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ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM OUTROS 
PAÍSES 
AULA 4 – MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE II 
Segundo a constituição da OMS, a definição de saúde é o 
estado de bem-estar físico, mental e social. 
Ultimamente, essa aspiração vem norteando as decisões e 
prioridades para o sistema de saúde. 
Um sistema de saúde apresenta várias funções centrais 
como a prestação de serviços básicos de saúde, a 
organização de recursos humanos e físicos, o financiamento 
desses serviços e recursos e a coleta de dados que servirão 
para planejar e desenvolver políticas em saúde. 
No entanto, para que essas funções sejam efetivas e 
alcancem os melhores resultados, é necessária uma 
liderança responsável para guia-las e coordena-las. 
Quais os objetivos do sistema de saúde? São 
principalmente, a obtenção de níveis ótimos de saúde e 
diferenças mínimas possíveis de um estado de saúde entre 
os indivíduos. 
Segundo a OMS, os sistemas de saúde devem disponibilizar 
atenção básica de alta qualidade para todos. Definida com 
critérios de efetividade, custos suportáveis e aceitação 
social, firmando assim, a importância da atenção primaria 
de saúde para se alcançar essa finalidade. 
Cada nação tem mecanismos próprios para disponibilizar 
serviços de saúde à população. 
Cada pais enfrenta características próprias em relação a 
quantidade de recursos destinados para atenção a saúde, 
grau de coordenação das atividades e os resultados de 
saúde alcançados. 
Financiamento dos serviços de saúde baseiam-se nos 
valores, heranças e cultura de cada pais. Esse 
financiamento não é imutável, estando propenso a 
mudanças ao longo do tempo. 
As receitas do serviço de saúde podem ser obtidas por meio 
de taxação, seguros privados obrigatórios por voluntários 
ou gastos do próprio bolso. 
Independentemente do mecanismo de financiamento 
adotado é importante garantir que suas políticas atendam 
as prioridades de atenção à saúde e que os sistemas de 
remuneração sejam suficientes para a contratação, 
treinamento e motivação da força de trabalho que assistem 
as necessidades da população. 
SISTEMA PÚBLICO X SISTEMA PRIVADO 
Para que um pais tenha um sistema de saúde público é 
necessário que o dinheiro público cubra 50% ou mais dos 
gastos nacionais em saúde. 
Sabe-se que nenhum pais cobre 100% do gasto nacional em 
saúde com o dinheiro público. 
Cuba, por exemplo, cobre com o dinheiro público em torno 
de 85% do gasto sanitário total. 
Dinamarca, Reino Unido e Suécia cobrem acima de 80%. 
Finlândia – em torno de 75%. 
Canada, Costa Rica, Portugal e Espanha gasto público cobre 
aproximadamente 70% do total. 
Grécia – 60%. 
Suíça e argentina um pouco mais que 50%. 
Já nos estados unidos, brasil, chile e México e na África do 
Sul o gasto público em saúde não chega a 50% do total. 
Assim, de acordo com a definição, o Brasil não possui um 
sistema de saúde nacional público. Sendo maior gasto de 
saúde no tipo privado, saindo diretamente do bolso do 
paciente. 
SISTEMA DE SAUDE NACIONAIS PÚBLICOS 
Pode ser classificado em: 
→ Bismarckiano 
→ Beveridgiano 
→ Bolchevique ou Russo ou Soviético ou tipo 
Semashko 
BISMARCK: 
O dinheiro público aplicado na saúde é resultado de 
impostos específicos vinculados ao trabalho. 
Esse sistema nasceu na Alemanha, no final do século 19 
quando trabalhadores e empresários começaram a se 
servirem do dinheiro da providencia social, ou seja, do 
dinheiro das contribuições sociais para enfrentar os 
possíveis danos causados pelo desenvolvimento das 
atividades industriais. 
Hoje, o sistema Bismarck pode ser encontrado na 
Alemanha, Argentina, Costa Rica, Eslovênia, França, Japão, 
Holanda e Suíça. 
Nesses países, o sistema de saúde cobre toda população e 
não apenas os trabalhadores e seus dependentes. 
Países com esse tipo de sistema gastam mais com a saúde. 
Apesar do Japão ser uma exceção com baixo gasto 
sanitário. 
No Brasil, esse modelo permaneceu até 1988 na época do 
INPS e do INAMPS. 
BEVERIDGE 
O dinheiro público advém da redistribuição da renda 
originada dos impostos gerais que também são destinados 
a outras finalidades além da saúde. Como por exemplo, a 
educação. 
Para que houvesse diminuição dos gastos em saúde, esse 
sistema optou de investir na prevenção da doença. 
Assim, se as pessoas não adoecem, os gastos diminuem. 
A desvantagem desse sistema, é que por depender de 
impostos, cabe aos governantes a boa vontade em investir 
na saúde. 
Suécia, Austrália, Canada, Dinamarca, Espanha, Noruega, 
Itália, Nova Zelândia, Portugal e reino unido são países 
desse modelo. 
SEMASHKO 
Todo financiamento destinado a saúde é público. 
Esse conceito triunfa apenas na teoria, pois sabe que 
sempre houve pagamentos não oficiais em dinheiro ou na 
forma de favores e presentes. 
Surgiu no começo do século 2O, na união das republicas 
socialistas soviéticas do leste europeu e em cuba. 
Hoje, persiste somete em Cuba e na coreia do norte. 
 
Há, ainda, países como Portugal, Grécia e Uruguai onde 
coexistem mais de um sistema originando um sistema 
público nacional misto. 
Com características do sistema Bismarck e Beveridge. 
Assim, independentemente do tipo de sistema sanitário 
nacional público que cobre toda população, o desejo de 
casa um deles é que os serviços médicos sejam recebidos 
quanto a necessidade e não segundo a capacidade de 
pagamentos de quem precisa. 
PAGAMENTOS DOS MÉDICOS 
Como é feito o pagamento aos médicos? 
O pagamento é feito de três formas: por capitação, salário 
ou por produção. 
CAPITAÇÃO 
O médico recebe por uma lista de pacientes assistidos por 
ele, o valor do pagamento pode ser ajustado conforme 
alguns critérios como idade do paciente atendido e local de 
atuação do médico. 
Assim, em alguns países, paga-se mais pelo atendimento do 
recém-nascido do que adolescentes. A renda do médico 
também aumenta se ele atende em zona rural. Afim de 
compensar o seu isolamento. 
Cada indivíduo tem liberdade de escolher o seu médico. 
Podendo mudar de profissional quando quiser, mas para 
que seja assistido seu nome deve constar em uma lista pré-
definida. 
Aqui, o médico tem a função de filtro, ou seja, é ele que 
decide o momento do encaminhamento e para qual 
especialidade. 
Seu local de atendimento é escolhido pela autoridade 
sanitária conforme a necessidade. Contribuindo para que 
os profissionais não se aglomerem nas grandes cidades. 
O investimento na construção do consultório ou centro de 
saúde é do próprio médico. Assim, devido aos gastos 
empregados, o médico geralmente se vincula àquela 
população determinada apesar de ter liberdade para trocar 
seu local de trabalho quando quiser. 
Os países com esse pagamento evidenciam-se um bom 
controle dos gastos sanitários e excelentes resultados em 
saúde. 
POR SALÁRIO 
Os médicos são remunerados pelo tempo dedicado ao 
serviço. Recebendo em troca do trabalho exercido em 
centros de saúde de propriedade pública. 
Em geral, o pagamento por salario tem cumprimentos caso 
haja cumprimento de objetivos como a utilização nacional 
de medicamentos ou a cobertura de vacinação da 
população, ou, ainda, pela dedicação exclusiva do 
profissional ao sistema público. 
Por trabalhar em um local predefinido pela autoridade 
sanitária, medico assalariado não escolhe seus colegas de 
trabalho e costuma integrar-se em uma equipe de 
atendimento primaria. 
Atende geralmente uma população definida por umas 
zonas geográficas e pela falta de vínculos, as transferências 
são frequentes, quebrando assim, a longitudinalidade. 
POR PRODUÇÃO 
A atividade médica é remunerada por aquilo que 
produzem, pelo paciente atendido, por cada atividade 
realizada, por exemplo se o médico realiza um ECG, ele 
receberá pelo atendimento ao paciente e pela ECG que foi 
realizado. 
Os médicos são profissionais independentes, instalam-se 
onde querem e são donos dos seus próprios consultórios. 
Mantendo contrato com o sistema de saúde. 
Nesse tipo de pagamento,paciente pode agir de duas 
formas: 
Na primeira, paciente paga um médico e depois apresenta 
para a seguradora pública, a conta que recebeu dele. A 
seguradora reembolsa o custo do paciente. Algumas vezes 
esse reembolso não é de 100%. 
Na segunda forma, o paciente não precisa fazer 
pagamentos ao médico geral. O atendimento é gratuito. E é 
o médico que apresenta a conta para o sistema sanitário. 
O pagamento por produção exige um excelente sistema 
burocrático para justificar a realização das atividades e para 
pôr em andamento o sistema de cobrança. 
CULTURA, SAÚDE E O MÉDICO DE FAMÍLIA 
Cultura é um conjunto de normas que influenciam e dão 
sustentação a forma como pensamos e agimos em 
sociedade. 
A cultura define “o outro”. E organiza o mundo de cada 
grupo social segundo a sua lógica própria. 
O processo saúde-doença é um processo cultural, 
socialmente construído. 
Por isso, é de fundamental importância que os profissionais 
de saúde que lidam diariamente com pessoas de diferentes 
culturas possam adotar nas suas práticas de saúde um 
cuidado correspondente com as crenças e comportamentos 
relacionados a saúde/doença do paciente. Conhecendo e 
compreendendo cuidado terapêutico popular sem se 
prender a um modelo eminentemente biomédico. 
COMPETENCIA CULTURAL 
É um conjunto de comportamentos harmoniosos, atitudes 
e políticas que reúnem em um sistema no meio de 
profissionais que capacita trabalho eficaz em situações 
interculturais. 
A competência implica a capacidade para funcionar 
eficazmente como o indivíduo e uma organização dentro do 
contexto das convicções culturais, comportamentos e 
necessidades apresentadas por comunidades. 
A competência cultural é saber lidar com a diversidade 
cultural, ou seja, buscar constantemente por uma melhor 
adequação do cuidado a saúde em relação a grande 
diversidade e necessidades das diferentes pessoas e grupos 
humanos. 
Compreende assim, uma característica da atenção primaria 
a saúde. 
Objetivos: 
→ Melhorar a relação e comunicação para uma 
melhor adequação a diferentes subgrupos 
populacionais. 
→ Melhorar a adesão, as recomendações e o diálogo 
com discordâncias. 
→ Diminuir atritos com outras formas de cuidado à 
saúde frequentemente mobilizadas pelas pessoas. 
PROBLEMAS FREQUENTES NO TRABALHO 
INTERCULTURAL 
→ Achar que uma cultura determinada é um bloco 
homogêneo de costumes e crenças. 
Mesmo compartilhando uma identidade, podem se 
encontrar entre pessoas de uma mesma cultura, hábitos 
diversos. 
→ Achar que basta memorizar alguns aspectos 
estereotipados ou aprender um idioma pra se 
adquirir competência cultural. 
Não devemos tratar a cultura como algo evitável. É possível 
que ao longo do tempo, algumas de suas características 
passam por transformações. Isso quer dizer que para 
manter em uma determinada cultura, não se pode 
modificar seus elementos. 
→ Identificar um determinado problema de saúde 
como cultura, considerando-o menos importante 
ou que se resolverá espontaneamente ou que não 
terá solução cientifico. Isso não é verdadeiro. 
Portanto, é necessário que os médicos de família 
compreendam os contextos culturais e sociais em que os 
usuários estão envolvidos. Dessa forma e sem 
desconsiderar sua formação acadêmica, tentar transitar nos 
diferentes contextos da medicina-ciência e da medicina 
popular. Valorizando o saber das pessoas e atentando para 
a suas subjetividades e quanto atores de sua realidade 
cultural. 
PONTOS INICIAIS PARA UMA APROXIMAÇÃO 
INTERCULTURAL 
→ Admitir que todo encontro terapêutico é 
intercultural e que não há ciência neutra 
culturalmente 
→ Ter uma postura respeitosa, interessa e empática. 
→ Procurar conhecer dados demográficos daquela 
população. 
→ Tentar compreender como as pessoas se 
identificam culturalmente. 
→ Revisar a literatura disponível a respeito das 
pessoas envolvidas. 
→ Procurar conhecer os outros recursos terapêuticos 
comumente mobilizados por essas pessoas. 
→ Estudar a língua e dialetos locais. 
→ Identificar e criar aliança com pessoas importantes 
naquela comunidade. 
Como médico de família, devemos respeitar a cultura, as 
crenças, barreiras da população assistida. 
 
Ouvir do outro o que ele sabe ou imagina ser o problema 
que ele está enfrentando. 
FERRAMENTAS PARA CONTATOS TERAPÊUTICOS 
CULTURAIS SENSÍVEIS 
L – Ouvir com empatia e tentar entender a percepção da 
pessoa que busca ajuda. 
E – Explicar, em palavras acessíveis, a visão medica do 
problema. 
A – Admitir que há diferenças e semelhanças entre as 
culturas envolvidas. 
R – Recomendar um tratamento ou outras acoes de 
cuidado a saúde. 
N – Negociar um acordo, principalmente um acordo 
terapêutico. 
Outra ferramenta é a regra mnemônica QULTURA. 
Q – Qualificar a escuta. 
U – Usuário no centro do processo. 
L – Levantar a importância de cada atuante. 
T – Tabelar ou mapear os atuantes envolvidos. 
U – Unir resultados em um pacto terapêutico. 
R – Reorganizar o coletivo. 
A – Avaliação conjunta e adequação do plano. 
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE SAÚDE 
BRASILEIRO PARA OBTENÇÃO DE UMA MAIOR 
ADEQUAÇÃO CULTURAL 
→ Adscrição territorial de clientela 
→ Descentralização de politicas 
→ Planejamento baseado em diagnósticos locais e 
regionais. 
→ Adequação do número de usuários por equipe. 
→ Avaliação de qualidade da atenção integral 
→ Maior longitudinalidade. 
Assim, conclui-se a partir dessas reflexões, que o MFC é o 
profissional que apresenta grande potencial para o cuidado 
a saúde realmente sensível e competente 
interculturamente. 
	sistema público x sistema privado
	sistema de saude nacionais públicos
	pagamentos dos médicos
	cultura, saúde e o médico de família
	competencia cultural
	problemas frequentes no trabalho intercultural
	pontos iniciais para uma aproximação intercultural
	ferramentas para contatos terapêuticos culturais sensíveis
	características do sistema de saúde brasileiro para obtenção de uma maior adequação cultural

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