
 RNT RNpT 
Celularidade ≤ 20 leucócitos 
(predomínio 
linfócitos/ 
monócitos) 
≤ 25 leucócitos 
Proteínas ≤ 100mg/100ml 
 
≤ 150mg/ml 
 
Glicose (mg/dL) 50% da glicemia 
concomitante 
>30 mg/dL 
50% da glicemia 
concomitante 
>20 mg/dL 
 
 Algumas indicações 
− Sepse → Pode ter meningite associada 
− Mães com sífilis → E RN com titulação maior do 
que a materna (um dos exames realizados é o 
LCR do bebe) 
− Toxoplasmose 
EXAME FÍSICO DO RN 
 Material utilizado – Antropômetro 
 Histórico materno 
− Paridade 
− Antecedentes maternos (uso de drogas, 
tabagismo e álcool) 
− Informações sobre gestações, trabalhos de 
partos e partos anteriores 
− Intercorrências no pré-natal 
 Histórico familiar 
− Consanguinidade 
− Histórico neonatal 
− Ocorrências no pré-natal, pré-parto e sala de 
parto 
− Boletim Apgar 
− Necessidade de reanimação 
− Amamentação 
 Placenta 
− Peso, coloração, odor, sangramentos, cordão 
umbilical 
O EXAME FÍSICO 
 O RN deve ser examinado DESPIDO, em ambiente 
iluminado 
 Realizar a lavagem cuidadosa das mãos e 
antebraços segundo técnicas assépticas 
 Todo o material utilizado no exame deve ser limpo 
antes e após a sua realização 
 Manejo cuidadoso do RN 
 Preferencialmente realizado ao lado da mãe para 
que ela possa tirar dúvidas mais facilmente se 
necessário 
DADOS ANTROPOMÉTRICOS 
PESO 
 RNpT < 2.500 g 
 RNT ± 3 kg 
 Pós-termo ≤ 3kg 
O bebê pode sofrer perda de 10% dos peso que nasceu no 
primeiro mês de vida. 
COMPRIMENTO 
 RNpT < 48 cm RNT ± 50 cm 
 RN pós-termo > 50 cm (variação de 46 a 51 cm) 
Medida feita com o RN deitado sobre a régua → Do 
calcanhar até a protuberância occipital 
 
PERÍMETRO CEFÁLICO 
 RNT 
− PC: 34 a 36 cm 
− PT: 32 a 34 cm 
Medida da protuberância occipital e a região mais 
proeminente da fronte. 
 No RNT → O PC é de 1 a 2 cm MAIOR que o PT = 
NORMAL – DIFERENÇA DE MAIS OU MENOS 2 CM 
ENTRE O PERÍMETRO TORÁCICO E CEFÁLICO 
 
 
8 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
*Exceção bebê PIG – pode ter diferença maior. 
 A medida do PC ao nascer pode ser super ou 
subdimensionada. Por isso, deve ser repetida 
durante o exame completo do RN após 12 horas de 
vida. São fatores que podem causar super ou 
subdimensões: 
− BSS, cefalohematoma ou cavalgamento dos 
ossos cranianos 
ATENÇÃO! Microcefalia → Está entrando entre as TORCHS. 
→ Para investigar microcefalia – PC menor que 31,9 
cm em meninos e 31,5 meninas 
→ Se bebê prematuro (RNpT – IG < 37 semanas), muda 
o parâmetro (*tabelinha – INTERGROWTH para 
idade gestacional correspondente e sexo = 2 
desvios padrão abaixo da curva de normalidade) 
 
 
Obs: Bebê a termo → Tabela da caderneta da criança/OMS; 
bebê prematuro → Idade gestacional na tabela e encontra o 
que seria abaixo de DOIS DESVIOS PADRÃO em relação à 
curva de normalidade para ver se o bebê tem microcefalia. 
PERÍMETRO TORÁCICO 
 NPT 32 a 34 cm 
Medido a partir da circunferência em torno dos mamilos. 
ATENÇÃO! Alguns bebês podem nascer com aumento das 
glândulas mamárias → NORMAL → A MÃE NÃO PODE 
APERTAR PORQUE PODE TER UMA DESCARGA E INFECTAR A 
PELE DO BEBÊ → Acontece por causa de altos níveis de 
estrógenos da mãe que passa para o bebê 
INSPEÇÃO GERAL 
 Aspecto geral 
 Postura 
 Atividade espontânea 
 Tônus muscular 
 Fácies 
As características são variáveis e próprias de cada RN termo, 
prematuro e pequeno para a idade gestacional. 
POSTURA 
 NORMAL → Membros superiores fletidos, 
inferiores semifletidos e mãos cerradas 
 
FÁCIES 
Verificar se apresenta características típicas de algumas 
síndromes. 
 Down 
 Trissomia do 13 
 Trissomia do 18 
 
SÍNDROME DE DOWN 
 
FILHO DE MÃE DIABÉTICA 
 
 
9 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
PELE E COR 
 Cianose das extremidades 
 Icterícia – MUITO COMUM 
 Vérnix caseoso (mais em bebês prematuros; a 
termo tem bem menos) 
 Edema → Normal quando LOCALIZADO 
 Milium sebáceo 
 
 Hemangiomas capilares – Frequentes e 
desaparecem em meses 
− Imaturidade do sistema vascular (desaparece 
em torno do 3º e 5º mês) 
 Eritema tóxico do RN 
− Pequenas lesões eritematopapulosas que 
regridem em poucos dias 
 
 
 
 Mancha mongólica 
 
 
NEVO PIGMENTAR MANCHA MONGÓLICA 
 
 
 
 Icterícia 
 
ATENÇÃO! Kernicterus – Complicação de uma icterícia 
neonatal importante. 
 
 
10 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
 
 
 Lanugo – Pelo mais fino (ajuda na manutenção da 
temperatura) 
 
EXAME FÍSICO ESPECIAL 
CABEÇA E PESCOÇO 
 Sempre observar as FONTANELAS 
 
 No RN TERMO a FONTANELA ANTERIOR SEMPRE 
precisa estar ABERTA . A posterior PODE vir 
FECHADA e ser fisiológico. 
− Entretanto, se a ANTERIOR VIER FECHADA AO 
NASCER SEMPRE SERÁ PATOLÓGICO → 
Comprometimento do desenvolvimento do 
SNC – CRANIOSSINOSTOSE 
 CRANIOTABES – Zona de tábua óssea depressível – 
“Consistência de bola de pingue pongue: sinal da 
bola de pingue pongue – Amolecimento e 
diminuição da espessura dos ossos do crânio; pode 
ser encontrado em casos de raquitismo, 
hiperparatireoidismo e sífilis. 
− Entretanto, PODE SER CONSIDERADO NÃO-
PATOLÓGICO EM PREMATUROS 
 
 
 Traumas durante a passagem pelo canal de parto 
− BOSSA SEROSSANGUÍNEA – NÃO RESPEITA OS 
OSSOS 
− CEFALOHEMATOMA – Mais localizada – 
LOCALIZADA NO OSSO; QUANDO COMEÇA A 
REABSORVER O BEBÊ APRESENTA ICTERÍCIA 
 
 
 
11 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
 
 MACROCEFALIA = HIDROCEFALIA 
 
 
 NECROSE DE COURO CABELUDO – Involução 
espontânea 
 
 OLHOS permanecem fechados a maior parte do 
tempo nos primeiros dias 
 PÁLPEBRAS – Frequentemente edemaciada por 
causa de conjuntivite química 
 CONJUNTIVAS são sede de hemorragia 
 ESTRABISMO FISIOLÓGICO é comum até o 3º mês 
 CATARATA pode sugerir síndrome da rubéola 
congênita 
 
 GLAUCOMA CONGÊNITO – Globos oculares 
maiores e esclerótica opaca 
TESTE DO OLHINHO OU DO REFLEXO VERMELHO (TRV) 
Ausência de reflexo vermelho pode indicar presença de 
CATARATA, RETINOBLASTOMA, CORIORRETINITE e outros 
defeitos oculares. 
NARIZ 
 Obstrução intensa e constante das vias – ATRESIA 
DE COANAS 
 CORIZA MUCOSSANGUINOLENTA – Comum em 
SÍFILIS CONGÊNITA 
BOCA, FARINGE E MANDÍBULA 
 OROFARINGE 
 Bebês com excesso de salivação → Pensar em 
ATRESIA DE ESÔFAGO 
 PÉROLAS DE EPSTEIN É FISIOLÓGICO – Desaparece 
em torno dos primeiros 3 meses 
− Aglomerados de células queratinócitas e 
sebáceas (pele + gordura) 
− Cistos de consistência rígida amarelo-
esbranquiçados 
− Muito comuns; presentes cada 4 de 5 bebês, 
aproximadamente 
− Podem aparecer na mucosa oral e palato do 
bebê 
− Podem ser confundidos com sapinho 
− Indolores; não causam qualquer desconforto 
para o bebê 
 
 
 
12 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
 
 AFTAS DE BEDNER – Exulcerações traumáticas 
(chupar o dedo constantemente, machucado 
durante higienização da boca etc.) 
 
 MACROGLOSSIA – Presente em casos de 
hipotireoidismo ou síndrome de Beckwith 
 
 MICROGNATIA – Hipoplasia de mandíbula 
 
ATENÇÃO! MICRONATIA + GLOSSOPTOSE = PIERRE-ROBIN 
 
 Presença de dente – Avaliar possível extração 
 
 LÁBIO LEPORINO e FENDA PALATINA → SEMPRE 
OBSERVAR A BOCA DO BEBÊ – Pode não ter lábio 
leporino, mas ter fenda palatina 
 
 ANQUILOGLOSSIA – Presença de do frênulo lingual 
(língua presa) → PODE ATRAPALHAR A 
AMAMENTAÇÃO 
− Só se interfere se estiver prejudicando a 
amamentação → Perda de peso, bebê mais 
amarelinho e hipoativo → Não consegue fazer 
o movimento de busca da língua no seio 
 
CAVIDADES NATURAIS 
 ÂNUS IMPERFURADO → Precisa ser investigado 
mesmo se o bebê já eliminou mecônio – Pode ter 
ânus imperfurado + fístula 
 
 PESCOÇO CURTO → Pode estar associado a 
hipotireoidismo e Síndrome de Turner 
 
 
13 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
 
 Presença de MASSA ENDURECIDA no pescoço – 
TORCICOLO CONGÊNITO 
 
APARELHO RESPIRATÓRIO 
 Tórax cilíndrico 
 Respiração abdominal 
 FR = 40 a 60 
ATENÇÃO! SEMPRE contar a FR durante 1 MINUTO porque 
o RN geralmente tem respiração irregular, com momentos 
de exacerbação e de menor frequência que podem fazer 
com que seja diagnosticado erroneamente algumas 
patologias. Variações de frequência e profundidade dos 
movimentos são COMUNS e SEM SIGNIFICADO CLÍNICO. 
APARELHO CARDIOVASCULAR 
 FC = 120 a 160 bpm 
 Palpação de pulsos femorais 
 Ausência – COARCTAÇÃO DA AORTA 
 Presença de SOPRO SISTÓLICO em 60% dos RNs 
normais 
 PA 80 x 40 
 Teste do coraçãozinho 
ABDOME 
 Abdome ABAULADO – Pode ser OBSTRUÇÃO 
 Abdome ESCAVADO – Pode ser HÉRNIA 
DIAFRAGMÁTICA 
− Se o RN precisar ser reanimado NUNCA FAZER 
VENTILAÇÃO – Intubar e ventilar via tubo 
 ARTÉRIA UMBILICAL ÚNICA → Geralmente 
associada a MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS 
 Diástase da musculatura abdominal é FISIOLÓGICO 
 
 HÉRNIA UMBILICAL 
 
 UMBIGO CUTÂNEO 
 
 ONFALITE – Mais raro; um dos problemas de 
cicatrização do coto umbilical 
 
COLUNA VERTEBRAL E REGIÃO SACROCOCCÍGEA 
SEMPRE EXAMINAR A COLUNA DO RN 
 Curvaturas da coluna 
 
 
14 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
 Região sacroccocígena – Depressão na 
extremidade do cóccix 
 
 MENINGOCELE 
 
 
MENINGOCELE LOMBO-SACRA 
 
MENINGOCELE TORÁCICA 
 Pode ter fístula entre intestino e medula – O bebê 
pode ter meningite 
 CISTO PILONIDAL– Infecção cutânea no vinco das 
nádegas perto do cóccix; primeiro o paciente 
apresenta um abscesso e, após o seu 
desaparecimento, o paciente desenvolve um sinus 
piloninal 
*Sinus pilonidal = pequenos orifícios fistulosos 
 
 SINUS DÉRMICO ESPINHAL 
 
GENITAIS 
SEXO MASCULINO 
 Prepúcio com orifício muito estreito e aderência 
entre prepúcio e glande = NORMAL 
ATENÇÃO! TODO BEBÊ TEM FIMOSE – NÃO ADIANTA 
TENTAR EXPOR A GLANDE → Vai causar maior aderência e 
estreitamento entre o prepúcio e a glande 
 Presença de bolsa escrotal 
− Ausência – CRIPTORQUIDIA 
 HIPOSPÁDIA 
− Malformação genética 
− Abertura anormal da uretra em um local 
abaixo do pênis (face ventral, inferior) 
 
 
15 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
 
 
 EPISPÁDIA 
− Abertura da uretra em face dorsal do pênis 
 
 HIDROCELE – Pode estar presente; É 
REABSORVIDO, não precisa intervir 
 
 FIMOSE é comum 
SEXO FEMININO 
 Congestão e ingurgitamento vulvar até o final da 
1ª semana com secreção sanguinolenta 
 IMPERFURAÇÃO HIMENAL 
 
 SINÉQUIA DE PEQUENOS LÁBIOS – Aderência 
 
 Hipertrofia de clítoris – FISIOLÓGICO; quase 100% 
dos RNs apresentam excesso de tecido himenal ao 
nascimento; desaparece em semanas 
MEMBROS 
 Dedos – SINDACTILIAS e POLIDACTILIAS 
 
 Quadril – LUXAÇÃO CONGÊNITA DO QUADRIL 
MANOBRA DE ORTOLANI – PESQUISA DE LUXAÇÃO 
CONGÊNITA DO QUADRIL 
A cabeça do fêmur sai do acetábulo → Escuta um “click” → 
Teste de Ortolani POSITIVO → Encaminha para o 
ortopedista para dar seguimento à investigação e 
tratamento 
 
Tratamento: Suspensório de Pavlik por cerca de 3 meses 
 
 
16 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 
 
 PÉ TORTO CONGÊNITO 
− Observar se é congênito ou vício postural; o 
congênito não consegue desfazer 
 
SISTEMA NERVOSO 
 Postura 
 Tônus 
 Reflexos 
− Moro 
 
− Preensão palmar e plantar 
 
− Sucção e deglutição 
 
− Marcha reflexa 
 
− Pontos cardinais 
 
− Babinski 
 
 
 
 
 
 
17 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti

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