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estudo de caso - Rebeka andréa Alves

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ESTUDO DE CASO 
 
Ganhar medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de 2007 com 
time desfalcado? 
Alguns dias antes da estreia da seleção masculina de vôlei nos jogos 
Panamericanos de 2007, o Brasil recebe uma notícia que surpreende os torcedores: a 
seleção vai entrar em campo sem Ricardinho, levantador e capitão da seleção! Por quê? 
 
Logo após os Jogos Pan-americanos de 2007, sediados no Rio de Janeiro, as 
manchetes de jornais e revistas do país davam destaque ao grande número de medalhas 
alcançadas por atletas brasileiros. E, como sempre ocorre em competições internacionais, 
algumas equipes se destacaram entre as delegações de cada país. No cenário brasileiro, 
uma equipe que sempre está no pódio é o time masculino de vôlei, que conquistou os 
principais títulos do mundo nos últimos seis anos. 
No vôlei, esporte coletivo, o desempenho do time depende da competência de cada 
jogador, além do foco da equipe em resultados e da adoção de estratégias flexíveis para 
enfrentarem cenários mutantes. Não se obtém isso sem aspectos de natureza 
comportamental, como comprometimento, respeito aos valores do time e do esporte em 
geral e da liderança presente em cada equipe. 
Às vésperas do início dos Jogos Pan-americanos de 2007, o Brasil recebeu uma 
notícia que deixou todos pasmos: o técnico Bernardinho não havia escalado o jogador 
Ricardinho, levantador premiado e uma das estrelas do time. A Confederação Brasileira 
de Vôlei (CBV) e Bernardinho alegaram, para a decisão do corte, que o jogador estava 
cansado e estressado. Ricardinho, tido por muitos como o responsável pela velocidade do 
time, apresentou outra versão: disse que estava enfrentando problemas de relacionamento 
com o técnico e que este teria sido o motivo de seu corte. 
Nos dias subsequentes ao anúncio do corte, houve várias discussões na Internet, 
em que torcedores avaliavam a decisão do técnico, ora a seu favor, ora contra. Entretanto, 
o que se viu depois em campo foi um time entrosado, de alto nível técnico, e que mostrou 
equilíbrio em momentos decisivos do campeonato, tendo superado o fantasma de a equipe 
nunca ter ganhado uma medalha Pan-americana no período em que Bernardinho esteve à 
frente da seleção. Resultado: ficaram com a medalha de ouro. 
Para aqueles que assistiram às partidas da equipe de vôlei, não havia como não 
notar a garra e o talento da equipe. Mas havia uma figura notável ao lado da quadra: 
Bernardinho. Ele, que foi sempre apontado como um jogador nervoso no tempo em que 
era levantador do time de vôlei, não mudou muito: grita, anda de um lado para o outro 
durante o jogo e não dá sossego para os jogadores que estão em quadra. Tem fama de 
enérgico e, quando liderou a equipe feminina de vôlei, frequentemente levava as jogadoras 
às lágrimas, tal a veemência de seus comentários e o grau de exigência nos treinos. 
Quando indagado sobre o segredo de seu sucesso, Bernardinho declara que não se 
faz um grande time sem preparação. Ele exige de suas equipes treinamentos diários, 
baseados em uma rígida disciplina. Além disso, expõe ao time o que realmente pensa, 
fazendo comentários que por vezes ferem, por sua rudeza, mas que são acatados, por serem 
reconhecidos como autênticos. Segundo Bernardinho, o time percebe que sua intenção ao 
dar broncas é melhorar o desempenho, e não destruir a autoestima dos jogadores. 
Curiosamente, Bernardinho diz que sua habilidade para ser treinador não é um 
talento pessoal, e que ela vem sendo adquirida desde o tempo em que sentava no banco de 
reservas da equipe de vôlei. Em vez de se distrair, ficava analisando as estratégias dos dois 
times em campo, buscando identificar por que os times estavam ganhando ou perdendo. 
Segundo ele, seu sucesso foi resultado de muito esforço pessoal, com foco nos ganhos 
coletivos. 
Seja como for, o fato é que, sob o comando de Bernardinho, a equipe brasileira de 
vôlei ganhou 16 títulos desde 2001, ocupando um lugar de destaque entre as equipes 
internacionais. Após a vitória nos Jogos Pan-americanos, a reação do público ficou mais 
amena frente à sua decisão de não convocar Ricardinho. Os comentários mudaram de 
rumo e se concentraram em torno da afirmação: se ele cortou um dos principais jogadores, 
devia saber que isso seria o melhor para o time naquele momento. Será? 
Nunca se saberá a resposta, mas uma coisa é certa: a liderança exercida pelo técnico 
sobre uma equipe precisa ser muito forte para superar outras lideranças existentes em 
campo. Bernardinho parece ter exercido com maestria seu poder pessoal e demonstrou ter 
três competências fundamentais para o exercício da liderança: gerenciamento de conflitos, 
flexibilidade e adaptação. 
 
Caso elaborado por Ana Maria Roux Cesar. 
Fontes: <http://pan2007.globo.com/>; L. Féres e A. Leante, “A liderança do tipo 
coaching”, HSM Management, 62, maio/jun. 2007, p. 78-85. 
 
Questões 
1. “Nós encontramos o homem verdadeiro somente na organização do grupo. 
As potencialidades do indivíduo permanecem até que elas sejam liberadas pela vida do 
grupo.” Comente essa afirmação de Mary Parker Follett analisando a posição de 
Bernardinho à frente da seleção brasileira masculina de vôlei. 
O técnico tomou uma decisão, a qual afetou o grupo positivamente, pois todos os 
jogadores deram seu máximo para provar que poderiam conquistar o título, mesmo sem o 
famoso capitão. Ele acreditou que a equipe era capaz, essa situação ocasionou em que 
todos dessem seu máximo em um trabalho de equipe. Dito isso, pode-se dizer que cada 
um apresentando o melhor de si, sendo colocado em prática no espirito coletivo se torna 
mais eficiente que a soma de um e outro. 
2. Você diria que o time de Bernardinho foi eficiente ou eficaz? Justifique sua 
resposta. 
Eficiente, pois eles cumpriram com o seu objetivo e causaram o resultado esperado 
tanto pelo técnico, quanto pelo público. 
 
http://pan2007.globo.com/%3e;
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