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Psicologia do desenvolvimento humano

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PSICOLOGIA DO 
DESENVOLVIMENTO HUMANO 
AULA 1
Prof. Ademir Bueno 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
 A presente aula tem por objetivo apresentar as principais matrizes teóricas 
da psicologia do desenvolvimento, correlacionando-as com a teoria da 
personalidade e o exercício da profissão de assistente social. Para isso, 
apresentaremos um panorama teórico sobre psicologia do desenvolvimento, 
seus conceitos e história, bem como uma conceitualização sobre o indivíduo 
como ser biopsicossocial. Ademais, possibilitaremos uma reflexão aprofundada 
sobre o conceito de personalidade conforme as teorias analítica e psicanalítica, 
e também segundo o teórico Jean Piaget. 
TEMA 1 – PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: CONCEITOS 
Segundo Piletti, Rossato e Rossato (2014), a psicologia é um braço das 
ciências humanas cujo objeto de pesquisa é o ser humano. Essa ciência 
enfrentou transformações significativa ao longo dos anos, ampliando sua área 
de conhecimento a fim de buscar esclarecer os processos que causam esse 
“fazer-se” humano. Ela busca estudar variáveis afetivas, cognitivas, sociais e 
biológicas em todo o ciclo da vida. Conecta-se com várias áreas do 
conhecimento, como biologia, sociologia, pedagogia, campos da saúde física e 
mental. 
De acordo com Mota (2005), o “interesse pelos anos iniciais de vida dos 
indivíduos tem origem na história do estudo científico do desenvolvimento 
humano”, que culmina na preocupação e no zelo com a educação das crianças, 
em especial com o olhar lançado para a infância em período de desenvolvimento. 
1.1 Histórico da psicologia do desenvolvimento 
Segundo Mota (2005), em pesquisa sobre a evolução histórica da 
psicologia do desenvolvimento humano, é possível sistematizar tal trajetória em 
fases, cada qual englobando um período de mais ou menos dez anos. 
 
 
 
3 
Quadro 1 – Evolução histórica 
Primeira fase 
(1920-1939) 
Nesta época, o estudo tratava do desenvolvimento intelectual, da 
maturação e do crescimento. 
Segunda fase 
(1940 – 1959) 
Esta fase foi influenciada pela depressão de 30 e pelas guerras, que 
levam a uma escassez de investimentos em pesquisa. 
Terceira fase 
(1960-1989) 
Até meados da década de 60, a psicologia do desenvolvimento sofre 
grande influência da Teoria Behaviorista e dos conceitos de 
Aprendizagem Social. A Revolução Cognitiva atinge a psicologia do 
desenvolvimento. 
Quarta fase 
(1990- dias 
atuais) 
Cada vez mais o desenvolvimento é estudado ao longo do ciclo vital, ao 
invés da tradicional ênfase na infância e adolescência. 
Fonte: Elaborado com base em Mota, 2005, p. 108. 
TEMA 2 – PERSONALIDADE: CONCEITOS 
 De acordo com D´Andrea (2001), personalidade é um tema complexo, 
pois embora não haja personalidades idênticas, existem pessoas que 
apresentam traços em comum, razão pela qual é difícil traçar uma conceituação 
de forma útil e compreensível. 
Para o autor, deve-se considerar os dados “biopsicológicos herdados, isto 
é, as condições ambientais, sociais e culturais nas quais o indivíduo se 
desenvolve” (D’Andrea, 2001, p. 9). Cabe observar que esses aspectos são 
desenvolvidos através da interação entre contexto social e hereditariedade, e 
tais atributos da personalidade são manifestados por meio do comportamento, 
lembrando que as características são peculiares a cada indivíduo. 
Existem ainda outras teorias sobre a constituição da personalidade, sendo 
as mais conhecidas as de Sigmund Freud e Carl Gustav Jung, que serão 
apresentadas neste conteúdo. 
TEMA 3 – TEORIA DA PERSONALIDADE FREUDIANA 
 De acordo com D’Andrea (2001) a personalidade para a psicanálise 
freudiana é composta por três grandes sistemas psíquicos: o id, o ego e o 
superego, de cuja interação dinâmica resulta o comportamento do indivíduo. 
Segundo o autor, o processo de desenvolvimento da personalidade, para 
Freud, seria contínuo. A primeira fase da vida (0 a 5 anos) seria a mais 
importante para a estruturação da psique. Tal teoria é considerada 
desenvolvimentista, uma vez que vincula a formação da personalidade com o 
 
 
4 
desenvolvimento do instinto sexual, que tem início nos primórdios da infância do 
indivíduo. 
De acordo com Friedman e Shustack, (2004, p. 73-75), a psicanálise 
defende que há cinco estágios psicossexuais, a partir dos quais entende-se a 
maneira específica como cada um vive e lida com conflitos, pois eles seriam 
despertados nessas fases, conforme descrito abaixo: 
• Fase oral (0 a 12 meses): Ocorre no primeiro ano de vida, quando a 
atenção da criança está concentrada basicamente nas zonas erógenas 
da boca, por meio da qual obtém prazer pela sucção, no ato de mamar. 
• Fase anal (2 a 3 anos): O interesse na atividade anal passa a ser 
importante para a criança, principalmente quando os pais estabelecem o 
controle de fezes e de urina. 
• Fase fálica (3 a 5 anos): Nesta fase, a criança se interessa pelos órgãos 
sexuais e pelos prazeres ligados ao seu manejo. O menino e a menina se 
colocam nos papéis imaginários de pai e mãe. Desenvolvimento do 
Complexo de Édipo. 
• Fase da latência (5 a 12 anos): Idade escolar, quando há uma 
incompatibilidade entre meninos e meninas. Ocorre supressão dos 
impulsos sexuais, construção do pensamento lógico e influência da vida 
psíquica pelo princípio da realidade. 
• Fase genital. É nesta fase que o adolescente passa a se interessar por 
outras pessoas e coisas como objetos importantes, deixando de lado o 
interesse por si mesmo como objeto primário. É despertado por atividades 
da vida madura. 
TEMA 4 – TEORIA DA PERSONALIDADE JUNGUIANA 
 De acordo com Friedman e Shustack (2004), em Jung o ego é centro da 
consciência e não o centro da personalidade. Trata-se de uma estrutura 
psíquica que gerencia os aspectos conscientes da mente. “Os aspectos 
conscientes nesta teoria são as informações e os processos mentais para os 
quais direcionamos nossa atenção de forma deliberada. Um exemplo: tudo que 
você está pensando, vendo, ouvindo e sentindo neste momento objetivamente, 
são aspectos conscientes” (Friedman; Shustack, 2004, p. 116). 
 
 
5 
Friedman e Shustack (2004) relatam que, para Carl Gustav Jung, a mente 
tem dois níveis – consciente e inconsciente. Diferentemente de Freud, Jung 
defende que a parte mais importante do inconsciente vem do passado coletivo 
da humanidade, chamado inconsciente coletivo, e não das nossas experiencias 
individuais. 
Para Fadiman e Frager (1986), a tipologia de Jung é especialmente útil no 
relacionamento com os outros, ajudando-nos a compreender os relacionamentos 
sociais. Ela descreve como as pessoas percebem o mundo de maneiras 
diferentes na hora de agir e julgar: 
 Inconsciente Pessoal: Abrange toda as experiências individuais que 
foram reprimidas, ou esquecidas como traumas e frustrações. Também 
guarda informações – como propagandas de carros e bebidas que 
mostram mulheres maravilhosas, dando a entender que essas mulheres 
“caíram” em cima dos homens. 
 Inconsciente ´coletivo: Tem suas raízes no passado coletivo do sujeito; 
seus conteúdos psíquicos são passados para as futuras gerações, e são 
os mesmos em todas as culturas. Conceitos universais relacionados com 
deuses, maternidade, água, terra etc. 
Segundo Fadiman e Frager (1986), para Jung há outras características 
estruturante da psique, sendo elas as atitudes e funções. As atitudes são duas 
(introversão e extroversão) e as funções são quatro (pensamento, sentimento, 
sensação e intuição). 
 Atitude introvertida: Quando voltamos nossa energia psíquica para 
nossas fantasias, desejos e tendências, nossa forma individual de 
perceber a realidade; gostamos de observar e conviver com as próprias 
ideias. 
 Atitude extrovertida: É o direcionamento da psique para mundo externo. 
Pessoas extrovertidas são influenciadas pelo mundo que as cerca, e não 
tanto pelo mundo interno. São práticas e centradas na realidade do dia a 
dia. 
Ao falar sobre as funçõespsíquicas, Jung afirma que, para cada indivíduo, 
algumas funções são mais predominantes do que outras. Vejamos: 
 
 
6 
 Pensamento: É atividade intelectual que produz um encadeamento de 
ideias, algumas pessoas consideradas pensadoras apresentam a função 
pensamento como sendo a mais preponderante. Pode ter caráter 
extrovertido, voltado ao pensamento concreto, ou introvertido, quando o 
indivíduo tende a confiar nas próprias ideias e nas suas interpretações 
sobre fatos, mais do que nos fatos em si. 
 Sentimento: Descreve o processo de avaliar um acontecimento ou ideia. 
Para Jung, é importante não confundir essa função com emoção. Ela se 
refere a uma avaliação de um pensamento visando entender o valor das 
coisas. 
 Sensação: É a função psíquica responsável por receber estímulos do 
meio externo e transmiti-lo à consciência; ou seja, trata-se da percepção 
individual dos estímulos captados pela visão, tato, audição, olfato e 
paladar. A sensação constata o que realmente está presente. 
 Intuição: para o autor, é uma função psíquica que está além da 
consciência. São pessoas que observam o mundo externo e conseguem 
perceber detalhes subliminares que passam despercebidas a outros 
sujeitos. 
Para Jung, a maior parte das pessoas cultiva apenas uma das funções 
descritas acima. Algumas conseguem desenvolver duas, poucas desenvolvem 
três; as que conseguem desenvolver as quatro funções são aquelas que atingem 
a individuação. Também conhecida como autorrealização, a individuação é o 
processo de tornar o indivíduo uma pessoa inteira, quando são integrados os 
polos opostos da personalidade em uma única e homogênea individualidade. 
Aqui se atinge o equilíbrio entre todos os arquétipos. (Fadiman; Frager, 1986, p. 
47-48) 
TEMA 5 – A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO DE JEAN PIAGET 
 O pesquisador Jean Piaget, ao realizar o “estudo do desenvolvimento 
qualitativo das estruturas psicológicas, apresenta a evolução do pensamento da 
criança delineada na de forma de estágios, numa sucessão crescente e 
constante de aquisições” (Piletti; Rossato; Rossato, 2014, p. 43). O fator 
preponderante aqui não é a cronologia, mas a ordem de sucessão, conforme 
descrito abaixo: 
 
 
7 
 Estágio Sensório-motor (0 a 2 anos): Estágio da inteligência prática, 
durante o qual a criança percebe o mundo pelos órgãos do sentido, 
descobrindo-o através do deslocamento de seu corpo. Há neste estágio 
uma relação de interdependência entre a forma como percebe o mundo e 
o modo como atua na realidade. 
 Estágio pré-operatório (2 a 7 anos): Este período caracteriza-se pelo 
egocentrismo intelectual e social (incapacidade de se colocar no ponto de 
vista de outros). A criança desenvolve a fala, mas ainda não apresenta 
plena interação com o meio; representa o mundo através de símbolos. 
 Estágio das operações concretas (7 a 11 anos): Este estágio refere-se 
ao aparecimento da capacidade da criança de interiorizar as ações; ou 
seja, ela começa a realizar operações mentalmente e não mais apenas 
através de ações físicas típicas da inteligência sensório-motor. Nesta 
fase, ela percebe os efeitos das ações-resultados, ou seja, aprende na 
pratica. 
 Estágio das operações formais (12 anos em diante): Neste estágio, a 
criança adquire a capacidade de pensamento lógicos-dedutivo. Adquire 
também a capacidade de criticar os sistemas sociais; começa a discutir 
os valores morais de seus pais e constrói os seus próprios, tornando-se 
cada vez mais autônoma. 
De acordo com Macedo (2004, p. 153, citado por Piletti; Rossato; Rossato, 
2014, p. 45), Piaget se reporta a um sujeito epistêmico determinado “pela classe 
social, pelo gênero e pelas relações com seus pares ou adultos, pela condição 
física, neurológica, e pelo conhecimento lógico-matemático (que é fundamental 
em qualquer cultura e sociedade)”. 
NA PRÁTICA 
Este estudo evidencia que as principais diferenças entre Freud e Jung 
podem ser vistas na ideia do inconsciente e sexualidade, no que tange ao 
desenvolvimento do indivíduo. Vimos também que Jean Piaget observou as 
estruturas do desenvolvimento psicológico do indivíduo e sua evolução. Tais 
conhecimentos respaldam as ações dos profissionais assistentes sociais na 
direção de um projeto em defesa dos indivíduos em desigualdade social. Seus 
 
 
 
8 
 
encargos envolvem o planejamento e a execução de políticas públicas e de 
programas sociais que proporcionem o bem-estar e a integração do indivíduo na 
sociedade. 
Este estudo evidencia que as principais diferenças entre Freud e Jung 
podem ser vistas na ideia do inconsciente e sexualidade, no que tange ao 
desenvolvimento do indivíduo. Vimos também que Jean Piaget observou as 
estruturas do desenvolvimento psicológico do indivíduo e sua evolução. Tais 
conhecimentos respaldam as ações dos profissionais assistentes sociais na 
direção de um projeto em defesa dos indivíduos em desigualdade social. Seus 
encargos envolvem o planejamento e a execução de políticas públicas e de 
programas sociais que proporcionem o bem-estar e a integração do indivíduo na 
sociedade. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, apresentamos um panorama teórico sobre psicologia do 
desenvolvimento, com conceitos e histórico. Também discorremos sobre os 
conceitos de personalidade, viabilizando uma reflexão aprofundada sobre a 
personalidade segundo as teorias analíticas e psicanalíticas. Por fim, 
possibilitamos uma reflexão sobre a personalidade segundo Piaget. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
REFERÊNCIAS 
D’ANDREA, F. F. Desenvolvimento da personalidade: enfoque psicodinâmico. 
15. ed. Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2001. 
FADIMAN, J.; FRAGER, R. Teorias da personalidade. São Paulo: Habra, 1986. 
MOTA, M. E. da. Psicologia do desenvolvimento: uma perspectiva histórica. 
Temas psicol., Ribeirão Preto, v. 13, n. 2, p. 105-111, dez. 2005. Disponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2005000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 20 jul. 2018. 
PILETTI, N.; ROSSATO, S. M.; ROSSATO, G. Psicologia do 
desenvolvimento. São Paulo: Contexto, 2014.

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