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RESUMO-ACUMULAÇÃO CAPITALISTA E QUESTÃO SOCIAL

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ACUMULAÇÃO CAPITALISTA E QUESTÃO SOCIAL
AULA 1
QUEM INVENTOU O TRABALHO?
Para muitas pessoas o trabalho é algo penoso, forçado, um esforço obrigatório, pouco reconfortante. Isso pode ser percebido na origem da palavra trabalho, que vem do latim tripallium, o nome de um instrumento com o qual se castigavam os escravos no tempo do Império Romano. 
A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO MATERIAL NA REPRODUÇÃO DA VIDA SOCIAL.
Na obra A ideologia Alemã, Marx e Engels afirmam que o primeiro pressuposto de toda a existência humana, de toda história, é que homens devem estar em condições de viver para fazer história.
TRABALHO, PENSAMENTO E AÇÃO. 
Para Marx o trabalho é a ação do homem sobre a natureza, o que somente se torna possível através da capacidade humana de conceber com antecedência o que produz (trabalho imaterial) e transformar o mundo natural em produto (trabalho material).
TRABALHO E TRANSFORMAÇÃO. 
CENTRALIDADE DO TRABALHO
“Com justa razão se pode designar o homem que trabalha, ou seja, o animal tornado homem, através do trabalho, como um ser que dá respostas. É inegável que toda atividade laborativa surge como uma solução de respostas ao carecimento que provoca . Todavia, o núcleo da questão se perderia caso se tornasse aqui como uma relação imediata. Ao contrário, o homem torna-se um ser que dá respostas precisamente na medida em que ele generaliza transformando em perguntas seus próprios carecimentos e suas possibilidades de satisfazê-los...” G. Lukács 
PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DA VIDA SOCIAL
Pelo trabalho dá-se a aproximação entre os homens, a vida em sociedade. O trabalho acaba se tornando muito importante para a constituição da sociabilidade humana, ou seja, para a produção e reprodução da vida social.
PELO TRABALHO O “HOMEM SE FEZ HOMEM” 
Em poucas palavras, por produção entende-se o processo através do qual o homem retira da natureza seus meios de vida.
Apesar de determinada pelo trabalho, a reprodução extrapolará os objetivos propostos na produção.
O TRABALHO É A PRINCIPAL FORMA DE PRÁXIS
Através do trabalho, o homem não apenas se adapta a natureza, como o animal, mas passa agir sobre ela, transformando-a de acordo com seus objetivos. Ao perguntar pelo hoje o homem projeta o amanhã. (BARROCO, 2000:39).
SERVIÇO SOCIAL E PRÁXIS PROFISSIONAL
Guerra (2009,p.14) em seu entendimento sobre práxis profissional vai definí-la como um conjunto de ações não somente limitadas ao trabalho, mas sendo a criação de relações sociais inerentes ao ser humano.
DESIGUALDADE SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL
Ainda na discussão sobre Serviço Social e práxis, Guerra menciona que esta tem o seu traço vital na atividade do assistente social como um canal de intervenção transformador ligando a teoria na produção de fins imediatos.
OS ASSITENTES SOCIAIS DEVEM PENSAR E AGIR
Neto (1999) sinaliza a incorporação teórica de conceitos filosóficos como de práxis pelos assistentes sociais por si só, não garante a realização objetiva dos valores éticos da profissão. É preciso que os assistentes consigam pensar e agir, ou seja, que sejam capazes de dimensionar a importância do compromisso ético e político da profissão.
AULA 2
EXPANSÃO DA DIVISÃO DO TRABALHO
 Com o aumento da produtividade e o desenvolvimento de novos métodos de cultivo do solo, ocorreu uma expansão gradual das atividades agrícolas, pois o homem acabou por produzir mais do que precisava para sobreviver.
A divisão do trabalho, pouco a pouco, tornou-se mais complexa. As atividades passaram a ser mais divididas. Algumas pessoas dedicavam-se à agricultura e outras, especializaram-se, por exemplo, na produção artesanal.
PRODUÇÃO SOCIALIZADA E DIVISÃO DO TRABALHO
Os homens não realizavam mais a mesma função na produção e passavam a se diferenciar uns dos outros, através do tipo de atividade que exerciam. 
Diante deste excedente, os homens passaram a trocar mercadorias cujo objetivo inicialmente era ainda a manutenção do produtor e da 	comunidades que pertencia. 
Apesar da divisão de trabalho, nas comunidades primitivas, a produção era socializada com as pessoas que as integravam. 
DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO
 Segundo Marx e Engels, a partir da complexificação da divisão social do trabalho tem início o processo de desigualdade entre os homens e a exploração do trabalho humano como fonte de acumulação de riqueza.
COMPLEXIFICAÇÃO DA DIVISÃO DO TRABALHO
 Na sociedade cuja reprodução baseia-se na exploração do homem pelo homem, o trabalho deixa de ser expressão das necessidades do trabalhador para expressar as necessidades de acumulação de riqueza da classe dominante.
DIMENSÃO NEGATIVA DO TRABALHO 	
Esta dimensão negativa do trabalho, resultante das desumanidades socialmente produzida pelos homens, é denominada por Marx em suas obras Elementos para a Crítica da Economia Política (1857 -58) e Os Manuscritos Econômicos – Filosóficos de 1844 como alienação, ou seja, a desigualdade social gerada pela divisão da sociedade entre duas classes: uma que explora e outra que é explorada e garante a riqueza daquela que a explora (MARX, 1932). 
Segundo Marx (1984:44), a divisão do trabalho inicialmente se dava “naturalmente” como resultado de disposições naturais, vigor físico, necessidades, acasos.
Quando há uma cisão entre o interesse particular e o interesse comum as atividades não são dividida voluntariamente, a própria ação do homem converte-se num poder estranho e a ele oposto, que o subjuga ao invés de ser por ele dominado. 
A EXPLORAÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM
O progresso material tornou possível que nem todos precisassem trabalhar. Foi desta forma que começaram a surgir algumas figuras novas na sociedade humana que se destacavam da produção material, como os sacerdotes e os artistas. 
	As riquezas sempre foram produzidas pelo trabalho humano, mas este foi concentrado nas camadas pobres da sociedade, sendo apropriado pelas minorias privilegiadas. 
	Segundo Marx, a história da humanidade tem sido a história da exploração do trabalho da grande maioria por uma minoria. 
Na Idade Média europeia encontramos outra forma de exploração do homem pelo homem, o trabalho servil, base econômica do feudalismo. As constantes invasões de povos que vinham do Oriente da Europa e, depois, do Norte da África, provocaram muito medo e as populações fugiam das cidades para o campo procurando abrigo e permissão para morar em suas terras. 
ACUMULAÇÃO PRIMITIVA
Segundo Marx, a origem do modo de produção capitalista não está ligada a uma pura e simples racionalização da divisão do trabalho social, mas sim a um processo violento de expropriação da produção familiar, artesanal, camponesa, corporativa etc., que separou o produtor direto dos seus meios de produção e formou enormes massas de indigentes e desocupados, na verdade uma volumosa reserva de força de trabalho livre e disponível para ser comprada, o proletariado.
Por outro lado, a exploração das colônias ultramarinas através de saques, especulação comercial, tráfico de escravos e monopólios mercantis propiciaram enormes oportunidades de enriquecimento para uma parcela da burguesia. 
PRODUÇÃO CAPITALISTA 
	“No sistema capitalista... todos os meios para desenvolver a produção se convertem em meios para dominar e explorar o produtor, mutilam o operário reduzindo-o a um homem parcial, degradam-no a uma insignificante peça de máquina; aniquilam, com o tormento do seu trabalho, o conteúdo do próprio trabalho; deformam as condições nas quais ele trabalha... transformam o período de sua vida em tempo de trabalho... sob o rolo compressor do capital”. Karl Marx
ALIENAÇÃO NA PRODUÇÃO CAPITALISTA
AULA 3
ACUMULAÇÃO PRIMITIVA DO CAPITAL
A acumulação do capital pressupõe a mais valia, a mais valia a produção capitalista, e esta a existência de grandes quantidades de capital e de força de trabalho nas mãos dos produtores de mercadorias. Todo esse movimento tem assim a aparência de um círculo vicioso do qual só poderemos escapar admitindo uma acumulação primitiva,anterior à acumulação capitalista, uma acumulação que não decorre do MODO CAPITALISTA DE PRODUÇÃO, mas é seu ponto de partida.
BASES DA ACUMULAÇÃO PRIMITIVA:
A concentração dos meios financeiros nas mãos da burguesia, que serão utilizados para a compra dos meios de produção e do trabalho assalariado.
A formação da mão-de-obra desprovida de propriedades e livres para vender-se a qualquer capitalista. 
COMÉRCIO E EXPLORAÇÃO COLONIAL
Os meios financeiros foram adquiridos pela burguesia através do desenvolvimento do comércio que, neste período foi caracterizado, sobretudo, pela forma desumana como se deu a exploração colonial. Já a constituição da força de trabalho livre e barata foi garantida pela expropriação da população camponesa. 
DESENVOLVIMENTO DA MANUFATURA
A partir do século XVI, com o desenvolvimento na manufatura de lã, os grandes proprietários começaram a criar ovelhas, cercando para a tal pratica, as terras e delas expulsando pequenos camponeses. 
Os camponeses migraram para as cidades, e passaram a vender a sua força de trabalho para o produtor industrial. 
O CAPITALISMO
Maurice Dobb afirma em seu livro Capitalismo, ontem e hoje que foi lento e complexo o processo pelo qual o capitalismo se desenvolveu a partir de uma forma anterior da sociedade de classes e as etapas de transição não foram de forma alguma, nítidas, implicando importantes transformações políticas no seio das classes e na política de Estado. 
ACUMULAÇÃO DE CAPITAL
A chamada revolução dos preços, ou seja, a grande inflação europeia, resultante do grande fluxo de metais preciosos conseguido através da exploração colonial da América pelos países da Europa aliada a quantidade abundante de força de trabalho disponível, possibilitaram aos produtores industriais aumentaram a sua acumulação de capital. 
EXPLORAÇÃO COLONIAL
O sistema colonial, que tinham como base o monopólio comercial das metrópoles sobre as colônias atendia aos interesses do estado absolutista europeia, estava assentado sobre as bases do mercantilismo. Era da circulação das mercadorias que se obtinha os maiores lucros no período de transição do feudalismo para o capitalismo. 
A pirataria, os saques das colônias, também garantiram a acumulação primitiva do capital. 
ACUMULAÇÃO PRIMITIVA DO CAPITAL
“A descoberta de terras de ouro e prata na América, o extermínio, escravização e enterramento da população nativa nas minas, o início da conquista e pilhagem das Índias Orientais, a transformação da África numa caçada comercial de peles-negras, assinalam a aurora da era da produção capitalista”. 
MERCANTILISMO
O mercantilismo tinha como principal objetivo o fortalecimento do poder dos reis, mas acabou através do comércio concentrando mais poder nas mãos dos burgueses. 
O Estado absolutista com sua política econômica do mercantilismo possibilitou ao capital comercial os mercados que este necessitava. As medidas protecionistas e intervencionistas do Estado absolutista tornaram-se um entrave à expansão capital. 
O FIM DO ANTIGO REGIME
Um momento histórico que marcou o fim do Absolutismo foi a queda da Bastilha, o local onde no século XVII e XVIII eram aprisionadas as pessoas que na França contestavam o poder absoluto dos reis. 
Com o fim do Estado Absolutista na Inglaterra e na França surge o modo de produção cuja base de sustentação inicial era a grande indústria a exploração do trabalho assalariado. 
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Inglaterra foi o país da Europa que no século XVIII que a Revolução Industrial se desenvolveu primeiro. A revolução Industrial propiciou a produção de mais mercadorias com menos tempo de trabalho. 
DO ARTESANATO A MANUFATURA
A produção deste início do capitalismo foi a manufatura e se caracterizou como uma empresa dirigida por antigos mestres das corporações de oficio que nela investiam capital. A produção distinguiu-se da produção doméstica, pois existia um local próprio, aonde as atividades, tarefas eram divididas 
A ÉTICA CAPITALISTA DO TRABALHO
Com a Revolução Industrial tem uma reconfiguração da palavra trabalho: o que antes significava castigo passa a ser valorizado como uma possibilidade do homem acumular riqueza e se tornar livre.
http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?cod=647&Exib=5937 
AULA 4
RECAPITULANDO
Como vimos na aula anterior, o capitalismo teve na sua pré-história um período embrionário onde a exploração da força de trabalho ainda não se revelava tal como ela se apresentou no século XIX, a chamada acumulação primitiva.
A partir da Revolução Industrial o capitalismo mercantil ganha a forma de capitalismo industrial e inicia-se um novo processo de acumulação baseado na exploração do trabalho livre assalariado, a chamada mais valia.
A MERCADORIA
“Para iniciar a investigação do modo de produção capitalista Karl Marx observa esse objeto e perceber as características daquilo que é mais aparente nesse modo de produção, a mercadoria. Entretanto, ele não faz isto eliminando as determinações históricas desta última; pelo contrário, está preocupado em investigar a mercadoria enquanto forma capitalista de uma categoria mais geral, a riqueza. Esta não se refere a nenhum tipo de sociedade em particular. Já, a mercadoria, ou a riqueza na economia mercantil e, em específico, na economia mercantil-capitalista, é uma categoria com uma determinação histórica, e é assim que deve ser entendida.” (CARCANHOLO, 1998)
TEORIA DO VALOR DA MERCADORIA
Marx dizia que uma mercadoria possui dois tipos de valores: o valor de uso e o valor de troca.   
O valor de uso é medido pelo trabalho concreto, ou seja, do trabalho que depende da habilidade humana. 
Já o valor de troca da mercadoria está relacionada a quantidade de tempo que o trabalhador gasta para produzi-la.
VALOR DE USO E VALOR DE TROCA
A mercadoria pode ser definida como uma riqueza, mercantil, que possui valor de uso e valor de troca, ao mesmo tempo. 
Não importa qual seja o modo de produção; o homem produz riqueza com o objetivo de satisfazer suas necessidades, seja de forma direta (meio de subsistência) ou indireta (meio de produção). 
“Os valores de uso constituem o conteúdo material da riqueza, qualquer que seja a forma social desta.”(Marx, 1988, vol.I, p.46). Já o valor de troca tem sua determinação histórica (mercantil) bastante clara. 
O VALOR É DETERMINADO NA PRODUÇÃO
Para Marx, o valor era determinado no âmbito da produção e não da circulação, como afirmavam os clássicos. Cada mercadoria possuía seu próprio valor de uso: o café alimenta, a roupa aquece, etc. Mas, todas elas foram produzidas pelo uso da força de trabalho. Então, o trabalho serve para igualar todas as mercadorias. 
A utilidade não pode ser quantificada, mas o tempo dispendido na fabricação do bem pode ser quantificado.
NOÇÕES DE UTILIDADE E VALOR
No processo de troca as mercadorias são trocadas pelo seu valor de uso. Isto equivale dizer que eu posso trocar uma tonelada de peixes por alguns cestos. Quando se tem muitos peixes e não se sabe fazer cestos, estes se tornam tão valiosos quanto as toneladas de peixes. 
DINHEIRO COMO MERCADORIA
O que aconteceria se outras pessoas que tivessem os produtos que o artesão necessitasse se recusassem a trocá-lo por cestos ? Já pensou como seria difícil este tipo de troca ocorrer numa sociedade como a nossa, onde existe uma diversidade enorme de funções decorrentes da divisão social do trabalho? 
O dinheiro é a mercadoria que se constituiu no equivalente geral ou comum para todas as mercadorias. 
TRABALHO COMO MERCADORIA
Junto ao processo de acumulação primitiva do capital ocorreu a formação de uma mão-de-obra desprovida de propriedades e livre para vender a sua força de trabalho, transformada em mercadoria, a qualquer capitalista. 
Esses trabalhadores acabam se submetendo a exploração capitalista que pode se tornar ainda maior com o aumento das horas de trabalho e com a introdução de novas tecnologias.
SALÁRIO: O PREÇO DO TRABALHO
Segundo Marx, o valor de uma determinada mercadoria produzidarelaciona-se ao tempo gasto na produção e manutenção desta mercadoria. No caso da mercadoria “força de trabalho”, ele vai afirmar que esta não pode ser separada do trabalhador (proletariado). 
Neste caso, além do tempo gasto na produção, também teríamos o valor gasto na subsistência do próprio trabalhador que precisa estar em condições de fazer o trabalho, ou seja, estar vivo com o salário que recebe.   
MAIS-VALIA E ACUMULAÇÃO
 Marx destaca que ao comprar a mercadoria “força de trabalho” o capitalista passa a utilizar por mais tempo do que precisa para a manutenção do trabalhador. Este excedente é a mais–valia, a diferença entre o valor seu salário e o valor do que ele produz. “Para se obter a mais-valia, seria preciso que o possuidor de dinheiro descobrisse uma mercadoria, cujo valor de uso fosse dotado da propriedade de criação de valor, uma mercadoria cujo o processo de consumo fosse, ao mesmo tempo, um processo de criação de valor; de mais-valia. Esta mercadoria seria a força de trabalho humano. O seu uso é o trabalho, e o trabalho cria valor” (CATANI, 1983, P. 34).
MAIS-VALIA ABSOLUTA E RELATIVA
Como o trabalhador não tem como sobreviver sem vender a sua força de trabalho ele acaba se submetendo a exploração capitalista. 
Tal exploração pode se tornar ainda maior com o aumento das horas de trabalho (mais-valia absoluta) e com a introdução de novas tecnologias (mais-valia relativa) , o que faz com que o trabalhador num mesmo período de tempo produza mais do que produzia antes .
FETICHE DA MERCADORIA
Outro conceito abordado na teoria marxista foi o de fetiche da mercadoria. O dicionário Houaiss define fetiche como “objeto a que se atribui poder sobrenatural ou mágico e se presta culto”. 
Assim, as trocas entre os  homens no processo de produção  não se revelam como uma relação entre eles, mas entre as  coisas/produtos que são produzidos. 
As trocas acabam por coisificar/fetichizar as relações entre os homens, que passam a ser vistas não como uma relação entre pessoas, mas entre  coisas/mercadorias. 
IMPACTOS DA EXPLORAÇÃO CAPITALISTA
Com o avanço tecnológico, na medida em que a produção vai se tornando cada vez mais fragmentada, os trabalhadores vão se perdendo na produção, ou melhor, passam a não se reconhecerem no que produziram.  
Em outras palavras, com a fragmentação, o trabalhador não consegue ter uma visão do processo de produção em sua totalidade. 
A esta dificuldade acresce-se o fato de que não é ele que possui os meios de produção, portanto o resultado do seu trabalho não lhe pertence. 
MAIS-VALIA E ALIENAÇÃO
Como destaca o filósofo Leandro Konder (1988, p. 30), “as condições criadas pela divisão do trabalho e pela propriedade privada  introduziram um estranhamento entre o trabalhador e o trabalho, na medida em que o produto, antes mesmo do trabalho se realizar, pertence  a outra pessoa que não o trabalhador. Por isso, em lugar de realizar-se no seu trabalho, o ser humano se aliena nele, em lugar de reconhecer-se em suas próprias  criações, o ser humano se sente ameaçado por elas¸ em lugar de libertar-se , acaba enrolado em novas pressões”. 
ALIENAÇÃO
“Por alienação, entende-se a noção de que nossa própria potencialidade enquanto seres humanos é realizada ou assumida por outras entidades. O termo foi utilizado por Marx, primeiramente para indicar a projeção de poderes humanos nos deuses. Posteriormente ele o empregou para referir-se à perda de controle do trabalhador sobre a natureza e o produto do seu trabalho”.
GIDDENNS, A. Sociology. Londres: Polity Press, 1994. 
AULA 5
FORDISMO
Fordismo tem origem no nome de Henry Ford. Deve ser  compreendido não apenas a partir da aplicação que   Henry Ford faz  na sua empresa, a Ford Motor Company, do “Princípio da Administração Científica” proposto por Taylor, mas também da relação que Ford  faz entre produção de massa e  consumo de massa. 
TAYLORISMO
Compreende uma Organização Científica do Trabalho criada pelo engenheiro Frederick Taylor (1856-1915)  e consiste numa forma científica de gerir uma empresa. Através  da  obra “Princípios de Administração Científica”, Taylor chama atenção para a necessidade de se tratar cientificamente as relações de produção.
CARACTERÍSTICAS DO TAYLORISMO
Estudo sobre um tempo médio a ser gasto no desenvolvimento de cada tarefa para evitar o uso desnecessário do trabalhador com atividades que  não garantem a produtividade;
Recompensa (prêmios) ao trabalhador pela  produtividade alcançada;
Mecanização da atividade fabril / a supremacia da máquina sobre o homem;
Produção em massa de produtos (mercadorias) padronizadas.
ATENÇÃO
Neste modelo, além dos trabalhadores passarem a ser controlados por cronômetros, também têm o seu trabalho fragmentado, o que, como  foi visto na aula anterior, se denomina como “alienação no trabalho”, isto é, quando aquele que produz não se reconhece no que produziu. O trabalhador é forçado a desenvolver apenas a função que lhe é destinada na produção, ele acaba por repetir diariamente, no espaço da fábrica, os mesmos movimentos. 
FORDISMO/TAYLORISMO
“Esse processo produtivo caracterizou-se  pela mescla da produção em série fordista com o cronômetro taylorista, além da vigência de uma separação nítida entre a elaboração e execução para o capital. Tratava-se de apropriar-se do savoir faire do trabalho ‘suprimindo’ a dimensão intelectual do trabalho operário, que era transferida para as esferas da gerência científica”. (Antunes, 2002, p.37)
A mesma operação repetida mecanicamente várias vezes por dia não  incentivava qualquer crescimento intelectual, não gerava qualquer identificação com o trabalho e trazia pouca satisfação. Desta forma, o fordismo/taylorismo estimulava o estranhamento entre trabalhador e trabalho.
FORDISMO E QUESTÃO SOCIAL
Ford criou um modelo que não se restringiu as alterações área da produção, mas que buscou provocar profundas mudanças no modo de vida da sociedade americana daquela época. 
O fordismo e a administração científica aumentavam o controle sobre os trabalhadores e elevavam a taxa de exploração de mais-valia relativa pela mecanização e divisão extrema do trabalho.
DESENVOLVIMENTO DAS FORÇAS PRODUTIVAS
Durante o período em que esteve nas prisões de Mussolini, o italiano e militante político, Antônio Gramsci, escreveu na sua obra Cadernos do Cárceres o que ele considerava sobre este novo paradigma de produção proposto por Henry Ford: 
“Os novos métodos de trabalho são inseparáveis de um modo específico de viver e pensar. Questões de sexualidade, de família, de forma de coerção moral, de consumismo e da ação do Estado estavam vinculadas ao esforços de forjar um tipo de trabalhador e de processo produtivo”. (Gramsci, apud Harvey, 1996:122). 
CRISE DO FORDISMO
Alguns estudos salientam que a dificuldade de universalização do paradigma fordista já esboçava a falta de sustentação. A produção de automóveis na Europa, excetuando a FIAT, rejeitava o modelo de produção padronizada, uma vez que a indústria automobilística preocupa-se com carros de alto nível de qualidade para consumidores mais exigentes, das classes mais favorecidas. 
OUTROS FATORES
Outros fatores que contribuíram para o desgaste do Fordismo: a Grande Depressão de 1930, que obstaculizou a formação do consumo em massa; a crise do Welfare State e a  insatisfação dos trabalhadores com a rigidez na produção e o aumento da jornada de trabalho.
Ao contrário do que pensava Ford, o seu modelo de organização gerou problemas sociais, morais,  psicológicos e políticos.
DECLÍNIO DO FORDISMO
O fordismo que teve seu período de auge nos anos que sucederam a Segunda Guerra Mundial, chamada Idade de Ouro do Capitalismo, a partir da década de 1960, começa a entrar em declínio. Esta crise afetou diretamente o capitalismo em função da queda da taxa de lucro.
 A crise do petróleo nos anos 1970 e a emergência do Japão como grande potência industrial contribuíram ainda mais fortemente para o declínio do modelo fordista. 
RESISTÊNCIAAO FORDISMO
O fordismo, longe de construir um momento de consenso e harmonia social e institucional, foi marcado pelo crescimento dos sindicatos nos quais se organizava um grande contingente de trabalhadores desqualificados oriundos do meio rural. Este foi um período fortemente conflitual  e, no decorrer dos anos 60, a força de trabalho acabou desenvolvendo  novas estratégias de resistência ao fordismo, colaborando para colocar em cheque  a própria urbanização fordista do trabalho.
COMENTÁRIO
Sobre a crise do fordismo, destaca  Antunes (2006, p.29), a dinâmica fordista começa a apresentar os primeiros sinais de crise com a tomada de consciência de que os padrões vigentes  de organização do trabalho eram ineficientes  para garantir altos níveis de lucro que a empresa monopolista  obteve em seu auge.
O desenvolvimento das forças produtivas no modelo fordista /tayloristas e as mudanças nas relações de produção, com o predomínio da produção em série e da massificação do consumo, vão caracterizar uma nova fase do capitalismo: o imperialismo.
IMPERIALISMO, FASE SUPERIOR DO CAPITALISMO
O imperialismo surgiu como desenvolvimento e continuação direta das características fundamentais do capitalismo em geral. Mas o capitalismo só se transformou em imperialismo capitalista quando chegou a um determinado grau, muito elevado, do seu desenvolvimento, quando algumas das características fundamentais do capitalismo começaram a transformar-se na sua antítese, quando ganharam corpo e se manifestaram em toda a linha os traços da época de transição do capitalismo para uma estrutura econômica e social mais elevada. 
O que há de fundamental neste processo- do ponto de vista econômico, é a substituição da livre concorrência capitalista pelos monopólios capitalistas.”  (LENIN, 1916)

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