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Título O DIREITO NO BRASIL NO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: O DECLÍNIO DO REGIME MILITAR E A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 13 Tema O DECLÍNIO DO REGIME MILITAR E A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA Objetivos Estrutura do Conteúdo Aplicação Prática Teórica Plano de Aula: O DIREITO NO BRASIL NO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: O DECLÍNIO DO REGIME MILITAR E A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Ao final da semana 12, o a aluno deverá ser capaz de: · Correlacionar o processo de gradual abertura com a concessão de anistia e o ressurgimento do pluripartidarismo; · Entender o que significou o movimento “Diretas já”; · Correlacionar o processo político em que ocorreu a constituinte de 1987 com o teor da Constituição de 1988; · Analisar algumas das mais importantes características da Constituição de 1988 – a Constituição Cidadã; · Compreender o processo que levou à queda do primeiro Presidente eleito após a ditadura e a legitimidade deste procedimento; · Correlacionar a ocorrência do plebiscito de 1993 com a definição pelo Presidencialismo republicano. O contexto socioeconômico e político do período É importante neste ponto focar as diversas crises econômicas e políticas vivenciadas no período (que se influenciam mutuamente), ao mesmo tempo em que, no contexto internacional, dois acontecimentos ganham importância: o ressurgimento do liberalismo econômico com Margaret Tatcher e Ronald Reagan, no final da década de 70 e começo da década de 80, e a derrocada do império soviético, a partir da segunda metade da década de 80. A abertura política em meio à resistência do grupo de linha-dura: a anistia e as mudanças no processo eleitoral Neste ponto é importante abordar o processo de abertura política, em meio à grande resistência oferecida pela linha-dura militar, que se dá a partir de 1979, no Governo João Figueiredo. Uma das principais consequências desse processo é a anistia, cuja amplitude permitiu atingir até mesmo os responsáveis pela prática de tortura. Porém, cabe destacar o fato de que possuiu o mérito de possibilitar a volta dos exilados políticos, sendo um passo importante na ampliação das liberdades. Outra questão relevante no contexto de abertura política foram as modificações eleitorais que, estabelecendo o pluripartidarismo – com o objetivo de fragilizar a oposição -, acaba por estabelecer um novo quadro político-partidário que é a base do atual quadro vigente. Não se pode esquecer de abordar a importância das eleições de 1982, que em meio a algumas manobras do governo para beneficiar-se, teve o mérito de restabelecer o voto popular como critério para o exercício do cargo de governador do Estado. As “Diretas já” e a efetiva participação popular pela reconstrução democrática Aqui, a ideia é apresentar um panorama do que significou o movimento “Diretas já” no contexto de reconstrução democrática. Neste sentido cabe ressaltar o protagonismo exercido por alguns personagens políticos (entre eles, Ulisses Guimarães, Tancredo Neves e Dante de Oliveira), mas, principalmente, a ampla e intensa participação popular em todo país, em apoio ao movimento. A ausência de sucesso imediato da proposta (com a rejeição de emenda constitucional que viabilizaria a realização de eleições diretas em 1985) não afasta o valor simbólico do movimento, ao estabelecer a esperança na possibilidade de construção de uma tradição verdadeiramente democrática no país. A Assembleia Constituinte de 1987 e a luta ideológica Torna-se relevante analisar como os embates ideológicos estabelecidos por uma Assembleia Constituinte que exercia concomitantemente as tarefas constituinte e legislativa ordinária, e dividida entre uma vertente de viés esquerdista e outra de viés conservador de direita, determinou o que costuma-se chamar de constituição eclética. Isto porque não havia um fio condutor ideológico, de maneira que temos dispositivos completamente antagônicos em razão da divergência que existia entre os parlamentares. De qualquer modo, é importante ressaltar o papel do chamado Centro Democrático, mais conhecido como “Centrão”, de cunho conservador, que, obtendo maioria congressual, teve importante papel em questões cruciais. Porém, também um fenômeno positivo e de grande relevância foi a participação da sociedade por meio de diversos grupos de pressão organizados (lobbies) com o propósito de influenciar as decisões dos constituintes, na direção de interesses específicos. A Constituição Cidadã e suas características Neste tópico abordaremos, de forma muito genérica – já que esta será estudada de forma detalhada nos semestres que seguem -, algumas das características mais significativas da Constituição de 1988, também denominada como Constituição cidadã. Entre outras características, devem ser ressaltados o amplo rol de direitos fundamentais, cuja posição no corpo da Constituição bem indica sua importância no contexto da Carta, e que contemplam uma larga gama de direitos e garantias (liberdades, direitos sociais, direitos difusos, direitos de minorias etc..). Deve-se apontar, igualmente, para a maior potencialidade para o exercício amplo da democracia, inclusive com o direito ao voto para escolha do ocupante do cargo de Presidente da República. Porém, como ponto por muitos considerados negativo, a Carta de 1988 é chamada de analítica por ser extensa e cuidar de forma pormenorizada de matérias que são tradicionalmente da competência do legislador ordinário, o que gera uma constante necessidade de emendas. O movimento dos “caras-pintadas” e a queda de Collor pela via jurídico- institucional Esse ponto deve ser estudado com atenção, já que é considerado um momento emblemático da história do país. Isto porque a queda do ex- Presidente Fernando Collor pelas vias legais não apenas demonstra o aprimoramento das instituições, mas também o amadurecimento da democracia brasileira, e o rompimento com as soluções golpistas. Porém, é importante explicar que o processo de impeachment sofrido pelo ex- Presidente teve como agente catalisador o movimento dos caras-pintadas, movimento estudantil realizado no decorrer dos meses de agosto e setembro de 1992, e que contou com a adesão de milhares de jovens em todo o país. O nome "caras-pintadas" referiu-se à principal forma de expressão, símbolo do movimento: as cores verde e amarelo pintadas no rosto. O plebiscito de 1993 e a definição e a opção pelo Presidencialismo republicano Aqui o objetivo é demonstrar como o plebiscito, previsto pela Constituição de 1988, realizado em de 21 de abril de 1993, acabou estabelecendo de maneira definitiva a forma e o sistema de governo no Brasil. Isto porque a Constituição deu poderes ao povo, para que, por intermédio da vontade da maioria, pudesse este escolher como forma de governo entre a monarquia parlamentar ou a república; e, como sistema de governo, entre o parlamentarismo ou Presidencialismo. Na ocasião, a maior parte do povo brasileiro optou por manter a forma republicana e o sistema presidencialista, consolidando uma tradição cristalizada durante o século anterior. Referências bibliográficas sugeridas: Bibliografia Sugerida: RAMOS, Eloisa Helena Capovilla da Luz. De Golbery a Lula: olhares sobre a redemocratização no Brasil. Disponível em: http://www.corredordelasideas.org/docs/sesiones/de_golbery_a_lula.doc . Acesso em: 12 de out. 2009, 16:30:30. Outra indicação (lembrar aos alunos que, eventualmente, as obras abaixo não estarão disponíveis na biblioteca): FAUSTO, Boris. História do Brasil . 13.ed. São Paulo: EDUSP, 2008. Capítulo 11 Com o propósito de contribuir com o aprimoramento do aluno, preparamos as questões que seguem abaixo, que certamente auxiliarão na maior compreensão do período estudado nesta semana 12 Leia a reportagem abaixo, que está diretamente vinculada à questão da qual trataremosna semana 12, veiculada no site http://noticias.uol.com.br/ultnot/2008/02/27/ult23u1279.jhtm e responda as questões que seguem. 27/02/2008 - 16h07 Eleitores brasileiros acham 'todos os políticos corruptos', diz pesquisa- Da Redação Pesquisa qualitativa encomendada pela Justiça Eleitoral ao Instituto Nexus e à Cultura Data mostra que os eleitores brasileiros, em sua grande maioria, acham que os políticos são todos corruptos, e que não fazem nada pelo povo. Segundo os dados, há uma percepção geral de que a classe política não trabalha em benefício da população e visa seus próprios interesses. Para os entrevistados, os políticos são enganadores - prometem muito durante a campanha e não fazem nada daquilo que prometeram - traem e abandonam o eleitor.(...) Os dados revelam que há, no Brasil, dois tipos de eleitores: os otimistas, que acreditam no poder transformador do voto, e os céticos, descrentes, que percebem o voto como uma perda de tempo, que não muda a realidade. A pesquisa identificou que os eleitores de perfil otimista, apesar de serem críticos com relação à situação do Brasil, mantêm o patriotismo e percebem o voto como uma arma do cidadão. Já o grupo de pessimistas tende a ser contra a obrigação de votar e vivem a experiência de frustração com o voto (...) Por que a Constituição brasileira de 1988 foi chamada de “Constituição Cidadã’”? De acordo com a reportagem acima, em sua opinião, é possível afirmar que a Constituição brasileira de 1988 conseguiu solidificar nos brasileiros um sentimento de exercício da cidadania? Questão Objetiva Convocada pela Emenda Constitucional nº 26, de 27 de novembro de 1985, a Assembleia Nacional Constituinte inicia os seus trabalhos a partir de 1º de fevereiro de 1987 e vai até 5 de outubro de 1988. A nova Constituição, denominada de "Constituição Cidadã" pelo Deputado Ulysses Guimarães da Silveira (SP), Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988 - a sétima da nossa história e a sexta da República. Restabelece os parâmetros legais do regime democrático iniciado em 1946, interrompido em 1964, e reiniciado em 1985. É inovadora em suas definições de direitos humanos e coletivos. Marcada por sua extensão e pelo caráter detalhista com que estabelece direitos sociais e regula a ordem econômica. Na essência é diferente das constituições anteriores porque começa com o cidadão. Graficamente testemunha a primazia deste e foi escrita para ele. O cidadão (o homem) é seu fim e sua esperança. Por isso foi denominada de "Constituição Cidadã" pelo presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Silveira Guimarães (SP). Nela foram inseridos direitos e faculdades das crianças e adolescentes, idosos, mulheres, deficientes, índios e negros, assegurando prerrogativas às minorias, até então totalmente à margem de reconhecimento formal. Os seus princípios trazem forte caráter de proteção aos direitos humanos e sociais. Além disso, a nova Carta inova ao estabelecer novas garantias constitucionais aos cidadãos, as chamadas liberdades constitucionais, como o mandado de injunção e o habeas data. Qualifica ainda como crimes inafiançáveis a tortura e as ações armadas contra o Estado democrático, amplia os poderes do Congresso Nacional e estabelece a igualdade entre mulheres e homens. (texto adaptado, disponível em: http://www2.camara.gov.br/conheca/historia/historia/a6republica.html). Tomando o texto como referência e pesquisa na bibliografia indicada, responda: A definição sobre o sistema de governo presidencialista, a forma de Estado republicana, mantidos na atual Constituição de 1988, foram: a) Referendados por um plebiscito, em 21 de abril de 1993; b) Instituídos na época do Império, através da primeira Constituição; c) Criados por meio de um decreto-lei assinado por Getúlio Vargas, após a Revolução de 1930; d) Resultado de um amplo debate popular, juntamente com o movimento das Diretas Já, no final da ditadura militar. Estácio de Sá Página 1 / 3 Título O DIREITO NO BRASIL NO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: O DECLÍNIO DO REGIME MILITAR E A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 13 Tema O DECLÍNIO DO REGIME MILITAR E A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA Objetivos Estrutura do Conteúdo Aplicação Prática Teórica Plano de Aula: O DIREITO NO BRASIL NO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: O DECLÍNIO DO REGIME MILITAR E A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Ao final da semana 12, o a aluno deverá ser capaz de: · Correlacionar o processo de gradual abertura com a concessão de anistia e o ressurgimento do pluripartidarismo; · Entender o que significou o movimento “Diretas já”; · Correlacionar o processo político em que ocorreu a constituinte de 1987 com o teor da Constituição de 1988; · Analisar algumas das mais importantes características da Constituição de 1988 – a Constituição Cidadã; · Compreender o processo que levou à queda do primeiro Presidente eleito após a ditadura e a legitimidade deste procedimento; · Correlacionar a ocorrência do plebiscito de 1993 com a definição pelo Presidencialismo republicano. O contexto socioeconômico e político do período É importante neste ponto focar as diversas crises econômicas e políticas vivenciadas no período (que se influenciam mutuamente), ao mesmo tempo em que, no contexto internacional, dois acontecimentos ganham importância: o ressurgimento do liberalismo econômico com Margaret Tatcher e Ronald Reagan, no final da década de 70 e começo da década de 80, e a derrocada do império soviético, a partir da segunda metade da década de 80. A abertura política em meio à resistência do grupo de linha-dura: a anistia e as mudanças no processo eleitoral Neste ponto é importante abordar o processo de abertura política, em meio à grande resistência oferecida pela linha-dura militar, que se dá a partir de 1979, no Governo João Figueiredo. Uma das principais consequências desse processo é a anistia, cuja amplitude permitiu atingir até mesmo os responsáveis pela prática de tortura. Porém, cabe destacar o fato de que possuiu o mérito de possibilitar a volta dos exilados políticos, sendo um passo importante na ampliação das liberdades. Outra questão relevante no contexto de abertura política foram as modificações eleitorais que, estabelecendo o pluripartidarismo – com o objetivo de fragilizar a oposição -, acaba por estabelecer um novo quadro político-partidário que é a base do atual quadro vigente. Não se pode esquecer de abordar a importância das eleições de 1982, que em meio a algumas manobras do governo para beneficiar-se, teve o mérito de restabelecer o voto popular como critério para o exercício do cargo de governador do Estado. As “Diretas já” e a efetiva participação popular pela reconstrução democrática Aqui, a ideia é apresentar um panorama do que significou o movimento “Diretas já” no contexto de reconstrução democrática. Neste sentido cabe ressaltar o protagonismo exercido por alguns personagens políticos (entre eles, Ulisses Guimarães, Tancredo Neves e Dante de Oliveira), mas, principalmente, a ampla e intensa participação popular em todo país, em apoio ao movimento. A ausência de sucesso imediato da proposta (com a rejeição de emenda constitucional que viabilizaria a realização de eleições diretas em 1985) não afasta o valor simbólico do movimento, ao estabelecer a esperança na possibilidade de construção de uma tradição verdadeiramente democrática no país. A Assembleia Constituinte de 1987 e a luta ideológica Torna-se relevante analisar como os embates ideológicos estabelecidos por uma Assembleia Constituinte que exercia concomitantemente as tarefas constituinte e legislativa ordinária, e dividida entre uma vertente de viés esquerdista e outra de viés conservador de direita, determinou o que costuma-se chamar de constituição eclética.Isto porque não havia um fio condutor ideológico, de maneira que temos dispositivos completamente antagônicos em razão da divergência que existia entre os parlamentares. De qualquer modo, é importante ressaltar o papel do chamado Centro Democrático, mais conhecido como “Centrão”, de cunho conservador, que, obtendo maioria congressual, teve importante papel em questões cruciais. Porém, também um fenômeno positivo e de grande relevância foi a participação da sociedade por meio de diversos grupos de pressão organizados (lobbies) com o propósito de influenciar as decisões dos constituintes, na direção de interesses específicos. A Constituição Cidadã e suas características Neste tópico abordaremos, de forma muito genérica – já que esta será estudada de forma detalhada nos semestres que seguem -, algumas das características mais significativas da Constituição de 1988, também denominada como Constituição cidadã. Entre outras características, devem ser ressaltados o amplo rol de direitos fundamentais, cuja posição no corpo da Constituição bem indica sua importância no contexto da Carta, e que contemplam uma larga gama de direitos e garantias (liberdades, direitos sociais, direitos difusos, direitos de minorias etc..). Deve-se apontar, igualmente, para a maior potencialidade para o exercício amplo da democracia, inclusive com o direito ao voto para escolha do ocupante do cargo de Presidente da República. Porém, como ponto por muitos considerados negativo, a Carta de 1988 é chamada de analítica por ser extensa e cuidar de forma pormenorizada de matérias que são tradicionalmente da competência do legislador ordinário, o que gera uma constante necessidade de emendas. O movimento dos “caras-pintadas” e a queda de Collor pela via jurídico- institucional Esse ponto deve ser estudado com atenção, já que é considerado um momento emblemático da história do país. Isto porque a queda do ex- Presidente Fernando Collor pelas vias legais não apenas demonstra o aprimoramento das instituições, mas também o amadurecimento da democracia brasileira, e o rompimento com as soluções golpistas. Porém, é importante explicar que o processo de impeachment sofrido pelo ex- Presidente teve como agente catalisador o movimento dos caras-pintadas, movimento estudantil realizado no decorrer dos meses de agosto e setembro de 1992, e que contou com a adesão de milhares de jovens em todo o país. O nome "caras-pintadas" referiu-se à principal forma de expressão, símbolo do movimento: as cores verde e amarelo pintadas no rosto. O plebiscito de 1993 e a definição e a opção pelo Presidencialismo republicano Aqui o objetivo é demonstrar como o plebiscito, previsto pela Constituição de 1988, realizado em de 21 de abril de 1993, acabou estabelecendo de maneira definitiva a forma e o sistema de governo no Brasil. Isto porque a Constituição deu poderes ao povo, para que, por intermédio da vontade da maioria, pudesse este escolher como forma de governo entre a monarquia parlamentar ou a república; e, como sistema de governo, entre o parlamentarismo ou Presidencialismo. Na ocasião, a maior parte do povo brasileiro optou por manter a forma republicana e o sistema presidencialista, consolidando uma tradição cristalizada durante o século anterior. Referências bibliográficas sugeridas: Bibliografia Sugerida: RAMOS, Eloisa Helena Capovilla da Luz. De Golbery a Lula: olhares sobre a redemocratização no Brasil. Disponível em: http://www.corredordelasideas.org/docs/sesiones/de_golbery_a_lula.doc . Acesso em: 12 de out. 2009, 16:30:30. Outra indicação (lembrar aos alunos que, eventualmente, as obras abaixo não estarão disponíveis na biblioteca): FAUSTO, Boris. História do Brasil . 13.ed. São Paulo: EDUSP, 2008. Capítulo 11 Com o propósito de contribuir com o aprimoramento do aluno, preparamos as questões que seguem abaixo, que certamente auxiliarão na maior compreensão do período estudado nesta semana 12 Leia a reportagem abaixo, que está diretamente vinculada à questão da qual trataremos na semana 12, veiculada no site http://noticias.uol.com.br/ultnot/2008/02/27/ult23u1279.jhtm e responda as questões que seguem. 27/02/2008 - 16h07 Eleitores brasileiros acham 'todos os políticos corruptos', diz pesquisa- Da Redação Pesquisa qualitativa encomendada pela Justiça Eleitoral ao Instituto Nexus e à Cultura Data mostra que os eleitores brasileiros, em sua grande maioria, acham que os políticos são todos corruptos, e que não fazem nada pelo povo. Segundo os dados, há uma percepção geral de que a classe política não trabalha em benefício da população e visa seus próprios interesses. Para os entrevistados, os políticos são enganadores - prometem muito durante a campanha e não fazem nada daquilo que prometeram - traem e abandonam o eleitor.(...) Os dados revelam que há, no Brasil, dois tipos de eleitores: os otimistas, que acreditam no poder transformador do voto, e os céticos, descrentes, que percebem o voto como uma perda de tempo, que não muda a realidade. A pesquisa identificou que os eleitores de perfil otimista, apesar de serem críticos com relação à situação do Brasil, mantêm o patriotismo e percebem o voto como uma arma do cidadão. Já o grupo de pessimistas tende a ser contra a obrigação de votar e vivem a experiência de frustração com o voto (...) Por que a Constituição brasileira de 1988 foi chamada de “Constituição Cidadã’”? De acordo com a reportagem acima, em sua opinião, é possível afirmar que a Constituição brasileira de 1988 conseguiu solidificar nos brasileiros um sentimento de exercício da cidadania? Questão Objetiva Convocada pela Emenda Constitucional nº 26, de 27 de novembro de 1985, a Assembleia Nacional Constituinte inicia os seus trabalhos a partir de 1º de fevereiro de 1987 e vai até 5 de outubro de 1988. A nova Constituição, denominada de "Constituição Cidadã" pelo Deputado Ulysses Guimarães da Silveira (SP), Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988 - a sétima da nossa história e a sexta da República. Restabelece os parâmetros legais do regime democrático iniciado em 1946, interrompido em 1964, e reiniciado em 1985. É inovadora em suas definições de direitos humanos e coletivos. Marcada por sua extensão e pelo caráter detalhista com que estabelece direitos sociais e regula a ordem econômica. Na essência é diferente das constituições anteriores porque começa com o cidadão. Graficamente testemunha a primazia deste e foi escrita para ele. O cidadão (o homem) é seu fim e sua esperança. Por isso foi denominada de "Constituição Cidadã" pelo presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Silveira Guimarães (SP). Nela foram inseridos direitos e faculdades das crianças e adolescentes, idosos, mulheres, deficientes, índios e negros, assegurando prerrogativas às minorias, até então totalmente à margem de reconhecimento formal. Os seus princípios trazem forte caráter de proteção aos direitos humanos e sociais. Além disso, a nova Carta inova ao estabelecer novas garantias constitucionais aos cidadãos, as chamadas liberdades constitucionais, como o mandado de injunção e o habeas data. Qualifica ainda como crimes inafiançáveis a tortura e as ações armadas contra o Estado democrático, amplia os poderes do Congresso Nacional e estabelece a igualdade entre mulheres e homens. (texto adaptado, disponível em: http://www2.camara.gov.br/conheca/historia/historia/a6republica.html). Tomando o texto como referência e pesquisa na bibliografia indicada, responda: A definição sobre o sistema de governo presidencialista, a forma de Estado republicana, mantidos na atual Constituição de 1988, foram: a) Referendados por um plebiscito, em 21 de abril de 1993; b) Instituídos na época do Império, através da primeira Constituição; c) Criados por meio de um decreto-lei assinado por Getúlio Vargas, após a Revolução de 1930;d) Resultado de um amplo debate popular, juntamente com o movimento das Diretas Já, no final da ditadura militar. Estácio de Sá Página 2 / 3 Título O DIREITO NO BRASIL NO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: O DECLÍNIO DO REGIME MILITAR E A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 13 Tema O DECLÍNIO DO REGIME MILITAR E A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA Objetivos Estrutura do Conteúdo Aplicação Prática Teórica Plano de Aula: O DIREITO NO BRASIL NO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: O DECLÍNIO DO REGIME MILITAR E A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Ao final da semana 12, o a aluno deverá ser capaz de: · Correlacionar o processo de gradual abertura com a concessão de anistia e o ressurgimento do pluripartidarismo; · Entender o que significou o movimento “Diretas já”; · Correlacionar o processo político em que ocorreu a constituinte de 1987 com o teor da Constituição de 1988; · Analisar algumas das mais importantes características da Constituição de 1988 – a Constituição Cidadã; · Compreender o processo que levou à queda do primeiro Presidente eleito após a ditadura e a legitimidade deste procedimento; · Correlacionar a ocorrência do plebiscito de 1993 com a definição pelo Presidencialismo republicano. O contexto socioeconômico e político do período É importante neste ponto focar as diversas crises econômicas e políticas vivenciadas no período (que se influenciam mutuamente), ao mesmo tempo em que, no contexto internacional, dois acontecimentos ganham importância: o ressurgimento do liberalismo econômico com Margaret Tatcher e Ronald Reagan, no final da década de 70 e começo da década de 80, e a derrocada do império soviético, a partir da segunda metade da década de 80. A abertura política em meio à resistência do grupo de linha-dura: a anistia e as mudanças no processo eleitoral Neste ponto é importante abordar o processo de abertura política, em meio à grande resistência oferecida pela linha-dura militar, que se dá a partir de 1979, no Governo João Figueiredo. Uma das principais consequências desse processo é a anistia, cuja amplitude permitiu atingir até mesmo os responsáveis pela prática de tortura. Porém, cabe destacar o fato de que possuiu o mérito de possibilitar a volta dos exilados políticos, sendo um passo importante na ampliação das liberdades. Outra questão relevante no contexto de abertura política foram as modificações eleitorais que, estabelecendo o pluripartidarismo – com o objetivo de fragilizar a oposição -, acaba por estabelecer um novo quadro político-partidário que é a base do atual quadro vigente. Não se pode esquecer de abordar a importância das eleições de 1982, que em meio a algumas manobras do governo para beneficiar-se, teve o mérito de restabelecer o voto popular como critério para o exercício do cargo de governador do Estado. As “Diretas já” e a efetiva participação popular pela reconstrução democrática Aqui, a ideia é apresentar um panorama do que significou o movimento “Diretas já” no contexto de reconstrução democrática. Neste sentido cabe ressaltar o protagonismo exercido por alguns personagens políticos (entre eles, Ulisses Guimarães, Tancredo Neves e Dante de Oliveira), mas, principalmente, a ampla e intensa participação popular em todo país, em apoio ao movimento. A ausência de sucesso imediato da proposta (com a rejeição de emenda constitucional que viabilizaria a realização de eleições diretas em 1985) não afasta o valor simbólico do movimento, ao estabelecer a esperança na possibilidade de construção de uma tradição verdadeiramente democrática no país. A Assembleia Constituinte de 1987 e a luta ideológica Torna-se relevante analisar como os embates ideológicos estabelecidos por uma Assembleia Constituinte que exercia concomitantemente as tarefas constituinte e legislativa ordinária, e dividida entre uma vertente de viés esquerdista e outra de viés conservador de direita, determinou o que costuma-se chamar de constituição eclética. Isto porque não havia um fio condutor ideológico, de maneira que temos dispositivos completamente antagônicos em razão da divergência que existia entre os parlamentares. De qualquer modo, é importante ressaltar o papel do chamado Centro Democrático, mais conhecido como “Centrão”, de cunho conservador, que, obtendo maioria congressual, teve importante papel em questões cruciais. Porém, também um fenômeno positivo e de grande relevância foi a participação da sociedade por meio de diversos grupos de pressão organizados (lobbies) com o propósito de influenciar as decisões dos constituintes, na direção de interesses específicos. A Constituição Cidadã e suas características Neste tópico abordaremos, de forma muito genérica – já que esta será estudada de forma detalhada nos semestres que seguem -, algumas das características mais significativas da Constituição de 1988, também denominada como Constituição cidadã. Entre outras características, devem ser ressaltados o amplo rol de direitos fundamentais, cuja posição no corpo da Constituição bem indica sua importância no contexto da Carta, e que contemplam uma larga gama de direitos e garantias (liberdades, direitos sociais, direitos difusos, direitos de minorias etc..). Deve-se apontar, igualmente, para a maior potencialidade para o exercício amplo da democracia, inclusive com o direito ao voto para escolha do ocupante do cargo de Presidente da República. Porém, como ponto por muitos considerados negativo, a Carta de 1988 é chamada de analítica por ser extensa e cuidar de forma pormenorizada de matérias que são tradicionalmente da competência do legislador ordinário, o que gera uma constante necessidade de emendas. O movimento dos “caras-pintadas” e a queda de Collor pela via jurídico- institucional Esse ponto deve ser estudado com atenção, já que é considerado um momento emblemático da história do país. Isto porque a queda do ex- Presidente Fernando Collor pelas vias legais não apenas demonstra o aprimoramento das instituições, mas também o amadurecimento da democracia brasileira, e o rompimento com as soluções golpistas. Porém, é importante explicar que o processo de impeachment sofrido pelo ex- Presidente teve como agente catalisador o movimento dos caras-pintadas, movimento estudantil realizado no decorrer dos meses de agosto e setembro de 1992, e que contou com a adesão de milhares de jovens em todo o país. O nome "caras-pintadas" referiu-se à principal forma de expressão, símbolo do movimento: as cores verde e amarelo pintadas no rosto. O plebiscito de 1993 e a definição e a opção pelo Presidencialismo republicano Aqui o objetivo é demonstrar como o plebiscito, previsto pela Constituição de 1988, realizado em de 21 de abril de 1993, acabou estabelecendo de maneira definitiva a forma e o sistema de governo no Brasil. Isto porque a Constituição deu poderes ao povo, para que, por intermédio da vontade da maioria, pudesse este escolher como forma de governo entre a monarquia parlamentar ou a república; e, como sistema de governo, entre o parlamentarismo ou Presidencialismo. Na ocasião, a maior parte do povo brasileiro optou por manter a forma republicana e o sistema presidencialista, consolidando uma tradição cristalizada durante o século anterior. Referências bibliográficas sugeridas: Bibliografia Sugerida: RAMOS, Eloisa Helena Capovilla da Luz. De Golbery a Lula: olhares sobre a redemocratização no Brasil. Disponível em: http://www.corredordelasideas.org/docs/sesiones/de_golbery_a_lula.doc . Acesso em: 12 de out. 2009, 16:30:30. Outra indicação (lembrar aos alunos que, eventualmente, as obras abaixo não estarão disponíveis na biblioteca): FAUSTO, Boris. História do Brasil . 13.ed. São Paulo: EDUSP, 2008. Capítulo 11 Com o propósito de contribuir com o aprimoramento do aluno, preparamos as questões que seguem abaixo, que certamenteauxiliarão na maior compreensão do período estudado nesta semana 12 Leia a reportagem abaixo, que está diretamente vinculada à questão da qual trataremos na semana 12, veiculada no site http://noticias.uol.com.br/ultnot/2008/02/27/ult23u1279.jhtm e responda as questões que seguem. 27/02/2008 - 16h07 Eleitores brasileiros acham 'todos os políticos corruptos', diz pesquisa- Da Redação Pesquisa qualitativa encomendada pela Justiça Eleitoral ao Instituto Nexus e à Cultura Data mostra que os eleitores brasileiros, em sua grande maioria, acham que os políticos são todos corruptos, e que não fazem nada pelo povo. Segundo os dados, há uma percepção geral de que a classe política não trabalha em benefício da população e visa seus próprios interesses. Para os entrevistados, os políticos são enganadores - prometem muito durante a campanha e não fazem nada daquilo que prometeram - traem e abandonam o eleitor.(...) Os dados revelam que há, no Brasil, dois tipos de eleitores: os otimistas, que acreditam no poder transformador do voto, e os céticos, descrentes, que percebem o voto como uma perda de tempo, que não muda a realidade. A pesquisa identificou que os eleitores de perfil otimista, apesar de serem críticos com relação à situação do Brasil, mantêm o patriotismo e percebem o voto como uma arma do cidadão. Já o grupo de pessimistas tende a ser contra a obrigação de votar e vivem a experiência de frustração com o voto (...) Por que a Constituição brasileira de 1988 foi chamada de “Constituição Cidadã’”? De acordo com a reportagem acima, em sua opinião, é possível afirmar que a Constituição brasileira de 1988 conseguiu solidificar nos brasileiros um sentimento de exercício da cidadania? Questão Objetiva Convocada pela Emenda Constitucional nº 26, de 27 de novembro de 1985, a Assembleia Nacional Constituinte inicia os seus trabalhos a partir de 1º de fevereiro de 1987 e vai até 5 de outubro de 1988. A nova Constituição, denominada de "Constituição Cidadã" pelo Deputado Ulysses Guimarães da Silveira (SP), Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988 - a sétima da nossa história e a sexta da República. Restabelece os parâmetros legais do regime democrático iniciado em 1946, interrompido em 1964, e reiniciado em 1985. É inovadora em suas definições de direitos humanos e coletivos. Marcada por sua extensão e pelo caráter detalhista com que estabelece direitos sociais e regula a ordem econômica. Na essência é diferente das constituições anteriores porque começa com o cidadão. Graficamente testemunha a primazia deste e foi escrita para ele. O cidadão (o homem) é seu fim e sua esperança. Por isso foi denominada de "Constituição Cidadã" pelo presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Silveira Guimarães (SP). Nela foram inseridos direitos e faculdades das crianças e adolescentes, idosos, mulheres, deficientes, índios e negros, assegurando prerrogativas às minorias, até então totalmente à margem de reconhecimento formal. Os seus princípios trazem forte caráter de proteção aos direitos humanos e sociais. Além disso, a nova Carta inova ao estabelecer novas garantias constitucionais aos cidadãos, as chamadas liberdades constitucionais, como o mandado de injunção e o habeas data. Qualifica ainda como crimes inafiançáveis a tortura e as ações armadas contra o Estado democrático, amplia os poderes do Congresso Nacional e estabelece a igualdade entre mulheres e homens. (texto adaptado, disponível em: http://www2.camara.gov.br/conheca/historia/historia/a6republica.html). Tomando o texto como referência e pesquisa na bibliografia indicada, responda: A definição sobre o sistema de governo presidencialista, a forma de Estado republicana, mantidos na atual Constituição de 1988, foram: a) Referendados por um plebiscito, em 21 de abril de 1993; b) Instituídos na época do Império, através da primeira Constituição; c) Criados por meio de um decreto-lei assinado por Getúlio Vargas, após a Revolução de 1930; d) Resultado de um amplo debate popular, juntamente com o movimento das Diretas Já, no final da ditadura militar. Estácio de Sá Página 3 / 3