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Obstetrícia Thaís H. Ambrósio Medicina Apostila Thaís H. Ambrósio T XIV 1 ........................................................................................................................................................................... 3 ............................................................................................................................................................ 5 ...................................................................................................................................... 7 .................................................................................................................................................................. 11 ............................................................................................................................................................................... 15 ............................................................................................................................................................. 16 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Ambrósio T XIV 2 Thaís H. Ambrósio T XIV 3 Podem ser divididas em modificações sistêmicas ou gerais, que atingem diversos aparelhos ou locais, quando acomete o aparelho genital, especialmente o útero. ÚTERO Com a embebição gravídica o útero passa de uma consistência firme para uma mais amolecida. O volume não-gravídico tem capacidade de 10ml, comprimento de 7cm, largura de 4,5cm e espessura de 2,5cm. Já o gravídico tem capacidade de 5000ml até 10000ml, em uma gravidez gemelar, por exemplo. Para o aumento de volume há hipertrofia muscular da parede uterina. Na segunda metade da gestação há redução da espessura da parede por estiramento. - Endométrio é preparado para receber o embrião. . Decídua basal: nidação ovular . Decídua capsular: ao redor do ovo . Decídua parietal: restante da cavidade uterina Por volta da décima semana a capsular e parietal se juntam ao trofoblasto para dar origem ao cório. - Miométrio: estiramento, hipertrofia e hiperplasia das fibras musculares miometriais e aumento do tecido conjuntivo. As fibras musculares são distribuídas da seguinte maneira: Longitudinais no fundo e corpo e paralelas no istmo. A incisão na cesariana é feita nas fibras paralelas. Com exceções, deve ser feita cesariana corporal. Nesse caso, todas as cesarianas seguintes devem ser feitas longitudinalmente. - Perimétrio: peritônio visceral. O útero não gravídico pesa cerca de 70g e o gravídico pode chegar até 1,1kg. A forma do não gravídico é piriforme e intra-pélvico. A assimetria inicial que pode indicar gestação é o sinal de piskacek, quando eu sinto uma assimetria na palpação do fundo uterino. Até a 12º semana, o útero cresce em todas as direções, de forma globosa, até parada por isquemia, preenchendo fundos de saco laterais (sinal noble- Budin). A partir da 20º sem: conversão uterina de globoso para cilíndrico, melhora o fluxo sanguíneo e crescimento fetal.Após conversão, há crescimento longitudinal, desenvolvimento da região ístmica (manutenção parte mais baixa concepto) para apresentação fetal. No trabalho de parto há esvaecimento cervical e formação do canal de parto. A posição do útero não gravídico é em sua maioria em anteversoflexão intrapélvico. Na gestação, com o amolecimento da região ístmica na fase inicial (sinal hegar), há dextrorrotação: compressão do ureter a nível da linha inominada, podendo causar estase urinária. Além disso, pode haver compressão de grandes vasos, como a. aorta e v. cava inferior (hipotensão supina). Por isso, é comum em gestante a hidronefrose à direita. A paciente deitada para o lado E melhora a circulação e abaixa a pressão. É a posição mais confortável. Com a evolução da gestação, a altura uterina muda, dando sinais de várias coisas que acontecem na gestação, como o tempo de gestação e crescimento fetal. Thaís H. Ambrósio T XIV 4 Por isso, o exame físico é fundamental. A mensuração é feita da ponta da sínfise púbica até o fundo uterino. A coloração é de um tom vinhoso, por causa do intenso afluxo de sangue. A vascularização vai de um fluxo de 50ml/min para 500ml/min. Na região ístmica os vasos uterinos são paralelos às fibras miometriais. COLO UTERINO - Coloração: arroxeada e consistência amolecida (sinal de goodell) - Hiperplasia glandular e eversões de mucosa endocervical →ectopias – podem causar sangramento durante relações sexuais). - Hipertrofia glandular com secreção muco espesso →rolha Schroeder. - Posição: posteriorizado e alongado, com anteriorização e encurtamento ao final da prenhez. Há dilatação por fatores mecânicos e colagenólise → prostaglandinas. Lembre-se de que infecções também liberam prostaglandinas, o que pode causar um trabalho de parto prematuro se não tratadas. OVÁRIOS E OVIDUTOS (tubas) - Ovários: aumento da vascularização, maturação do corpo lúteo na fase inicial, mantendo a gestação enquanto a placenta ainda não está formada. - Ovidutos: aumento da vascularização, aumento das fímbrias e hipertrofia do ligamento redondo. VAGINA Hipertrofia da musculatura lisa e afrouxamento do tecido conjuntivo (paredes aumentadas e perda da rugosidade). Há aumento da vascularização: mudança da tonalidade para arroxeado (sinal de Kluge), percepção ao toque da pulsação da artéria vaginal (sinal osiander). Aumento do fluxo da secreção vaginal, reprodução de bacilos doderlein → glicogenólise → ácido láctico, aumento da acidez vaginal. Por esse motivo, gestantes são mais propensas à candidíase. VULVA - Hipertrofia: podendo manter pequenos lábios entreabertos. - Aumento da vascularização: tom violáceo da mucosa vulvar (sinal de jacquemier) - Região externa: hiperpigmentação até o períneo, ficando mais escurecida, voltando à coloração normal ao final da gestação. MAMAS - Hipersensibilidade mamária: diminui até a décima semana. - Hipertrofia do tecido alveolar: crescimento. - Aumento da vascularização: rede venosa de Haller. Mamilo Aumento do volume e pigmentação areolar primária e aparecimento da aréola externa (sinal de Hunter). Glândulas sebáceas da aréola ficam hipertróficas e salientes, são os tubérculos de Montgomery. O colostro, secreção mamária incolor, pode sair a partir da 20º semana. É importante orientar a gestante a não ficar apertando a mama para ver se sai colostro, pois libera ocitocina e pode acelerar o trabalho de parto. Há aparecimento de estrias avermelhadas pelo aumento da vascularização do tecido conjuntivo subdérmico. Thaís H. Ambrósio T XIV 5 É baseado na história da paciente, no exame físico e nos testes de laboratório. A queixa mais comum é mastalgia e amenorreia. Nesse caso, a primeira suspeita do médico deve ser gestação. DIVISÃO DA GESTAÇÃO - Duração: 10 meses lunares e 9 meses completos. - Há exames específicos de cada trimestre. I trimestre: até 12 semanas. - Organogênese - Fase da hiperplasia fetal II trimestre: 12-28 semanas. - A formação é terminada com 20 semanas. Após isso, há uma fase de hipertrofia, ou seja, ele cresce e se desenvolve. III trimestre: 28-40 semanas. DIAGNÓSTICO CLÍNICO - Sinais de presunção - Sinais de probabilidade (mãe): o betaHCG aumenta a melanina, o que escurece algumas áreas, como a linha nigra e a aréola. - Sinais de certeza (feto): consigo palpar o feto. Sinais de presunção 4 semanas: amenorreia. 5 semanas: náusea, vômito, fadiga, sonolência. 6 semanas: polaciúria. - Modificações mamárias . 8 semanas: aumento dos tubérculos de Montgomery para proteção do mamilo. . 16 semanas: rede venosa de Haller. . 20 semanas: sinal de Hunter - Transformação cutânea . Linha nigra . Cloasma . Estrias (passar hidratante com ureia) - Intolerância a odores - Sialorreia - Constipação - Mastalgia - Alterações psíquicas: compulsão alimentar e hipersensibilidade, com rápida alteração de humor. Obs.: pode haver piora da anemia, pois ocorre hemodiluição. O plasma aumenta sem aumentar a massa eritrocitária. Isso explica compulsões alimentares ou desejos peculiares, como comer tijolo. O pré-natal deve ser uma avaliação constante de risco. Sinais de probabilidade - Aumento do volume uterino: volume abdominal (10-20sem) . 12 semanas: borda superior da sínfise púbica . 15 semanas: útero sobre o pube . 20 semanas: umbigo. . Até 34 semanas geralmente a altura uterina corresponde à idade gestacional. . A altura uterina (AU) é medida desde a borda superior da pube até o fundo do útero - Delineação física do feto - Contração de Braxton-Hicks (a partir de 28 sem) - Sinal de Hegar: amolecimento do istmo (6-8 semanas) - Sinal de Piscacek: amolecimento e abaulamento do fundo uterino, no lado em que há a implantação embrionária. - Sinal de Nobile-Budin: ocupação do fundo de saco lateral. - Sinal de Osiander: pulso em fundo vaginal (a. vaginal). - Sinal de Jacquemier ou Chewick: coloração violácea na vulva (6-8 semanas). - Sinal de Kluge: coloração violácea da vagina. Thaís H. Ambrósio T XIV 6 Sinais de certeza - Percepção do batimento cardíaco fetal . Estetoscópio de Pinard: não usado. . Sonar-Doppler (11 sem) . USG transvaginal (5-6 sem) - Sinal de Puzzos (14 semanas) . Rechaço fetal - Percepção dos movimentos fetais (18-20 semanas) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - Hormonal - USG Gonadotrofina coriônica (hCG) - Hormônio glicoproteico dosado pela urina e sangue. - Produzido pelo sinciciotrofoblasto - Exclusivo da gestação, por isso nos dá confirmação. - Estrutura semelhante ao FSH, TSH e LH. - Formado por 2 cadeias: alfa e befa (específica) Nidação: a única estrutura capaz de nidar é o blastocisto. O processo ocorrem em 1 semana. O trofoblasto invade o útero e é dividido em citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto. Este, produz HCG. O betaHCG mantém o corpo lúteo. A gestação, então, é mantida pelo estrogenio e progeterona até a formação da placenta. O bHCG é duplicado a cada 48h para manter o corpo lúteo. O pico de hCG é na 10° semana. No sangue é detectável 7 dias após a concepção e desaparece 15 semanas: formaçãoda placenta mantem a gestação pela produção de E2 e P4. A concentração de hCG entra em um platô e, normalmente, o corpo lúteo regride. Para mulheres com atraso menstrual maior que 16 semanas, que já saibam estar grávidas, o teste laboratorial é dispensável. - Teste imunológico URINA . Prova da inibição da hemaglutinação (teste do tubo) . Leitura em 2h, alta sensibilidade, interpretação raramente duvidosa. . Precisão de 90-98% quando atraso menstrual importante. . Prova da inibição da aglutinação do Late (teste da lâmina) . Leitura rápida, sensibilidade menor, interpretação duvidosa . Precisão de 90-98% quando atraso menstrual ultrapassa 10-14 dias. Esses testes de urina apresentam alta ocorrência de falsos positivos (psicotrópicos, proteinúria e climatério) e falsos negativos (1°-2°sem de atraso menstrual; ocasionalmente no 2° trimestre). Os testes caseiros de farmácia apresentam precisão de 10%. - Teste imunológico SANGUE . Mais específico e sensível . Dosa-se a subunidade beta do hCG . Diagnóstico mais eficaz e precoce da gestação . Pode ser positivo com 10 dias após fecundação (4 dias antes do atraso menstrual). Fase qualitativa diz sim ou não e quantitativo dosa a quantidade de hCG, mas serve mais para eu saber se é uma gravidez ectópica. - USTV . 4sem: saco gestacional . 5-6sem: consigo ver o embrião. . 6-7sem: batimento cardíaco fetal (BCF) - USG . Apresenta atraso de 1 semana quando comparado ao USTV. CCN: comprimento crânio-nádega. Medido com 12sem. 13sem: diâmetro biparietal (DBP), diâmetro occiptofrontal e circunferência craniana. Com isso, eu sei o peso do bebê. Contudo, há um erro do software. Se eu fizer USG até 12 sem o erro é de 3 dias, entre 12-20sem o erro é Thaís H. Ambrósio T XIV 7 de 1sem. Por isso, datar a gestação deve ser um procedimento feito no início dela. Portanto, o USTV serve para: - Avaliar idade gestacional corretamente - Avaliar gestação ectópica e malformações uterinas - Avaliar gestações anembrionárias, IIC - Detectar precocemente gestações múltiplas - Verificar a localização placentária A USG precoce, além de confirmar o diagnóstico, fornece informações sobre o futuro e a viabilidade da gestação atual. ALTERAÇÕES DO TEGUMENTO Na pele podemos ter estrias no abdome, nas mamas e coxa. Durante a gravidez elas são avermelhadas e no pós-parto nacaradas. Além disso, podo ocorrer a diástase de reto por causa do aumento da tensão abdominal. Pode haver prurido. O aumento da pigmentação é outra característica marcante. Na face e pescoço pode aparecer Melasma ou cloasma gravídico. Em 75% das vezes desaparece em até 1 ano pós-parto. A linha alba (nigra) costuma ficar mais evidente. As causas prováveis da alteração de pigmentação estão relacionadas ao aumento do hormônio estimulante de melanócitos, estrógenos e progesterona. Devido ao aumento de vascularização, pode aparecer nevo, telangiectasia, angiomas do 2°-5° mês. O eritema palmar ocorre em 66% nas brancas e 33% em negras. Desaparece após a gestação, 90% até o 3° mês. Tudo isso devida ação hiperestrogênica. Os cabelos se tornam mais grossos, sedosos e brilhantes, havendo um eflúvio telógeno pós-parto. As unhas crescem rapidamente e estão sujeitas à distrofia. ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS Coluna - Lordose progressiva: desvio do eixo de gravidade para trás, tornando a marcha anserina. - Aumento da mobilidade sacroilíaca e púbica. - Cifose compensatória: dor, fraqueza, parestesia de MMSS; queda da cintura escapular por tração do nervo ulnar e mediano. Ligamentos Frouxidão ligamentar (progesterona). Não pode usar salto alto! Thaís H. Ambrósio T XIV 8 ALTERAÇÕES METABÓLICAS Gestação normal - Anabolismo facilitado (1° e 2° trimestre) . Glicogênese . Lipogênese . Estrógeno e progesterona Há um armazenamento de energia devido menor necessidade fetal. - Catabolismo (3° trimestre) . Glicogenólise . Lipólise . Neoglicogênese . Hormônios contra insulínicos placentários (24°- 28°sem): HPL, cortisol, glucagon, estrógeno e progesterona. Há mobilização dos estoques de energia devido maior necessidade fetal (crescimento). ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS - Iniciam-se na 4° semana de gestação - Pico na 28°-34° semanas - Platô O volume sanguíneo apresenta aumento de 50%, com o objetivo de atender a demanda uterina, diminuir os efeitos da queda no retorno venoso (hipotensão supina e ereta) e diminuir os efeitos da perda sanguínea no parto (cerca de 500ml no parto normal e 1000ml na cesárea). - Aumento do plasma 940-50%) - Aumento de eritrócitos (38%): aumento da eritropoietina após a 20°. O hematócrito diminui, causando queda na viscosidade sanguínea (de 38-45% para 34%), o que facilita a perfusão placentária e diminui o trabalho cardíaco. Estoques e necessidade Conteúdo de ferro organismo feminino: 2 - 2,5g (maior parte em hemoglobina e mioglobina). Estoques de ferro: aproximadamente 300mg. Há maior mobilização do estoque após a 20° semana. A transferência placentária de ferro pela placenta ocorre mesmo em deficiência materna severa, ou seja, a produção de células vermelhas fetais dificilmente é afetada. Por isso, a suplementação é necessária na segunda metade para que não haja queda nas concentrações de estoques de ferro e ferritina. Leucócitos - Leucócitos: 5000-16000/mm3 - Pós-parto: até 25000/mm3 Causas prováveis: estimulação da suprarrenal devido estresse e retorno da circulação dos leucócitos removidos. Fatores de coagulação → Aumento: - Fatores de coagulação (exceto XI e XIII). - Aumento fibrinogênio (300 a 600 mg/dL). - Aumento capacidade neutralização heparina. - Aumento D-dímero (até 50%). Componentes do sistema anticoagulante plasmático natural: - Diminuição da proteína S - Resistência da proteína C Além disso, a placenta diminui a capacidade fibrinolítica. Os fatores de coagulação normalizam após 45 dias de puerpério. D-dímero - Produto da degradação da fibrina - Valor normal: < 500ng/ml (FEU – unidades equivalentes fibrina) - Aumentado nas seguintes condições: . Gravidez (aumento 50%) . Tromboembolismo pulmonar . Trombose venosa profunda . Coagulação intravascular disseminada (CIVD) . Covid-19 (valor prognóstico) Plaquetas - Diminuição: hemodiluição, CIV leito placentário, queda por causa do aumento do consumo. - Aumento do tamanho das plaquetas - Plaquetopenia: 10% das gestantes apresentam plaquetas entre 100000 e 150000 sem repercussão clínica. ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS E CARDIOVASCULARES Coração - Aumento do pulso de 15-20bpm - Rotação para a E e para cima: no RX vejo aumento da área cardíaca. - Não altera o ECG - Sopro sistólico (90%) Circulação Débito cardíaco (DC): - Aumento até 50% (vasodilatação). Thaís H. Ambrósio T XIV 9 - DC em DLE maior que em DDH. - Aumento do DC no trabalho de parto (TP) devido os puxos e as contrações. - Retorna ao basal após o parto. Compensação: - Vasodilatação (maior complacência arterial, shunt placentário). - A pressão arterial diminuina gestação. Há estagnação do fluxo pela compressão das vv pélvicas e v cava inferior pelo útero gravídico. A diminuição do fluxo e o aumento da pressão venosa podem causar edema de MMII, vv varicosas nas pernas e vulva e hemorroida. Nesse caso podemos prescrever uma meia elástica de baixa- média compressão, vestindo-a pela manhã em decúbito. Note que o aumento da FC é precoce. O DC já aumenta no início atingindo um platô. Note que a PA cai durante a gestação, principalmente em decúbito lateral. Hipotensão supina Estase → Diminuição do RV → Diminuição pré-carga → Diminuição da FC → Reflexo vagal → LIPITÍMIA. Na lipotimia o paciente se sente prestes a desmaiar, mas não chega à perda de consciência. - A metildopa comumente faz hipotensão postural. Deve-se alertar a paciente sobre a tontura. ALTERAÇÕES RESPIRATÓTIAS - Aumento do transporte de oxigênio: diminui a diferença de oxigênio arterial e venoso. - Progesterona aumenta a ventilação - Aumento da consciência do desejo respiratório: dispneia subjetiva. - Centro respiratório cerebral mais sensível ao CO2. No diafragma há elevação de cerca de 4cm, aumento de 2cm no diâmetro e aumento de 6cm na circunferência torácica. Pode ocorrer epistaxe pela hiperemia, hiperatividade glandular, aumento da atividade fagocítica e do conteúdo mucopolissacarídeo. - A epistaxe é mais comum no O crescimento nasal pode causar congestão. ALTERAÇÕES URINÁRIAS Rim - Aumento de 30% - Aumento TGF (50% no 2° trimestre) . Diminuição nos níveis sanguíneos de ureia e creatinina (na gestação a creatinina normal é de 0,8). . A glicosúria aumenta TFG e diminui a capacidade de reabsorção tubular de glicose (pesquisar diabetes). - Dia: acúmulo de água causa edema - Noite: mobilização de líquidos e excreção causa nictúria em 86%. Ureter - Hidronefrose (86% direita) . Dextroversão uterina . Complexo venoso ovariano à direita: dilatado na gestação, oblíquo ao ureter. . Diminuição do peristaltismo por ação da progesterona sobre a musculatura lisa. . Resolução em 6-12sem pós-parto. Bexiga - Aumento do volume residual de urina pela compressão vesical pelo útero. - Incontinência urinária por aumento da pressão vesical. Como compensação há aumento da pressão intrauretral. Thaís H. Ambrósio T XIV 10 - Maior chance de infecção urinária por aumento da estase devido convexidade da bexiga, compressão ureteral e vesical e diminuição do peristaltismo. . Pode levar ao trabalho de parto prematuro. ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS Apetite - Desejos: carboidratos, frutas e vegetais. - Aversão: alimentos, chá, café, frituras e fumo. - Perversão do apetite (pica ou malácia): giz, areia e carvão. Boca - Gengiva: hipertrofia gengival e maior tendencia ao sangramento. Épulis gravídico. - Glândulas salivares: volume salivar normalmente não se altera. Pode haver sialorreia ou ptialismo (salivação excessiva). - Dentes: a placa bacteriana e o pH ácido da saliva são fatores predisponentes à caries. Além disso, uma higiene inadequada pode levar a maior exposição do esmalte ao ácido gástrico. Esôfago - Pirose: diminuição do tônus do EEI, da pressão esofagiana e da peristalse. Estômago e intestino Tais órgãos são deslocados para cima. O esvaziamento gástrico e o trânsito intestinal é diminuído devido alteração hormonal e mecânica. O apêndice é deslocado para cima e para o lado. Queixas mais comuns - Pirose: diminuição do tônus EEI + aumento da pressão gástrica + diminuição da pressão esofagiana + diminuição da velocidade de peristalse esofágica. - Gengivorragia: hiperemia e amolecimento. - Constipação: diminuição do peristaltismo. - Hemorroida: constipação + aumento da pressão venosa. Fígado e vesícula - Aumento hepático (palpável) mas não altera posição. - Aumento fosfatase alcalina (2-4x): fosfatase alcalina placentária. - Diminuição da contração vesicular: aumento da estase (aumento da prevalência de colelitíase). - Retenção de sais biliares: prurido gravídico - Aumento do colesterol total e TG. ALTERAÇÕES ENDOCRINALÓGICAS Hipófise - Aumento de 135% - Síndrome de Sheeham Tireoide - T3 e T4 total aumentados - T4 livre normal - Aumento da vascularização (sopro tireoidiano). - Hiperplasia e hipertrofia tecidual: aumento da produção de hormônios (T3 e T4), aumento da TBG. - Diminui iodo sanguíneo devido aumento de TFG. - Qualquer bócio deve ser investigado. SISTEMA IMUNOLÓGICO Processo inflamatório na gestação - Pró-inflamatório (início da gravidez) . Implantação e placentação. . Blastocisto atravessa o epitélio. . Trofoblasto precisa reparar endotélio e m. liso dos vasos maternos . Células sendo invadidas, morrendo e sendo reparadas. . Necessidade de remoção de debris celulares e reparo uterino adequado. - Anti-inflamatório (meio da gravidez) . Rápido crescimento e desenvolvimento fetal. . Necessidade de estado anti-inflamatório. - Recrudescimento do processo inflamatório . Influxo de células imunes no miométrio. Processo anti-inflamatório na gestação - Supressão de células T-helper (TH) e T-citotóxica (Tc). - Diminuição da secreção de interleucina-2 (IL-2), interferon-gama e fator beta necrose tumoral: provável causa de remissão de doenças autoimunes Thaís H. Ambrósio T XIV 11 na gravidez (artrite reumatoide, esclerose múltiplas e tireoidite de Hashimoto). SISTEMA NERVOSO As alterações são poucas e sutis: - Memória: declínio transitório. - Olhos: diminuição da pressão intraocular, diminuição da sensibilidade e leve espessamento da córnea. - Sono: sonolência no primeiro trimestre (ação da progesterona), sono prejudicado no 2° e 3° trimestre. ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS - Crise previsível. - Sensação de fragilidade, preocupação e responsabilidade. - Medo do desconhecido: parto, bebê (vai ser normal? será perfeito?). - Serei boa mãe? - Ambivalência afetiva: quero/não quero, posso/não posso. - Mudanças bruscas de humor, atenção. - Inquietação, irritabilidade. - Blues puerperal: tristeza transitória. - Depressão pós-parto. É constituída pela bacia ou pelve, que engloba os ilíacos (ílio, ísqui e pube), sacro e cóccix. A pelve maior é a anatômica e a menor é a obstétrica. Tudo acima do estreito superior é pelve maior e tudo abaixo é pelve menor. Há 04 fatores a serem avaliados no trabalho de parto: - Passagem - Passageiro - Power (força) - Psicológico BACIA ÓSSEA - Estreitos (planos): superior, médio e inferior. Estreito superior - Promontório. - Asas do sacro. - Interlinha do seio sacrilíaco. - Linha arqueada do ílio. - Eminência íliopectínea. - Crista pectínea. - Margem superior da pube. - Sínfise. Acima da linha colorida é chamado de “pelve maior” Thaís H. Ambrósio T XIV 12 Parto pélvico é de dificuldade progressiva, pois a cabeça é a última estrutura para sair. Estreito médio - 1/3 inferior sacro (4º e 5º). - Borda inferior ligamento sacrociático. - Espinha ciática. - Borda inferior sínfise. Note que vai do sacro até a espinha ilíaca. Estreito inferior Há dois triângulos: - Base: bituberoso - Anterior:ângulo subpúbico (90-100°) - Posterior: ponta do sacro. DIÂMETROS Estreito superior - Conjugado verdadeiro (obstétrico): 11cm - Transverso médio: 12cm - Oblíquos (E e D): 12cm O primeiro oblíquo está em azul vai da eminência pectínea esquerda até a sinostose. É assim chamado por causa da sutura sagital do RN apoiada nessa linha. O segundo está em vermelho, vai da eminência pectínea D até a sinostose sacroilíacra E. O conjugado vai do promontório até a borda superior da sínfise púbica (avaliado apenas por exame de imagem), outro conjugado vai até a borda inferior, que pode ser avaliado pelo toque. O conjugado obstétrico é a menor distancia, vai do promontório até a porção mais saliente da sínfise, chamada de ponto retrosinfisário de Crouzat. Estreito médio - Sacromédio-púbico: 12cm . Fica na metade da terceira sacral até o meio do pube. - Biciático: 10cm . Vai de uma espinha ciática até a outra. Estreito inferior - Cóccix-subpúbico (conjugata exitus): 9cm (11- 12cm). . O tamanho varia, pois o cóccix é móvel e ao passar a cabeça há a retropulsão dessa estrutura. - Bituberoso: 11cm - Sagital posterior: 7,5cm Thaís H. Ambrósio T XIV 13 PLANOS PARALELOS (Hodge, 1864) Quatro planos 1°: Estreito superior 2°: Borda inferior da sínfise, metade da S2 3°: Espinhas ciáticas (plano 0 de Lee) 4°: Ponta do cóccix Toda vez que a cabeça estiver acima do plano 0, direi que os números são negativos. Arco anterior Região da bacia adiante do transverso médio (raio normal de 6cm) Eixo da bacia União dos centros dos diversos planos. Linha de progressão de Sellheim. Inclinação pélvica Estreito superior com o plano horizontal (60°). BACIA MOLE Infundíbulo prineovulvar. Diafragma pélvico - Leantadores do ânus (puborretal, pubocóccico e iliocóccico). - Músculos isquiocóccicos. Diafragma urogenital - Bulbocavernoso. - Isquiocavernoso. - Transverso superficial do períneo. - Esfíncter externo do ânus. A ciência desses músculos é importante para o procedimento da episiotomia, que pode ser transversa ou mediana. Ao passar a cabeça há risco de laceração do esfíncter externo do ânus. AVALIAÇÃO CLÍNICA DA BACIA OBSTÉTRICA Pelvimetria (interna e externa) Pelvigrafia (interna e externa) Pelvimetria interna Estreito superior - Medida do conjugado verdadeiro ou obstétrico - Promontório até o ponto retrossinfisário de Crouzat (ponto mais saliente na face posterior da pube) - Medido indiretamente através da medida do conjugado diagonal (promontório até a borda inferior da sínfise púbica) RELAÇÃO DE SMELLIE - Conjugado verdadeiro = conjugado diagonal (1,5cm). Pelvimetria externa Estreito inferior: medida do diâmetro bituberoso (prova do punho) Thaís H. Ambrósio T XIV 14 Pelvigrafia interna - Estreito superior: arco anterior - Estreito pélvico: espinhas ciáticas Pelvigrafia externa - Ramos isquiopúbicos - Ângulo subpúbico: > 90° facilita o parto Thaís H. Ambrósio T XIV 15 Feto de termo Peso 3.000g - 3.500g. Comprimento 50 cm (lambda-calcâneo). Cabelos: 1-3 cm. Unhas. Orelha e nariz. Verniz caseoso. SEGMENTO DE DISTOCIA (BOERO) - Cabeça - Cintura escapular - Cintura pélvica Cabeça - Ossos: frontais (2), temporais (2), parietais (2), occipital, esfenoide e etmoide. - Suturas, fontanelas e formações especiais. Fontanelas - Bregma: 4x3 (18m) - Lambda: sinal do compasso de Varnier (2-3m) - Glabela (metópica ou mediofrontal) Lambda Bregma Sinal do compasso Ao fazer o exame de toque, se vê ali a sínfise púbica, ísquio em baixo. A cabeça do bebê está colocada no canal de parto na pelve menor. Deve-se passar o dedo nesse sentido da imagem e laterolateral. Nisso estou procurando a sutura e a fontanela que tenho ali. Thaís H. Ambrósio T XIV 16 Se passar o dedo para cima, sentimos que tem o lambda (que está anterior), o bregma está mais posterior em relação a mãe→ depende da posição da cabeça do bebê. Na cefálica fletida temos o lambda como ponto de referência. O bregma é quando o feto está com a cabeça mais defletida. Achei uma fontanela e estou em dúvida: devemos seguir na sutura sagital e avaliar a anterior e posterior, o bregma sempre vai ser maior. DIÂMETROS ANTEROPOSTERIORES DIÂMETROS TRANSVERSOS E VERTICAL CIRCUNFERÊNCIAIS - Occipitomentoniano (grande ou maior): 37cm - Occipitofrontal: 34cm - Suboccipitobregmática: 32-33cm - Hiobregmática: 33cm CINTURA ESCAPULAR - Bisacromial: 12cm (9cm) - Circunferências: Bisacromial: 34cm; esternodorsal (torácica): 32cm. CINTURA PÉLVICA - Bitrocantérico: 9cm. - Circunferências: Sacrotibial: pélvica completa; sacrofemural: pélvica incompleta. ATITUDE FETAL Relação entre as diversas partes fetais. Eixo fetal: 25cm. O feto fica em flexão, a posição das pernas que pode alterar mais. Com esse tamanho que esse feto tem, sabemos que ele não consegue se movimentar muito. Além disso, tem pouco líquido amniótico também. SITUAÇÃO É a relação entre maior eixo uterino e maior eixo fetal. Temos apenas 2 tipos de situação: longitudinal ou transversa. a) Longitudinal (apresentação cefálica) b) Longitudinal (apresentação pélvica) c) Transversa→ tendo como via de parto a cesárea (maior eixo fetal não corresponde ao maior eixo uterino) APRESENTAÇÃO É a região fetal que ocupa o estreito superior e nela vai se insinuar. Não dá para definir uma apresentação com um feto de 20 semanas, já que não tem resistência para a passagem, ele pode mudar. Definimos a apresentação quando a está bem definida no estreito superior que é por volta de 34-37 semanas. Situação Longitudinal - Apresentação Cefálica - Apresentação Pélvica Situação Transversa Apresentação Córmica (tem esse nome porque vem derivada de ombro que estará colocado no estreito superior). Thaís H. Ambrósio T XIV 17 APRESENTAÇÃO CEFÁLICA Apresentação de vértice A apresentação cefálica fletida. Flexão completa da cabeça e se eu olhasse a pelve por baixo, veria que é a fontanela é o lambida. Temos 3 graus de deflexão: Defletida de 1º grau: apresentação cefálica de bregma. Apresenta flexão moderada, bebê não apresentou superflexão. Apresenta diâmetro occiptofrontal. O bebê durante o trabalho de parto, por diferença de pressão uterina (força contrátil pra baixo) e da pelve (e contrapressão da pelve), ele termina de fazer a flexão, se transforma em uma apresentação cefálica fletida. Então nesse trabalho de parto eu começo a sentir o bregma e depois consigo sentir o lambda. Com isso, sabemos que há chance de ter uma via de parto baixa. Defletida 2º grau: Apresentação de fronte.Ao toque, identificamos a glabela. Nesse caso temos uma leve extensão. O diâmetro que passa é o occiptomentoniano (13 cm). Ele não nasce via baixa. Nessa posição o bebê pode nascer um pouco inchado→ Cesária Defletida de 3º grau: Apresentação de face. Nesse caso o bebê apresenta extensão completa da cabeça. Ao fazer o toque, tocamos a face do bebê. O diâmetro que passa é o hiobregmática, com 9-9,5 cm. Isso permite que haja um parto normal nessa posição. Temos que saber que a defletida de 1º grau não é um impedimento para nascimento do bebê via baixa, porque ele vai passando da deflexão para a flexão completa. Passando da defletida de 1º grau para cefálica fletida – então a occiptofrontal, vai dar lugar ao suboccpitobregmático. Já a de 2º grau, por apresentar o maior diâmetro de insinuação, não nasce via baixa, porque não tem na pelve um diâmetro maior que esse. Na defletida de 3º grau, como também tem o menor diâmetro, só que hiobregmático, ele também pode nascer via baixo, de parto normal. No entanto, nascerá um pouco inchado. APRESENTAÇÃO PÉLVICA Apresentação pélvica incompleta Geralmente nessa posição, ele fica como se estivesse abraçando os membros inferiores. Essa apresentação também é conhecida como modo de nádegas ou agripina. Apresentação pélvica completa Bebê está como se fosse um buda. Rebatimento da coxa sobre o tronco e da coxa sobre as pernas. É também chamada de pelvipodálica. Variação Modo de pé. Não é muito comum. O bebê nasce via baixa, mas é muito mais arriscado. Se for pequeno dá para nascer assim, se for maior, de 2-3kg, já começa a complicar mais. Daria tempo de fazer assistência via cesariana, porém se ele não estivesse já saindo. Situação transversa, com indicação de parto via alta. OBS: em apresentação pélvica indica-se parto cesariano, já que revela um parto de risco maior se fizer por via baixa. Há evidências de que parto pélvico, é melhor ser feito via cesárea. APRESENTAÇÃO CÓRMICA Situação é Transversa, do ponto de vista fetal é (A). Estreito marcado na foto. Indicação de cesárea. Thaís H. Ambrósio T XIV 18 Nomenclatura Alemã Na nomenclatura da apresentação córmica tudo é em relação ao bebê. Se o dorso dele está anterior ou posterior. 1. Em relação ao estreito superior, o ombro mais próximo a ele é o direito. Acrômio Direito Anterior (ADA) 2. Acrômio Direito Posterior Determinantes Da Apresentação Fenômeno de Conversão Uterina, por volta da 20ª semana. Em que o útero passa de uma forma esférica para uma forma cilíndrica. A partir do momento que fica de forma cilíndrica, ele tenta ocupar o maior eixo do útero. Acredita-se que seja um dos determinantes para definição da apresentação, se vai ser cefálica ou pélvica. Teorias apresentação cefálica: - Aristóteles: teoria gravitacional - Simpson: teoria da acomodação POSIÇÃO E VARIEDADE DE POSIÇÃO Como dar o diagnóstico de como a cabeça está posicionada: Franceses Apresentação pélvica e cefálica. Relação entre pontos de referência fetais e maternos. Verificar o ponto de referência fetal e materno e colocar um junto ao outro. Pontos de referência maternos: promontório, sinostose sacro-ilíaca (2), diâmetro transverso médio (2), eminência ileopectínea (2), pube. Fetais: - Apresentação de Crânio: occipito (O) – usamos o lambda, é na cefálica fletida. - Apresentação de Bregma (B) – na defletida de 1º grau - Apresentação de Fronte: nariz (N) – na defletida de 2º grau - Apresentação de Face: mento (M) – na defletida de 3º grau - Apresentação de Nádega: sacro (S) – apresentação de pélvica - Apresentação de Tronco: acrômio (A) – apresentação córmica Alemães Só usamos essa para apresentação córmica É dada através da orientação do dorso fetal - Esquerda ou 1ª - Direita ou 2ª FREQUÊNCIA Não se sabe o porquê, mas sabe-se que a apresentação pélvica está muito relacionada a trissomias, principalmente do 21. NOMENCLATURA A) Ponto de referência da apresentação. B) Posição (direita ou esquerda da mãe). C) Variedade de posição (anterior, posterior, transversa) – relacionado aos pontos de referência fetais e maternos. Ex: Occipto-esquerda anterior (OEA), Occipto direita posterior (ODP), Sacro Esquerda Anterior (SEA), Sacro direita Anterior (DAS), Occipto Púbica (OP), Occipto Sacro (OS), etc. PONTOS DE REFERÊNCIA MATERNOS Pontos que fazem parte do estreito superior. CEFÁLICA FLETIDA Baseado no ponto que encontro o ponto de referência fetal, dá-se um nome: Thaís H. Ambrósio T XIV 19 Se o occipto tiver do lado esquerdo, falamos que está em occipto esquerdo e transverso. Caso Clínico Fez o toque e a sutura sagital, encontra-se no 1º oblíquo. O ponto de referência fetal é o lambda e o dorso fetal é anterior. 1º obliquo: vai da eminência ileopectínea esquerda até a sinostose sacroilíaca direita. Então a sutura sagital cruza os dois. O ponto de referência fetal é o lambda (O). Mas ele diz que é anterior. Resposta: OEA 1. Situação Longitudinal. Apresentação Cefálica Diagnóstico é ODA. 2. Situação Longitudinal. Apresentação Cefálica Diagnóstico é ODT 3. Situação Longitudinal. Apresentação Cefálica ODP. Se a cabeça tivesse mais estendida, poderia ser BEA. 4. Situação Longitudinal. Apresentação Cefálica. Diagnóstico é OEA porque o dorso está mais virado para a frente, não consigo ver/”sentir” o rosto do bebê. O lambda está à frente do diâmetro transverso médio. 5. Situação Longitudinal. Apresentação Cefálica. OET (porque vejo direitinho a orelha dele, ele está bem mediano.) 6. Situação Longitudinal. Apresentação Cefálica. OEP 1. Defletida de 3º grau, apresentação de face. Situação Longitudinal. Apresentação cefálica. Diagnóstico: Cefálica Defletida de 3º grau, com isso sabemos que o ponto de referência é o mento (M) - MDA. 2. Defletida de 3º grau, apresentação de face. Situação Longitudinal. Apresentação cefálica. Diagnóstico: MDP 3. Defletida de 3º grau, apresentação de face. Situação Longitudinal. Apresentação cefálica. Diagnóstico: MEA 4. Situação Longitudinal. Apresentação Pélvica. Diagnóstico: SEA 5. Situação Longitudinal. Apresentação Pélvica. Diagnóstico: SEP Thaís H. Ambrósio T XIV 20 A semiologia é a parte da medicina relacionada ao estudo dos sinais e sintomas das doenças humanas através de exames e avaliações físicas para o correto diagnóstico de patologias e afins. Propedêutica obstétrica 1. Indentificação 2. Anamnese 3. Exame físico geral 4. Exame físico obstétrico 5. Procedimentos complementares Identificação - Nome - Idade - Cor - Estado civil - Profissão - Procedência Anamnese a) Queixa Principal - Pré-natal - Sangramento - Dor Pré-natal de rotina, sangramento (Sangue vivo? Coágulos? Espontâneo? Após exercício físico ou relação? Tem dor?), dor (Que tipo de dor? Tem irradiação? Tem algo que melhora ou piora?) Necessário esmiuçar essas queixas para determinar a melhor conduta. - Antecedentes Familiares - Antecedentes Pessoais - Antecedentes Obstétricos b) Ginecológica - Antecedente Menstrual (DUM, menarca,como é a menstruação? É regular? É sangue vivo? Tem coágulos?) - Antecedente Sexual (Quando foi a sexarca? Quantos parceiros sexuais já teve? Existe história de IST? Foi tratado?) - Antecedente mamário - Antecedente cirúrgico - Infecções - Método anticonceptivo - Data da última menstruação (DUM) c) Obstétrica - Número de gestações - Evolução das gestações anteriores - Complicações nas gestações anteriores (Se fórceps, qual o motivo?) - Tipo de partos (parto vaginal, cesárea) - Peso de filhos anteriores - Complicações do parto Data Da Última Menstruação - Confiável ou não - Ciclos regulares - Uso de métodos anticoncepcionais Dosagem de BCHG (quando chega em amenorreia): teste de gravidez. USG Exames pélvicos d) Idade gestacional - Regra de Naegele . (DUM + 7 dias) – 3 meses Exemplo - DUM: 07/05/2020 - DPP: 22/02/2021 Idade gestacional 31 (Maio) - 7 = 24 + 30 dias (Junho) + 31 dias (Julho) + Agosto (hoje 24): 24 = 109 dias 109 / 7 → 15 semanas e 5 dias Com isso, sabemos que a DUM está errada Pela USG Se o 1º primeiro ultrassom for feito em: - Até 12 semanas → erro 3 dias - 12-20 semanas → erro 7 dias - 20-32 semanas → erro 1,5 semanas - > 32 sem → erro 2,5 semanas OBS: se tiver dentro do erro a DUM está correta; se não tiver se baseia no ultrassom. 3) Exame físico geral - Tipo somático: IMC = p/h² → para saber se a paciente é nutrida ou não, se está acima do peso. Serve para pensar na conduta. - Tipo constitucional: Normolíneo, brevelíneo, longilíneo, atético ou displásico. Thaís H. Ambrósio T XIV 21 - Estado Nutricional: Tecido adiposo e muscular - Fáscies: Normal ou atípico (caquética, desnutrida) - Mucosas: Normocoradas, hipocoradas e descoradas - Pelos: Distribuição (normal ou masculinizada→ hirsutismo) - Pele: Lesões sifilíticas, condilomas, doença de Paget - Demais Aparelhos: Apalpar mama, abdômen, verifica sinais de TVP, aparelho pulmonar, aparelho cardiovascular. - Exame Genital . Inspeção De Genitália Externa . Posiciona a paciente em posição ginecológica e só descobre quando for examinar. . Pesquisa lesões, secreções, amostragem. - Exame Especular . Verifica a aparência do colo, secreções, coleta da citologia oncótica . Aparência do colo . Colheita da citologia oncótica (se houver lesão ASC-US, ASC-H ou atipia colhe-se colposcopia) . Secreções – pH vaginal (normal: 4 a 5) . Teste das Aminas (cadaverina) . Bacterioscopia: Gram (vaginose) . Exame a fresco Teste das aminas Se a paciente tiver corrimento, deve-se pingar KOH na secreção. Se tiver vaginose bacteriana, as bactérias vão liberar várias enzimas, que liberará um cheiro fétido. Se não tiver nada disso no consultório, deve-se colher a secreção numa lâmina e mandar pro laboratório verificar o gram. Colpocitologia Oncótica (Papanicolau) Toque vaginal Avaliação da bacia, detectar anomalias do canal de parto. Avalia os estreitos e seus diâmetros, avalia a variedade de posição e altura de apresentação - Avaliação da bacia - Determinar características do colo - Determinar variedade de posição - O toque também serve para analisar anamalias do canal de parto Palpação do colo uterino - Consistência - Localização - Esvaecimento (apagamento) - Dilatação (se houver dilatação avaliar a apresentação do bebe no canal) Ocorre a avaliação de Membranas Ovulares, apresentação Fetal e variedade de Posição - Relação do ponto de referência da apresentação e a posição que ocupa na pelve materna. 4) Exame físico obstétrico - Medida da PA - Paciente sentada - Braço esquerdo - Repouso - 1º (PAS) e 5º (PAD) som de Kortfoff - Em pacientes obesas, ter manguito adequado (ouvir 1h +/-) - PA < 140 x 90 mmHg Sempre < 140x90 mmHg. Se for maior ou igual, a paciente pode ser hipertensa. Necessário deixá-la em repouso por um tempo e fazer a medição novamente. É importante verificar se o manguito está correto. Palpação uterina - Mioma uterino - Tumor ovariano - Bexigoma - Ascite - Obesidade - Meteorismo Avaliar a Consistência. - Altura Uterina: borda superior da sínfise púbica ao fundo uterino, na hora que bater no fundo do útero = medida de altura uterina. Thaís H. Ambrósio T XIV 22 A altura uterina sempre tem que crescer, se estagnar ou reduzir deve-se fazer USG. Contrações: frequência, duração e intensidade. MANOBRAS DE LEOPOLD Segundo a Escola Alemã: O primeiro tempo é palpando o fundo do útero e delimitando o que tem no fundo uterino. Depois, palpa-se todo o abdome da gestante para descobrir de que lado está o dorso do bebê, se está à esquerda da mãe ou à direita da mãe. Após, palpa-se o estreito superior da bacia e determinar a apresentação fetal (que parte do bebê está na púbis da mãe). Por fim, palpa-se a púbis e verificar se há insinuação (“encaixado”). Primeira Manobra: palpa e delimitação da altura do fundo uterino→ “Delimitação do Fundo Uterino”. Segunda Manobra: palpa o dorso do bebê, verifica se está na direita, esquerda, posterior ou anterior→ “Avaliação do Dorso Fetal” - Destinada a estabelecer a localização do Dorso Fetal: . Direita . Esquerda . Anterior . Posterior. Terceira Manobra: apresentação fetal (determina que parte do bebê está no 1/3 superior da bacia)→ “Apresentação” - Destinada a determinar a apresentação que se relaciona com a pelve materna. Quarta Manobra: insinuação do bebê. Esta manobra está destinada a palpar o segmento fetal que está na pelve menor→ “Insinuação” - Realiza-se com a mudança da posição do examinador, voltando-se para os pés do paciente. Segundo a Escola francesa, as manobras são: Pela escola francesa, palpa-se a escava, fundo e dorso. - Escava - Fundo - Dorso Thaís H. Ambrósio T XIV 23 Anexos - Decídua - Placenta - Cordão umbilical - Sistema amniótico - Vesícula vitelina - Alantoide Funções - Proteção - Respiração - Nutrição - Excreção - Produção de hormônios - Local de troca de nutrientes e gases - Órgãos maternofetal DECÍDUA Do latim decidus = que cai (separa do útero após parto) A decídua é a camada basal do endométrio especializado. Todo mês a mulher se prepara para uma nova gestação, então a camada basal se desenvolve e o coxim endometrial se desfaz quando a mulher não engravida, permanecendo somente uma camada, a decídua, que é parte funcional do endométrio. Endométrio altamente modificado pela gestação em função da placentação hemocorial. Nesta última, ocorre o processo de invasão do trofoblasto, e muitas pesquisas têm sido feitas sobre a interação entre as células da decídua e os trofoblastos invasores. A decidualizaçáo – transformação de endométrio secretor em decídua - depende do estrogênio, da progesterona e de fatores secretados pelo blastocisto que está sendo implantado. É o endométrio gravídico. Responde a modificação dos níveis de progesterona, com o aumento dela, aumenta o tecido conjuntivo do endométrio e forma as células da decídua. É a camada funcional do endométrio gravídico. Decídua Basal Situada mais distante do concepto, mais profunda,é a parte funcional, forma o componente materno da placenta, isto é, onde ocorre a placentação - invadida por vilosidades; formada até o 5º mês. Decídua Capsular Parte endometrial, superficial da decídua - recobre concepto e o separa do restante da cavidade uterina. Decídua Parietal Mucosa de revestimento remanescente no útero – parte restante da decídua. Permanece na parede. Por volta da 18ª/20ª semana, há fusão da decídua basal com a parietal e a formação de uma cavidade única. PLACENTA O feto depende da placenta para suprir suas necessidades pulmonares, hepáticas e renais. A parte funcional do trofoblasto é o sinciciotrofoblasto que se inserem na camada endometrial. Proliferação do trofoblasto (pós fecundação), do saco corionico e das vilosidades coriônicas se dão ao final da 3ª semana. 4ª semana: com o crescimento do saco coriônico, as vilosidades associadas a decídua capsular ficam comprimidas, reduzindo o fluxo sanguíneo. Essas vilosidades se degeneram formando uma área avascular que é o Córion Liso. Já as vilosidades associadas a decídua basal, ramificam-se e aumentam de tamanho formando o Córion Viloso, que separa o que vai da mãe para o bebê e vice-versa. Thaís H. Ambrósio T XIV 24 O sangue é levado até entre os vilos. Essa região que tem comunicação das artérias espiraladas e o córion viloso é a região de troca. O sangue materno chega e ocorre uma troca de substâncias através do sinciciotrofoblasto (SIN). Todos os hormônios são produzidos pelo SIN. Na hipertensão gestacional, a base da doença é o defeito no processo de desenvolvimento da placenta. No momento do corion frondoso entrando e invadindo o endométrio, invade também as artérias espiraladas, invadindo o espaço interviloso, destruindo a camada médias dessas artérias (camada muscular), de modo que o vaso relaxe e aumente sua complacência. Isso é o que a gente espera de uma gravidez normal. De modo que a pressão da gestante caia no desenvolver da gravidez. Shunt artério venoso, de modo que a resistência vascular cai, caindo a pressão arterial. Isso é muito bem observado no 2º trimestre. É um processo contínuo que vai até o final da gestação. Uma das teorias da hipertensão gestacional é que não ocorre essa segunda invasão e destruição da camada média. A pré-eclampasia é muito mais frequente nas primigestas. Há uma teoria de que se a mulher tiver filho com a mesma pessoa, há redução da chance de desenvolver a pré-eclampsia. Placentação - Primeira onda de invasão trofoblástica: 8/11 a 14 semanas - Segunda onda de invasão trofoblástica: 14-22 semanas. Isso é responsável pela formação de um shunt artério-venoso. A invasão ocorre quando o trofoblasto adentra as Aa. Espiraladas na sua camada muscular fazendo o vaso ficar complacente, assim irá sangue a vontade para nutrir o bebê. Por causa dessas ondas de invasão que a PA materna tende a cair no 2º trimestre → se não cai, tenho que investigar hipertensão gestacional. Características Tem forma discoide, com diâmetro entre 15 e 20 cm e espessura de 2 a 3 cm, pesa 500- 600 g correspondendo usualmente 1/6 do peso do feto, as margens da placenta são contínuas com os sacos amniótico e coriônico rompidos. Face fetal: interna, lisa e com inserção do cordão. Face materna: externa, cruenta e presença de cotilédones (microscopia do vilo corial). Thaís H. Ambrósio T XIV 25 Funções - Metabolismo: sintetiza glicogênio, colesterol e ácidos graxos. - Transporte: há alguns mecanismos, como veremos abaixo. - Difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose - Transferência de gases (O2, CO2, CO); - Substâncias nutritivas: água, glicose, vitaminas - Hormônios: proteicos e esteroides - Anticorpos maternos: conferem imunidade ao feto - Temos a passagem de IgG materno pela placenta protegendo o bebê de algumas infecções, mas IgM não passa porque é uma molécula grande. Se no sangue do bebê tiver IgM significa que ele está infectado, se tiver IgG você busca saber se é do bebê ou da mãe. - Produtos de excreção: ureia, ácido úrico – é uma urina estéril - Drogas: heroína, analgésicos, sedativos - A placenta impede que grande parte das substâncias passem, mas alguns ainda passam. - Agentes infecciosos: rubéola, sarampo, poliomielite, sífilis e toxoplasma passam pela placenta. Bebê sofre de acordo com a idade gestacional – é muito pior se a infecção se dá no 1º trimestre. Secreção endócrina Hormônios proteicos (gonodotropina coriônica – HCG e outros) e esteroides (progesterona e estrógenos) secretados pela placenta. Especialmente a progesterona no início da gestação é produzida pelo corpo lúteo, pela presença do B-HCG (este é produzido no sinciciotrofoblasto). A placenta passa a produzir exclusivamente a progesterona por volta da 14ª semana. A progesterona é quem faz o útero ficar quiescente “molinho”, se retira a progesterona, fica mais duro e pode chegar a causar um aborto. Circulação placentária Ramificações das vilosidades-tronco para ocorrer troca de substâncias através da membrana placentária entre feto e a mãe Se dá através das ramificações, isto é, através das vilosidades-tronco. Ocorre troca de substâncias através da membrana placentária entre feto e mãe. Em teoria não há contato do sangue materno e fetal, para que não haja isoimunização. O sangue materno chega até o polo viloso, mas não ultrapassa o cito e o sinciciotrofoblasto. Por isso existe o espaço interviloso, em que o sangue materno chega e não ultrapassa o sinciciotrofoblasto. O sangue materno banha a parte externa do sinciciotrofoblasto para permitir que ocorram troca de gases e nutrientes com o sangue capilar fetal dentro do tecido conjuntivo nas vilosidades coriônicas. Normalmente, o sangue materno e o fetal não se misturam na placenta hemocorial. Temos 2 artérias e 1 veia que vão se ramificar e se dividir em vários ramos dentro do espaço interviloso. Circulação placentária fetal O sangue oxigenado chega através das vilosidades, vem pela veia umbilical e vai para o fígado, lá se Thaís H. Ambrósio T XIV 26 origina as artérias hepáticas e um ramo chamado ducto venoso, que cai na VCI, praticamente na boca do átrio direito, daí vai para o ventrículo direito e para o átrio esquerdo por conta do forame oval. Vai para o ventrículo esquerdo, é jogado para a aorta e vai para a circulação sistêmica. O sangue que foi desviado para o ventrículo direito, vai para a artéria pulmonar e vai para os pulmões. No entanto, o pulmão ainda não é funcionante: com isso, sabemos que existe outra comunicação, entre artéria pulmonar e aorta, levando o sangue pulmonar para a aorta através do ducto venoso para a circulação sistêmica. 50% do sangue do bebê vai para a circulação sistêmica pelo fígado e outro 50% pelos shunts. Resumindo... 1. Sangue pouco oxigenado do feto vai para placenta pelas Aa. Umbilicais 2. Dividem-se em Aa. Coriônicas (vilosidades coriônicas) 3. Sangue fetal fica próximo ao sangue materno 4. Sangue oxigenado do feto vai pela V. Umbilical Sangue oxigenado chega no bebê pelo cordão umbilical pela veia umbilical e o sangue pouco oxigenado, sai do bebê e vai para a mãe através da artéria umbilical.Circulação Placentária Materna O sangue que chega com as excretas, vem pelas artérias umbilicais e vão para a placenta. O sangue pouco oxigenado vem pra placenta através das artérias umbilicais se dividindo e formando as artérias coriônicas nas vilosidades coriônicas, ficando perto do sangue materno, fazendo a troca do oxigênio pelo gás carbônico, recebe o sangue oxigenado que vai chegar ao feto. Resumindo... 1. Sangue no espaço interviloso, fora do sistema circulatório materno 2. O sangue entra no espaço interviloso, vai para as Aa. Espirais Endometriais impedindo em jatos pela pressão sanguínea materna 3. Flui em torno de vilosidades coriônicas ocorrendo troca de substâncias 4. O sangue retorna através das Vv. Endometriais para circulação materna Espaço interviloso→ artérias espirais endometriais→ impelido em jatos pela pressão sanguínea materna→ flui em torno das vilosidades coriônicas→ ocorre troca de substância. MEMBRANA PLACENTÁRIA Constituída pelos tecidos extrafetais que separam o sangue materno do fetal, formada por sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto, tecido conjuntivo das vilosidades e endotélio dos capilares fetais - Barreira entre sangue materno e fetal - Constituída pelos tecidos extrafetais O embrião/feto é tecido do bebê, tudo que ficou no saco gestacional, ao redor dele, formam os anexos, muito importantes na gestação isso, chamados de tecido extrafetal. O tecido extrafetal forma uma membrana formada pelo sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto, tecido conjuntivo das vilosidades, endotelio dos capilares fetais. Essa camada azul e rosa de fora são a barreia placentária, composta de sincício e citotrofoblasto. Por dentro temos vasos arteriais e venosos que confluem na veia e artérias umbilical. Cordão Umbilical Vem da fusão de todas as vilosidades, que se fundem em vasos cada vez maiores que formam as artérias e o cordão umbilical. 55 cm de comprimento e 1 a 2 cm de diâmetro (pode ter variações) Constituição - 1 veia e 2 artérias→ se tiver 1 artéria umbilical deve-se investigar má formação renal e cardíaca. - Tecido conjuntivo mucoso (Geleia de Wharton) envolve a artéria e a veia. Temos uma cavidade coriônica (tudo) e temos uma cavidade amniótica (em azul) que começa a crescer, Thaís H. Ambrósio T XIV 27 se funde, acabando com o espaço coriônico, engloba tudo, formando uma membrana corio-amniónica. Quando essa cavidade começa crescer, ela envolve as estruturas que vem entre elas e o saco vitelínico, que dá origem a circulação fetal e forma o funículo; é nessa região que vai apertando e da origem ao cordão umbilical. OBS: não entender os desenhos como veia e artéria, isso é alantoide e saco vitelino. No meio disso surgirá a circulação. CORDÃO UMBILICAL PATOLÓGICO Cordão Muito Longo Podem causar prolapso ou se enrolarem em torno do feto e deficiência de oxigênio (hipóxia). Pode formar um nó verdadeiro de cordão e ser comprimido. São situações raras. Cordão Muito Curto Podem causar a separação prematura da placenta da parede do útero durante o parto, no que chamamos de descolamento da placenta. Isso pode ser perigoso porque o bebê pode parar de “respirar”, pela troca de gases. Âmnio Cavidade amniótica começa crescer, o âmnio em si começa expandir essa cavidade e quando essa cavidade amniótica se funde a coriônica, tem-se origem as membranas. Saco amniótico cheio de líquido. Aumenta de tamanho e une-se à cavidade coriônica (córion liso) → forma membrana âmnio-coriônica na junção da cavidade amniótica e da cavidade coriônica. Líquido Amniótico É proveniente de: - Inicialmente das células amnióticas→ depois o bebê acaba transudando líquido - Líquido tecidual materno - Espaço interviloso da placenta - Trato respiratório fetal - A partir da 11ª semana recebe contribuição da urina expelida A maior parte surge a partir da 11ª semana, com a formação do sistema urinário (responsável por 70% do líquido) 12ª semanas o bebê começa urinar e formar o líquido amniótico, mas ainda não concentrada. Então a maior parte do líquido amniótico é produzido pelo trato respiratório e por transudação da urina. A partir da 17ª semana, começa a produzir em maior quantidade, por ter capacidade de filtrar, sendo responsável pela maior quantidade de produção de líquido amniótico. OBS: pode ter até 2l de líquido total Volume - 10 semanas: 30 ml - 20 semanas: 350 ml - 37 semanas: 700 a 1000 ml O líquido é deglutido pelo feto e absorvido pelos tratos respiratórios e digestivo, vai para corrente sanguínea fetal e os produtos de excreção nele contido cruzam a membrana placentária, entrando no sangue materno no espaço interviloso. Polidrâmnio - Volume > 2000 ml Causado pela incapacidade do feto em engolir ou absorver normalmente o líquido amniótico ou excesso de produção, como por anencefalia (não consegue deglutir), diabetes (bebê hiperglicêmico, urinando mais do que deveria). Oligodrâmnio - Volume < 400ml Resulta, na maioria dos casos, de insuficiência placentária com fluxo sanguíneo placentário diminuído. Geralmente é defeito de produção, como por rim displásico ou ausente ou por insuficiência placentária, restringindo a chegada de O2 e o bebê prioriza os órgãos nobres como coração, cérebro e suprarrenais. Absorção É reabsorvido pela deglutição do feto e reabsorvido pelos tratos respiratórios e digestivo. Esse líquido amniótico reabsorvido, vai para corrente sanguínea fetal e os produtos de excreção nele contido cruzam a membrana placentária e entram no sangue materno no espaço interviloso. Composição 99% água, 0,5% proteínas, 0,5% carboidratos, gorduras, enzimas e hormônios. Funções - Permite o crescimento extenso simétrico do embrião e muscular - Barreira contra infecções - Impede a aderência do embrião e âmnio (se adere, a região não se desenvolve mais→ “banda amniótica”) - Protege de traumatismos e choques - Ajuda a controlar a temperatura do feto Thaís H. Ambrósio T XIV 28 Saco Vitelínico Não tem muita importância no desenvolvimento do embrião humano. No entanto, faz parte do desenvolvimento do tecido sanguíneo – células sanguíneas, depois passa a ser produzida pelo fígado. De pequeno tamanho e incorporado para formação intestino primitivo ao fim da 4ª semana; Entre a 2ª e 3ª semanas a circulação não está estabelecida, então tem papel transferência de nutrientes. A formação sangue se 3ª semana até formação fígado (6ª semana). Ao fim da 3ª semana as células germinativas primitivas (parede saco vitelino), migram para as glândulas sexuais em desenvolvimento e diferenciamse em espermatogônias e ovogônias. O canal restante destaca-se como a alça do intestino médio até 6ª semana e se persiste da origem ao divertículo de Meckel. Resumindo... 2ª-3ª semana: a circulação ainda não está bem estabelecida, tem papel de transferência de nutrientes Na 3ª semana, as células germinativas primitivas migram glândulas sexuais em desenvolvimento e se diferenciam-se em espermatogônias e ovogônias 4ª semana: bem reduzido, está incorporado para formação do intestino primitivo→ ajuda na formação do intestino primitivo 3ª-6ª semana: formação do sangue até formação do fígado (funções nutritivas) Canal restante se destaca da alça intestinal do intestino médio na 6ª semana, se persistir formará o Divertículo de Meckel. Agestação começa depois da fecundação, com a união do gameta feminino e masculino na tuba uterina, especificamente na região angular da tuba uterina. Após isso, o zigoto (embrião unicelular de 46 cromossomos) começa andar na tuba através do peristaltismo da tuba e células ciliares e vai tendo mitoses, formando blastômeros que passam transformações celulares, se especializam e formam diversos órgãos do nosso organismo. Mórula É um maciço celular de 16 células. Se dá em torno do 5º dia de gestação – período que o embrião chega na cavidade uterina. Blastocisto • Fase na qual ocorre a nidação. • Ocorre no 6º/7º dia de gestação após a fertilização. • Diferença da mórula e blastocisto: cavidade cheia de líquido, a blastocele. • As células vão para a periferia formando embrioblasto (origina células do embrião) e trofoblasto (células da periferia que formarão a placenta). Decídua • Embrião chega a cavidade como mórula, nidou como blastocisto. Esse endométrio se altera. • Decídua é o endométrio gravídico. As células ficam volumosas, com citoplasma rico em glicogênio e lípides. • É um local imunologicamente privilegiado ao embrião. • Fornece a nutrição inicial • Protege contra a invasão celular feita pelo trofoblasto. • O trofoblasto invade o endométrio, quando temos uma decidualização não adequada, temos alterações gestacionais, como acretismo gestacional. Placenta A placenta é um órgão que institui a separação mecânica entre os compartimentos fetais e maternos (mãe e bebê) Envolvida em processos tais como: • Estabelecimento e manutenção da gravidez • Crescimento fetal e Desenvolvimento até o início do trabalho de parto É ela quem institui o estabelecimento e a manutenção da gravidez. Ela é o órgão mais importante da gestação. Só funciona durante a gestação. Funções 1) Regulação da Troca Materno-Fetal a. Barreira Placentária b. Função Nutricional c. Função Respiratória 2) Função Endócrina 3) Função Imune Regulação Do Intercâmbio MaternoFetal • Artérias espiraladas das artérias uterinas→ veias coriônicas→ veia umbilical→ corpo do feto • Para facilitar essas trocas, a placenta amadurece com o avançar da gravidez o As vilosidades se ramificam, aumentando progressivamente a superfície de troca. No termo a área de troca é estimada em 11 m² Barreira Placentária A placenta atua como uma barreira seletiva que permite a passagem de diferentes moléculas e evitar a passagem de outras • Barreira seletiva • Chegam substâncias benéficas • Passagem de nutrientes é feita de diversas maneiras À placenta vão chegar: • Substâncias benéficas de origem materna (oxigênio, nutrientes, anticorpos, etc.) • Substâncias prejudiciais (por exemplo. Drogas, drogas, vírus, bactérias, etc.) Permite que chegue substâncias benéficas e evita que chega substâncias prejudiciais. Função nutricional e respiratória A passagem de nutrientes entre a mãe e o feto e regulada por vários mecanismos de troca transplacentária, dependendo da natureza de cada nutriente. A passagem de nutrientes entre a mãe e o feto é regulada por vários mecanismos de troca transplacentária, dependendo da natureza de cada nutriente. Difusão Simples: utilizado para água, gases (O2 e CO2), alguns eletrólitos (sódio, potássio, etc.) e alguns ácidos graxos livres. Difusão Facilitada: usado para transferir Thaís H. Ambrósio T XIV 29 a glicose. Glicose principal fonte de energia para o feto. Um mecanismo de transporte adequado para garantir uma oferta adequada em todos os momentos é necessário→ por isso o problema da DM Transporte Ativo: usado por aminoácidos, vitaminas solúveis em água, alguns cátions (ferro, cálcio, etc.) e algumas lipoproteínasPinocitose: Moléculas maiores como a albumina e IgG (ex: imunoglobulinas [IgM - > molécula composta de 5 partes, então não passa por esse mecanismo/IgG passa {e pode conferir imunidade ao bebê}] e albumina). Na pinocitose tem invaginação da membrana que envolve substâncias, formando bolinha e liberando pra outro lado. Nesse mecanismo principalmente é levado IgG (imunidade passiva de determinadas doenças para o bebê). As Soluções De Continuidade Entre As Células Trofoblásticas: em condições patológicas podem atravessar a placenta, desta forma (por exemplo, algumas células de eritrócitos, leucócitos, espiroquetas, etc Questão De Prova: qual o mecanismo de transporte da glicose para o bebê? → Difusão facilitada! * No transporte ativo são levados principalmente os aminoácidos. Função Endócrina É o único órgão capaz de sintetizar ambas os hormônios protéicos, hormônios esteróides e neuropeptídeos Função endócrina = síntese ocorre exclusivamente no sinciciotrofoblasto • PAPP-A (alterado quando o bebê tem Down) • Coriogonadotrofina coriônica (HCG) Vinícius Thomaz Pignatari TXIII 35 Principais Hormônios Da Placenta a) Coriogonadotrofina Coriônica (hCG) Inicialmente produzida pelo sinciciotrofoblasto Tem subunidades alfa e beta (única de origem placentária→ só detecta na gravidez) A subunidade α = LH Duplica a cada 48h no início da gestação A subunidade β é único de origem exclusivamente coriônico, portanto, só pode ser detectado durante a gravidez É o HCG que causa o enjoo no início da gravidez. A hCG placentária é sintetizada muito mais cedo. Ele já pode ser detectado no sangue materno para o 9º dia de pós-fertilização O β-hCG é a base de todos os testes de gravidez → é esperado que duplique seu valor a cada 48h, produzido a partir da fertilização Pode ser detectado a partir do 9º dia pósfertilização Ação no início da gravidez: pico máximo entre 9-10 semanas (é quando a mulher pode ter náuseas, cansaço, etc). Depois que o corpo lúteo involui e placenta toma conta de produzir, há um platô lá pela 10ª semana e se mantem estável até o nascimento do bebê. Estimula a produção de progesterona no corpo lúteo→ manter a gravidez até a placenta ser formada Se houver hCG, o corpo lúteo continua ativo desde o dia 14 pós- ovulação ficando ativo produzindo progesterona até a placenta ser capaz de sintetizar a sua própria progesterona a partir da 9ª semana b) Hormônio Lactogênio Placentário • Semelhante à ação do hormônio do crescimento (GH) • A sua ação principal é a de alterar o metabolismo materno para assegurar um fornecimento constante de glicose para o feto em todos os momentos • Com a lipólise materna, os ácidos graxos livres podem atravessar a placenta e são usados como fonte de energia materna. Esse ácido graxo chega ao bebê e também é utilizado pela mãe. • Economia de consumo de glucose • Pico de ação ao redor de 22-24 semanas OBS: DM gestacional é causada, principalmente, pelo Lactogênio placentário c) Hormônios Esteroides Os níveis de progesterona plasmática aumentar durante a gravidez Progesterona→ pró-gestação→ preguiça A progesterona é inicialmente é produzida pelo corpo lúteo, tendo como função principal a redução das contrações uterinas (quiescência do miométrio). Tem atividade imunossupressora, inibe a lactação, influência no desenvolvimento mamário. O estriol é o hormônio que aumenta o fluxo sanguíneo uterino, auxilia na embebição gravídica, auxilia hipertrofia e hiperplasia uterina. • Sua ação fundamental é a manutenção da gravidez: envolvido na formação da decídua e relaxamento do músculo liso uterino Estrogênio e progesterona estão envolvidos em: • Crescimento uterino e vascularização • Desenvolvimento mamário durante a gravidez (ductos lactíferos) Função Imunológica O trofoblasto viloso é o único tecido fetal que está em contato direto com o tecido materno (decídua, sangue materno e endotélio) durante toda a gravidez. Por ser de origem embrionária, contém material genético
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