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* * ANÁLISE ORGANIZACIONAL – aula 8 PROFESSOR ANTONIO VIANA MATIAS Rio de Janeiro, 2011 AULA 8 – DEPARTAMENTALIZAÇÕES MODERNAS Nesta aula serão abordados os seguintes tipos de departamentalização moderna: Governança Corporativa; e Rede de Integração; e GOVERNANÇA CORPORATIVA Abordagem conceitual A governança corporativa é um conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia, protegendo investidores, empregados e credores, facilitando, assim, o acesso ao capital. Existem varias definições de governança corporativa, mas todas apresentam coesão em seus conceitos, princípios, finalidades, modelos e práticas. Abaixo, algumas dessas diversas conceituações: ESTRUTURA DE PODER – CADBURY: “A governança corporativa é o sistema e a estrutura de poder que regem os mecanismos através dos quais as companhias são dirigidas e controladas.” GOVERNANÇA CORPORATIVA SISTEMA DE RELAÇÕES – IBGC: Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a sua longevidade. SISTEMA NORMATIVO – CLAENSSENS E FAN: A governança corporativa diz respeito a padrões de comportamento que conduzem à eficiência, ao crescimento e ao tratamento dado aos acionistas e a outras partes interessadas, tendo por base princípios definidos pela ética aplicada à gestão de negócios. GOVERNANÇA CORPORATIVA Modelos de Governança Alguns autores, como Oliveira, Andrade e Rossetti, comentam que os vários modelos praticados de governança corporativa em diferentes países são provenientes do perfil histórico, cultural, econômico e institucional de cada país em que cada um predomina. Esses modelos podem ser agrupados em dois: Para o primeiro, o foco são os acionistas e agentes mais estreitamente ligados às operações corporativas (shareholders), os quais estão voltados para os seus interesses e direitos. Os acionistas/cotistas podem ser: Majoritários; e Minoritários. GOVERNANÇA CORPORATIVA Os agentes mais envolvidos com as operações corporativas podem ser: - Conselhos de administração. - Conselhos consultivos. - Conselhos fiscais. - Auditorias independentes. - Comitês corporativos de gestão. - Diretoria executiva: CEO e Staff. GOVERNANÇA CORPORATIVA Nesse modelo, a governança atende aos interesses dos acionistas/gestores, que estão mais voltados para valores. Vejamos alguns desses interesses: - Desempenho estratégico no mundo dos negócios. - Aumento da riqueza dos acionistas. - Atendimento às disposições estatutárias. - Normas estabelecidas em acordos de acionistas. - Preservação de ativos intangíveis. - Remuneração e benefícios da diretoria executiva. - Otimização de retorno sobre ativos tangíveis GOVERNANÇA CORPORATIVA Para o segundo, os modelos têm objetivos mais amplos; não apenas visam ao retorno do investimento e da geração de riqueza para os acionistas, mas também assumem compromisso com outras partes interessadas (stakeholders) no tocante ao desenvolvimento das empresas, e os interesses são múltiplos. As partes ou agentes interessados no desempenho da empresa, além dos acionistas/gestores mencionados acima, são: - Público interno (empregados, fundações de assistência e seguridade). - Público externo (credores, fornecedores, clientes e consumidores, comunidade, governo (agências reguladoras), sociedade, meio ambiente, órgãos normativos do mercado de capitais). GOVERNANÇA CORPORATIVA Nesse tipo de modelo, os interesses apresentam maior amplitude, além dos interesses dos acionistas/gestores, já mencionados; podemos também apontar: - Responsabilidades corporativas em relação ao interesse nacional e social. - Balanços: social e ambiental. - Indicadores de atendimento aos dispositivos legais. A base da diferenciação clássica de governança está entre shareholders e stakeholders. A primeira é voltada para os acionistas, enquanto a segunda é de maior abrangência; além dos interesses dos acionistas, consideram-se também os interesses dos públicos interno e externo. GOVERNANÇA CORPORATIVA Diferença entre os dois tipos de governança. Existem dois tipos de governança, a escolha de um ou outro vai depender da abrangência. O modelo shareholder, é voltado para a maximização dos resultados e o valor de mercado da empresa atende mais aos interesses dos gestores do que dos acionistas. Esse modelo é mais usado nos Estados Unidos e na Inglaterra. O outro tipo do modelo, stakeholder, atenta para um tratamento mais equilibrado, apresenta os resultados com transparência para os acionistas minoritários e majoritários. GOVERNANÇA CORPORATIVA Com referência ao modelo stakeholder, de procedência japonesa e alemã. Nesse modelo, um dos tipos aponta que os interesses não são apenas os dos acionistas, mas também do público interno e externo. Esse tipo é voltado para as partes internas e externas que estão envolvidas com o negócio da empresa; no outro tipo, o público externo é mais abrangente; alem de serem divulgadas as demonstrações econômico-financeiras, são também publicados os balanços social e ambiental. GOVERNANÇA CORPORATIVA PRÁTICAS DE GOVERNANÇA Outra contribuição à aplicabilidade das práticas de governança corporativa partiu da Bolsa de Valores de São Paulo, ao criar segmentos especiais de listagem destinados a empresas com padrões superiores de governança corporativa. Além do mercado tradicional, passaram a existir três segmentos diferenciados de governança: Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado. O Objetivo, segundo informativo da BOVESPA, foi “estimular o interesse dos investidores e a valorização das empresas listadas”. Basicamente, o segmento de Nível 1 caracteriza-se por exigir práticas adicionais de liquidez das ações e disclosure. Enquanto o Nível 2 tem por obrigação práticas adicionais relativas aos direitos dos acionistas e Conselho de Administração. * * O Novo Mercado, por fim, diferencia-se do Nível 2 pela exigência para emissão exclusiva de ações com direito a voto. Estes dois últimos apresentam como resultado esperado a redução das incertezas no processo de avaliação, investimento e de risco; o aumento de investidores interessados; e, consequentemente, o fortalecimento do mercado acionário. Resultados que trazem benefícios para investidores, empresa, mercado e Brasil. GOVERNANÇA CORPORATIVA * * INTRODUÇÃO Segundo Rosiléia Milagres, professora da fundação dom Cabral, em contraposição às formas de organizar a produção anteriores, marcadas pelo fordismo e pela especialização, pela divisão do trabalho e separação entre concepção, execução e controle de produção, surgiu uma estrutura mais flexível, as redes entre empresas. O termo “redes” pode ser entendido como o conjunto de interações e trocas de conhecimentos entre organizações. REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS * * DEFINIÇÃO Oliveira (2006), define Rede de Integração entre Empresas, como sendo a cooperação estruturada visando consolidar fortes e internacionais vantagens competitivas, sustentadas por otimizadas tecnologias, melhor utilização dos ativos, bem como maiores produtividades, flexibilidade, qualidade, rentabilidade e lucratividade das empresas participantes. REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS * * REDES Redes podem ser vista, a partir de relacionamentos formais e/ou informais entre organizações e por meio dos quais acontecem interações e trocas de conhecimentos e informações. Há diferentes formas de acordos reconhecidas, como joint ventures, consórcios de pesquisas, franquias e, cada vez mais alianças – estas surgindo das relações estabelecidas pelas empresas em suas redes. REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS REDE DE INTEGRAÇÃOENTRE EMPRESAS EXEMPLO DE JOINT VENTURE A petrolífera britânica BP e a americana DuPont escolheram Paulínea, no interior paulista, para abrigar o laboratório da Butamax, uma joint venture que formaram para desenvolver um álcool também derivado da cana, o biobutanol. Os planos preveêm que ele seja produzido em larga escala no país para exportação. REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS A IMPORTÂNCIA DAS REDES As redes permitem maior flexibilidade, menor comprometimento de recursos e maior capacidade de lidar com conhecimentos/informações, além de viabilizar o acesso a novas tecnologias e recursos provenientes de parceiros. Cada vez mais se constata que uma proporção crescente das inovações não é gerada por empresas individuais, mais pela combinação de empresas e outras instituições. REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS A INTELIGÊNCIA ESTÁ NA REDE Segundo o canadense Don Tapscott, um dos mais respeitados estudiosos do impacto da tecnologia nas empresas e nas sociedades, a internet viabiliza a colaboração em massa, e isso traz mudanças tão profundas quanto a que sepultou o feudalismo e inaugurou a era industrial. A internet, diz ele, não muda o que aprendemos, mas o modo como aprendemos – e o impacto disso será tão intenso quanto a invenção dos tipos móveis da imprensa por Gutenberg. “Não vivemos na era da informação. Estamos na era da colaboração. A era da inteligência conectada”. REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS PARCERIAS Alguns autores consideram, que os esforços cooperativos são fundamentais nos negócios inovadores e globais do séc. XXI, particularmente nas atividades de ligadas a P&D. As relações de parceria são fortemente incentivadas pela possibilidade de acessar ou adquirir informações críticas, know-how ou capacidade de parceiros. Além disso, as redes também se configuram no caminho para a internalização das habilidades e técnicas dos parceiros e técnicas dos parceiros e não apenas para acessá-las. REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS WIKINOMIA A wikinomia, fusão de “wiki” com “economia”, é a arte e a ciência da inovação colaborativa. Será a mudança mais profunda na estrutura das corporações em um século. Vai mudar o modo como inovamos, o modo com criamos bens e serviços. Um exemplo de wikinomia é o caso da Procter & Gamble, conglomerado de produtos de higiene e limpeza, está usando a colaboração em massa. Começou procurando uma molécula capaz de irar mancha de vinho tinto em roupa. Em vez de buscar a resposta entre os 7.000 engenheiros químicos da própria empresa, criou um site e foi procurá-la entre milhões de engenheiros químicos fora da empresa. Multiplicou a probabilidade e encontrar o que busca. A P&G paga 300.000 dólares ao químico e fica com um novo produto. REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS: PREMISSAS Segundo Oliveira (2006), algumas premissas devem ser respeitadas para se alcançarem os melhores resultados possíveis da rede de integração entre as empresas. São elas: A) OS MECANISMOS DE INTERAÇÃO E DE COOPERAÇÃO ENTRE AS EMPRESAS DEVEM ESTAR BEM DEFINIDOS E ESTRUTURADOS: Essa premissa é de elevada para se consolidar uma situação de equilíbrio e, possivelmente, de igualdade e de equidade dos interesses e vantagens entre as empresas participantes da rede de integração. REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS B) DEVE EXISTIR TRANSPARÊNCIA E TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTOS, BEM COMO COMPLEMENTARIDADE ESTRUTURADA DE SINERGICAS: Essas questões envolvem cooperação compartilhada de tecnologias e conhecimentos, bem como programas de desenvolvimento e inovação, podendo chegar, em significativa parte das vezes, na consolidação de infra-estruturas e operações produtivas em comum. C) TODA A ESTRUTURAÇÃO ORGANIZACIONAL DA REDE DE INTEGRAÇÃO DE EMPRESAS DEVE ESTAR, PREFERENCIALMENTE, BASEADA NA GOVERNANÇA CORPORATIVA: Isso é particularmente verdade pelo fato de a governança corporativa apresentar a mais elevada amplitude de atuação das questões da alta administração de uma empresa ou de uma rede de empresas integradas. REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS D) O RESULTADO FINAL DA OPERACIONALIZAÇÃO DA REDE DE INTEGRAÇÃO DE EMPRESAS É O INCREMENTO SUSTENTADO DA VANTAGEM COMPETITIVA DAS EMPRESAS PARTICIPANTES: Cada empresa participante da rede deve entender, de forma bastante clara que, individualmente, não tem condições de alcançar os níveis de competitividade a serem consolidados pela rede. E) A APLICAÇÃO DA REDE DE INTEGRAÇÃO DE EMPRESAS É VALIDA PARA QUALQUER TIPO DE EMPRESA: Embora uma grande empresa, principalmente multinacional, possa ter sob seus domínios diretos todas as tecnologias, processos e infra-estrutura de que necessite para consolidar seus negócios, não é válido – ou necessário – que seja ótima em todos os assuntos administrativos e atividades operacionais, o que leva a crer que a concentração em especialidades que se ampliam pela simples interação com outras empresas. REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS EXEMPLO DE REDE DE INTEGRAÇÃO ENTRE AS EMPRESAS: Embraer O uso da tecnologia da informação, ligado à estratégia, tem sido determinante para a obtenção da vantagem competitiva – com a montagem de redes de clientes e fornecedores que participam juntos de projetos, partilhando informações e assumindo riscos, dezesseis companhias, espalhadas por oito países, integram o projeto ERJ 170/190. São 2 500 profissionais montando uma espécie de quebra-cabeça de 40 000 peças, trocando informações diárias por meio de uma extranet, a rede que interliga a empresa a seus parceiros. * *
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