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Rio de Janeiro Junho de 2020 Vivência Profissional III – 2020.1 Turma 1FTA19A Atuação da Fisioterapia no tratamento do AVC Vivência Profissional III – 2020.1 Turma 1FTA19A Alunas: Alana Paula Correa dos Santos Anne Letícia Silva Bravo Bárbara Gabriele Fernandes Eloy Eduarda de Oliveira Cavalcante Lima Maria Eduarda Suzana Thuani Carvalho Nogueira Atuação da Fisioterapia no tratamento do AVC OBJETIVOS • Explicar de forma clara e objetiva uma doença que está entre as 10 principais causas de morte no mundo e que deixa sequelas em milhares de pessoas todos os anos. • Entender a importância da fisioterapia no tratamento do AVC, como funciona a patologia, as complicações que ela causa, os seus sinais e sintomas, e os objetivos de tratamento de uma maneira de fácil entendimento. INTRODUÇÃO O acidente vascular cerebral (AVC) ocorre quando há um entupimento ou o rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea adequada (BVSMS, 2006). O AVC é a segunda principal causa de morte mundial. Ele é responsável por 5,7 milhões de mortes, de um total de 58 milhões de mortes por ano em todo o mundo, representando 10% dos óbitos (WHO, 2005). INTRODUÇÃO Existem dois tipos de AVC, o isquêmico e hemorrágico: • AVC isquêmico: que ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos (SAUDE, 2020). INTRODUÇÃO • AVC hemorrágico: ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico (SAUDE, 2020). SINAIS E SINTOMAS Os principais sintomas que encontramos no AVE são representados pela sigla FAST, criada pela American Stroke Association, uma divisão da American Heart Association, com o intuito de tornar mais fácil para a população entender e decorar. F: Face. Ficar atento aos sintomas faciais, principalmente se um lado da face está caído. Perguntar a pessoa para sorrir. A: Arm Weakness. Fraqueza nos membros. Perguntar para a pessoa levantar os braços e ficar atento aos sinais de fraqueza repentina ou de não conseguir mexer os membros. S: Speech. A fala geralmente fica comprometida após o AVE. Perguntar a pessoa para falar uma frase, ver se ela consegue elaborar uma frase de maneira correta ou se está entendendo o que está pedindo. T: Time to call 911. Se a pessoa demonstrar algum desses sintomas, deve chamar o SAMU e encaminhá-la para um hospital com urgência. Quanto mais rápido o atendimento, maior a chance do AVE ser revertido e as sequelas serem menores. SINAIS E SINTOMAS SINAIS E SINTOMAS Além disso podemos ter outros sintomas como: dormência repentina em membros ou face, confusão mental repentina, problemas de visão repentinos, súbita dificuldade para se mover ou caminhar e dor de cabeça severa repentina. Os sinais apresentados no AVE podem ser diferentes de acordo com o local que está acontecendo o acidente vascular. Os sintomas quando ocorre o acidente na circulação sanguínea da parte posterior cerebral são: ● Vertigem ● Desequilíbrio ● Fraqueza unilateral de membros ● Fala arrastada ou disartria ● Visão dupla ● Dor de cabeça ● Náusea e/ou vômito COMPLICAÇÕES O indivíduo acometido por AVC pode sofrer diversas complicações, como alterações comportamentais e cognitivas, dificuldades na fala, dificuldade para se alimentar, constipação intestinal, epilepsia vascular, pneumonia, depressão e outras implicações decorrentes da imobilidade e pelo acometimento muscular. Um dos fatores determinantes para os tipos de consequências provocadas é o tempo decorrido entre o início do AVC e o recebimento do tratamento necessário. EXAME FÍSICO Para a avaliação da função sensório-motora pode-se utilizar a escala Fugl-Meyer (EFM), que avalia seis aspectos do paciente: a amplitude de movimento, dor, sensibilidade, função motora da extremidade superior e inferior e equilíbrio, além da coordenação e velocidade. O questionário deve ser aplicado em formato de entrevista e realizado por um único pesquisador, com o intuito de evitar erros de interpretação. Para a avaliação psicológica de modo geral, pode-se utilizar a HADS (Hospital Anxiety and Depression Scale), que baseia-se em um questionário com algumas perguntas que devem ser respondidas de acordo com o que o paciente tem sentido nas últimas semanas. EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO OBJETIVOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Objetivos Gerais: • Realizar uma avaliação minuciosa e individualizada; • Reduzir o tempo de internação; • Minimizar os efeitos deletérios do repouso prolongado no leito; • Aumentar a capacidade funcional, visando quando possível maximizar as respostas motoras, sensoriais e autonômicas; • Discutir condutas com equipe multiprofissional. OBJETIVOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Objetivos Específicos: • Avaliar nível de consciência; • Minimizar os riscos de trombose venosa profunda; • Observar presença de assimetrias, encurtamentos, déficits e posturas de decorticação e descerebração; • Controlar temporariamente o tônus muscular por meio de técnicas facilitatórias e/ou inibitórias; • Melhorar e/ou manter Amplitude de Movimento (ADM); • Melhorar e/ou manter a função motora; c OBJETIVOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Objetivos Específicos: • Prevenir deformidades e contraturas; • Promover posicionamento adequado no leito; • Estimular controle sensório-motor de acordo com níveis cognitivos. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Mobilização articular: • Mobilização escapular; mobilização de ombro; mobilização do quadril. Alongamento de MMSS: • Adução horizontal; flexão de ombro e flexão de cotovelo; extensão de punho e dedos. Alongamento de MMII: • Quadríceps; isquiotibiais; bíceps femoral. Descarga de peso: • Paciente sentado, se possível a beira leito (ficar o mais sentado possível); ponte; paciente sentado à beira leito. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Treino sensitivo: • Estimulação sensorial com algodão (lado plégico); estimulação sensorial tátil (lado plégico); tapping no membro superior plégico associado ao feedback verbal do terapeuta e visual do membro. Fortalecimento Muscular: • Diagonal funcional usando faixa elástica para MMSS; levantar e sentar da cadeira para fortalecer MMII; ficar na ponta dos pés e descer para fortalecimento de flexores plantares. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Coordenação motora grossa: • Terapeuta joga para o paciente uma ‘bolinha de papel’ e ele tenta pegar com a mão não plégica; ‘’Jogo do espelho’’ Terapeuta pede para o paciente imitar os movimentos que este faz como se fosse ‘arremessar’ (membro superior não plégico) ou “chutar” (MMII) uma bola; terapeuta entrega para o paciente uma bolinha de papel e pede para ele apertá-la com as duas mãos mantendo por 15 segundos. Ortostatismo: • Treino de levantar e sentar com auxílio do terapeuta e/ou de um andador; marcha estacionária, com auxílio do terapeuta, paciente flexiona quadril e joelho; flexão plantar em cadeia cinética fechada, pedir para o paciente ficar na ponta dos pés e voltar. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Coordenação motora fina: • Paciente sentado à beira leito, terapeuta entrega um papel e uma caneta e pede para o paciente segura-la com a mão não plégica e pede para desenhar um círculo no papel, ou qualquer outro desenho; terapeutaentrega uma caneta ao paciente e ele tenta segurá-la com a mão não plégica com movimento de pinça e escreve seu nome no ar; terapeuta entrega um papel com desenho de alguma forma geométrica e pede ao paciente para “pontilhar” com a caneta (mão não plégica) a linha do desenho. Treino de marcha • Marcha anterior com obstáculos; marcha lateral com obstáculos; treino de subir/descer escadas. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Mudança de decúbito • Mudança de decúbito de dorsal para decúbito lateral; mudança de decúbito de lateral para sentado; mudança de sentado para em pé; Orientações Gerais: • Orientar o posicionamento adequado do paciente no leito e em sedestação, transferências de um local para o outro após liberação médica, realizar treinamentos e orientações complementares ao tratamento para pacientes, familiares e cuidadores; todo o protocolo será instituído conforme avaliação, necessidade e capacidade de cada paciente. CONCLUSÃO c Diante do trabalho realizado, constatamos que os indivíduos acometidos pelo AVC podem apresentar diversas complicações e o objetivo principal da fisioterapia é proporcionar uma melhor qualidade de vida para o paciente, sempre respeitando as suas limitações. O tratamento fisioterapêutico deve ser iniciado o quanto antes para prevenir as consequências que o AVC traz para os pacientes. REFERÊNCIAS AMERICAN STROKE ASSOCIATION. Stroke Symptoms. Disponível em: <https://www.stroke.org/en/about-stroke/stroke-symptoms>. Acesso em 11 junho de 2020. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde. AVC – Acidente Vascular Cerebral. 2006. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/105avc.html>. Acesso em: 9 jun. 2020. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Reabilitação Fisioterapêutica nos Pacientes com Diagnóstico de Acidente Vascular Encefálico. 2018. Disponível em <http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/POP+13+AVE+fase+hospitalar+vers% 2B%C3%BAo+2.0.pdf/ddd95fb9-2d7d-4b40-b7d7-1e6d163daf08>. Acesso em: 14 jun. 2020. https://www.stroke.org/en/about-stroke/stroke-symptoms http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/105avc.html http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/POP+13+AVE+fase+hospitalar+vers%2B%C3%BAo+2.0.pdf/ddd95fb9-2d7d-4b40-b7d7-1e6d163daf08 REFERÊNCIAS ESCALA DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO HOSPITALAR (HADS). Disponível em <http://www.reuma.pt/docs/HADS_PT.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2020. ESCALA DE FULG MEYER. Disponível em <http://www2.fct.unesp.br/docentes/fisio/augustocesinando/AVALIACAO%20FISIOTERA PEUTICA%20NEUROLOGICA/Escala%20de%20Fugl%20Meyer.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2020. MAKI, T. et al. Estudo de confiabilidade da aplicação da escala de Fugl-Meyer no Brasil. Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 10, n. 2, p. 177-183, 2006. MELO, Lais Samara et al. Acidente vascular cerebral: achados clínicos e principais complicações. Revista de Atenção à Saúde, v. 14, n. 48, p. 48-53, 2016. http://www.reuma.pt/docs/HADS_PT.pdf http://www2.fct.unesp.br/docentes/fisio/augustocesinando/AVALIACAO%20FISIOTERAPEUTICA%20NEUROLOGICA/Escala%20de%20Fugl%20Meyer.pdf MICHAELSEN, Stella M. et al. Tradução, adaptação e confiabilidade interexaminadores do manual de administração da escala de Fugl-Meyer. Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 15, n. 1, p. 80-88, 2011. Ministério da Saúde. AVC: o que é, causas, sintomas, tratamentos, diagnóstico e prevenção. Disponível em <https://saude.gov.br/saude-de-a-z/acidente-vascular-cerebral- avc>. Acesso em 16 jun. 2020. WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. WHO STEPS surveillance manual: the WHO STEPwise approach to chronic disease risk factor surveillance. Geneva: World Health Organization, 2005. REFERÊNCIAS https://saude.gov.br/saude-de-a-z/acidente-vascular-cerebral-avc
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