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Período Sistemático e Helenístico

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períodos sistemático e helenístico 
Filosofia do direito
Período Sistemático ou Aristotélico
Aristóteles (384-322 a.C.) nasceu em Estagira, na Macedônia. Foi aluno de Platão e tutor de Alexandre. Fundou o Liceu em 336 a.C. onde instalou uma biblioteca e um museu (biológico). Era realista e empirista. Grande leitor, conseguiu sistematizar todo conhecimento disponível no seu tempo, o que para ele cabia no baú da filosofia. Desenvolveu a analítica (lógica), disciplina propedêutica para a filosofia. Deixou contribuições em vários campos do conhecimento como pode-se ver de sua vasta obra. Sofreu discriminação por ser estrangeiro, especialmente depois da morte de Alexandre. Fugiu de Atenas. Com a chegada dos cristãos ao poder em Roma, as escolas filosóficas foram fechadas e os filósofos perseguidos. Muitos se refugiaram no mundo árabe. A obra aristotélica sobreviveu, embora desfigurada, e só foi reintroduzida no ocidente na idade média.
Corpus Aristotelicum
	ORGANON (instrumento/analítica) 
Categorias
De Interpretatione
Analíticos Primeiros ou Anteriores
Analíticos Segundos ou Posteriores
Tópicos
Refutações sofísticas
ÉTICA
Ética a Nicômaco
Ética a Eudemo
Magna Moralia (Grande Ética)
Política
Constituição de Atenas	FÍSICA
Física
De Caelo
De Generatione et Corruptione
Meteorológicos
De Anima
Parva Naturalia (Pequenos tratados naturais)
Historia Animalium
De Partibus Animalium
De Moto Animalium (Sobre o movimento dos animais)
De Animalium Incessu (Sobre a locomoção dos animais)
De Generatione Animalium
	METAFÍSICA
Filosofia Primeira	POÉTICA
RETÓRICA
A Justiça em Ética a Nicômaco
“Todos os homens entendem por justiça aquela disposição de caráter que torna as pessoas propensas a fazer o que é justo, que as faz agir justamente e desejar o que é justo. Também nós tomaremos isso como base geral.”
“O homem sem lei, assim como o ganancioso e ímprobo, são considerados injustos, de forma que tanto o respeitador da lei como o honesto serão evidentemente justos. O justo é, portanto, o respeitador da lei e o probo, e o injusto é o homem sem lei e ímprobo”.
“Chamamos justos aqueles atos que tendem a produzir e a preservar, para a sociedade política, a felicidade e os elementos que a compõem”.
“A justiça é muitas vezes considerada a maior das virtudes, e "nem Vésper, nem a estrela-d’alva" são tão admiráveis. Na justiça estão compreendidas todas as virtudes. E ela é a virtude completa no pleno sentido do termo, por ser o exercício atual da virtude completa.”
A Justiça em Ética a Nicômaco
“O pior dos homens é aquele que exerce a sua maldade tanto para consigo mesmo como para com os seus amigos, e o melhor não é o que exerce a sua virtude para consigo mesmo, mas para com um outro; pois que difícil tarefa é essa”.
“Existe um ponto intermediário entre duas iniquidades. E esse ponto é a equidade, pois em toda espécie de ação em que há o mais e o menos também há o igual. Se, pois, o injusto é iníquo, o justo é equitativo, como, aliás, pensam todos. E, como o igual é um ponto intermediário, o justo será um meio-termo”.
A Justiça (dikaiosyne) em Aristóteles
Dikaiosyne = termo polissêmico. Justiça Universal = a virtude das virtudes, o que é absolutamente correto e que deve ser refletido na lei e na conduta humana. Não pode existir lei injusta. A lei manda viver conforme a justiça e proíbe viver conforme o vício. Justiça = ética (MORAES, 2018). Justiça Particular = ação de dar a cada um o que é seu. (MASCARO, 2010) 
Justiça distributiva – trata da distribuição de riquezas, benefícios e honrarias entre os cidadãos da polis. A justa distribuição é um meio-termo entre duas pessoas e duas coisas. O critério deve ser o mérito. Ex.: a nota em uma prova de 5 questões cada uma valendo 2 pontos. Quem acertar 3 questões recebe nota 6. Quem acertar 4 deve receber 8. É o justo.
Justiça corretiva (sinalagmática) – trata da reparação de algo que foi voluntária ou involuntariamente subtraído de alguém (perda) por outrem (ganho). É irrelevante se uma pessoa boa lesa uma pessoa má ou vice-versa. Cabe ao juiz restabelecer a igualdade.
Reciprocidade – trata da equivalência universal entre produtos e serviços, problema das trocas comerciais. Aristóteles dizia que o dinheiro possibilitava a reciprocidade entre tais elementos. Para Aristóteles o justo não é uma medida fixa, mas econômica, histórica, social e política.
A Justiça em Aristóteles (MASCARO, 2010)
Justiça = ação. A forma perfeita da excelência moral [virtude]. Ato justo é aquele feito deliberadamente visando à justiça. A justiça se manifesta e se completa com a prudência (phronêsis).
Aristóteles lecionava que ninguém faz nada sem visar a um fim (télos) e o maior e melhor fim é a felicidade (eudaimonia).
Para Aristóteles, acima da justiça, da lei, há a justiça do caso, do bom julgamento de cada caso concreto, e a essa adaptação do geral ao específico, ele chama equidade.
Ao contrário do pensamento jurídico moderno, orgulhosamente juspositivista, crente na absoluta necessidade e justiça da norma positiva estatal, a justiça em Aristóteles é humana, e deve se dobrar para compreender a fundo cada situação na qual é chamada a dar seu julgamento. A definição dos romanos do direito como arte do justo reflete de modo sintético o pensamento de Aristóteles.
Período Helenista
Compreende o intervalo entre a ascensão de Alexandre em 330 a.C. e a queda do império romano do ocidente em 476 d.C.
Perda de autonomia da polis (cidade-estado).
“Quando o poder político passou às mãos dos macedônios, os filósofos gregos se afastaram da política e se dedicaram ao problema da virtude ou da salvação individual. Eles deixaram de perguntar como os homens podem criar um Estado bom e indagaram como os homens podem ser virtuosos num mundo perverso ou felizes num mundo de sofrimento” (RUSSELL).
Epicurismo
Epicurismo
Epicuro (341 a 270 a.C.) viveu o ocaso da polis e o imperialismo estrangeiro. Já não havia cidadãos, apenas súditos. A liberdade já não existia. Epicuro desenvolveu uma ética privada orientada para o alcance da felicidade (eudaimonia) por meio da aponia (ausência de dor física) da ataraxia (imperturbabilidade da alma) e da ética hedonista.
Para Epicuro, a vida feliz era alcançada pelo distanciamento da política e a liberdade só era realizável no âmbito interno mediante a conquista da autonomia (MARQUES, 2018). Para ele o locus da vida feliz era a vida privada junto aos amigos, sem temores e perturbações. A ordem do cosmos não fazia mais sentido como princípio ordenador da vida terrena. Os deuses não se importavam com a condição humana. A morte atingia o corpo e a alma. Mas, não se deve temê-la. Quando ela é, nós já não somos. A lei vigente é a força do dominador. A verdade (aletheia) é acessível a todos e todas cujos espíritos se abram ao conhecimento.
Epicuro aproxima-se dos contratualistas ao sustentar que o direito é produto de convenção humana. A justiça resume-se a um pacto coletivo para que os indivíduos não se causem danos reciprocamente (MARQUES, 2018).
Estoicismo
Estoicismo
Escola de filosofia helenística fundada em Atenas por Zenão de Cítio (334 a 262 a.C.) no início do século III a.C., mas que alcançou maior prestígio em Roma. Os luminares da escola foram: Cícero, Sêneca (4 a.C. a 65 d.C.), Epicteto (55 a 135 d.C.) e Marco Aurélio (121 a 180 d.C.).
Características do estoicismo: a virtude é o único bem e caminho para a felicidade; o indivíduo deve negar os sentimentos externos; o prazer é um inimigo do homem sábio; o universo é governado por uma razão universal natural; deve-se valorizar a apatheia (equanimidade).
Para os estoicos, todas as pessoas seriam manifestações do espírito universal único e deveriam, em amor fraternal, ajudarem-se uns ao outros de maneira eficaz. Epicteto ensinava sobre a relação do ser humano com o mundo: "cada ser humano é, primeiro, um cidadão da sua comunidade; mas também é membro da grande cidade dos homens e deuses“. Diógenes de Sínope dizia: “eu não sou nem ateniense nem coríntio, mas um cidadão do mundo.
Os estoicos promoviama ideia de que as diferenças externas, como status e riqueza, não são importantes nas relações sociais. Em vez disso, advogavam a irmandade da humanidade e a natural igualdade do ser humano. O estoicismo tornou-se a mais influente escola do mundo greco-romano e produziu uma grande quantidade de escritores e personalidades de renome e sem dúvida contribuiu para alavancar o cristianismo.
Para os Estoicos, há uma Razão Universal, uma lei eterna, que produz e domina todo o universo. O homem faz parte desta natureza, pois possui a razão, virtude presente em todos os seres humanos. Sendo assim, essa lei natural é o alicerce do nosso direito positivo e, além do mais, oferece o conceito de justiça.
Os estoicos contribuíram na transição do Direito grego para o romano. Cícero, um grande filósofo romano fundou a teoria da trilogia legal. para ele: a) a lei eterna é a lei da reta razão, em concordância com a natureza; b) essa razão tem sua sede também no homem, lei natural; c) vinculando a lei positiva que deve concordar com a lei natural.
A concepção estoica influenciou a vida política e social do Império romano: houve uma flexibilização do poder paternal, com a mulher conquistando maior liberdade e os filhos certa independência. Ocorreram avanços significativos em relação aos escravos tratados com mais respeito e dignidade. Houve progresso no campo do Direito com o desenvolvimento do significado de justiça, que na Grécia era “dar a cada um o que lhe é devido”, passa a ser “dar a cada um o que lhe é de direito”. Desta forma, o vocábulo “devido” foi substituído por ius (direito). 
Os Cínicos
Cinismo: Etimologia: Kunós = cão, cachorro. Fundador: Antístenes (445 a 365 a.C.), ouviu Górgias e Sócrates. Maior expoente: Diógenes de Sinope (412 a 323 a.C.)
O propósito da vida é viver na virtude, de acordo com a natureza. Rejeição às convenções: religião, costumes, habitação, decência... Vida semelhante a de um faquir: a base de esmolas. Diógenes proclamava-se irmão de toda raça humana e dos animais. Diógenes buscou a virtude e a liberdade moral na emancipação do desejo. A indiferença aos bens que a fortuna tem a conceder liberta o ser humano do medo. Os bens externos são precários. Apenas os bens subjetivos são seguros e devem ser valorizados pelo sábio.
“O objetivo da vida de Diógenes era fazer o que seu pai fizera ‘adulterar a moeda’ mas em escala muito mais ampla. Ele adulteraria toda a moeda existente no mundo. Cada timbre convencional era falso. Os homens eram cunhados como generais e reis; as coisas como honra e sabedoria, felicidade e riquezas; tudo era vil metal com inscrições mentirosas” (RUSSELL)
Ceticismo
Etimologia: Skeptikoi = o olhar de quem analisa, considera, investiga. Fundador: Pirro de Elis (360-275 a.C.). Maior expoente: Sexto Empírico ( viveu entre os séculos II e III d.C.) foi médico e suas ideias influenciaram Montaigne e Hume.
A única lógica que os gregos admitiam era a dedutiva e toda dedução deveria partir de princípios autoevidentes. Tímon (320 a 235 a.C.) negou a possibilidade de encontrar tais princípios. Arcesilau contemporâneo de Tímon levou suas ideias para a Academia. Para ele a dialética platônica pode ser tratada como fim ao invés de meio e se presta à defesa do ceticismo. Carnéades (214 a 129 a.C.) sucessor de Arcesilau na Academia refuta a ética de Platão e de Aristóteles:  o caso do naufrágio;  o caso do companheiro ferido;  o caso do Estado forte. Sexto Empírico: escolas de medicina empirista x racionalista. As coisas existem, porém só o que podemos saber e dizer delas é de que maneira nos afetam, não o que são em si mesmas. Ceticismo é a faculdade de opor de todas as maneiras possíveis os fenômenos (o objeto da sensibilidade) e os noúmenos (a coisa em si - objeto do conhecimento intelectual puro) para daí chegar, pelo equilíbrio das coisas e das razões opostas (isostenia), primeiro à suspensão do juízo (epoké) e, depois, a ataraxia (imperturbabilidade da alma).
A Moral dos Céticos
Segundo HRYNIEWICZ (2000): “Para os céticos, se nada conhecemos, não devemos nos preocupar em elaborar teorias que sirvam de orientação para nossas ações. Quem nos garante que não estejamos enganados e, talvez, sacrificando a vida em nome de uma ilusão? Sendo assim, o mais justo é viver de acordo com as circunstâncias, “curtir” intensamente o momento presente sem preocupação com o dia de amanhã. O ser humano não passa de um fenômeno, uma aparência, não se constituindo propriamente em ser substancial. Sendo assim nada de seguro se pode falar sobre ele”.
Na versão probabilista do ceticismo, incentiva-se a desconfiança permanente em relação à verdade sem, no entanto, fechar-se completamente à hipótese de sua possibilidade. Assim, o cético é o que observa, desconfia, e espera o desenrolar dos fatos para, só então, se pronunciar.
Praticando
Faça um link entre a ética, a política e a justiça em Aristóteles.
Diferencie justiça distributiva e justiça corretiva.
Compare da forma mais isenta possível estoicismo e epicurismo.
Explique o ceticismo enquanto corrente filosófica.
Que semelhanças você observa entre o cinismo e o movimento hippie dos anos 1960?
Referências
BOTTON, Alain de. Epicuro e a felicidade. Sêneca e a ira. Vídeos disponíveis no YouTube.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
HRYNIEWICZ, Severo. Para filosofar. 4ª ed. Rio de Janeiro: Edição do autor, 2000.
MARQUES, Rubia. O direito em Epicuro: uma convenção para a felicidade do homem in BANNWART JR., Clodomiro J. et alii. Filosofia do direito. 2ª ed. Londrina/PR: Editora Thoth, 2018.
MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do direito. São Paulo: Atlas, 2010.
MORAES, Mayna Marchiori de. A justiça aristotélica: uma virtude completa in BANNWART JR., Clodomiro J. et alii. Filosofia do direito. 2ª ed. Londrina/PR: Editora Thoth, 2018.

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