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Observação Sistemática Matéria: TEPIN I. Professora: Vânia B. Powel. Alunos: Maria Eduarda Pontes, Nabile Carvalho, Karianne Souza, Leonardo Sacramento. Introdução - Observação sistemática: No campo do saber científico, a escolha do método a ser utilizado pelo pesquisador está vinculada ao fenômeno tomado como objeto de estudo. Na Psicologia, uma das opções metodológicas diz respeito ao método observacional. Esse método mostra-se relevante especialmente para entender o que os organismos fazem e sob quais circunstâncias (Danna & Matos, 2006), e nos estudos que envolvem interações humanas, visto haver situações que dificilmente poderiam ser captadas ou apreendidas de outra forma (Dessen & Murta, 1997; Kreppner, 2001). Segundo Fagundes (1999), “a observação comportamental é importante para psicólogos, modificadores do comportamento e pesquisadores, servindo-lhes como um instrumento de trabalho para obtenção de dados que, entre outras coisas, aumentem sua compreensão a respeito do comportamento sob investigação” (p. 23). A observação informal de situações cotidianas é diferente da observação científica, pois a última possui uma finalidade conhecida de antemão, descrita através dos objetivos (Danna & Matos, 2006) e que é atentamente buscada (Ferreira & Mousquer, 2004). Mestre, Moser e Amorim (1998) ressaltam que a importância da observação e do registro sistemático do comportamento está no quanto a sociedade pode se beneficiar com a descrição minuciosa do comportamento, pois ela permite que profissionais de diferentes áreas possam se comunicar acerca de um fenômeno. A observação sistemática é utilizada para coletar dados não só acerca do comportamento exibidos pelo sujeito, como contatos físicos com objetos e pessoas, vocalizações, expressões faciais, movimentações no espaço, posturas e posições do corpo etc, mas também da situação ambiental, isto é, as características do meio físico e social em que o sujeito se encontra, bem como às mudanças que ocorrem. Esses dados coletados são, por conseguinte, usados para diagnosticar a situação-problema, para escolher as técnicas e procedimentos a serem empregados e para avaliar a eficácia dessas técnicas e procedimentos. Através desse método de observação do comportamento dos organismos, em situação natural ou de laboratório, os pesquisadores têm conseguido identificar algumas das relações existentes entre o comportamento e certas circunstâncias ambientais. Além da pesquisa, a observação é utilizada pelo psicólogo nas diferentes situações de aplicação da Psicologia, tais como, clínica, escola e organizações. As observações científicas são realizadas em condições explicitamente especificadas, e, por isso, torna-se fundamental planejar as observações estabelecendo em que local e situação será realizada, quais os sujeitos, comportamentos e circunstâncias devem ser observados e qual técnica de observação e registro a ser utilizada. O método observacional deve ser sistemático, isto é, planejado e conduzido em função de um objetivo anteriormente definido, uma vez que esse determina quais os dados a serem coletados, e objetivo, ao ater-se aos fatos efetivamente observados, ou seja, que podem ser percebidos pelos sentidos, deixando de lado todas as impressões e interpretações pessoais. - Objetivo da observação: O objetivo da observação sistemática apresentada nesse relatório é identificar formas de interação mais frequentes em pessoas que estão sendo gravadas por vídeo câmeras. Protocolo de Observação 1- Nome dos observadores Leonardo Sacramento, Maria Eduarda Pontes, Karianne Souza e Nabile Carvalho. 2- Objetivo da Observação Identificar formas de interação mais frequentes em pessoas que estão sendo gravadas por vídeo câmeras. 3- Data da Observação 27/05/2020 (Quarta-Feira) 4- Horário da Observação Início: 1:30’ segundos / Término: 11:50’ segundos. 5- Diagrama da Situação 6-RELATO DO AMBIENTE FÍSICO Estúdio de apresentação de programas gravados, o qual dispõe de uma poltrona preta para a entrevistadora, duas cadeiras giratórias semelhantes a semicírculos pretas com a base circular cinza e uma mesa metálica redonda cinza sustentada por um formato cilíndrico e base também circular, posicionada entre a poltrona e as cadeiras. Piso sintético cinza azulado, aparentemente felpudo. O fundo do estúdio é composto por um design baseado no estilo artístico de Mondrian e entre ele há 5 mini telas disponíveis. 7-DESCRIÇÃO DO SUJEITO OBSERVADO P, sexo feminino, branca, cabelo liso e preto na altura dos ombros, aparentemente entre 1,68 cm e 1,70cm, classe média. Grau de escolaridade completo, graduação em Psicologia. P usa uma calça e salto baixo brancos, relógio dourado no braço esquerdo, colar dourado no pescoço e uma blusa sem manga azul. P, fala durante a entrevista 12 vezes, de maneira regular dos minutos 1:00 até o 2:30, 4:00 até o 5:00 e dos minutos 7 até os 9:00. Expressa um sorriso com lábios encostados 6 vezes e um sorriso com dentes visíveis 7 vezes. Levanta as sobrancelhas e franzi a testa 5 vezes. Não levanta as sobrancelhas 2 vezes. Realiza contato visual, com diálogo 12 vezes e contato visual, sem diálogo 14 vezes, P também desvia o olhar do contato visual 4 vezes durante a entrevista. 8-RELATO DO AMBIENTE SOCIAL Além da psicóloga (P) observada, estão presentes no espaço em que ocorre a entrevista a entrevistadora (E) e o professor da faculdade de Medicina da PUC-Campinas (O). (E), com as mãos unidas sobre a perna direita, cruzada sobre a esquerda, mantendo olhar fixo na câmera, inicia a fala apresentando e agradecendo a presença de (P) e (O). (O) com as pernas afastadas e pé direito posicionado na frente do esquerdo, com as mão direita sobre a perna direita e a mão esquerda sobre a perna esquerda, movimenta levemente a cadeira giratória e com o olhar fixo em (E), dirige o discurso, erguendo a mão direita e desviando ligeiramente o olhar para baixo, mas retomando-o em seguida. Ao longo da entrevista, (E) direciona questionamentos para (P) e (O), com o olhar voltado para eles. (O) responde sem muitos movimentos corporais, apenas com gestos realizados com a mão direita erguida, ora com as duas mãos. Enquanto (P) enquanto fala gesticula os braços, sorri com os lábios encostados assim como com os dentes visíveis. 9- REGISTRO PROPRIAMENTE DITO P está sentada com as pernas cruzadas, mantendo a esquerda sobre a direita e as mãos unidas sobre as coxas. Sua cabeça está inclinada para a lateral esquerda, sem desviar o olhar de O. Balança 9 vezes a cabeça com movimentos para a frente e dirige sua fala à E. Ergue ligeiramente o braço esquerdo com os dedos esticados e gesticula com a palma da mão voltada para cima. Movimenta a mão para frente, para o lado esquerdo e para baixo, com a palma voltada para cima. À medida em que gesticula move a cabeça ligeiramente para a esquerda e para frente com movimentos verticais. Estende a mão direita que realiza movimentos circulares por cima da esquerda. Une a ponta dos dedos das mãos e movimenta-as verticalmente. Canto dos lábios voltados para cima e bochechas salientes. Estende a mão esquerda para o lado com o polegar para cima e a mão direita gesticula. Estende a mão direita, gesticula e posiciona os dedos das duas mãos paralelamente, unindo as pontas dos dedos. Balança a cabeça com movimentos para frente sem desviar o olhar de E. Gesticula com as duas mãos, leva a esquerda para o lado esquerdo e a direita para o lado direito com as palmas voltadas para cima. Movimenta-as para baixo, realizando movimentos circulares. Estende o braço direito, une os dedos gerando um movimento circular, enquanto a mão esquerda fica esticada e os dedos inclinados para frente. Solta os dedos da mão esquerda e repete o movimento circular, agra com as duas mãos. Estende-ascom as palmas viradas para cima, acompanhadas de movimentos da cabeça para frente. Desvia ligeiramente o olhar de E, voltando-o para cima. Retoma o olhar para E, com os cantos dos lábios voltados pra cima e bochechas salientes, movimentando as duas mãos. Une os dedos da mão direita, e, fazendo movimentos circulares vai soltando os dedos, mantendo a mão esquerda com os dedos esticados apontando para frente. Estende para frente a mão direita seguida da esquerda, movimenta-as no mesmo ritmo duas vezes de dentro para fora. Entrelaça os dedos em direção ao peito, sem nele encostar. Mantém os lábios presos e balança verticalmente a cabeça. Com o olhar voltado para E, desce as mãos, mantendo as palmas para cima, sem desentrelaça-los. Inclina ligeiramente a cabeça para o lado direito, direcionando o olhar para O, o qual assume a fala. Balança levemente para os dois lados a cadeira giratória na qual está sentada, movimenta para frente a cabeça direcionando o olhar para E, inicia a fala, desvia ligeiramente o olhar, retomando-o para E, com a boca aberta e estendida, com exposição dos dentes e bochechas salientes. Ergue em direção ao peito as duas mãos com as palmas voltadas para cima, inclina ligeiramente a cabeça para trás. Gesticula com as mãos realizando movimentos giratórios, estende- as para frente com palmas para cima. Franze a testa e arqueia as sobrancelhas, movimentando verticalmente a cabeça, prende ligeiramente os lábios. Movimenta juntamente as mãos e com as palmas voltadas para ela movimenta-as três vezes de cima para baixo. Com boca aberta e cantos dos lábios voltados para cima, balança verticalmente duas vezes a cabeça. Olhos arregalados, direcionados para E, inclina lateral e ligeiramente a cabeça para a direita, movimentando as mãos circularmente, e estendendo-as com as palmas paralelas. P une e entrelaça os dedos, mantendo-os na direção do peito, e descendo-os até a coxa. Inclina a cabeça para o lado direito com os olhos voltados para O, que retoma a fala. Direciona o olhar para E e retoma para O com a cabeça inclinada para o lado direito. Após a fala deste, P balança a cabeça com movimentos verticais, inicia a fala, é interrompida por um leve pigarro, balança ligeiramente o pé da perna esquerda, cruzada sobre a direita e continua o discurso. Ergue as mãos, unindo a ponta dos dedos, mas ligeiramente soltando- os, virando-as com as palmas para cima e polegares esticados. P movimenta as palmas das mãos e movimenta-as, com movimentos verticais da cabeça e cantos dos lábios voltados para cima, exibindo os dentes. Franze a testa e ergue sobrancelhas, o que acompanha o balanço uniforme das mãos. Estende a mão direita gesticulando de dentro para fora, com a cabeça ligeiramente inclinada para o lado esquerdo. Leva a duas mãos, em movimentos que seguem o mesmo ritmo, cm as palmas voltadas para ela, que perpassam em direção da cabeça até o peito, com dedos juntos e, abre novamente as mãos, levando-as para fora. P fecha a mão direita enquanto mantém a esquerda aberta e dedos esticados. Desliza o dedo indicador sobre o polegar, enquanto os outros permanecem fechados. Ergue novamente a mão com os dedos unidos, balançando-a três vezes de cima para baixo. Une as duas mãos, balançando verticalmente a cabeça, mantendo-a ligeiramente para baixo, erguendo canto dos lábios com exposição dos dentes. Cabeça levemente inclinada e lábios presos, mãos unidas em direção ao peito, inclina a cabeça para o lado direito, olhando para O, retoma o olhar para E e inicia o discurso, balançando verticalmente a cabeça. Desvia o olhar para cima, retomando-o para E. Solta os dedos, mantendo-os esticados, movimentando-os de para cima e para baixo com as palmas para cima. Desvia o olhar para baixo, com as pontas dos dedos unidas e mãos levemente apontadas para baixo. Solta-as e olha novamente para E , balançando as mãos com as palmas ainda para cima de um lado pro outro, direciona-as para si com o polegar apontado para cima e os demais dedos colados. P começa a enumerar com os dedos da mão esquerda e tocando-os com o indicador da direita, acompanhado de movimentos da cabeça para frente e a partir da terceira enumeração movimentos horizontais da cabeça. Estende as mãos para frente, inclina a direita levemente pro lado esquerdo, retornando- para o lado direito, realizando movimentos giratórios com as duas mãos enquanto a cabeça está levemente inclinada para baixo, mas com o olhar fixo em E. Leva novamente a mão direita pro lado esquerdo, seguido da esquerda pra direita. Leva novamente as duas para frente cm as palmas voltadas para cima. Com movimentos verticais da cabeça, com uma ligeira queda das sobrancelhas. Desvia o olhar para os lados, retoma-o para E e movimenta circularmente as duas mãos, inclina a cabeça para baixo e realiza movimentos verticais. Leva as mãos para o peito, com as palmas de costas uma para outra, solta-as novamente para frente, com movimentos horizontais da cabeça e cantos dos lábios estendidos com bochechas salientes. Mantém estendida a mão esquerda e realiza movimentos circulares com a mão direita, a qual, com a palma voltada para baixo, é levada de cima para baixo com os dedos estendidos e afastados três vezes. Entrelaça os dedos abaixo do peito. Inclina a cabeça para o lado direito, levando o olhar para O, Leva a mão direita fechada ao nariz enquanto a esquerda permanece estendida na direção do peito. Desce as duas mãos até a coxa. Movimenta verticalmente a cabeça. Referências: Cano, D. S., & Sampaio, I. T. A. (2007). O Método de Observação na Psicologia: Considerações sobre a Produção Científica. Interação em Psicologia, 11(2), p. 199- 210. Danna, M. F., & Matos, M. A. (2011). Porque um curso de Observação?. In Edicon (Ed.), Aprendendo a Observar (pp. 11-19). São Paulo, SP.
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