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Medicina do Trabalho (Tutoria 7)

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Cecília Matos - MEDICINA 2021.1
Módulo 1: Medicina Coletiva e Políticas Públicas de Saúde
SÉTIMA TUTORIA – OBJETIVOS:
1. Analisar a Medicina do Trabalho, considerando sua importância.
2. Descrever os grupos de riscos ocupacionais.
3. Explicar os tipos de acidentes de trabalhos e suas implicações.
4. Explicar a importância de documentar os acidentes de trabalho.
OBJETIVO 1
Antecedentes históricos
Bernardino Ramazzini é considerado o pai da Medicina do
Trabalho pela contribuição do livro “As Doenças dos
Trabalhadores”. Nele, o autor relaciona 54 profissões e
descreve os principais problemas de saúde apresentados pelos
trabalhadores.
A Medicina do Trabalho, Medicina Ocupacional ou Saúde
Ocupacional surgiu durante a Revolução Industrial (entre o
século XVIII e XIX). Durante essa época muitos homens,
mulheres e crianças trabalhavam nas fábricas em péssimas
condições de trabalho (12h/dia) e com cargas horárias
altíssimas, o que causava muitos acidentes de trabalho e
mortes. Com isso, muitas manifestações e greves passaram a
acontecer entre os trabalhadores e as empresas começaram a
entender a necessidade de se criar ações para prevenção de
doenças e acidentes. Nesse contexto, a medicina do trabalho
surge em 1830 através do proprietário de uma indústria têxtil,
Robert Demham, que pediu ajuda do seu médico pessoal
Robert Baker para analisar todos os colaboradores da sua
fábrica e fazer um diagnóstico da saúde de cada um deles.
Contudo, a Medicina do Trabalho só começou a ganhar força
no Brasil em 1944, ano que surgiu a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) na Era Vargas.
Conceituação
É um ramo da medicina que tem como objetivo cuidar da
saúde de todos os colaboradores de uma empresa. Esses
cuidados englobam tanto a saúde deles no ambiente de
trabalho, como sua qualidade de vida e bem estar quando não
estão trabalhando. Ela visa a prevenção de males ou acidentes
oriundos da atividade laboral e o combate a doenças
profissionais. Ela deve fiscalizar o local de trabalho e
acompanhar as condições de cada um dos seus colaboradores.
Atuação da CIPA
A CIPA é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que
atua na prevenção de acidentes de trabalho e doenças
ocupacionais. Ela é obrigatória (Lei Federal nº 6.514) e suas
diretrizes são estabelecidas pela NR-5 do Ministério do
Trabalho e do Emprego. Em resumo, a CIPA se refere a um
grupo de pessoas compostas por representantes dos
funcionários e da empresa e seus membros são eleitos pelos
próprios funcionários a partir de um processo eleitoral. A
formação da CIPA é obrigatória para empresas com mais de 20
funcionários. É de sua responsabilidade:
 identificar os riscos existentes na atividade laboral;
 estabelecer planos de trabalho preventivos;
 realizar inspeções de segurança nos ambientes de
trabalho;
 divulgar aos trabalhadores informações relativas à
segurança e saúde no trabalho;
 elaborar o Mapa de Riscos Ambientais por setor;
 colaborar no desenvolvimento e implementação do
PCMSO e do PPRA;
Em 1994, o Ministério do Trabalho criou, através de Normas
Regulamentadoras, 2 programas que visam preservar e
promover a saúde, além de prevenir doenças e acidentes: o
PCMSO e o PPRA.
 O Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO) foi instituído pela NR-7 e é um
conjunto de ações da empresa, voltado à preservação da
saúde dos trabalhadores. Seu objetivo é monitorar e
controlar o nº de acidentes/doenças adquiridas ou
agravadas pela atividade profissional. É ele quem regula a
realização dos exames de saúde ocupacionais na empresa
através da atuação do médico do Trabalho.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê a
obrigatoriedade do empregador de submeter os funcionários
registrados à realização de exames médicos, a fim de avaliar a
evolução de sua saúde e evidenciar se o trabalhador sofreu
algum dano no tempo em que esteve empregado.
Exame Admissional - Deve ser feito antes de ter a carteira de
trabalho assinada, comprovando o seu estado físico e
emocional. O médico pergunta aspectos como histórico de
doenças e cirurgias, realiza exames de visão e, se julgar
necessário, pode solicitar exames complementares.
Exame Demissional - Deve ser feito antes de o funcionário
ser demitido, para comprovar que ele está em plenas
condições físicas e emocionais para continuar a sua trajetória
trabalhista em outra empresa. Caso o médico julgue que o
trabalhador não está saudável, é preciso realizar o tratamento
e, ele só pode ser demitido depois de ser curado.
Exame Periódico - são essenciais para comprovar que o
trabalhador está em plenas condições de continuar o seu
trabalho dentro da empresa. Ele avalia os fatores de risco
(químicos, físicos e biológicos) aos quais o trabalhador está
http://www.avantiengenharia.com.br/site/blog/sst/4-dicas-de-como-prevenir-acidentes-de-trabalho/
https://sesmo.com.br/blog/promocao-de-saude-no-trabalho
https://sesmo.com.br/blog/promocao-de-saude-no-trabalho
Cecília Matos - MEDICINA 2021.1
sendo exposto. Podem ser realizados anuais, semestrais ou
bienais, dependendo do fator de risco e da área em que o
funcionário atua.
Exame de Retorno ao Trabalho - é realizado quando um
trabalhador é afastado por 30 dias ou mais, por motivo de
doença ou acidente; O pós-parto também se enquadra.
Exame de Mudança de Função - é feito antes da mudança
de função ou setor de um funcionário que, passará a ficar
exposto a riscos diferentes após a transferência;
 O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA) foi instituído pela NR-9, e é um conjunto de
ações da empresa voltado à identificação dos riscos
ambientais existentes (ou que venham a existir) no
ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção
do meio ambiente e dos recursos naturais. É ele quem
define a utilização dos equipamentos de proteção
(individuais e coletivos) mais adequados para cada
atividade e cria ações que minimizam a exposição aos
riscos, através da atuação do engenheiro do Trabalho ou
técnico de Segurança do Trabalho.
A medicina do trabalho tem um importante papel dentro das
organizações, pois através dela é possível identificar os fatores
de risco e criar um ambiente saudável para os funcionários.
Isso reflete tanto na boa imagem da empresa, quanto na sua
lucratividade, afinal, quando estão satisfeitos e bem em relação
ao corpo e à mente, os funcionários tendem a produzir mais.
Além disso, evita que eles tenham problemas de saúde com
relação ao seu desempenho na empresa, evitando que eles
realizem trabalhos de forma errada, fazendo com que isso
ponha em risco a sua saúde.
Campos de atuação
- Nas empresas como prestador de serviços técnicos, para a
elaboração do PCMSO.
- Na perícia médica da Previdência Social
- Rede pública de serviços de saúde, no desenvolvimento das
ações de saúde do trabalhador
- Consultoria privada no campo da Saúde e Segurança no
Trabalho
- Fiscalização das condições de Saúde e Segurança no Trabalho
desenvolvida pelo Ministério do Trabalho.
- Na atividade docente e na capacitação profissional;
OBJETIVO 2
Qualquer situação que apresente risco de dano à saúde do
trabalhador caracteriza um risco ocupacional. De um ponto de
vista mais amplo, os riscos ocupacionais estão em 3 grupos:
riscos operacionais, comportamentais e ambientais. Nas
empresas, essa área é de responsabilidade do PPRA;
O Ministério do Trabalho classifica os riscos ocupacionais em 5
tipos. De acordo com suas características, são:
Riscos Físicos: Ruídos, vibrações, radiações ionizantes, frio,
calor, pressões anormais e umidade.
Riscos Químicos: Poeiras, fumos, névoas, gases, vapores e
substâncias compostas ou produtos químicos.
Riscos Biológicos: Bactérias, protozoários, vírus, fungos,
parasitas.
Riscos Mecânicos: Associado ao risco de acidentes: máquinas
e equipamentos sem proteção, ferramentas e iluminação
inapropriadas,risco de choque elétrico, risco de incêndio,
atmosferas explosivas, etc.
Riscos Ergonômicos: Associado ao esforço físico excessivo,
levantamento e transporte de peso, postura inadequada,
controle rígido de produtividade, trabalho noturno,jornadas
de trabalho extensas, dentre outros.
A associação de cores a cada risco ocupacional permite
elaborar os mapas de risco de forma clara e podem ser
facilmente entendidos pelos colaboradores. O Mapa de Riscos
Ocupacionais é a planta do seu local de trabalho, com cada
ambiente discriminado por cores e com especificações sobre os
riscos existentes em cada um deles.
OBJETIVO 3
Tipos de acidentes de trabalho
 Acidente Típico - é aquele que acontece nas imediações
do local de trabalho ou quando o trabalhador se encontra
à serviço da empresa durante o horário de expediente. Ex:
trabalhador cai de uma escada ou se machuca ao
manusear um equipamento pesado.
 Doença Ocupacional - Pode ser dividida em 2 tipos:
Doença profissional: são as doenças produzidas ou
desencadeadas pelo exercício de determinado trabalho. Ex:
problemas de visão, síndrome de Burnout, depressão,
síndrome do pânico, asma/estresse ocupacional, etc.
Doença do Trabalho: são as doenças adquiridas em função do
ambiente ou das condições especiais em que um trabalho é
realizado. Ex: surdez, cegueira, LER - lesão por esforço
repetitivo, doenças causadas por vírus ou bactérias, por conta
da exposição a locais insalubres.
 Acidentes de Trajeto: aquele que ocorre no percurso da
residência para o local de trabalho, tanto no início e final
do expediente quando no horário de almoço.
 Acidente por equiparação: acidentes sofridos por atos
de agressão, ofensa física intencional, atos de
imprudência, negligência ou de imperícia de
companheiros de trabalho ou desabamento, inundação,
incêndio e outros casos de força maior.
OBS - Doenças não se enquadram como doenças do
trabalho: doenças degenerativas; aquelas próprias de
determinado grupo etário; aquelas que não produzam
https://fersiltec.com.br/blog/engenharia-de-seguranca/mapa-de-riscos-ocupacionais/
https://fersiltec.com.br/blog/engenharia-de-seguranca/mapa-de-riscos-ocupacionais/
https://fersiltec.com.br/blog/engenharia-de-seguranca/mapa-de-riscos-ocupacionais/
Cecília Matos - MEDICINA 2021.1
incapacidade laborativa; ou doenças endêmicas (exceto quando
há comprovação de que ela é resultante da exposição
determinada pela natureza do trabalho).
Equipamentos de proteção individual
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo
dispositivo de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos a sua saúde. Ex: capacetes,
protetor auricular, óculos de proteção, luvas.
Os equipamentos de proteção coletiva - EPC são dispositivos
utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger
os trabalhadores dos riscos inerentes, como por exemplo a
sinalização de segurança. O EPI será obrigatório somente se o
EPC não atenuar os riscos completamente.
Os EPIs são importantes para proteger os profissionais
individualmente, reduzindo qualquer tipo de ameaça ou risco
para o trabalhador. O uso adequado e responsável do EPI evita
grandes transtornos para o trabalhador e, também, para a
empresa, além de garantir que as atividades sejam
desempenhadas com mais segurança e eficiência.
Consequências do acidente de trabalho
1. Impactos na produtividade.
2. Custos Salariais.
3. Multas e Encargos.
4. Direito à estabilidade provisória.
5. Processos trabalhistas e pagamento de indenizações.
OBJETIVO 4
Após a ocorrência de um acidente de trabalho, cabe a empresa
informar à Previdência Social até o 1º dia útil subsequente, por
meio de um documento chamado Comunicação de Acidente
do Trabalho (CAT), se não ela sofrerá o pagamento de multa.
Em caso de morte, a comunicação deve ser realizada
imediatamente. Caso o acidente não seja grave e o funcionário
fique menos de 15 dias afastado, a empresa arcará com os
custos do salário do funcionário. Caso o afastamento tenha
mais de 15 dias, o funcionário é encaminhado para a perícia
médica da Previdência Social e terá direito ao auxílio-doença
acidentário do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
Existem outros benefícios que podem ser garantidos como o
auxílio-acidente, a aposentadoria por invalidez ou a pensão por
morte.
 Auxílio-doença
É um beneficio com pagamento mensal, concedido aos
trabalhadores segurados que sofrem um acidente e ficam
incapacitados para a atividade laboral por um período maior
de 15 dias. A remuneração paga pela Previdência é de 91% do
salário do acidentado, e quando recupera sua capacidade, o
trabalhador deixa de receber o benefício. Ele também tem
direito à estabilidade acidentária de no mínimo 1 ano, ou seja,
ele não pode ser demitido nesse intervalo de tempo, exceto em
casos que assegure a dispensa por justa causa.
 Auxílio-acidente
É uma indenização dada ao segurado depois de sua
recuperação, mesmo estando com alta médica, no caso de
existirem sequelas permanentes no seu organismo, que o
impedem de realizar a mesma atividade laborativa, ou
diminuir a sua capacidade, demandando um maior esforço
para desenvolvê-las.
 Aposentadoria por invalidez
Quando é constatada a incapacidade definitiva do trabalhador
para a atividade laboral. Nesse caso, a concessão do auxílio-
doença que pode se tornar uma aposentadoria por invalidez. A
concessão desse benefício dependerá do exame médico-pericial
feito pela Previdência.
 Pensão por morte
Nos casos em que a ocorrência causa o óbito do trabalhador,
há o direito de indenização para os familiares ou dependentes
diretamente atingidos pela perda do ente. A previdência
garante esse direito quando é requerido em até 90 dias, a
contar da data do óbito.
FONTES:
“O PAPEL DA CIPA NAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS”,
Emerson Costa, 2014.
“DIRETRIZES GERAIS PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA DO
TRABALHO”, Conselho Regional de Medicina Do Estado do Rio
de Janeiro, 2005.
“SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO E SUA
CONTRIBUIÇÃO NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES”, Louise de
Freitas Abrahão, 2008.
http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/leiantifumo_trabalho.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Equipamento_de_prote%C3%A7%C3%A3o_individual
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	OBJETIVO 3
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