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Exam� físic� gera� É na seguinte sequência: - Avaliação do estado geral - Avaliação do nível de consciência - Fala e linguagem - Avaliação do estado de hidratação - Altura e outras medidas antropométricas - Peso - Avaliação do estado de nutrição - Desenvolvimento físico - Fácies - Atitude e decúbito preferido no leito - Pele mucosas e fâneros - Tecido celular subcutâneo e panículo adiposo - Musculatura - Movimentos involuntários - Enfisema subcutâneo - Exame dos linfonodos - Veias superficiais - Circulação colateral - Edema - Temperatura corporal - Postura ou atitude na posição de pé - Biotipo Avaliação do nível de consciência Estado de vigília: percepção consciente do mundo exterior e de si mesmo Obnubilado: quando o paciente apresenta Deve-se considerar os seguintes fatores: Perceptividade: capacidade para responder perguntas simples ou informar aspectos corriqueiros Reatividade: capacidade de reagir a estímulos inespecífico Deglutição: capacidade de levar alimentos à boca e degluti-los Reflexos: resposta às manobras de alguns reflexos tendinosos como patelar, plantares, cutâneos, abdominais e pupilares A partir desses dados é possível caracterizar o estado de coma com base na seguinte graduação: Coma leve ou grau I: é aquele no qual o comprometimento da consciência é leve e o paciente é capaz de atender a ordens simples do tipo de abrir e fechar os olhos, levantar os braços e responder perguntas pessoais. Reage be de modo apropriado a estimulação dolorosa, e a deglutição se faz normalmente Coma de grau médio ou grau II: a perda da consciência é quase total estando o paciente com sua perceptividade bastante reduzida. Responde apenas a estimulação dolorosa enérgica e o faz desapropriadamente. A deglutição é feita com dificuldade e os reflexos tendinosos, cutâneos e pupilar se mantêm preservados Coma profundo ou grau III: a perda da consciência é completa e o paciente não responde às solicitações externas por mais intensas que sejam. Sua perceptividade é igual a zero, não deglute água e nenhum estímulo doloroso desperta reação. Observam-se arreflexia tendinosa, cutânea e pupilar, relaxamento completo da musculatura e incontinência esfincteriana Coma de grau IV: além dos elementos referidos no coma de grau III, aqui há comprometimento inclusive das funções vitais como parada respiratória sendo a ventilação mantida totalmente a custa de respiradores artificiais quase sempre irreversível Fala e linguagem Alterações da fala classificam em: Disfonia ou afonia: é uma alteração do timbre da voz causada por algum problema no órgão fonador, a voz torna-se rouca, fanhosa ou bitonal Dislalia: é o termo que se usa para designar alterações menores da fala comuns em crianças como a troca de letras Disritmolalia: distúrbios no ritmo da fala tais como gagueira e taquilalia Disartria: decorre de alterações nos músculos da fonação, incoordenação cerebral com voz arrastada, hipertonia no parkinsonismo que é voz baixa, monótona e lenta ou perda do controle piramidal que é a paralisia pseudobulbar Disfasia: aparece com completa normalidade do órgão fonador e dos músculos da fonação e depende de uma perturbação na elaboração cortical da fala. Há diversos graus de disfasias, desde alterações mínimas até perda total da fala. Pode ser de recepção ou sensorial (o paciente não entende o que se diz a ele) ou de expressão ou motora (o paciente entende mas não consegue se expressar) ou ainda do tipo misto. A disfasia traduz lesão do hemisfério dominante o esquerdo no destro e vice-versa Outros distúrbios: retardo do desenvolvimento da fala na criança que pode indicar alguma anormalidade neurológica, disgrafia ( perda da capacidade de escrever) e a dislexia (perda da capacidade de ler) Estado de hidratação É avaliado tendo-se em conta os seguintes parâmetros: - alteração abrupta do peso - alterações da pele quanto a umidade, elasticidade e turgor - alterações das mucosas quanto a umidade - fontanelas (no caso de crianças) - alterações oculares - estado geral No estado de hidratação normal em pessoas de cor branca a pele é rosada com boa elasticidade e com leve grau de umidade, as mucosas são úmidas, não há alterações oculares nem perda abrupta de peso No caso de crianças as fontanelas são planas e normotensas e o peso mantém curva ascendente Como detectar a desidratação: - sede - diminuição abrupta do peso - pele seca com elasticidade e turgor diminuídos - mucosas secas - olhos afundados (exoftalmia) e hipotônicos - fontanelas deprimidas no casos de crianças - estado geral comprometido - excitação geral psíquica ou abatimento - oligúria (diminuição de produção de urina) Grau de desidratação: Leve: paciente alerta, olhos normais ou pouco funds, boca normal ou ligeiramente seca, pele sinal da prega ausente, urina normal ou pouco diminuída, no caso de crianças fontanelas normais ou pouco fundas Grave: paciente prostrado, olhos fundos, boca muito seca sem produção de saliva, pele sinal da prega acentuado, em crianças fontanela muito funda e choro sem lágrimas Moderada: paciente irritado, olhos fundos, boca seca com saliva espessa, na pele sinal da prega discreto, urina diminuída e em crianças fontanela funda Classificação de acordo com a intensidade baseada na perda de peso: Leve ou de grau I: perda de peso de até 5% Moderada ou de II: perda de peso de 5 a 10% Grave ou de grau III: perda de peso acima de 10% Quanto a osmolaridade toma-se como elemento-guia o nível sanguíneo de sódio: Isotônica: quando o sódio está nos limites normais (130-150 mEq/l) Hipotônica: quando o sódio está baixo (menor que 130 mEq/l) Hipertônica: quando o sódio está acima dos limites normais (mais de 150 mEq/l) Altura e outras medidas antropométricas A única medida rotineiras é planta-vértice ou seja a altura total do indivíduo que vai da planta dos pés ao vértice da cabeça Determina-se a altura por meio de uma haste milimetrada que acompanha as balanças ou que se afixa a uma parede. Na criança recomenda-se medir a altura na posição deitada até os 4 anos de idade usando-se uma fita métrica ou régua graduada com uma fixa no zero e um cursos, após essa idade mede-se a altura na posição de pé Outras medidas antropométricas: - Envergadura: distância compreendida entre os extremos dos membros superiores, estando o indivíduo com os braços abertos em abdução de 90°, normalmente a envergadura equivale a altura - Distância pubo vértice: corresponde a distância entre a sínfise pubiana e o ponto mais alto da cabeça - Distância pub plantar: equivale a medida entre a sínfise pubiana e a planta dos pés O ponto médio da altura do RN está ao nível da cicatriz umbilical enquanto no adulto encontra-se na sínfise púbica Peso O peso na idade adulta é classificado da seguinte maneira: - Peso ideal: são valores estatisticamente estabelecidos a partir dos dados obtidos em grandes grupos de população. - Peso máximo normal: somam-se 5 a 10% ao peso ideal dependendo do biotipo - Peso mínimo normal: subtraem-se 5 a 10% ao peso ideal dependendo do biotipo Regra de Broca: o peso ideal se aproxima do número de centímetros que excede um metro de altura e se expressa em Kg. Assim um homem de 1,70 m tera tera peso ideal oa redor de 70 kg, para o sexo feminino subtraem-se 5% ao valor encontrado por exemplo uma mulher de 1,60 m tera peso ideial de 57 kg (60 - 5%) IMC: índice de massa corpórea calculado da seguinte maneira: Sendo P= peso e A= altura De acordo com o valor do IMC os indivíduos são assim classificados: Baixo peso: IMC menor do que 19,99 kg/m 2 Normal: IMC de 20 a 24,99 kg kg/m 2 Sobrepeso: IMC de 25 a 29,99 kg/m 2 Obesidade: IMC de 30 a 39,99 kg/m 2 Obesidade mórbida: IMC acima de 40 kg/m 2 Circunferência abdominal: logo acima da crista ilíaca é um procedimento simples e útil na avaliação de risco de doença mesmo com o pesocorporal normal. O excesso de gordura abdominal está relacionado com alterações metabólicas, resistência à insulina, diabetes melito tipo 2, hipertensão arterial e doença arterial coronariana. Os valores normais são: - Homens: até 102 cm - Mulheres: até 88 cm Variações do peso: Magreza: significa apenas que o paciente está abaixo do peso mínimo normal, não indica necessariamente estado de subnutrição. Equivale em termos numericos a uma reduzição do peso em 10 a 15% do valores ponderais padronizados em função da estatura, sexo e idade. Há dois tipos de magreza: - Magreza constitucional: não tem relação com qualquer enfermidade é um traço genético - Patológica: ocorre em consequências de doenças tais como diabetes, hipertireoidismo, neoplasias malignas, tuberculose, anorexia e ingestão insuficiente de alimentos Caquexia: designação dada ao estado de extrema magreza com comprometimento do estado geral do paciente Sobrepeso e obesidade: - Obesidade central ou andróide: a gordura se concentra mais no tórax e no abdome, típica de homem sendo a deposição de gordura não só subcutânea mas também intra-abdominal - Obesidade periférica ou ginecóide: mais frequente nas mulheres a gordura se deposita nas coxas, nádegas e regiões próximas a pelve, a deposição da gordura predomina na camada subcutanea favorecendo o aparecimento de celulite Avaliação do estado de nutrição Deve-se ser sistematicamente avaliado de acordo com os seguintes parâmetros: - Peso - Musculatura - Panículo adiposo - Desenvolvimento físico - Estado geral - Pele, pelos e olhos No estado de nutrição normal os elementos referidos se encontram nos limites normais No excesso de peso o paniculo adiposo ultrapassa os limites da normalidade e o desenvolvimento fisico esta acima dos valores maximos considerados em relação a etnia, sexo e a idade Hiponutrição ou desnutrição é uma condição na qual o peso está abaixo dos valores mínimos normais a musculatura é hipotrofica e o panículo adiposo escasso. A pele torna-se seca e rugosa ao tato, a desnutrição proteica faz com que cabelos e os pelos mudem de cor e se tornem finos, secos e quebradiços, nos olhos podem-se observar seguida da conjuntiva, perda do reflexo a luz, falta ou diminuição das lágrimas, fotofobia Classifica que se baseia no deficit de peso em relaçao ao padrao normal para a idade e ao sexo: Desnutrição de 1° grau: déficit de peso superior a 10% Desnutrição de 2° grau: déficit superior a 25% Desnutrição de 3° grau: déficit de peso superior a 40% Desenvolvimento físico Hábito grácil: constituição corporal frágil e delgada caracterizada por ossatura fina, musculatura pouco desenvolvida, juntamente com uma altura e um peso abaixo dos níveis normais Infantilismo: persistência anormal das características infantis na idade adulta Gigantismo acromegalico: gigantismo decorre de hiperfunção do lóbulo anterior da hipófise Gigantismo infantil: extremidades inferiores longas, dependem de hiperfunção da hipófise anterior Nanismo: ocorre na deficiência isolada de hormônio do crescimento Nanismo acondroplásico: nítida desigualdade entre o tamanho da cabeça e do tronco e o comprimento dos membros. Cabeça e o tronco tem dimensões aproximadas às do adulto normal enquanto as pernas são curtas e arqueadas Cretinismo: nanismo por hipofunção congênita da glândula tireóide caracteriza-se pela falta de desenvolvimento de todas as partes do corpo - cabeça, tronco e membros, geralmente possuem retardo mental Nanismo hipofisário: tem a cabeça e o tronco normalmente proporcionais mas pequenos, falta de crescimento é geral mas acaba por ter os membros desproporcionalmente longos em relação ao resto do corpo ou seja envergadura é maior que a altura Nanismo do raquitismo: depende fundamentalmente de mau desenvolvimento e deformidades da coluna e dos ossos longos destacando-se uma escoliose e o encurvamento dos ossos da perna Fácies Facie normal ou atípica: mesmo quando não há traços anatômicos ou expressão fisionômica para caracterizar um dos tipos de fácies é importante identificar no rosto do paciente sinais indicativos de tristeza, ansiedade, medo, indiferença, apreensão Facie hipocrática: olhos fundos, parados e inexpressivos, nariz afilado e o lábios se tornam adelgaçados. Batimentos das asas do nariz também costumam ser observados, quase sempre o resto está coberto de suor, palidez cutânea e uma discreta cianose labial. Esse tipo de fácies indica doença grave Fácies renal: edema ao redor dos olhos, felizes cutânea. Observada nas doenças difusas dos rins particularmente na síndrome nefrótica e na glomerulonefrite difusa aguda Fácies leonina: pele além de espessa contém grande número de lepromas de tamanhos variados. Os super cílios caem, o nariz se espessa e se alarga, lábios grossos e proeminentes, bochechas e o mento se deformam pelo aparecimento de nódulos Facie adenoidiana: nariz pequeno e afilado e a boca sempre entreaberta, aparece nos indivíduos portadores de hipertrofia das adenoides as quais dificultam a respiração pelo nariz aos obstruir os orifícios posteriores das fossas nasais Facie parkinsoniana: a cabeça inclina-se um pouco para frente e permanece imovel nesta posição. O olhar fixo, supercílios elevados e a fronte enrugada conferem ao paciente uma expressão de espanto. Observada na síndrome de Parkinson Facie mixedematosa: constituída por um rosto arredondado, nariz e lábios grosso, pele seca, espessa e com acentuação de seus sulcos, palpebrais infiltradas e enrugadas, supercílios escassos, cabelos secos e sem brilho, expressão fisionômica indicativa de desânimo e apatia, aparece no hipotireoidismo ou mixedema Facie acromegálica: caracterizada pela saliência das arcadas supraorbitais, proeminência das maçãs do rosto e maior desenvolvimento do maxilar inferior, além do aumento do tamanho do nariz, lábios e orelhas, olhos pequenos Facie cushingóide ou de lua cheia: rosto arredondado, atenuação dos traços faciais com aparecimento de acne. Observado nos casos de síndrome de Cushing por hipofunção do córtex suprarrenal pode também ocorrer nos pacientes que fazem uso de corticoides Facie mongoloide: está na fenda palpebral seu elemento característicos uma prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro, rosto redondo, boca quase sempre entreaberta. Pacientes com síndrome de Down Facie pseudobulbar: tem como principal característica súbitas crises de choro ou riso involuntárias que levam o paciente a tentar contê-las dando um aspecto espasmódico a fácies. Aparece geralmente na paralisia pseudobulbar (aterosclerose cerebral) Facie da paralisia facial periférica: assimetria da face com impossibilidade de fechar as pálpebras, repuxando da boca para o lado e apagamento do sulco nasolabial Facie miastênica ou facies de Hutchinson: caracterizada por ptose (referência a queda da pálpebra superior em direção a pupila) palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. Ocorre na miastenia gravis e em outras miopatias que comprometem os músculos da pálpebra superior Fácies do deficiente mental: é muito característica mas de difícil descrição. Os traços faciais são apagados e grosseiros, boca constantemente entreaberta às vezes com salivação. Hipertelorismo (ocular caracteriza-se por um afastamento exagerado entre as órbitas, mais do que o considerado normal, podendo estar associado a outras deformações craniofaciais) e estrabismo Facie etílica: olhos avermelhados e certa ruborização da face, voz pastosa e um sorriso meio indefinido Facie esclerodermica ou de múmia: quase completa imobilidade facial, isso se deve às alterações da pele que se torna apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos com repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e imobilização das pálpebras Atitude e decúbito preferidono leito Posição adotada pelo paciente no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou com o objetivo de conseguir alívio para algum padecimento Algumas posições são conscientemente procuradas pelo paciente (voluntárias) enquanto outras independem de sua vontade ou são resultantes de estímulos cerebrais (involuntárias) Atitudes involuntárias Ortopneica: o paciente adota essa posição para aliviar a falta de ar decorrente de insuficiência cardíaca, asma brônquica e ascites volumosas. Ele permanece sentado à beira do leito com os pés no chão ou em uma banqueta e as mãos apoiadas no colchão para melhorar um pouco a respiração. Pacientes em estado grave o paciente permanece deitada com os pés estendidos ao longo da cama mas recosta-se com a ajuda de dois ou mais travesseiros na tentativa de colocar o tórax o mais ereto possível Genupeitoral: o paciente posiciona-se de joelhos com o tronco fletido sobre as coxas enquanto a face anterior do tórax (peito) põe-se em contato com o solo ou colchão, o rosto descansa sobre as mãos que também ficam apoiadas no solo ou colchão. Essa posição facilita o enchimento do coração nos casos de derrame pericárdico Cócoras: observada em crianças com cardiopatia congênita cianótica, os pacientes descobrem instintivamente que ela proporciona algum alívio da hipóxia generalizada em decorrência da diminuição do retorno venoso para o coração Parkinsoniana: o paciente com parkinson ao se pôr de pé apresenta semiflexão da cabeça, tronco e membros inferiores e ao caminhar parece estar correndo atrás do seu próprio eixo de gravidade Decúbito lateral (direito e esquerdo): posição costuma ser adotada quando há uma dor de origem pleurítica, por meio dela o paciente reduz a movimentação dos folhetos pleurais do lado sobre o qual repousa. Ele se deita sobre o lado da dor Decúbito dorsal: com pernas fletidas sobre as coxas e estas sobre as bacias é observado nos processo inflamatórios pelviperitonais Decúbito ventral: é comum nos portadores de cólica intestinal. O paciente deita-se de bruços e coloca um travesseiro debaixo do ventre Atitudes involuntárias Passiva: quando o paciente fica na posição em que é colocado no leito sem que haja contratura muscular. É observada nos pacientes inconscientes ou comatosos Ortótono: é a atitude em que todo o tronco e os membros estão rígidos sem se curvarem para diante para trás ou para um dos lados Opistótono: é a atitude decorrente de contratura da musculatura lombar, sendo observada nos casos de tétano e meningite. O corpo passa a se apoiar na cabeça e nos calcanhares emborcando-se como um arco Emprostótono: é observada no tétano, meningite e na raiva é o contrário do opistótono ou seja o corpo do paciente forma uma concavidade voltada para diante Pleurotótono: é raro, observado no tétano, meningite e raiva o corpo se curva lateralmente Posição em gatilho: encontrada na irritação meníngea, é mais comum em crianças e caracteriza-se pela hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para diante Torcicolo e mão pendula da paralisia radial: são atitudes involuntárias de determinados segmentos do corpo Musculatura É necessária a inspeção e a palpação. Todos os grupos musculares devem ser examinados Inspeção: basta olhar atentamente a superfície corporal com o paciente em repouso observando o relevo das massas musculares mais volumosas Palpação: é feita com as polpas digitais colocadas em forma de pinça com o polegar em oponência aos demais dedos da mão. De início palpa-se o músculo ou o grupo muscular em estado de repouso e em seguida solicita-se ao paciente que fala uma leve contração do segmento que está em exame para se investigar o músculo em estado de contração Após a palpação conseguimos informações quanto a : - Troficidade: corresponde a massa do próprio músculo - Tonicidade: é o estado de descontração própria do músculo normal Com base na sistematização semiológica ma musculatura se classifica da seguinte maneira: ● Quanto a troficidade: - Musculatura normal - Musculatura hipertrofia: aumento da massa muscular - Musculatura hipotrófica: diminuição da massa muscular ● Quanto à tonicidade: - Tônus normal - Hipertonicidade: espasticidade, musculatura espástica ou rigidez, nota-se um estado de contração ou semi contração do músculo mesmo em repouso evidenciado pelo relevo muscular e aumento da consistência à palpação - Hipotonicidade ou flacidez: significa que o tônus está diminuído ou ausente com perda do contorno da massa muscular e diminuição da consistência As alterações encontradas devem ser descritas topograficamente, alterações da musculatura encontram-se na poliomielite na qual se percebem grupos musculares hipotróficos e flácidos decorrentes de lesões do neurônio motor inferior, nas hemiplegias encontra-se espasticidade da musculatura correspondente, nas lesões extrapiramidais é típico o aumento da tonicidade sem alterações da troficidade Movimentos involuntários Tremores: movimentos alternantes mais ou menos rápidos e regulares de pequena ou média amplitude que afetam principalmente as partes distais dos membros. Utilizam-se duas manobras para a pesquisa dos tremores. Solicita-se duas manobras para a pesquisa dos tremores: - solicita-se ao paciente que estenda as mãos com palmas voltadas para baixo e com os dedos separados. Essa manobra pode ser completada colocando-se uma folha de papel sobre o dorso de uma das mãos, isso provocará uma ampliação dos movimentos - Ordena-se que o paciente leve um copo em uma das mãos da mesa a boca. Pode ser substituído pela execução de um movimento qual seja tocar o próprio nariz com a ponta do indicador sendo essa manobra indispensável para bem caracterizar os tremores de repouso e os de ação Os tremores diferenciam-se em: - Tremor de repouso: surge durante o repouso e desaparece com os movimentos e o sono, é um tremor oscilatório ocorre no parkinson - Tremor de atitude ou postura: surge quando o membro é colocado em uma determinada posição na sendo muito evidente no repouso ou no movimento. Ocorre no pré-coma hepático e na doença de Wilson - Tremor familiar: que é regular não muito grosseiro acentuado pelas emoções e como sua própria designação indica acomete vários membros da família - Tremor de ação: é o que surge ou se agrava quando um movimento é executado, aparece nas doenças cerebelares - Tremor vibratório: é fino e rápido como se fosse uma vibração, pode surgir no hipertireoidismo, no alcoolismo e na neurossífilis mas a grande maioria é de origem emocional Movimentos coreicos São movimentos involuntários, amplos, desordenados de ocorrência inesperada e arrítmica, multiformes e sem finalidade. Localizam-se na face nos membros superiores e inferiores Para melhor observá-los solicita-se ao paciente que se deite o mais relaxado possível ou que fique sentado a beira do leito com as pernas pendentes Os movimentos coreicos são manifestações principais da síndrome coréica são de dois tipos: - Coréia de Sydenham: denominada coreia infantil, tem etiologia infecciosa e relaciona-se estreitamente com a moléstia reumática - Coreia de Huntington: é um distúrbio neurológico hereditário raro que se caracteriza por movimentos corporais anormais e incoordenação também afetando habilidades mentais e aspectos de personalidade Movimentos atetósicos Movimentos involuntários que ocorrem nas extremidades e apresentam características próprias: são lentos e estereotipados lembrando um movimento septiforme ou movimentos dos tentáculos do polvo.Pode ser uni ou bilaterais e determinam a atetose as lesões dos núcleos da base Hemibalismo São movimentos abruptos, violentos de grande amplitude rápidos e geralmente limitados a uma metade do corpo. São extremamente raros e decorrem de lesões extrapiramidais Mioclonias São contraçõesmusculares breves, críticas ou arrítmicas localizadas ou difusas que acometem um músculo ou um grupo muscular. Geralmente são relatadas como abalos, choques, sacudidas e trancos. Devem-se descargas de neuronais subcorticais e podem ocorrer em diversas situações patológicas Mioquimias São contrações fibrilares de tipo ondulatório que surgem em músculos inteiros principalmente no orbicular das pálpebras, quadríceps e gémeos. Não apresentam significado patológico surgindo em pessoas normais talvez com maior frequência nos pacientes neuróticos e em pessoas fatigadas Asterix São movimentos rápidos de amplitude variável que ocorrem nos segmentos distais e apresentam certa semelhança com o bater de asas das aves O paciente deve realizar a seguinte manobra: o paciente estende os braços e superintende as mãos de modo a formar um ângulo de quase 90° com o antebraço a manobra é completada pelo médico que com suas mãos força para trás as mãos do paciente, este tipo de movimento involuntário é frequente na insuficiência hepática Tiques São movimentos involuntários que aparecem em determinado grupo muscular repetindo-se sucessivamente Os tiques motores podem ser: - Simples: envolvem grupos musculares isolados, resultando em pensamentos, abertura da boca, balanceio da cabeça e pescoço para os lados e para trás, elevação dos ombros ou fechamento dos punhos - Complexos: caracterizam-se por padrões elaborados de movimentos (contrações faciais bizarras, desvios oculares, dar pequenos pulos durante a marcha, tocar ou cheirar objetos, gesticulação obscena) Tiques vocais podem ser: - Simples: incluem-se ato de limpar a garganta, grunhidos, estalos com lábios e língua - Complexos: abrangem palavras ou fragmentos de palavras, frases curtas, elementos musicais, repetição da última palavra ouvido do interlocutor ou repetição da última palavra emitida pelo próprio paciente Convulsões São movimentos musculares súbitos e incoordenados, involuntários e paroxísticos que ocorrem de maneira generalizada ou apenas em segmentos do corpo As convulsões podem ser: - Tônicas: caracterizam-se por serem mantidas permanentes e imobilizar as articulações - Clínicas: são rítmicas alternando-se contrações e relaxamentos musculares em ritmo mais ou menos rápido - Tonicoclônicas: esse tipo soma as características de ambas Tetania É uma forma particular de movimentos involuntários e caracteriza-se por crises exclusivamente tónicas, quase sempre localizadas nas mãos e pés. Ocorre nas hipoglicemias e na alcalose respiratórias por hiperventilação Fasciculações São contrações breves, arrítmicas e limitadas a um feixe muscular não devem ser confundidas com as mioquimias Discinesias orofacial São movimentos rítmicos, repetitivos e bizarros que comprometem principalmente a face, a boca, mandíbula e a língua sendo expressos sob a forma de caretas, franzir dos lábios, protusão da língua, abertura e fechamento da boca e desvios da mandíbula. Ocorrem em psicoses de longa evolução Distonias São parecidos com os atenoides, mas costumam envolver porções maiores do corpo, inclusive tronco, podendo resultar em posturas grotescas e contorcidas Enfisema subcutâneo Existência de bolhas de ar debaixo da pele, a técnica para reconhecê-lo é a palpação deslizando-se a mão sobre a região suspeita O ar pode ser procedente do tórax em decorrência de um pneumotórax ou ter origem em um processo local por ação de bactérias produtoras de gás isso é o que ocorre nas gangrenas gasosas Circulação colateral Significa a presença de circuito venoso anormal visível ao exame da pele, significa dificuldade ou impedimento do fluxo venoso através dos troncos venosos principais (cava inferior, cava superior, tronco venoso braquiocefálico, ilíacas e veia cava) por causa desse obstáculo o sangue se desvia para as colaterais previamente existentes, tornando-se um caminho capaz de contornar o local oclusão parcial ou totalmente. A circulação colateral deve ser analisada sob os seguintes aspectos: - localização - direção do fluxo sanguíneo - existência frêmito e/ou sopro Conhecidas a localização e a direção do fluxo podem ser caracterizados quatro tipo fundamentais de circulação colateral: - Tipo braquiocefálica: aparecimento de vv. superficiais ingurgitadas em ambos os lados da parte superior da face anterior do tórax com o sangue fluindo de fora para dentro na direção das vv. mamárias, toraco axilares e jugulares anteriores - Tipo cava superior: a rede venosa colateral vai se distribuir na metade superior da face anterior do tórax, às vezes também na parte posterior nos braços e no pescoço. A direção do fluxo sanguíneo é toracoabdominal indicando que o sangue procura alcançar a veia cava inferior através da vv. xifoidianas e torácicas laterais superficiais - Tipo porta: o obstáculo pode estar situado nas vv. supra-hepáticas no fígado ou na vv. porta. A rede venosa variante localiza-se na face anterior do tronco principalmente nas regiões periumbilical, epigástrica e face anterior do tórax. A direção do fluxo sanguíneo será de baixo para cima, do abdome para o tórax, a procura da veia cava superior através das vv. xifoidinas e torácicas laterais - Tipo cava inferior: obstáculos situa-se na vv. cava inferior e a circulação colateral vai se localizar na parte interior do abdome, região umbilical, flancos e face anterior do tórax. O sangue fluirá no sentido abdome-tórax à procura da vv. cava superior. A causa mais frequente desse tipo de circulação colateral é compressão extrínseca por neoplasias intra-abdominais Edema Excesso de líquido acumulado no espaço intersticial ou no interior das próprias células. Pode ocorrer em qualquer sítio do organismo mas do ponto de vista semiológico interessa apenas o edema cutâneo ou seja a infiltração de líquido no espaço intersticial dos tecidos que constituem a pele e a tela celular subcutânea A investigação semiológica do edema tem início na anamnese quando se siga sobre tempo de duração, localização e evolução, no exame físico completa-se a análise investigando-se os seguintes parâmetros: - localização e distribuição - intensidade - consistência - elasticidade - temperatura da pele circunjacente - sensibilidade da pele circunjacente - outras alterações da pele adjacente Edema localizado: restringe-se a um segmento do corpo seja a um dos membros inferiores seja a um dos membros superiores ou qualquer área corporal Para determinar a intensidade do edema emprega-se a seguinte técnica: polpa digital ou polegar ou do indicador fazendo compressão, havendo edema ao ser retido o dedo vê-se uma depressão no local comprimido - fóvea Estabelece-se a intensidade do edema referindo-se a profundidade da fóvea graduada em cruzes Edema mole: é facilmente depressível observado em diferentes condições significa apenas que a retenção hídrica é de duração não muito longa e o tecido celular subcutâneo está infiltrado de água Edema duro: depara-se com maior resistência para obter a formação da fóvea, traduz a existência de proliferação fibroblásticas que ocorre nos edemas de longa duração ou que se acompanharam de repetidos surtos inflamatórios Temperatura Temperatura axilar: 35,5 a 37° com média de 36 a 36,5 °C Temperatura bucal: 36 a 37,4°C Temperatura retal: 36 a 37,5°C A exploração da origem da febre deve levar em conta dois aspectos: - A febre é a manifestação de diversos tipos de processos patológicos e não apenas das moléstias infecciosas. Também podem ocasionar febre, doenças neoplásicas, acidentes vasculares, distúrbios metabólicos e inúmeros processos inflamatórios. O fator comum de todos é a lesão tecidual - A febre ocorre quando há comprometimento por um desses mecanismos de qualquer tecido do organismo Características semiológicas da febre Início: - Súbito: percebe-se de um momento para outro a elevação da temperatura,nesse caso a febre se acompanha quase sempre dos sinais e sintomas que compõem a síndrome febril - Gradual: o paciente nem percebe seu início Intensidade: - Febre leve ou febrícula: até 37,5°C - Febre moderada: de 37,6° a 38,5°C - Febre alta: acima de 38,6°C Modo de evolução: - Febre contínua: aquela que permanece sempre acima do normal com variações de até 1°C sem grandes oscilações - Febre irregular ou séptica: registram-se picos mais altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia (cessação ou ausência de febre) - Febre remitente: há hipertermia diária com variações de mais de 1°C e sem períodos de apirexia - Febre intermitente: neste tipo a hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de temperatura corporal, isto é registra-se febre pela manhã, mas nao aparece a tarde ou então em 1 dia ocorre febre no outro não - Febre recorrente ou ondulante: caracteriza-se por período de temperatura normal que dura dias ou semanas até que sejam interrompidos por períodos de temperatura elevada. Durante a fase de febe não há grande oscilação Término: - Crise: quando a febre desaparece subitamente, neste caso costumam ocorrer sudorese profusa e prostração - Lise: significa que a hipertermia vai desaparecendo gradualmente com a temperatura diminuindo dia a dia até alcançar níveis normais Postura ou atitude na posição de pé Boa postura: - cabeça ereta ou ligeiramente inclinada para diante - peito erguido, fazendo adiantar ao máximo essa parte do corpo - abdome inferior achatado ou levemente retraído - curvas posteriores nos limites normais Postura sofrível: - cabeça levemente inclinada para diante - peito achatado - abdome protuso passando a ser a parte mais saliente do corpo - curvas posteriores exageradas Má postura: - cabeça acentuadamente inclinada para diante - peito deprimido - abdome saliente e relaxado - curvas posteriores extremamente exageradas Biotipo Longilíneo: - pescoço longo e delgado - tórax afilado e chato - membros alongados com franco predomínio sobre o tronco - Ângulo de Charpy menor que 90° - musculatura delgada e panículo adiposo pouco desenvolvido - tendência para estatura elevada Mediolíneo: - equilíbrio entre os membros e o tronco - desenvolvimento harmônico da musculatura e do panículo adiposo - ângulo de charpy em torno de 90° Brevilíneo: - pescoço curto e grosso - tórax alargado e volumoso - membros curtos em relação ao tronco - ângulo de charpy maior que 90° - musculatura desenvolvida e panículo adiposo espesso - tendência para baixa estatura Gabriela Monari T6
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