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1 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti Anatomofisiologia do feto recém- nascido OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 1. Conhecer a classificação do RN de acordo com IG, o peso/IG, reconhecendo a importância desta classificação. 2. Entender os aspectos fisiológicos dos diferentes sistemas orgânicos do RN destacando a importância prática das mesmas. 3. Conhecer as peculiaridades do exame físico do RN, identificando as suas aplicações práticas. CRESCIMENTO FETAL Linear a partir do término da organogênese até o fim da gravidez Curvas de crescimento intrauterino → Obtida a partir dos percentis do peso para cada idade gestacional As curvas representam bom método para diagnóstico da adequação do CIU, devendo ser usadas em todos os serviços de recém nascidos. Classificam o RN como: Adequado para a idade gestacional – AIG Pequeno para a idade gestacional – PIG Grande para a idade gestacional – Grande AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO FETAL CLASSIFICAÇÃO DO RN DE ACORDO COM O CRESCIMENTO INTRA-ÚTERO Os RN devem ser classificados segundo o peso e a idade gestacional em uma das seguintes categorias: QUANTO À IDADE GESTACIONAL RN pré-termo < 37 semanas RN termo 37 semanas – 41 semanas e 6 dias RN pós-termo ≥ 42 semanas QUANTO AO PESO Pequeno para a IG → PIG Peso abaixo do percentil 10 Adequado para a IG → AIG Peso entre percentil 10 e 90 Grande para a IG → GIG Peso acima do percentil 90 DE ACORDO COM O PESO AO NASCER Baixo peso → BP < 2.500g Muito baixo peso ao nascer → MBPN < 1.500g Extremo baixo peso ao nascer < 1.000g 2 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti Peso insuficiente 2.500g – 2.999g Peso adequado 3.000 – 3.800 Macrossomia ≥ 4.000g *Classificação do MS apenas em relação ao peso CURVAS DE CRESCIMENTO FETAL Alguns serviços, ao invés de utilizar os gráficos com 3 curvas, utilizam tabelas AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL Dados USG 1º trimestre → PADRÃO OURO INTRA- ÚTERO → Se entre 8 e 14 semanas DUM (data da última menstruação) → Método de escolha entre os pediatras Altura de fundo de útero → Medida utilizada pelos obstetras Exame físico do RN → Método de Capurro → PADRÃO OURO APÓS O NASCIMENTO MÉTODO DE CAPURRO Cinco variáveis que devem ser pontuadas a partir do exame físico RN voltado para o método de Capurro: (1) Formação do mamilo (2) Textura da pele (3) Forma da orelha (4) Glândula mamária (5) Pregas plantares ATENÇÃO! SE < 12 HORAS → CAPURRO SOMÁTICO (porque o bebê nasce sonolento) SE > 12 HORAS → CAPURRO SOMÁTICO NEUROLÓGICO CAPURRO SOMÁTICO NEUROLÓGICO Igual ao somático, mas: Com + 2 variáveis do exame neurológico → Sinal do cachecol + posição da cabeça Não leva em consideração a avaliação da formação da glândula mamária CONSTANTES Somático → 204 Somático neurológico → 200 Ambos são divididos por SETE para obter a idade gestacional em semanas. IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO DO RN DE ACORDO COM O PESO E IDADE GESTACIONAL Mortalidade e morbidade são diferentes nos diversos grupos de RN A mortalidade diminui com o aumento da idade gestacional Para qualquer IG a mortalidade diminui com o aumento do peso Mortalidade infantil: óbito até 1 ano de vida; desse total, 70% são representadas pelo óbito neonatal, principalmente o precoce, que acontece nos primeiros 6 dias de vida. 3 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti FISIOLOGIA DO FETO E DO RN: ADAPTAÇÃO À VIDA EXTRA-UTERINA Mudança de habitat Meio intrauterino Meio extrauterino Escuro Aéreo Quente Temperatura instáveis Pouco ou mínimo estímulo sensorial Estímulos sensoriais aumentados e constantes Interrupção abrupta da interação feto-materno- placentária Durante a vida fetal, a respiração, nutrição e eliminação de catabólitos são realizados pelo organismo materno. Já na vida extrauterina, essas atividades passam a ser realizadas pelo próprio bebê. ADAPTAÇÃO PULMONAR Sistema respiratório → Começa a ser formado 26 dias após a concepção Com a idade gestacional de 18 a 20 semanas ⇢ Células epiteliais tipo I ⇩ De 23 a 24 semanas ⇢ Diferenciação em células epiteliais tipo II *As células epiteliais tipo II são responsáveis pela sintetização, armazenamento e secreção do surfactante ⇩ 28 semanas ⇢ Secreção ativa de surfactante; mas ainda insuficiente ⇩ 34 a 36 semanas ⇢ Secreção ativa de surfactante em quantidade suficiente ⇩ 37 a 40 semanas ⇢ PROCESSO DE MATURAÇÃO PULMONAR COMPLETO SURFACTANTE: substância tensoativa complexa composto por lipídios, proteínas e carboidratos. É responsável por cobrir os alvéolos e reduz a sua tensão superficial, impedindo que eles colabem durante o processo respiratório. Por isso, se a mãe entra em trabalho de parto com menos de 35 semanas, se faz uma injeção de CORTICOIDE para ACELERAR O PROCESSO DE MATURAÇÃO PULMONAR. E, se mais do que 35 semanas, não faz o corticoide. Um dos parâmetros para saber se o bebê é vigoroso é a respiração, que já se mostra no primeiro momento. A primeira respiração é realizada logo que o RN deixa o canal de parto. RESPOSTA RESPIRATÓRIA Estímulo sensorial representado pela exposição ao ar mais frio, somado a outros estímulos, como: pressão intrauterina e pressão atmosférica. FATORES IMPORTANTES NA INSTALAÇÃO DE UMA RESPIRAÇÃO AÉREA PERFEITA 1. A reabsorção dos líquidos que banhavam a árvore respiratória No início do trabalho de parto, já tem início a ação das catecolaminas para estimular a reabsorção do líquido; se parto normal, o restante do líquido sai dos pulmões durante o processo. 2. A presença adequada da quantidade do líquido surfactante nos alvéolos para impedir a atelectasia CIRCULAÇÃO FETAL A PLACENTA É O PULMÃO DO FETO, logo, a placenta é o órgão responsável pela oxigenação do sangue fetal, uma vez que, na vida intrauterina, os pulmões não conseguem prover 4 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti as trocas gasosas e os vasos responsáveis pela circulação pulmonar estão vasoconstrictos. O feto contém 3 ESTRUTURAS EXCLUSIVAS RESPONSÁVEIS PELA MANUTENÇÃO DA CIRCULAÇÃO EM PARALELO COM O PLACENTA: (1) DUCTOS VENOSUS, (2) FORAME OVAL e (3) DUCTOS ARTERIOSUS ATENÇÃO! O (1) DUCTUS VENOSUS, (2) FORAME OVAL e (3) DUCTOS ARTERIOSOS são EXCLUSIVOS DO FETO e o auxiliam na manutenção da circulação em paralelo com a placenta. Por isso, são muito importantes para a vida uterina. Entretanto, se essas estruturas persistirem após o nascimento, passam a ser consideradas patológicas. A CIRCULAÇÃO FETAL Presença do ducto venoso, ducto arterioso e forame oval. Ducto venoso – Comunica a VEIA UMBILICAL com a VEIA CAVA INFERIOR Ducto arterioso – Liga a ARTÉRIA PULMONAR com a ARTÉRIA AORTA Forame oval – COMUNICAÇÃO INTERATRIAL A veia umbilical traz sangue oxigenado da mãe até o bebê através da placenta. O sangue passa pelo DUCTO VENOSO, e, uma parte vai para o parênquima hepático e a outra vai para a veia cava inferior. Quando chega ao átrio direito, uma parte do sangue passa para o átrio esquerdo (através do FORAME OVAL) e a outra parte segue para o ventrículo direito, se misturando com o sangue que está retornando pela veia cava superior. O sangue então segue para o tronco pulmonar e chega até os pulmões e ao DUCTO ARTERIOSO (passagem unidirecional do tronco pulmonar até a artéria aorta – fluxo unidirecional porque os pulmões do feto estão cheios de líquido, que aumenta a resistência dos vasos e dificulta a passagem do sangue, provocando aumento da pressão nas artérias). Quando o ducto arterioso se conecta com a artéria aorta, o sangue mais oxigenado vai para cabeça e membros superiores, e, o sangue menos oxigenado, segue através da aorta descendente até as artérias ilíacas e artérias umbilicais emdireção à placenta. *Pulmão – ↑ resistência *Placenta – ↓ resistência DIFERENÇAS DA CIRCULAÇÃO NORMAL 1. Placenta é responsável por oxigenar o sangue do feto; não o pulmão. 2. Há mistura do sangue oxigenado e desoxigenado. 5 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti APÓS O NASCIMENTO Não há mais placenta Não há mais veias e artérias umbilicais A veia umbilical se torna o ligamento umbilical Não há mais ducto venoso O forame oval se fecha O ducto arterioso se transforma em ligamento arterioso A resistência pulmonar é menor CORDÃO UMBILICAL NORMAL ⇢ DUAS ARTÉRIA E UMA VEIAS → O ducto venoso já deixa de existir quando se corta o cordão umbilical. → A mudança de pressão faz com que o forame oval seja fechado. Todo esse processo ocorre nas primeiras 24 horas de vida do RN. Por isso, é MUITO importante auscultar o coração do bebê nas primeiras horas de vida para avaliar a sua evolução e o forame oval realmente fechou. TESTE DO CORAÇÃOZINHO Ideal: 24 a 48 H DE VIDA NO MÁXIMO → Primeira oximetria SEMPRE PRECISA SER NO MEMBRO SUPERIOR DIREITO (pré-ductal). A pós ductal pode ser em qualquer membro. → A diferença entre o pré e pós-ductal não pode ser maior do que 3%. → Se alterado, sempre observar e investigar quais podem ser as variáveis, além de REFAZER O EXAME APÓS 1 HORA. Se mantiver alterado, o bebê NÃO PODERÁ RECEBER ALTA após as 48 horas do nascimento. ATENÇÃO! Se o bebê for muito prematuro (< 34 semanas), NÃO TEM EFICÁCIA. ACIMA DE 34 SEMANAS PRECISA SER FEITO EM TODOS OS RN. SISTEMA HEMATOPOIÉTICO Inicia-se por volta do 13º dia de gestação a partir do TECIDO MESENQUIMAL. 3º ao 4º mês de gestação ⇢ FÍGADO produz grande quantidade de eritroblastos, megacariócitos e granulócitos, sendo auxiliado pelo timo e baço. No último trimestre ⇢ MEDULA ÓSSEA ASSUME O PAPEL PRINCIPAL NA PRODUÇÃO VALORES HEMATOLÓGICOS NORMAIS Volemia − 80 mL/kg – RNT − 90 mL/kg – RNPT Vida média eritrocitária − 70 dias *Menor do que a de crianças maiores (120 dias) Presença de hemoglobina fetal − 65% dos RNT − 90% dos RNPT Hemoglobina − ~17 g/dL (14 a 20 g/dL) Hematócritos − 55% (43 a 63%) Leucócitos − Ao nascimento: contagem leucocitária média de 15.000/mm3 (9.000 a 25.000mm3) e predominância dos NEUTRÓFILOS O número total de leucócitos diminui gradualmente na primeira semana de vida − Após a 1ª semana: níveis médios de 12.000mm3 e predomínio de LINFÓCITOS 6 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti ATENÇÃO! O leucócito do bebê já é um pouco mais elevado. Saber bem o parâmetro para entender quando o bebê está em sepse. Plaquetas − Cerca de 200.000mm3 − Funcionamento normal Fatores de coagulação − II, VII, IX e X – DEPENDENTES DE VITAMINA K → Estão DIMINUÍDOS NO PLASMA; portanto, podem causar a doença hemorrágica do RN ATENÇÃO! Vitamina K em sala de parto → Feita para estimular a produção dos fatores de coagulação K- dependentes REGULAÇÃO DA TEMPERATURA Normalmente, a temperatura fetal é menor do que a materna. Logo após o nascimento, o RN sofre uma queda rápida da temperatura (de 2 a 3°C) porque os meios de que o RN dispõe para manter sua 6emperature constante são imperfeitos. Logo, se não forem tomadas as medidas necessárias, ele pode sofrer hipotermia. PRECAUÇÕES NECESSÁRIAS: Acolhê-lo em campos aquecido para diminuir a perda de calor Secar imediatamente o RN para diminuir a perda de calor por evaporação Impedir correntes de ar Fonte de calor irradiante HIPOTERMIA NO RN: pode causar hipoglicemia, risco aumentado de hipóxia, acidose metabólica, constricção dos vasos pulmonares e evolução para óbito. NORMOTEMIA DO BEBÊ – 36,5 a 37,5°C APARELHO DIGESTIVO Logo após o nascimento, o tubo digestivo já está em condições de funcionar – As enzimas digestivas estão presentes e em boas condições. O ar preenche rapidamente o tubo intestinal em cerca de 3 horas Ao nascimento, o intestino contém de 60 a 200g de mecônio ⇢ Material verde escuro formado por resíduos de secreção mucosa do tubo digestivo e corado por bile A primeira evacuação ocorre nas primeiras 24 horas em 90% das vezes NENHUM RN PODE RECEBER ALTA SE NÃO TIVER ELIMINADO O MECÔNIO O pH gástrico inicialmente é neuro; e torna-se ácido após algumas horas A capacidade gástrica e reduzida Reflexo de sucção-deglutição ⇢ Desenvolve-se por volta da 32ª e 34ª semana de gestação. Logo, RN pré-termo < 32-34 semanas precisa passar um tempo na UTI para ser estimulado, só podendo receber alta após o desenvolvimento desse reflexo POSSÍVEIS ALTERAÇÕES → Fezes hipocoradas → ATRESIA DE VIAS BILIARES → Não eliminação de mecônio após 48 horas de vida → OBSTRUÇÃO INTESTINAL, MEGACÓLON CONGÊNITO (doença de Hirsprung) RIM Também imaturo A produção de urina se inicia no 4º mês de gestação Ao nascimento, a bexiga contém 30-50mL de urina Alguns RNs já urinam na sala de parto 99% das diureses acontecem nas primeiras 24 horas de vida COM 48 HORAS TODOS OS RNS JÁ DEVEM TER URINADO → CRITÉRIO DE ALTA Nos primeiros dias, a urina pode apresentar sedimento de cor vermelho tijolo → Uratos → Pode ser confundido com sangue A urina contém pequena quantidade de proteína nos três primeiros dias A função renal é deficiente devido a imaturidade do órgão ⇢ Filtração glomerular + Excreção tubular + Reabsorção tubular = 15 a 30% da capacidade do adulto ATENÇÃO! INDICAÇÃO DE MEDICAÇÃO PARA RNS. Bebê em sepse → Doses baixas de antibiótico por causa da imaturidade renal SISTEMA NERVOSO Também imaturos → em estrutura e função O estado do SNC já é sugerido ao primeiro contato com o paciente a partir da (1) observação da postura, (2) movimentação ativa, (3) cor da pele, (4) respiração e (5) fácies TIPOS DE REFLEXOS PRÓPRIOS DO RN Reflexos orais → Sucção e pontos cardeais 7 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti Reflexos de preensão palmar e plantar Reflexo da marcha Reflexo de Moro Reflexo de Babinski COLETA DE LCR NO RN Alguns bebês podem ter indicação. Como existe imaturidade da BHE, existem algumas particularidades, como maior celularidade. Citomorfologia e bioquímica do LCR de RN de termo e pré-termo NORMAIS RNT RNpT Celularidade ≤ 20 leucócitos (predomínio linfócitos/ monócitos) ≤ 25 leucócitos Proteínas ≤ 100mg/100ml ≤ 150mg/ml Glicose (mg/dL) 50% da glicemia concomitante >30 mg/dL 50% da glicemia concomitante >20 mg/dL Algumas indicações − Sepse → Pode ter meningite associada − Mães com sífilis → E RN com titulação maior do que a materna (um dos exames realizados é o LCR do bebe) − Toxoplasmose EXAME FÍSICO DO RN Material utilizado – Antropômetro Histórico materno − Paridade − Antecedentes maternos (uso de drogas, tabagismo e álcool) − Informações sobre gestações, trabalhos de partos e partos anteriores − Intercorrências no pré-natal Histórico familiar − Consanguinidade − Histórico neonatal − Ocorrências no pré-natal, pré-parto e sala de parto − Boletim Apgar − Necessidade de reanimação − Amamentação Placenta − Peso, coloração, odor, sangramentos, cordão umbilical O EXAME FÍSICO O RN deve ser examinado DESPIDO, em ambiente iluminado Realizar a lavagem cuidadosa das mãos e antebraços segundo técnicas assépticas Todo o material utilizado no exame deve ser limpo antes e após a sua realização Manejo cuidadoso do RN Preferencialmente realizado ao lado da mãe para que ela possa tirar dúvidas mais facilmente se necessário DADOS ANTROPOMÉTRICOS PESO RNpT < 2.500 g RNT ± 3 kg Pós-termo ≤ 3kg O bebê pode sofrer perda de 10% dos peso que nasceu no primeiro mês de vida. COMPRIMENTO RNpT < 48 cm RNT ± 50 cm RN pós-termo > 50 cm (variação de 46 a 51 cm) Medida feita com o RN deitado sobre a régua → Do calcanhar até a protuberância occipital PERÍMETRO CEFÁLICO RNT − PC: 34 a 36 cm − PT: 32 a 34 cm Medida da protuberância occipital e a região mais proeminente da fronte. No RNT → O PC é de 1 a 2 cm MAIOR que o PT = NORMAL – DIFERENÇA DE MAIS OU MENOS 2 CM ENTRE O PERÍMETRO TORÁCICO E CEFÁLICO 8 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti *Exceção bebê PIG – pode ter diferença maior. A medida do PC ao nascer pode ser super ou subdimensionada. Por isso, deve ser repetida durante o exame completo do RN após 12 horas de vida. São fatores que podem causar super ou subdimensões: − BSS, cefalohematoma ou cavalgamento dos ossos cranianos ATENÇÃO! Microcefalia → Está entrando entre as TORCHS. → Para investigar microcefalia – PC menor que 31,9 cm em meninos e 31,5 meninas → Se bebê prematuro (RNpT – IG < 37 semanas), muda o parâmetro (*tabelinha – INTERGROWTH para idade gestacional correspondente e sexo = 2 desvios padrão abaixo da curva de normalidade) Obs: Bebê a termo → Tabela da caderneta da criança/OMS; bebê prematuro → Idade gestacional na tabela e encontra o que seria abaixo de DOIS DESVIOS PADRÃO em relação à curva de normalidade para ver se o bebê tem microcefalia. PERÍMETRO TORÁCICO NPT 32 a 34 cm Medido a partir da circunferência em torno dos mamilos. ATENÇÃO! Alguns bebês podem nascer com aumento das glândulas mamárias → NORMAL → A MÃE NÃO PODE APERTAR PORQUE PODE TER UMA DESCARGA E INFECTAR A PELE DO BEBÊ → Acontece por causa de altos níveis de estrógenos da mãe que passa para o bebê INSPEÇÃO GERAL Aspecto geral Postura Atividade espontânea Tônus muscular Fácies As características são variáveis e próprias de cada RN termo, prematuro e pequeno para a idade gestacional. POSTURA NORMAL → Membros superiores fletidos, inferiores semifletidos e mãos cerradas FÁCIES Verificar se apresenta características típicas de algumas síndromes. Down Trissomia do 13 Trissomia do 18 SÍNDROME DE DOWN FILHO DE MÃE DIABÉTICA 9 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti PELE E COR Cianose das extremidades Icterícia – MUITO COMUM Vérnix caseoso (mais em bebês prematuros; a termo tem bem menos) Edema → Normal quando LOCALIZADO Milium sebáceo Hemangiomas capilares – Frequentes e desaparecem em meses − Imaturidade do sistema vascular (desaparece em torno do 3º e 5º mês) Eritema tóxico do RN − Pequenas lesões eritematopapulosas que regridem em poucos dias Mancha mongólica NEVO PIGMENTAR MANCHA MONGÓLICA Icterícia ATENÇÃO! Kernicterus – Complicação de uma icterícia neonatal importante. 10 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti Lanugo – Pelo mais fino (ajuda na manutenção da temperatura) EXAME FÍSICO ESPECIAL CABEÇA E PESCOÇO Sempre observar as FONTANELAS No RN TERMO a FONTANELA ANTERIOR SEMPRE precisa estar ABERTA . A posterior PODE vir FECHADA e ser fisiológico. − Entretanto, se a ANTERIOR VIER FECHADA AO NASCER SEMPRE SERÁ PATOLÓGICO → Comprometimento do desenvolvimento do SNC – CRANIOSSINOSTOSE CRANIOTABES – Zona de tábua óssea depressível – “Consistência de bola de pingue pongue: sinal da bola de pingue pongue – Amolecimento e diminuição da espessura dos ossos do crânio; pode ser encontrado em casos de raquitismo, hiperparatireoidismo e sífilis. − Entretanto, PODE SER CONSIDERADO NÃO- PATOLÓGICO EM PREMATUROS Traumas durante a passagem pelo canal de parto − BOSSA SEROSSANGUÍNEA – NÃO RESPEITA OS OSSOS − CEFALOHEMATOMA – Mais localizada – LOCALIZADA NO OSSO; QUANDO COMEÇA A REABSORVER O BEBÊ APRESENTA ICTERÍCIA 11 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti MACROCEFALIA = HIDROCEFALIA NECROSE DE COURO CABELUDO – Involução espontânea OLHOS permanecem fechados a maior parte do tempo nos primeiros dias PÁLPEBRAS – Frequentemente edemaciada por causa de conjuntivite química CONJUNTIVAS são sede de hemorragia ESTRABISMO FISIOLÓGICO é comum até o 3º mês CATARATA pode sugerir síndrome da rubéola congênita GLAUCOMA CONGÊNITO – Globos oculares maiores e esclerótica opaca TESTE DO OLHINHO OU DO REFLEXO VERMELHO (TRV) Ausência de reflexo vermelho pode indicar presença de CATARATA, RETINOBLASTOMA, CORIORRETINITE e outros defeitos oculares. NARIZ Obstrução intensa e constante das vias – ATRESIA DE COANAS CORIZA MUCOSSANGUINOLENTA – Comum em SÍFILIS CONGÊNITA BOCA, FARINGE E MANDÍBULA OROFARINGE Bebês com excesso de salivação → Pensar em ATRESIA DE ESÔFAGO PÉROLAS DE EPSTEIN É FISIOLÓGICO – Desaparece em torno dos primeiros 3 meses − Aglomerados de células queratinócitas e sebáceas (pele + gordura) − Cistos de consistência rígida amarelo- esbranquiçados − Muito comuns; presentes cada 4 de 5 bebês, aproximadamente − Podem aparecer na mucosa oral e palato do bebê − Podem ser confundidos com sapinho − Indolores; não causam qualquer desconforto para o bebê 12 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti AFTAS DE BEDNER – Exulcerações traumáticas (chupar o dedo constantemente, machucado durante higienização da boca etc.) MACROGLOSSIA – Presente em casos de hipotireoidismo ou síndrome de Beckwith MICROGNATIA – Hipoplasia de mandíbula ATENÇÃO! MICRONATIA + GLOSSOPTOSE = PIERRE-ROBIN Presença de dente – Avaliar possível extração LÁBIO LEPORINO e FENDA PALATINA → SEMPRE OBSERVAR A BOCA DO BEBÊ – Pode não ter lábio leporino, mas ter fenda palatina ANQUILOGLOSSIA – Presença de do frênulo lingual (língua presa) → PODE ATRAPALHAR A AMAMENTAÇÃO − Só se interfere se estiver prejudicando a amamentação → Perda de peso, bebê mais amarelinho e hipoativo → Não consegue fazer o movimento de busca da língua no seio CAVIDADES NATURAIS ÂNUS IMPERFURADO → Precisa ser investigado mesmo se o bebê já eliminou mecônio – Pode ter ânus imperfurado + fístula PESCOÇO CURTO → Pode estar associado a hipotireoidismo e Síndrome de Turner 13 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti Presença de MASSA ENDURECIDA no pescoço – TORCICOLO CONGÊNITO APARELHO RESPIRATÓRIO Tórax cilíndrico Respiração abdominal FR = 40 a 60 ATENÇÃO! SEMPRE contar a FR durante 1 MINUTO porque o RN geralmente tem respiração irregular, com momentos de exacerbação e de menor frequência que podem fazer com que seja diagnosticado erroneamente algumas patologias. Variações de frequência e profundidade dos movimentos são COMUNS e SEM SIGNIFICADO CLÍNICO. APARELHO CARDIOVASCULAR FC = 120 a 160 bpm Palpação de pulsos femorais Ausência – COARCTAÇÃO DA AORTA Presença de SOPRO SISTÓLICO em 60% dos RNs normais PA 80 x 40 Teste do coraçãozinho ABDOME Abdome ABAULADO – Pode ser OBSTRUÇÃO Abdome ESCAVADO – Pode ser HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA − Se o RN precisar ser reanimado NUNCA FAZER VENTILAÇÃO – Intubar e ventilar via tubo ARTÉRIA UMBILICAL ÚNICA → Geralmente associada a MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS Diástase da musculatura abdominal é FISIOLÓGICO HÉRNIA UMBILICAL UMBIGO CUTÂNEO ONFALITE – Mais raro; um dos problemas de cicatrização do coto umbilical COLUNA VERTEBRAL E REGIÃO SACROCOCCÍGEA SEMPRE EXAMINAR A COLUNA DO RN Curvaturas da coluna 14 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti Região sacroccocígena – Depressão na extremidade do cóccix MENINGOCELE MENINGOCELE LOMBO-SACRA MENINGOCELE TORÁCICA Pode ter fístula entre intestino e medula – O bebê pode ter meningite CISTO PILONIDAL– Infecção cutânea no vinco das nádegas perto do cóccix; primeiro o paciente apresenta um abscesso e, após o seu desaparecimento, o paciente desenvolve um sinus piloninal *Sinus pilonidal = pequenos orifícios fistulosos SINUS DÉRMICO ESPINHAL GENITAIS SEXO MASCULINO Prepúcio com orifício muito estreito e aderência entre prepúcio e glande = NORMAL ATENÇÃO! TODO BEBÊ TEM FIMOSE – NÃO ADIANTA TENTAR EXPOR A GLANDE → Vai causar maior aderência e estreitamento entre o prepúcio e a glande Presença de bolsa escrotal − Ausência – CRIPTORQUIDIA HIPOSPÁDIA − Malformação genética − Abertura anormal da uretra em um local abaixo do pênis (face ventral, inferior) 15 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti EPISPÁDIA − Abertura da uretra em face dorsal do pênis HIDROCELE – Pode estar presente; É REABSORVIDO, não precisa intervir FIMOSE é comum SEXO FEMININO Congestão e ingurgitamento vulvar até o final da 1ª semana com secreção sanguinolenta IMPERFURAÇÃO HIMENAL SINÉQUIA DE PEQUENOS LÁBIOS – Aderência Hipertrofia de clítoris – FISIOLÓGICO; quase 100% dos RNs apresentam excesso de tecido himenal ao nascimento; desaparece em semanas MEMBROS Dedos – SINDACTILIAS e POLIDACTILIAS Quadril – LUXAÇÃO CONGÊNITA DO QUADRIL MANOBRA DE ORTOLANI – PESQUISA DE LUXAÇÃO CONGÊNITA DO QUADRIL A cabeça do fêmur sai do acetábulo → Escuta um “click” → Teste de Ortolani POSITIVO → Encaminha para o ortopedista para dar seguimento à investigação e tratamento Tratamento: Suspensório de Pavlik por cerca de 3 meses 16 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti PÉ TORTO CONGÊNITO − Observar se é congênito ou vício postural; o congênito não consegue desfazer SISTEMA NERVOSO Postura Tônus Reflexos − Moro − Preensão palmar e plantar − Sucção e deglutição − Marcha reflexa − Pontos cardinais − Babinski 17 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti
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